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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO FAZER PEDAGÓGICO POR
MEIO DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS
Flávia Garcia da Rosa - UNAES (flavia.garcia26@hotmail.com)
Vanuza Tino – UNAES (vanuzatino2009@hotmail.com)
Monica Costa da Silva – UNAES (monica_leticia2009@hotmail.com)
Eixo temático: Escutas dos/as professores/as da infância
Categoria: Comunicação oral
RESUMO
Este artigo apresenta resultados obtidos por meio de pesquisa de cunho bibliográfico, o qual
objetivou revelar a importância do fazer pedagógico por meio da literatura infantil nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. A presente pesquisa, resultado do trabalho de conclusão de
curso, propiciou a reflexão sobre a contribuição da literatura infantil no desenvolvimento
social, emocional e cognitivo da criança que se encontra em processo de alfabetização.
Reconhecendo sua importância para o processo de aprendizagem de alunos das séries iniciais,
verificando estratégias pedagógicas utilizadas nas escolas públicas e privadas com livros
literários oferecidos às crianças, constatamos que as atividades pedagógicas efetivam a
aprendizagem da leitura de forma prazerosa e construtiva. O método é de cunho qualitativo e
a análise dos dados foi realizada por meio de questionários com perguntas direcionadas aos
professores alfabetizadores; além das observações das atividades por eles aplicadas e que
apresentam resultados significativos na aprendizagem das crianças. De acordo com os relatos
foi possível perceber que os professores utilizam obras literárias no fazer pedagógico
adequado à realidade dos alunos, envolvendo-os neste processo de aprendizagem. Os
professores em estudos verificam a importância da literatura infantil inserida de forma
interdisciplinar proporcionando a educação de qualidade. O fazer pedagógico ocorre de forma
lúdica e vem em resposta às nossas indagações a respeito da importância da literatura infantil
nas escolas em um trabalho sistematizado.
Palavras-chave: Literatura Infantil; Leitura; Fazer Pedagógico.
INTRODUÇÃO
As observações e as leituras realizadas durante os estágios nos anos iniciais do Ensino
Fundamental nos fez buscar e sistematizar pesquisas sobre o fazer pedagógico dos professores
atuantes que utilizam a literatura infantil como estratégia pedagógica.
Neste estudo cuja pesquisa foi de cunho bibliográfico contou com a colaboração de
professores atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental que se encontram em processo
de alfabetização e consequentemente de letramento.
Ressaltamos que o objetivo deste estudo foi demonstrar a importância da literatura
infantil no processo ensino aprendizagem dos alunos dos anos iniciais relacionado ao trabalho
de leitura e escrita. Tal estudo baseou-se por meio da recolha e análise dos depoimentos dos
professores entrevistados que em seu fazer pedagógico realizam atividades didáticas
sistematizadas e que tem como resultados a aquisição de conhecimentos.
A escolha deste tema foi um desafio que apesar de muito explorado ainda necessita de
estudos aprofundados sobre a relevância da literatura infantil nas salas de aula, principalmente
nos anos iniciais.
A análise das relações que existem entre a literatura infantil e o desenvolvimento
cognitivo das crianças tendo o professor como mediador deste processo favorece a
construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades mentais necessárias no
processo de aprendizagem relacionados à leitura e a escrita.
Ao oferecer diferentes textos que aguçam a curiosidade dos alunos, o professor leva- os
a experimentar momentos de descobertas reais ou simplesmente os fazem acreditar que não
existem limitações e impossibilidades no mundo imaginário.
Com esta investigação pudemos conhecer e compreender a importância do trabalho
pedagógico com a literatura nas escolas e sua eficácia no processo de aprendizagem.
Portanto, neste trabalho analisamos o fazer pedagógico de acordo com as respostas e
nos baseando nas teorias de renomados educadores que consideram a literatura uma riqueza
de saberes, a oportunidade de um trabalho lúdico, a promoção do letramento e o
favorecimento de uma leitura de mundo.
1. A LEITURA E SUA IMPORTÂNCIA
Utilizar a literatura infantil na sala de aula é ir além da leitura como rotina escolar. É
importante que entendamos que a criança pertence a um grupo social e que esta estará em
contato com culturas ricas e diversificadas. Valorizar as experiências sociais e culturais deste
aluno nos indicará a interpretação que ocorrerá por meio da leitura.
A literatura infantil desenvolve habilidades as quais abre portas para um universo além
da imaginação, pois transporta o leitor a diversos mundos reais ou fictícios. A leitura é uma
atividade interativa que proporciona a produção de sentido baseada em elementos linguísticos
presentes no texto. Sendo assim destacamos que:
A força da história é tamanha que o narrador e ouvintes caminham juntos
na trilha do enredo e ocorre uma vibração recíproca de sensibilidades, a
ponto de diluir-se o ambiente real ante a magia da palavra que comove e
enleva. A ação se desenvolve e nós participamos dela, ficando
magicamente envolvidos com os personagens. (SILVA, 1997, p.11).
Em uma competição com a internet, televisão, rádio e o cinema, o livro geralmente é a
última escolha. A existência de pessoas que não gostam de ler pode estar relacionada ao fato
de não terem sido, na infância, apresentados de maneira prazerosa à literatura infantil.
Sendo esta de extrema importância para o desenvolvimento humano, auxilia
principalmente na formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. Os
significados simbólicos da literatura infantil tornam mais fáceis o convívio social e a
compreensão de certos valores básicos da conduta humana como a ética e moral. Moral
definida como:
Sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são
regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a
comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter
histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma
convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou
impessoal.(VASQUEZ, 1998, p.84)
Mesmo sabendo a relevância da literatura na vida da criança, a escola que tem o
compromisso de estimular o desenvolvimento emocional e capacitar os alunos a expressar
melhor suas ideias. É necessário tomar o cuidado para não transformar esse instrumento
valioso, a leitura, em uma atividade cansativa pela sua obrigatoriedade. A obrigatoriedade da
leitura para as crianças fazem com que se distanciem dos livros com o passar dos anos
escolares. Segundo Maria Clara Machado (2001) “elas não gostam de ler e fazem-no por
obrigação”.
E um ponto preocupante é que os professores que cobram a leitura de seus alunos não
possuem o hábito da leitura. Como afirma Machado (2001, p. 45) “não se contrata um
instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas
de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”.
A criança para adquirir o prazer pela leitura é motivada por dois fatores: a curiosidade
e o exemplo. Sendo assim, ela tende a seguir o modelo da família e conta com o estímulo da
escola. Mesmo a instituição assumindo essa responsabilidade, não se pode ignorar vícios e
comportamentos, como a falta de leitura do núcleo familiar.
A maior parte das famílias atuais são nucleares compostas basicamente
pelo pai, pela mãe e pelos filhos e tem pouca capacidade de socializar
seus filhos. Assim a escola, passa a tornar-se ainda mais responsável por
esse processo. (PILLETTI, 2010, p. 97).
Infelizmente no Brasil esse hábito deixa a desejar, pois de acordo com a UNESCO
(2005) somente 14% da população o possui e delega toda a responsabilidade ao professor
inábil para função.
A literatura infantil desempenha importância fundamental no desenvolvimento
cognitivo das crianças; além de desempenhar papel de socialização. No ambiente escolar, a
literatura infantil torna-se um forte instrumento para ser trabalhado pelo docente, pois
contribui diretamente na aquisição do conhecimento dos educandos. Envolve o conhecimento
de gêneros textuais, importantes ferramentas para tornar o leitor competente e
consequentemente um escritor competente.
A aquisição de saberes faz com que o aluno amplie seu conhecimento de mundo
(enciclopédico), tornando-se um sujeito crítico e participativo, o que é urgente em nossa
sociedade. A formação desse sujeito só se faz por meio da leitura, da compreensão com
sentido e da prática destes saberes adquiridos.
Pensar o ensino da literatura e suas modalidades práticas supõe que se
defina a finalidade desse ensino. É a formação de um sujeito livre,
responsável e crítico – capaz de construir o sentido de modo autônomo e
de argumentar sua recepção (...). É também, obviamente, a formação de
uma personalidade sensível e inteligente, aberta aos outros e ao mundo
que esse ensino da literatura vislumbra. (ROUXEL, 2013, p.20).
Não tem como se discutir a literatura infantil sem antes buscar a necessidades
históricas desse instrumento fundamental no desenvolvimento humano.
Até meados do século XVII não se imaginava história para criança, pois ela fazia parte
da sociedade como membro comum, ignorada da especificidade que a infância exige. A
criança não era considerada como tal e exigia-se dela responsabilidades pertinentes aos
adultos, por isso que ouvimos e lemos que eram consideradas como “adultos em miniatura”.
Na sociedade antiga, não havia a “infância’’: nenhum espaço separado
do” mundo adulto ’’. As crianças trabalhavam e viviam junto com os
adultos, testemunhavam os processos naturais da existência (nascimento,
doença, morte), participavam junto deles da vida pública (política), nas
festas, guerras, audiências, execuções, etc., tendo assim seu lugar
assegurado nas tradições culturais comuns: na narração de histórias, nos
cantos, nos jogos. (MALLMANN, 2003, p. 36).
Havia o descaso com a infância, já que a criança era considerada insignificante e não
tinha papel importante na família.
“Antes da constituição deste modelo familiar burguês, inexistia uma
consideração especial para com a infância. Essa faixa etária não era
percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um
espaço separado. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos
eventos, porém nenhum laço amoroso especial os aproximava. A nova
valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente os
meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e
manipulação de suas emoções. Literatura infantil e escola, inventada a
primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir esta
missão”. (MALLMANN, 2003, p.15)
A ideia de “Literatura Infantil” até bem pouco tempo não era composta de belos e
coloridos livros destinados à distração e prazer das crianças em lê-los, folheá-los ou ouvir
suas histórias contadas por alguém. Como era ligada à diversão ou ao aprendizado das
crianças, obviamente sua matéria deveria ser adequada a este nível, mas como a criança era
vista como um “adulto em miniatura”, os primeiros textos infantis resultaram na adaptação de
textos para adultos. A valorização da literatura infantil, como fenômeno significativo e de
amplo alcance na formação de mentes infantis e juvenis, bem como dentro da vida cultural
das sociedades, é conquista recente. Ela veio influenciar inúmeras áreas de nossa sociedade
e permitiu a revisão de muitos conceitos, inclusive os sobre artes.
A literatura não pode mais ser considerada apenas como uma arte fechada em si
mesma, ela deve provocar um diálogo com o leitor, para estimular a participação de seu
público. Dessa forma, a literatura ocupou um espaço maior que o inicial, uma vez que se
oferecem em linguagem capaz de seduzir a criança e os adultos, mesmo os que não têm
familiaridade com a leitura. Um dos mais constantes impasses citados para superação de
obstáculos à leitura é justamente o de interpretação.
Assim, o texto é um exemplo de que o autor pressupõe a participação do
leitor na construção do sentido, considerando a (re) orientação que lhe é
dada. Nesse processo,ressalta-se que a compreensão não requer que os
conhecimentos do texto e os do leitor coincidam, mas que possam
interagir dinamicamente (ALLIENDE&CONDEMARIN, 2002, p. 126-
7, grifos do autor).
Como a literatura infantil é considerada um dos recursos capazes de nos levar à
reflexão sobre os conflitos sociais e psicológicos do homem, o namoro entre o texto e o leitor
precisa ser despertado desde a mais tenra infância, com a ajuda de todos os meios, dentro e
fora da escola. Sendo a questão literária hoje, estritamente ligada ao sistema educacional, não
se pode pensar nela sem passar pela sala de aula.
A prática pedagógica não se renova apenas na reformação de técnica de ensino ou na
mudança de currículo, mas com uma nova visão de papel político a ser desempenhado pela
educação. É com essa visão que a literatura infantil pode ser utilizada como instrumento para
a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o
mundo, lidar com a ciência, a cultura e o processo de trabalho, uma vez que se trata de um
discurso que fala da vida.
A escola, pouco a pouco, está tomando consciência da importância da literatura e
buscando metodologias adequadas. Contudo, fica ainda um grande espaço vazio, que é aquele
que se projeta para fora de casa.
Sabemos que a educação realizada na escola só será eficaz se continuar seu processo
além deste período obrigatório de estudo, tornado a leitura um valor básico para o nosso dia a
dia.
“A leitura, na nossa sociedade, é uma condição para dar voz ao cidadão,
e mais, é preciso prepará-lo para tornar-se sujeito no ato de ler, como
preconiza Paulo Freire: o livro deve levar a uma leitura/ interpretação da
vida que ajude o indivíduo na transformação de si mesmo e do mundo”.
(YUNES, 1989, p.34).
A literatura infantil é a porta de um mundo autônomo que ultrapassa a última página
do livro e permanece no leitor incorporado como vivência. Esse mundo se torna possível
graças ao trabalho que o autor faz com a linguagem.
Conforme Coelho (2000, p. 26), “A criança através da literatura infantil entra no texto
e viaja no mundo da fantasia e do questionamento. Nesse sentido, a leitura pode ser vista,
vivida, sentida, falada, ouvida e contada”.
Sabemos que é através da leitura que o educando ampliará sua visão de mundo e suas
interpretações da história, seja na leitura de palavras ou leitura de imagens. A função e a
importância do uso de imagens na educação começaram a mudar, na prática escolar, durante a
década de 80, quando iniciou no Brasil um movimento questionador da educação artística
como disciplina escolar.
Através da ampliação das discussões sobre as relações entre artes, educação e
sociedade, buscava-se a melhoria da qualidade do ensino de arte. No entanto, muitos anos se
passaram para que a imagem ocupasse um lugar de importância no ensino.
Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) n° 9394/96 e com a divulgação
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) em arte, os professores depararam-se com um
enfoque coincidente com as discussões atuais.
Hoje, essa disciplina é considerada como um conhecimento que envolve a experiência
de refletir sobre a arte como objeto de ensino. A arte associada aos outros componentes
curriculares que acrescentam à literatura infantil um olhar atento ao fazer estético. A criança
nos anos iniciais do Ensino Fundamental não se importa se o que ela descreve está
objetivamente presente na imagem ou não.
Portanto, não é porque a literatura para crianças e jovens pode ser
investigada sob essa perspectiva que ela se torna menor ou deixa de ser
arte; pelo contrário, abrem-se, por meio dela, novas possibilidades
interpretativas para que os docentes possam olhar com mais cuidado e
com mais segurança para os livros e as atividades por meio deles criadas
e aplicadas. (FILHO, 2009, p.65).
Devido ao egocentrismo ela não distingue os elementos objetivos dos subjetivos e
pensa que todos veem o que ela vê ao mesmo tempo em que não imagina o que os outros
veem, ao olhar a mesma imagem que ela olha. O professor atento às ideias das crianças saberá
quando e como enriquecer as suas leituras e contribuir para que a leitura de imagens possa
cumprir a função de enriquecimento da vida e não apenas de fornecedora de informações.
A leitura de imagens nas atividades pedagógicas aplicadas pelos professores dos anos
iniciais traz benefícios à aprendizagem, enriquecendo a vida de nossas crianças. Portanto, a
literatura é a porta de um mundo autônomo que ultrapassa a última página de um livro e
permanece no leitor incorporado como vivência. Esse mundo se torna possível graças ao
trabalho que o autor faz com a linguagem é conquista recente. Ela veio influenciar inúmeras
áreas de nossa sociedade e permitiu a revisão de muitos conceitos, inclusive os sobre artes.
A literatura não pode mais ser considerada apenas como uma arte fechada em si
mesma, ela deve provocar um diálogo com o leitor, para estimular a participação de seu
público. Dessa forma, a literatura ocupou um espaço maior que o inicial, uma vez que se
oferecem em linguagem capaz de seduzir a criança e os adultos, mesmo os que não têm
familiaridade com a leitura. Um dos mais constantes impasses citados para superação de
obstáculos à leitura é justamente o de interpretação.
Como a literatura é considerada um dos recursos capazes de nos levar à reflexão sobre
os conflitos sociais e psicológicos do homem, o namoro entre o texto e o leitor precisa ser
despertado desde a mais tenra infância, com a ajuda de todos os meios, dentro e fora da
escola. Sendo a questão literária hoje, estritamente ligada ao sistema educacional, não se
pode pensar nela sem passar pela sala de aula.
(...) As leituras realizadas pelos alunos fora da sala de aula, de acordo
Com a investigação etnográfica empreendida pela pesquisadora,
apresentam um alto grau de dependência em relação às práticas de
leituras escolares. As possibilidades de realização de leituras autônomas
pelos alunos são influenciadas pelas possibilidades de acesso de livros e
pelas táticas de escolarização da literatura desenvolvidas pelos
professores, uma vez que inclusive a biblioteca escolar constitui-se como
espaço que propicia e ao mesmo tempo controla leituras. (DALVI, 2013,
p. 73).
A prática pedagógica não se renova apenas na reformulação de técnica de ensino ou na
mudança de currículo, mas com uma nova visão de papel político a ser desempenhado pela
educação. É com essa visão que a literatura pode ser utilizada como instrumento para a
sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo,
lidar com a ciência, a cultura e o processo de trabalho, uma vez que se trata de um discurso
que fala da vida.
2. METODOLOGIA DA PESQUISA
Para a realização da pesquisa foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica,
realizado por meio de levantamentos teóricos de autores que fundamentaram este trabalho ao
qual propiciou uma investigação qualitativa, através de uma pesquisa de campo em escolas
da rede pública e privada nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Realizou - se uma entrevista com professores que atuam com crianças em processo de
alfabetização com intuito de constatar a importância do processo de aprendizagem dos
alunos na proposta didática da literatura infantil.
Após a análise dos depoimentos e observações das atividades aplicadas pelas
professoras regentes realizamos uma investigação que permitiu efetivarmos a necessidade do
trabalho pedagógico nas escolas para desenvolver habilidades específicas para a leitura e a
escrita, o resgate de valores essenciais na formação da criança; além de desenvolver o senso
crítico e a criatividade.
Ao descreverem em seus depoimentos que o sentido da literatura infantil está nas
diversas estratégias que o professor utiliza em sala de aula para atingir os objetivos e assim
promover a aprendizagem significativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de investigação possibilitou articular as teorias estudadas às práticas
realizadas pelas professoras atuantes nas salas de aula com alunos pertencentes aos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Assim apresentamos algumas discussões com base nas análises feitas, pois
precisávamos pensar no processo de alfabetização recorrente da leitura realizada por meio de
obras literárias proporcionadas na escola.
A partir do estudo evidenciou-se a necessidade do professor ser um leitor para que
possa perceber a importância deste trabalho pedagógico envolvendo a leitura, desenvolvendo
assim habilidades relacionadas à leitura para formar leitores competentes.
Conforme a entrevista realizada surgiram reflexões pertinentes à prática pedagógica
com atividades diárias envolvendo leituras de obras literárias clássicas ou contemporâneas
com o objetivo de não distanciar o livro do leitor, desenvolvendo habilidades para a leitura e
a consequentemente para a escrita. Tal fazer pedagógico deve ocorrer de forma lúdica e
prazerosa.
Refletir sobre o processo nos fortaleceu enquanto professoras transformadoras que
auxiliam a criança em sua aprendizagem, oportunizando a troca de conhecimentos e
sentimentos, incentivando a pensar, questionar e construir suas próprias opiniões.
Na rede pública a escola possui um acervo de livros infantis que são repassados pelo
MEC, com orientações pedagógicas para que os professores possam realizar um trabalho com
linguagem literária e moderna. Sendo assim os professores do Ensino Fundamental em especial
1º, 2º e 3º anos buscam estratégias para a utilização da literatura infantil no processo de
aprendizagem tanto de leitura e escrita como também na sua vivência cotidiana.
Os professores reconhecem a importância da literatura infantil no processo de
aprendizagem do aluno, trabalhando com a imaginação, despertando o faz de conta nos alunos.
Uma estratégia muito utilizada pelos professores é oferecer momentos de leitura envolvendo a
família e realizando atividades os quais integrem a turma. São projetos de leitura, inseridos no
planejamento didático, em ambiente de sala de aula ou mesmo nos ambientes fora de sala de
aula, como biblioteca, brinquedoteca e outros.
Já na rede privada o projeto de leitura ocorre uma vez por semana, sendo as sextas -
feiras e tem como objetivo inserir as crianças no mundo da leitura significativa, proporcionando
situações diversificadas de leitura (escrita), na busca de sanar dificuldades encontradas no
cotidiano escolar nas diversas áreas de conhecimento. Após a leitura do livro as crianças
realizam uma atividade pedagógica, preenchendo uma ficha composta de questões sobre o
entendimento da leitura, depois é realizado um debate em sala onde as crianças socializam o
que assimilaram da atividade.
Com esse trabalho percebe - se que ainda o Ensino Fundamental tanto na rede pública
quanto na privada, precisam realizar um trabalho em vise tornar o hábito da leitura uma
atividade prazerosa. Os professores ainda precisam refletir e conhecer mais sobre o lúdico do
trabalho e que para que isso ocorra serão necessárias estratégias muito mais elaboradas e
realmente significativas neste fazer pedagógico.
REFERÊNCIAS
ALLIENDE, Felipe; CONDEMARIN, Mabel. A leitura: teoria, avaliação e
desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna,
2000.
CULLER, Jonathan. Teoria Literária: uma introdução. São Paulo: Beca Produções
Culturais, 1999.
CUNHA, Maria Antonieta. A Literatura Infantil Teoria e Prática, São Paulo: Ática, 1993.
DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luiza; JOVER,-FALEIROS, Rita (orgs). Leitura
de literatura na escola. São Paulo: Parábola, 2013.
ESTABEL, Lizandra Brasil; MORO, Eliane Lourdes da Silva. Bruxas, fadas, feiticeiras no
imaginário infantil. Coletânea editora Paulina. Porto Alegre: Paulinas , 2009.
FILHO, José Nicolau Gregorin. Literatura Infantil – Múltiplas linguagens na formação de
leitores. São Paulo: Melhoramentos, 2009.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto.
São Paulo: Contexto, 2012.
MACHADO, Maria Clara. A literatura deve dar prazer. Revista Nova Escola, São Paulo,
n.73, p. 45-48, Abr. 2001.
MALLMANN, Michelle de Carvalho. A Literatura Infantil no processo educacional:
despertando valores morais. Monografia, RS, 2011.
PILLETTI, Cláudio. Reflexões para o despertar da consciência ética. São Paulo: Fapec,
2010.
ROUXEL, Annie. Aspectos Metodológicos do Ensino da Literatura. In: DALVI, Maria
Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOFER-FALEIROS, Rita. Leitura de Literatura na
Escola. São Paulo: Parábola, 2013.
SANTOS, Fábio Cardoso dos. Alfabetizar letrando com a literatura infantil. São Paulo:
Cortez, 2013.
SARAIVA, Juracy Assmann. Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano de
ação. Porto Alegre: Artmed, 2001.
SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias uma arte semidade. 7° ed. São Paulo: Ática
RICHTER. Dieter til. Kindermedien. Berlim: Asthetik und Kommunikation, Verlang n2. Abr.
1977. Apud ZILBERMAN, 2003, p 36.
, 1997.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
UNESCO. Disponível em ///http www. unesco.gov.br. Acessado em 20/09/2015.
YUNES, Eliana. Ponde, Glória. Leitura e leituras da literatura infantil. 2 ed. São Paulo:
FTD, 1989.

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  • 1. A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO FAZER PEDAGÓGICO POR MEIO DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS Flávia Garcia da Rosa - UNAES (flavia.garcia26@hotmail.com) Vanuza Tino – UNAES (vanuzatino2009@hotmail.com) Monica Costa da Silva – UNAES (monica_leticia2009@hotmail.com) Eixo temático: Escutas dos/as professores/as da infância Categoria: Comunicação oral RESUMO Este artigo apresenta resultados obtidos por meio de pesquisa de cunho bibliográfico, o qual objetivou revelar a importância do fazer pedagógico por meio da literatura infantil nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A presente pesquisa, resultado do trabalho de conclusão de curso, propiciou a reflexão sobre a contribuição da literatura infantil no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança que se encontra em processo de alfabetização. Reconhecendo sua importância para o processo de aprendizagem de alunos das séries iniciais, verificando estratégias pedagógicas utilizadas nas escolas públicas e privadas com livros literários oferecidos às crianças, constatamos que as atividades pedagógicas efetivam a aprendizagem da leitura de forma prazerosa e construtiva. O método é de cunho qualitativo e a análise dos dados foi realizada por meio de questionários com perguntas direcionadas aos professores alfabetizadores; além das observações das atividades por eles aplicadas e que apresentam resultados significativos na aprendizagem das crianças. De acordo com os relatos foi possível perceber que os professores utilizam obras literárias no fazer pedagógico adequado à realidade dos alunos, envolvendo-os neste processo de aprendizagem. Os professores em estudos verificam a importância da literatura infantil inserida de forma interdisciplinar proporcionando a educação de qualidade. O fazer pedagógico ocorre de forma lúdica e vem em resposta às nossas indagações a respeito da importância da literatura infantil nas escolas em um trabalho sistematizado. Palavras-chave: Literatura Infantil; Leitura; Fazer Pedagógico. INTRODUÇÃO As observações e as leituras realizadas durante os estágios nos anos iniciais do Ensino Fundamental nos fez buscar e sistematizar pesquisas sobre o fazer pedagógico dos professores atuantes que utilizam a literatura infantil como estratégia pedagógica. Neste estudo cuja pesquisa foi de cunho bibliográfico contou com a colaboração de professores atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental que se encontram em processo
  • 2. de alfabetização e consequentemente de letramento. Ressaltamos que o objetivo deste estudo foi demonstrar a importância da literatura infantil no processo ensino aprendizagem dos alunos dos anos iniciais relacionado ao trabalho de leitura e escrita. Tal estudo baseou-se por meio da recolha e análise dos depoimentos dos professores entrevistados que em seu fazer pedagógico realizam atividades didáticas sistematizadas e que tem como resultados a aquisição de conhecimentos. A escolha deste tema foi um desafio que apesar de muito explorado ainda necessita de estudos aprofundados sobre a relevância da literatura infantil nas salas de aula, principalmente nos anos iniciais. A análise das relações que existem entre a literatura infantil e o desenvolvimento cognitivo das crianças tendo o professor como mediador deste processo favorece a construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades mentais necessárias no processo de aprendizagem relacionados à leitura e a escrita. Ao oferecer diferentes textos que aguçam a curiosidade dos alunos, o professor leva- os a experimentar momentos de descobertas reais ou simplesmente os fazem acreditar que não existem limitações e impossibilidades no mundo imaginário. Com esta investigação pudemos conhecer e compreender a importância do trabalho pedagógico com a literatura nas escolas e sua eficácia no processo de aprendizagem. Portanto, neste trabalho analisamos o fazer pedagógico de acordo com as respostas e nos baseando nas teorias de renomados educadores que consideram a literatura uma riqueza de saberes, a oportunidade de um trabalho lúdico, a promoção do letramento e o favorecimento de uma leitura de mundo. 1. A LEITURA E SUA IMPORTÂNCIA Utilizar a literatura infantil na sala de aula é ir além da leitura como rotina escolar. É importante que entendamos que a criança pertence a um grupo social e que esta estará em contato com culturas ricas e diversificadas. Valorizar as experiências sociais e culturais deste aluno nos indicará a interpretação que ocorrerá por meio da leitura. A literatura infantil desenvolve habilidades as quais abre portas para um universo além da imaginação, pois transporta o leitor a diversos mundos reais ou fictícios. A leitura é uma atividade interativa que proporciona a produção de sentido baseada em elementos linguísticos presentes no texto. Sendo assim destacamos que:
  • 3. A força da história é tamanha que o narrador e ouvintes caminham juntos na trilha do enredo e ocorre uma vibração recíproca de sensibilidades, a ponto de diluir-se o ambiente real ante a magia da palavra que comove e enleva. A ação se desenvolve e nós participamos dela, ficando magicamente envolvidos com os personagens. (SILVA, 1997, p.11). Em uma competição com a internet, televisão, rádio e o cinema, o livro geralmente é a última escolha. A existência de pessoas que não gostam de ler pode estar relacionada ao fato de não terem sido, na infância, apresentados de maneira prazerosa à literatura infantil. Sendo esta de extrema importância para o desenvolvimento humano, auxilia principalmente na formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. Os significados simbólicos da literatura infantil tornam mais fáceis o convívio social e a compreensão de certos valores básicos da conduta humana como a ética e moral. Moral definida como: Sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal.(VASQUEZ, 1998, p.84) Mesmo sabendo a relevância da literatura na vida da criança, a escola que tem o compromisso de estimular o desenvolvimento emocional e capacitar os alunos a expressar melhor suas ideias. É necessário tomar o cuidado para não transformar esse instrumento valioso, a leitura, em uma atividade cansativa pela sua obrigatoriedade. A obrigatoriedade da leitura para as crianças fazem com que se distanciem dos livros com o passar dos anos escolares. Segundo Maria Clara Machado (2001) “elas não gostam de ler e fazem-no por obrigação”. E um ponto preocupante é que os professores que cobram a leitura de seus alunos não possuem o hábito da leitura. Como afirma Machado (2001, p. 45) “não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”. A criança para adquirir o prazer pela leitura é motivada por dois fatores: a curiosidade e o exemplo. Sendo assim, ela tende a seguir o modelo da família e conta com o estímulo da escola. Mesmo a instituição assumindo essa responsabilidade, não se pode ignorar vícios e comportamentos, como a falta de leitura do núcleo familiar. A maior parte das famílias atuais são nucleares compostas basicamente pelo pai, pela mãe e pelos filhos e tem pouca capacidade de socializar seus filhos. Assim a escola, passa a tornar-se ainda mais responsável por esse processo. (PILLETTI, 2010, p. 97).
  • 4. Infelizmente no Brasil esse hábito deixa a desejar, pois de acordo com a UNESCO (2005) somente 14% da população o possui e delega toda a responsabilidade ao professor inábil para função. A literatura infantil desempenha importância fundamental no desenvolvimento cognitivo das crianças; além de desempenhar papel de socialização. No ambiente escolar, a literatura infantil torna-se um forte instrumento para ser trabalhado pelo docente, pois contribui diretamente na aquisição do conhecimento dos educandos. Envolve o conhecimento de gêneros textuais, importantes ferramentas para tornar o leitor competente e consequentemente um escritor competente. A aquisição de saberes faz com que o aluno amplie seu conhecimento de mundo (enciclopédico), tornando-se um sujeito crítico e participativo, o que é urgente em nossa sociedade. A formação desse sujeito só se faz por meio da leitura, da compreensão com sentido e da prática destes saberes adquiridos. Pensar o ensino da literatura e suas modalidades práticas supõe que se defina a finalidade desse ensino. É a formação de um sujeito livre, responsável e crítico – capaz de construir o sentido de modo autônomo e de argumentar sua recepção (...). É também, obviamente, a formação de uma personalidade sensível e inteligente, aberta aos outros e ao mundo que esse ensino da literatura vislumbra. (ROUXEL, 2013, p.20). Não tem como se discutir a literatura infantil sem antes buscar a necessidades históricas desse instrumento fundamental no desenvolvimento humano. Até meados do século XVII não se imaginava história para criança, pois ela fazia parte da sociedade como membro comum, ignorada da especificidade que a infância exige. A criança não era considerada como tal e exigia-se dela responsabilidades pertinentes aos adultos, por isso que ouvimos e lemos que eram consideradas como “adultos em miniatura”. Na sociedade antiga, não havia a “infância’’: nenhum espaço separado do” mundo adulto ’’. As crianças trabalhavam e viviam junto com os adultos, testemunhavam os processos naturais da existência (nascimento, doença, morte), participavam junto deles da vida pública (política), nas festas, guerras, audiências, execuções, etc., tendo assim seu lugar assegurado nas tradições culturais comuns: na narração de histórias, nos cantos, nos jogos. (MALLMANN, 2003, p. 36). Havia o descaso com a infância, já que a criança era considerada insignificante e não tinha papel importante na família. “Antes da constituição deste modelo familiar burguês, inexistia uma consideração especial para com a infância. Essa faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos
  • 5. eventos, porém nenhum laço amoroso especial os aproximava. A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente os meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e manipulação de suas emoções. Literatura infantil e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir esta missão”. (MALLMANN, 2003, p.15) A ideia de “Literatura Infantil” até bem pouco tempo não era composta de belos e coloridos livros destinados à distração e prazer das crianças em lê-los, folheá-los ou ouvir suas histórias contadas por alguém. Como era ligada à diversão ou ao aprendizado das crianças, obviamente sua matéria deveria ser adequada a este nível, mas como a criança era vista como um “adulto em miniatura”, os primeiros textos infantis resultaram na adaptação de textos para adultos. A valorização da literatura infantil, como fenômeno significativo e de amplo alcance na formação de mentes infantis e juvenis, bem como dentro da vida cultural das sociedades, é conquista recente. Ela veio influenciar inúmeras áreas de nossa sociedade e permitiu a revisão de muitos conceitos, inclusive os sobre artes. A literatura não pode mais ser considerada apenas como uma arte fechada em si mesma, ela deve provocar um diálogo com o leitor, para estimular a participação de seu público. Dessa forma, a literatura ocupou um espaço maior que o inicial, uma vez que se oferecem em linguagem capaz de seduzir a criança e os adultos, mesmo os que não têm familiaridade com a leitura. Um dos mais constantes impasses citados para superação de obstáculos à leitura é justamente o de interpretação. Assim, o texto é um exemplo de que o autor pressupõe a participação do leitor na construção do sentido, considerando a (re) orientação que lhe é dada. Nesse processo,ressalta-se que a compreensão não requer que os conhecimentos do texto e os do leitor coincidam, mas que possam interagir dinamicamente (ALLIENDE&CONDEMARIN, 2002, p. 126- 7, grifos do autor). Como a literatura infantil é considerada um dos recursos capazes de nos levar à reflexão sobre os conflitos sociais e psicológicos do homem, o namoro entre o texto e o leitor precisa ser despertado desde a mais tenra infância, com a ajuda de todos os meios, dentro e fora da escola. Sendo a questão literária hoje, estritamente ligada ao sistema educacional, não se pode pensar nela sem passar pela sala de aula. A prática pedagógica não se renova apenas na reformação de técnica de ensino ou na mudança de currículo, mas com uma nova visão de papel político a ser desempenhado pela educação. É com essa visão que a literatura infantil pode ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o
  • 6. mundo, lidar com a ciência, a cultura e o processo de trabalho, uma vez que se trata de um discurso que fala da vida. A escola, pouco a pouco, está tomando consciência da importância da literatura e buscando metodologias adequadas. Contudo, fica ainda um grande espaço vazio, que é aquele que se projeta para fora de casa. Sabemos que a educação realizada na escola só será eficaz se continuar seu processo além deste período obrigatório de estudo, tornado a leitura um valor básico para o nosso dia a dia. “A leitura, na nossa sociedade, é uma condição para dar voz ao cidadão, e mais, é preciso prepará-lo para tornar-se sujeito no ato de ler, como preconiza Paulo Freire: o livro deve levar a uma leitura/ interpretação da vida que ajude o indivíduo na transformação de si mesmo e do mundo”. (YUNES, 1989, p.34). A literatura infantil é a porta de um mundo autônomo que ultrapassa a última página do livro e permanece no leitor incorporado como vivência. Esse mundo se torna possível graças ao trabalho que o autor faz com a linguagem. Conforme Coelho (2000, p. 26), “A criança através da literatura infantil entra no texto e viaja no mundo da fantasia e do questionamento. Nesse sentido, a leitura pode ser vista, vivida, sentida, falada, ouvida e contada”. Sabemos que é através da leitura que o educando ampliará sua visão de mundo e suas interpretações da história, seja na leitura de palavras ou leitura de imagens. A função e a importância do uso de imagens na educação começaram a mudar, na prática escolar, durante a década de 80, quando iniciou no Brasil um movimento questionador da educação artística como disciplina escolar. Através da ampliação das discussões sobre as relações entre artes, educação e sociedade, buscava-se a melhoria da qualidade do ensino de arte. No entanto, muitos anos se passaram para que a imagem ocupasse um lugar de importância no ensino. Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) n° 9394/96 e com a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) em arte, os professores depararam-se com um enfoque coincidente com as discussões atuais. Hoje, essa disciplina é considerada como um conhecimento que envolve a experiência de refletir sobre a arte como objeto de ensino. A arte associada aos outros componentes curriculares que acrescentam à literatura infantil um olhar atento ao fazer estético. A criança nos anos iniciais do Ensino Fundamental não se importa se o que ela descreve está objetivamente presente na imagem ou não.
  • 7. Portanto, não é porque a literatura para crianças e jovens pode ser investigada sob essa perspectiva que ela se torna menor ou deixa de ser arte; pelo contrário, abrem-se, por meio dela, novas possibilidades interpretativas para que os docentes possam olhar com mais cuidado e com mais segurança para os livros e as atividades por meio deles criadas e aplicadas. (FILHO, 2009, p.65). Devido ao egocentrismo ela não distingue os elementos objetivos dos subjetivos e pensa que todos veem o que ela vê ao mesmo tempo em que não imagina o que os outros veem, ao olhar a mesma imagem que ela olha. O professor atento às ideias das crianças saberá quando e como enriquecer as suas leituras e contribuir para que a leitura de imagens possa cumprir a função de enriquecimento da vida e não apenas de fornecedora de informações. A leitura de imagens nas atividades pedagógicas aplicadas pelos professores dos anos iniciais traz benefícios à aprendizagem, enriquecendo a vida de nossas crianças. Portanto, a literatura é a porta de um mundo autônomo que ultrapassa a última página de um livro e permanece no leitor incorporado como vivência. Esse mundo se torna possível graças ao trabalho que o autor faz com a linguagem é conquista recente. Ela veio influenciar inúmeras áreas de nossa sociedade e permitiu a revisão de muitos conceitos, inclusive os sobre artes. A literatura não pode mais ser considerada apenas como uma arte fechada em si mesma, ela deve provocar um diálogo com o leitor, para estimular a participação de seu público. Dessa forma, a literatura ocupou um espaço maior que o inicial, uma vez que se oferecem em linguagem capaz de seduzir a criança e os adultos, mesmo os que não têm familiaridade com a leitura. Um dos mais constantes impasses citados para superação de obstáculos à leitura é justamente o de interpretação. Como a literatura é considerada um dos recursos capazes de nos levar à reflexão sobre os conflitos sociais e psicológicos do homem, o namoro entre o texto e o leitor precisa ser despertado desde a mais tenra infância, com a ajuda de todos os meios, dentro e fora da escola. Sendo a questão literária hoje, estritamente ligada ao sistema educacional, não se pode pensar nela sem passar pela sala de aula. (...) As leituras realizadas pelos alunos fora da sala de aula, de acordo Com a investigação etnográfica empreendida pela pesquisadora, apresentam um alto grau de dependência em relação às práticas de leituras escolares. As possibilidades de realização de leituras autônomas pelos alunos são influenciadas pelas possibilidades de acesso de livros e pelas táticas de escolarização da literatura desenvolvidas pelos professores, uma vez que inclusive a biblioteca escolar constitui-se como espaço que propicia e ao mesmo tempo controla leituras. (DALVI, 2013, p. 73).
  • 8. A prática pedagógica não se renova apenas na reformulação de técnica de ensino ou na mudança de currículo, mas com uma nova visão de papel político a ser desempenhado pela educação. É com essa visão que a literatura pode ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo, lidar com a ciência, a cultura e o processo de trabalho, uma vez que se trata de um discurso que fala da vida. 2. METODOLOGIA DA PESQUISA Para a realização da pesquisa foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, realizado por meio de levantamentos teóricos de autores que fundamentaram este trabalho ao qual propiciou uma investigação qualitativa, através de uma pesquisa de campo em escolas da rede pública e privada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Realizou - se uma entrevista com professores que atuam com crianças em processo de alfabetização com intuito de constatar a importância do processo de aprendizagem dos alunos na proposta didática da literatura infantil. Após a análise dos depoimentos e observações das atividades aplicadas pelas professoras regentes realizamos uma investigação que permitiu efetivarmos a necessidade do trabalho pedagógico nas escolas para desenvolver habilidades específicas para a leitura e a escrita, o resgate de valores essenciais na formação da criança; além de desenvolver o senso crítico e a criatividade. Ao descreverem em seus depoimentos que o sentido da literatura infantil está nas diversas estratégias que o professor utiliza em sala de aula para atingir os objetivos e assim promover a aprendizagem significativa. CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de investigação possibilitou articular as teorias estudadas às práticas realizadas pelas professoras atuantes nas salas de aula com alunos pertencentes aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Assim apresentamos algumas discussões com base nas análises feitas, pois precisávamos pensar no processo de alfabetização recorrente da leitura realizada por meio de obras literárias proporcionadas na escola.
  • 9. A partir do estudo evidenciou-se a necessidade do professor ser um leitor para que possa perceber a importância deste trabalho pedagógico envolvendo a leitura, desenvolvendo assim habilidades relacionadas à leitura para formar leitores competentes. Conforme a entrevista realizada surgiram reflexões pertinentes à prática pedagógica com atividades diárias envolvendo leituras de obras literárias clássicas ou contemporâneas com o objetivo de não distanciar o livro do leitor, desenvolvendo habilidades para a leitura e a consequentemente para a escrita. Tal fazer pedagógico deve ocorrer de forma lúdica e prazerosa. Refletir sobre o processo nos fortaleceu enquanto professoras transformadoras que auxiliam a criança em sua aprendizagem, oportunizando a troca de conhecimentos e sentimentos, incentivando a pensar, questionar e construir suas próprias opiniões. Na rede pública a escola possui um acervo de livros infantis que são repassados pelo MEC, com orientações pedagógicas para que os professores possam realizar um trabalho com linguagem literária e moderna. Sendo assim os professores do Ensino Fundamental em especial 1º, 2º e 3º anos buscam estratégias para a utilização da literatura infantil no processo de aprendizagem tanto de leitura e escrita como também na sua vivência cotidiana. Os professores reconhecem a importância da literatura infantil no processo de aprendizagem do aluno, trabalhando com a imaginação, despertando o faz de conta nos alunos. Uma estratégia muito utilizada pelos professores é oferecer momentos de leitura envolvendo a família e realizando atividades os quais integrem a turma. São projetos de leitura, inseridos no planejamento didático, em ambiente de sala de aula ou mesmo nos ambientes fora de sala de aula, como biblioteca, brinquedoteca e outros. Já na rede privada o projeto de leitura ocorre uma vez por semana, sendo as sextas - feiras e tem como objetivo inserir as crianças no mundo da leitura significativa, proporcionando situações diversificadas de leitura (escrita), na busca de sanar dificuldades encontradas no cotidiano escolar nas diversas áreas de conhecimento. Após a leitura do livro as crianças realizam uma atividade pedagógica, preenchendo uma ficha composta de questões sobre o entendimento da leitura, depois é realizado um debate em sala onde as crianças socializam o que assimilaram da atividade. Com esse trabalho percebe - se que ainda o Ensino Fundamental tanto na rede pública quanto na privada, precisam realizar um trabalho em vise tornar o hábito da leitura uma atividade prazerosa. Os professores ainda precisam refletir e conhecer mais sobre o lúdico do trabalho e que para que isso ocorra serão necessárias estratégias muito mais elaboradas e realmente significativas neste fazer pedagógico.
  • 10. REFERÊNCIAS ALLIENDE, Felipe; CONDEMARIN, Mabel. A leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2005. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000. CULLER, Jonathan. Teoria Literária: uma introdução. São Paulo: Beca Produções Culturais, 1999. CUNHA, Maria Antonieta. A Literatura Infantil Teoria e Prática, São Paulo: Ática, 1993. DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luiza; JOVER,-FALEIROS, Rita (orgs). Leitura de literatura na escola. São Paulo: Parábola, 2013. ESTABEL, Lizandra Brasil; MORO, Eliane Lourdes da Silva. Bruxas, fadas, feiticeiras no imaginário infantil. Coletânea editora Paulina. Porto Alegre: Paulinas , 2009. FILHO, José Nicolau Gregorin. Literatura Infantil – Múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo: Melhoramentos, 2009. KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012. MACHADO, Maria Clara. A literatura deve dar prazer. Revista Nova Escola, São Paulo, n.73, p. 45-48, Abr. 2001. MALLMANN, Michelle de Carvalho. A Literatura Infantil no processo educacional: despertando valores morais. Monografia, RS, 2011. PILLETTI, Cláudio. Reflexões para o despertar da consciência ética. São Paulo: Fapec, 2010. ROUXEL, Annie. Aspectos Metodológicos do Ensino da Literatura. In: DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOFER-FALEIROS, Rita. Leitura de Literatura na Escola. São Paulo: Parábola, 2013. SANTOS, Fábio Cardoso dos. Alfabetizar letrando com a literatura infantil. São Paulo: Cortez, 2013. SARAIVA, Juracy Assmann. Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano de ação. Porto Alegre: Artmed, 2001.
  • 11. SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias uma arte semidade. 7° ed. São Paulo: Ática RICHTER. Dieter til. Kindermedien. Berlim: Asthetik und Kommunikation, Verlang n2. Abr. 1977. Apud ZILBERMAN, 2003, p 36. , 1997. VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. UNESCO. Disponível em ///http www. unesco.gov.br. Acessado em 20/09/2015. YUNES, Eliana. Ponde, Glória. Leitura e leituras da literatura infantil. 2 ed. São Paulo: FTD, 1989.