O documento discute a importância da leitura como forma prazerosa de aprendizagem e desenvolvimento. Ele enfatiza a necessidade de envolver a comunidade escolar no incentivo à leitura, incluindo pais, professores e funcionários. Também destaca a importância do professor como mediador na seleção de textos adequados e no uso de estratégias pedagógicas para motivar os alunos.
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artigo: leitura
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A LEITURA: UM MOMENTO PRAZEROSO DE APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO
Claudia Cristiani Benitez*1
Eduardo Francisco Ferreira2
RESUMO: O presente artigo aborda questões ligadas à aprendizagem prazerosa da leitura. O
desenvolvimento da leitura no ambiente escolar é um desafio para o educador, já que a
atenção do aluno volta-se para um mundo mais dinâmico e visual como videogames, internet,
televisão entre outros. No primeiro momento a pesquisa apresenta a relevância do
envolvimento de toda comunidade escolar, para que a leitura ocorra de modo significativo e a
necessidade do professor como mediador estar em continua pesquisa para que esse consiga
habilidades de leitor a partir do contexto escolar. Partindo do pressuposto que todo o espaço
de aprendizagem exige uma organização que possa propiciar ao aluno condições para seu
desenvolvimento psíquico, viabilizaremos estratégias, práticas que auxiliem o trabalho dos
professores. A pesquisa bibliográfica foi à base de investigação para o desenvolvimento do
trabalho, o qual teve resultado positivo. A pesquisa revela que para conseguirmos com que os
alunos fiquem motivados a ler precisa-se levar em conta os meios pedagógicos utilizados, a
relevância de se trabalhar diferentes gêneros literários e a necessidade de envolver toda a
comunidade escolar.
PALAVRAS–CHAVE: Leitura. Aprendizagem. Desafio. Desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
A pesquisa bibliográfica se deu pela necessidade de realizar um estudo sobre os
aspectos relacionados à aquisição da leitura. Este artigo refere-se à leitura como possibilidade
prazerosa para aquisição de novos conhecimentos, abordando as formas de motivação
adequada, a participação efetiva da família no processo de aprendizagem e as estratégias
adequadas como um diferencial para promover o conhecimento. Discute-se o fato de que a
literatura é um caminho para identificação de experiências, sentimentos e pensamentos,
partindo do pressuposto de que a prática da leitura é fator fundamental para o
desenvolvimento de habilidades sociais do indivíduo, proporcionando-lhe um melhor
entendimento de seu meio e de seus pares, na construção de sua identidade e no convívio com
o diferente.
A vivência com diferentes gêneros pode auxiliar no ajustamento emocional e
satisfazer curiosidades a respeito de si, tendo contato com experiências alheias retratadas na
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Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, - UNIOESTE, Campus de Foz do Iguaçu,
Graduada em Pedagogia pelo Instituto Superior de Educação do Paraná, Especialista em Alfabetização,
Educação Infantil e Séries Inicias pela Faculdade de Ensino Superior de Marechal Candido Rondon.
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Orientador.
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literatura, possibilitando o individuo se deparar com algumas questões que pessoais, além de
auxiliá-los no entendimento das respostas e de possíveis soluções. O cidadão que lê se torna
autônomo, adquirindo mais informações e conhecimento, insere-se ativamente na
comunidade. Atentamos a escola como um espaço onde ainda se tem contato com livros, o
qual deve ser libertário, aonde o professor permita o aluno chegar ao conhecimento e no
momento certo o utilize na construção da cidadania.
Este artigo está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo abordaremos o
trabalho coletivo como um instrumento eficaz para desenvolver a leitura na escola.
Os docentes sabem que a participação da comunidade escolar tem um grande impacto
para se alcançar os objetivos. O espaço escolar é o local de encontro dos vários profissionais e
recebe uma clientela bastante diferenciada. É indispensável que seja elaborado um trabalho
pedagógico coletivo com objetivos delineado pelo projeto Politico Pedagógico.
Os pais e funcionário devem fazer parte do planejamento, traçar metas e fazer o
levantamento para identificar as formas de contribuição. A instituição deve permanecer aberta
a novos diálogos e rever constantemente seus currículos e práticas. A família é a primeira
estrutura social em que a criança se desenvolve, são os familiares as primeiras pessoas que se
preocupam com a saúde, o desenvolvimento motor, a aprendizagem das primeiras palavras e a
inculcação de sentido para os seus atos.
No segundo momento discutiremos a intervenção pedagógica apropriada que visa
promover aprendizagem relevante, o professor como mediador eficiente na relação ensino-
aprendizagem, sendo o inspirador e por isso a necessidade de pesquisar, inovar, procurar
técnicas para desenvolver novas habilidades e ampliar as capacidades do discente e a
relevância de se acompanhar as dificuldades e conquistas dos educandos.
O terceiro capítulo relata a importância das adaptações e interferência adequada para
alunos com transtorno de aprendizagem e traz algumas sugestões para que possamos
desenvolver as habilidades de leitura nesse aluno.
O artigo discute a compreensão do que se lê como condição para a autonomia do
sujeito como escritor, leitor proficiente, mudanças de atitude e participação efetiva na
sociedade.
1. A AÇÃO CONJUNTA PARA A APRECIAÇÃO DA LEITURA
Verificamos que a preocupação em promover a leitura e a escrita não é somente dos
educadores, os governantes estão atentos, pois os resultados obtidos nos últimos anos não são
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positivos. As últimas pesquisas revelam que os brasileiros saem do ensino fundamental sem
ter desenvolvido as competências que caracterizam o leitor proficiente.
Observamos que vários projetos estão sendo desenvolvido, como exemplos o projeto
Congresso de Leitura (Cole), a Associação de Leitura do Brasil (ALB), e o Jogo do Livro, do
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da UFMG (Ceale), atividades desenvolvidas no
âmbito do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), a construção de acervos das
bibliotecas escolares, a exemplo do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), o
programa Pró-Letramento em Alfabetização e Linguagem, desenvolvido em parceria entre o
MEC e universidades federais e secretarias de educação, aborda as atividades com literatura,
proporcionando encontros de formação e ampliação do acervo de livros.
O espaço escola favorece o desenvolvimento do hábito de ler, a partir do momento que
a comunidade escolar conhece os projetos e os programas de incentivo a leitura, facilita o
incentivo e a efetivação de uma ação diferenciada, visando despertar o prazer pela leitura e
explorando-a como fonte de informação importante na formação do sujeito consciente e
participativo. A competência adquirida nas trocas que, enquanto leitor, ela realiza, aperfeiçoa
a maneira de pensar, agir e criar.
Para garantir uma aprendizagem significativa precisa-se primeiro traçar o caminho,
para saber aonde quer chegar. A organização do trabalho pedagógica deve ser traçada junto à
comunidade.
É necessário entender que o projeto político pedagógico, mostra estratégias para
desenvolver o trabalho pedagógico e para elaborá-lo precisa-se da participação dos
funcionários, pais e alunos para que se sintam envolvidos no processo.
Esse projeto deve ser entendido como um processo que inclui a formulação de metas
e meios, segundo a particularidade de cada escola, por meio da criação e da
valorização de rotinas de trabalho pedagógico em grupo e da corresponsabilidade de
todos os membros da comunidade escolar, para além do planejamento de início de
ano ou dos períodos de “reciclagem” (BRASIL, PCNs, 1997 p. 48).
Mesmo que a instituição realize um bom trabalho não conseguirá consolidar o leitor
sem o respaldo da comunidade, os responsáveis precisa se sentir parte do processo. A
comunidade deve ser sensibilizada sobre a relevância do seu envolvimento no trabalho e de
sua responsabilidade quanto pai ou funcionário da escola. Ter claro que troca de experiência
deve fazer parte dos encontros familiares. A contação de histórias de vida, fábulas, lendas,
histórias fantásticas não devem ceder lugar a programas televisivos ou jogos eletrônicos,
atividades que estimulam o individualismo e não enriquece o diálogo.
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O ambiente escolar passa a não ser o único espaço a promover e interferir na formação
do leitor. A instituição tem a responsabilidade de avaliar criteriosamente o acervo, sendo
crítico e tendo conhecimento de referências para não submeter ai modismo dos temas e
adotarem obras elaboradas por encomenda de editoras sem demonstrar preocupação com a
qualidade do produto, promover debates e cursos de capacitação.
Não acredito que ninguém ensine outra pessoa a ler literatura. Pelo contrário, estou
convencida, isso sim, de que o que uma pessoa passa para outra é a revelação de um
segredo – o amor pela literatura. Mais uma contaminação do que um ensino [...] O
que leva uma criança a ler, antes de mais nada é o exemplo [...] (MACHADO, 2001
p. 118).
Para Machado (2001, p. 118), o que está faltando nos programas de conscientização à
leitura, é trabalhar com os familiares e professores o fato de que eles são o exemplo, todos
dizem que ler e bom, é útil, é importante, incentivam os meninos a ler, mas não vivem com as
obras literárias uma relação boa, importante, não leem. Sem isso não conseguem
verdadeiramente passar uma paixão de verdade.
A autora descreve o valor de se desenvolver momentos de leitura onde todos leem,
sem qualquer cobrança – desde a diretora ao porteiro. Salas de leitura para familiares e
professores, com uma estante cheia de livros bons, interessantes, para adultos, concursos, com
prêmios atraentes.
O estabelecimento de ensino precisa, portanto, de uma reflexão, saber qual é a meta
que se quer alcançar, quais capacidades deverão ser estimuladas, só então será possível
provocar, nos professores, nos pais e nos alunos uma compreensão sobre a leitura, a partir da
sua própria prática, para derrotar as falsas noções que continuam sendo utilizadas como
referências para a ação educativa, escolar e familiar. Segundo Paro (1997, p. 30), “a escola
deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações
relevantes sobre seus objetivos, recursos problemas e também sobre as questões
pedagógicas.”
A relação de parceria com a família facilita o educador conhecer a realidade de seus
alunos, e assim compreendê-los, respeitá-los e interferir de maneira eficiente que o leve
refletir sobre suas ações. Os responsáveis poderão envolver-se efetivamente com a instrução
cidadã das crianças.
O interesse e participação familiar são fundamentais. A escola necessita saber que é
uma instituição que completa a família, e que ambos precisam ser uns lugares
agradáveis e afetivos para os alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter princípios
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muitos próximos para o benefício do filho/aluno (TIBA, 1996, p. 140).
2. A INTERVENÇÃO PARA OBTER RESULTADOS POSITIVOS
Temos variedades de obras infantis e juvenis, somando-as as histórias clássicas o
professor tem uma variedade considerável de obras para realizar o seu trabalho, algumas
muito boas e outras de qualidade duvidosa. O educador preparado tem conhecimento sobre a
importância das obras literárias na formação do leitor, garantindo uma boa seleção, leva o
discente a se interessar em buscar novas literaturas.
O docente determina os objetivos, para que atinja a meta traçada, sugere-se dividir o
tempo, um momento para a leitura prazerosa e outro para realizar o estudo e análise do
discurso. Na primeira parte tem o objetivo de despertar o gosto pela literatura e na segunda
parte explorando diferentes gêneros textuais: características, função social, intenção,
informação implícita e explicita, interpretação, inferir o sentido de uma palavra ou expressão,
distinguir o tema, identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e análise
linguística.
As atividades que abordam os gêneros textuais nas aulas, segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs, BRASIL, 1997) objetivam aprimorar o ensino, adequando-o
às modificações sociais e culturais. Por meio do estudo dos diferentes gêneros textuais, o
aluno terá mais subsídios para desenvolver e ampliar a sua capacidade de expressão
linguística, podendo obter sucesso nas mais variadas situações comunicativas de que
participa. Por esse motivo, cremos ser pertinente, nas aulas conviver com a variedade
sociocultural e esta, por sua vez, pode ser materializada através da abordagem dos diferentes
gêneros textuais.
Assim, o aluno prepara-se para reconhecer os fatores fundamentais da textualidade e
as marcas linguísticas que a estabelecem, em consonância com o contexto de interação. Os
livros didáticos trazem gêneros textuais onde implica refletir sobre situações reais em seu uso
efetivo.
Uma das grandes contribuições que a educação escolar pode oferecer às crianças é a
aquisição da leitura, o domínio da escrita e a capacidade interpretativa. Esses são os
pontos importantes numa avaliação individual e de grupo. E ainda mostrar em que
medida a literatura faz diferença na vida das crianças, como entretenimento, como
contato com mundos diferentes, como possibilidade de o leitor se imaginar na pele
de outra pessoa. E operar mudanças em si próprias (PARREIRAS, 2009, p. 156).
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Não devemos desconsiderar a formação do profissional da educação, pois ele é
essencial agente na formação do leitor. A prática docente deve estar voltada para a
preocupação com o aluno e com a seleção de textos adequados a sua idade e as funções da
leitura na vida escolar. O professor juntamente com seus pares devem preocupar-se com sua
formação, buscando sempre informações sobre novos produtos existentes, novos caminhos de
aperfeiçoamento pessoal, conhecendo a obra e traçando metas claras terão mais segurança ao
trabalhar.
Acredita-se que mediante a formação continuada, adquira melhores esclarecimentos
para entender em que ponto os docentes podem ser mais diretos e aplicados para desenvolver
a leitura proficiente.
Cada um tem a sua maneira própria de organizar as aulas, de se movimentar na sala,
de se dirigir aos alunos, de utilizar os meios pedagógicos, uma maneira que se
constitui quase uma segunda pele profissional. O autor acredita que essa “segunda
pele profissional” precisa ser revelada nos cursos de formação continuada. É preciso
ouvir o professor e, a partir do que ele diz levá-lo a refletir sobre sua prática
pedagógica, sua prática enquanto leitor e escritor, investindo na possibilidade de
despertar do gosto e do prazer também nele, professor, a partir do reconhecimento
das práticas de leitura e escrita que efetivamente desenvolve (NÓVOA, 1998, p. 29).
É valiosa a intervenção do professor, pensar num mediador leitor e num ambiente
educacional agradável, é oferecer novas possibilidades para conseguir promover mudanças ao
processo educativo. O educador facilita o processo de busca de conhecimento, organiza,
coordena as situações de aprendizagem, adapta suas ações às características individuais dos
alunos, para desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais. “O ambiente escolar,
pautado nessas especificidades, deve se adaptar às necessidades de ensino dos alunos, assim
como os profissionais devem se preocupar com a forma de ensino que será proporcionada a
todos os indivíduos” (WEISS, 2008, apud BERNARDINO, 2007, p. 26).
Piérart (1997, apud SALLES, 2006, p. 41), menciona que os “distúrbios de leitura e
escrita atingem, de forma severa, cerca de 10% das crianças em idade escolar. Se forem
considerados também os distúrbios leves, este percentual chega a 25%”. Nesse âmbito,
estamos nos referindo à dislexia e TDAH.
É essencial, que o profissional conheça os vários tipos de distúrbios de leitura, para
conduzir o diagnóstico diferencial entre eles e, com base neste diagnóstico, realize a
intervenção apropriada. Sendo ainda cada caso um caso específico, devem ser levadas em
consideração as particularidades.
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Repensar, criticar e modificar a prática pedagógica são atitudes necessárias para se
construir conhecimento, promover a cultura, cidadania e inclusão.
Bryant e Bradley (1987, apud BITTENCOURT, 2006, p. 32) explicam que muitas
habilidades estão incluídas no aprendizado. A criança deve, por exemplo, distinguir e recordar
a aparência visual das letras do alfabeto e das palavras, dar conta dos diferentes sons que as
letras representam e como esses sons se agrupam em palavras, necessita aprender regras para
soletrar e ter conhecimento de sua língua para fazer deduções acerca de palavras que não
conhece.
Para a criança ler ela precisa desenvolver várias habilidades que irão fazer diferença
nesse processo: a memoria, a percepção, decomposição de palavras em seus sons, ligação de
padrões escritos e falados, aprendizado de regras e suas exceções e realizar inferências
linguísticas.
Levando em conta esse contexto é possível sugerir que: deixe a criança confortável
para esclarecer suas dúvidas, sentar à frente aquele que apresenta uma maior dificuldade,
respeitar os limites de cada indivíduo, destacar sempre os pontos positivos evitar que leia em
público, se isto for impossível, ele deve levar o material para casa para que se prepare antes,
nunca ridicularizar ou o discrimine por suas dificuldades, evitar textos longos, usando
materiais visuais, permitir, se necessário, recursos tecnológicos, fazer leitura coletiva, leituras
silenciosas e fazer leituras para interpretar.
O que o aluno pode aprender em determinado momento da escolaridade depende das
possibilidades delineadas pelas formas de pensamento de que dispõe naquela fase de
desenvolvimento, dos conhecimentos que já construiu anteriormente e do ensino que
recebe. Isto é, a intervenção pedagógica deve-se ajustar ao que os alunos conseguem
realizar em cada momento de sua aprendizagem, para se constituir verdadeira ajuda
educativa. O conhecimento é resultado de um complexo e intrincado processo de
modificação, reorganização e construção, utilizado pelos alunos para assimilar e
interpretar os conteúdos escolares (BRASIL, PCNs, 1997, p. 51).
Estudantes com TDAH que apresentam dificuldades na leitura geralmente não
apresentam problemas no reconhecimento de palavras; a decodificação fonológica se processa
bem, mas os problemas centram-se na compreensão. Sugestões de como ajudar:
O estudante com TDAH precisa ler pequenos textos oralmente enquanto os colegas
acompanham silenciosamente.
A ilustração de histórias facilita a compreensão.
Ressaltar as ideias fundamentais do texto antes de pedir que ele “leia-isso” ajudará o
estudante com TDAH a entender o que e mais relevante na leitura.
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Utilizar histórias gravadas em áudio ou vídeo.
Realização de leitura pelo professor.
Ler textos com auxilio de retroprojeto.
Leituras em duplas, onde um aluno lê para o outro. A ideia de monitoria entre alunos ou
entre professor-aluno vem sendo desenvolvida como um recurso facilitador para as crianças
com diferentes necessidades educativas especiais. Consiste em designar um colega de nível
mais adiantado que possa auxiliar temporariamente o aluno ate que ele possa realizar aquelas
atividades especificas sozinho.
Weisz, (2006, apud BERNARDINO, 2007, p. 39) afirma que é necessária uma
avaliação diagnóstica que leve em consideração a metodologia escolar, visto que muitos casos
que Weisz tem observado de dificuldade de aprendizagem não é orgânica e não está no aluno,
mas está em fatores externos como: atividades insignificantes, desrespeito ao ritmo individual
do aluno, falta de preparo do professor, entre outras causas que afetam a aprendizagem
levando a criança se sentirem discriminadas e sem motivação para aprender.
Para que as crianças tenham uma compreensão do texto é essencial que suas primeiras
experiências sejam conduzidas por um profissional experiente, aonde vai sanando as dúvidas
quanto ao significado das palavras, dificuldade em relação aos momentos históricos e
contextuais necessários para a compreensão do texto, isto requer que tenha conhecimento
prévio do texto, conhecimento de mundo.
Para se formar um leitor, a leitura deve ser uma prática constante na escola, onde o
objetivo é levar o leitor verificar as relações entre texto e contexto, as relações entre diferentes
textos, identificar a intensão, observar se o texto atende às expectativas do gênero textual,
estabelecer relação entre texto e ilustração e para esse caminho ser trilhado o mediador deve
estar ciente do objetivo proposto, clareza sobre onde quer chegar.
[...] capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos – para informar-
se, para interagir com outros, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar
conhecimentos, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para dar
apoio à memória, para catarse [...] (SOARES, 2003, p. 92, apud SILVA e
MARTINS, 2010, p. 38).
Oliveira e Spíndola (2008, apud OLIVEIRA, 2010, p. 46) ressaltam que estimular as
crianças a construir uma relação afetiva com a literatura, aprendendo o valor intelectual que
cada obra tem, favorece o desenvolvimento do gosto pelas histórias, poesias, entre tantos
gêneros literários.
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O momento da leitura deve ser prazeroso, permitir que as crianças saiam das
carteiras e fiquem à vontade para usufruir da história em um ambiente confortável.
O mediador de leitura conheça as instâncias do discurso literário, tais como os
personagens, o narrador, o espaço-tempo, o gênero e a relação que estes elementos
estabelecem entre si no desenrolar da narrativa, pois todos esses elementos estão
presentes no livro para crianças e jovens. Entendendo assim, ele pode perceber as
sutilezas e as muitas maneiras de ler um livro, e atender sempre às expectativas e
competências dos pequenos leitores (FARIA 2004, p.14, apud OLIVEIRA, 2010, p.
48).
A literatura deve fazer parte da rotina de adultos e crianças, muitas vezes as famílias
não possuem livros de literatura e a criança levando o livro da biblioteca escolar cobrará dos
seus pares o manuseio da obra. Antes de começar enviar livros para casa é importante que se
conscientize a família sobre a função social da leitura e a relevância da participação dos pais
nas atividades propostas.
Aplicação de projetos que aproximem as famílias da escola com o objetivo de ler e
atividades com a finalidade de “aguçar” a curiosidade em seus alunos, auxiliam a desenvolver
o gosto pela leitura, à criança precisa perceber que as pessoas que a rodeiam são leitores. O
discente só terá entusiasmo se o adulto lhe transmitir isso na fala, no olhar, o mediador deve
gostar do texto que está lendo.
CONSIDERAÇOES FINAIS
A prática da leitura é uma preocupação constante no ambiente escolar, é uma
habilidade necessária para desenvolver-se de forma plena na escola, e ter uma aprendizagem
significativa. A literatura desenvolve a imaginação, a criatividade, enriquece o vocabulário e
aumenta o repertório de informações.
A partir da pesquisa bibliográfica percebe-se a preocupação dos autores com a prática
dos docentes, com a formação do mesmo. Constatou-se que os educadores estão cientes da
necessidade de desenvolver um trabalho efetivo no sentido da formação do leitor
independente, crítico e reflexivo, fazer com que a leitura se torne algo prazeroso, capaz de
motivar o indivíduo a desejar ter um maior contato com a prática da leitura além do espaço
escolar, permitindo compreender e interpretar de forma autônoma os textos lidos.
Ressalta-se também, a necessidade percebida de uma atuação conjunta entre a escola e
a família, uma vez que a competência em ler é influenciada por fatores motivacionais,
cognitivos e contextuais. Um bom texto conduz a viagens imagináveis, de alegria, surpresas e
este estado harmonioso facilita a aprendizagem, as relações afetivas.
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Concluímos que há varias possibilidades de inserir atividades que amplie os saberes
proporcionados pelas obras literárias e desperte o prazer em manipulá-la. É fundamental que
os espaços sejam multiplicados, constituindo comunidades de leitores, para isso é importante
envolver toda a comunidade escolar, proporcionando experiências significativas de leitura
contribuindo para a capacidade leitora. Para uma criança se tornar uma leitora, deve ser
estimulada por meio de exemplos e pelo contato permanente com os livros e que no processo
de construção do comportamento leitor, a parceria entre a família e a escola é fundamental.
As pesquisas realizadas para buscar maneiras de incentivar a leitura de obras literárias
devem continuar, pois o mundo tecnológico está cada vez mais atraente e as pessoas cada vez
mais necessitando se relacionar, desenvolver a afetividade e participar ativamente das
atividades sociais através do conhecimento adquirido pela leitura.
READING: A PLEASANT MOMENT OF LEARNING AND
DEVELOPMENT
ABSTRACT: The present article discusses issues connected to the joyful learning through
reading. The development of reading at the school environment is a challenge for the teacher,
as the student's attention turns to some more dynamic, modern and visual communication
ways as video games, internet, television and more. At first, the research shows the
importance of the involvement of the whole school community, so that, reading occurs
significantly and the need for the teacher as mediator continues to be able to develop better
reading skills out from the school context. Assuming that all the learning spaces require an
organization that can provide the students with conditions for their psychic development,
enabling strategies, practices which will help the teacher´s work. The literature search was
based on research into the development of the work, which was positive. The research
revealed that, in order to get the students to be motivated on reading, it´s needed to take into
consideration the pedagogical means used, the relevance of working different literary genres
and the need to involve the whole school community.
KEYWORDS: Reading. Learning. Challenge. Development.
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