O documento discute várias teorias sobre a depressão, incluindo teorias comportamentais, psicanalíticas e existencialistas. A teoria comportamental de Seligman sobre o desamparo aprendido mostra que cães submetidos a choques inevitáveis desenvolvem comportamentos passivos. Teorias psicanalíticas como de Freud enxergam as autoacusações do deprimido como hostilidade ao objeto amado perdido. Teorias existencialistas destacam que o tempo parece mais lento para os deprimidos.
2. “As teorias da depressão que foram amais testadas e
aplicadas ao tratamento psicoterapêutico de humor
incluem as formulações interpessoal e cognitivo-comportamental.
Outras teorias incluem a teoria
psicanalítica de Freud, as teorias evolutivas, o
existencialismo, as perspectivas neurológica e
neuropsicológica, a teoria bioquímica e os modelos
animais” (BECK, p. 184)
3. TEORIAS COMPORTAMENTAIS
“Seligman sugeriu que o fenômeno do desamparo
aprendido em modelos animais poderia ser
significativamente análogo à depressão clínica em
humanos” (BECK, 184)
4. TEORIAS COMPORTAMENTAIS
“Em resumo, Seligman descobriu que, quando um cão
normal recebe treinamento de fuga-esquiva, ele
rapidamente aprende a evitar um choque movendo-se para
o lado seguro de uma caixa com dois compartimentos.
Contudo, constatou-se que cães que receberam choques
inevitáveis antes do treinamento de esquiva agiam de modo
diferente. Em vez de tentar fugir, os cães desistiam e
passivamente aceitavam o choque” (BECK, p. 184).
5. TEORIAS COMPORTAMENTAIS
Analogia – Desamparo aprendido – Depressão
Causa da depressão para a comportamental:
Arranjo específico de contingências de reforço com
punição inevitável.
6. TEORIAS COMPORTAMENTAIS
Analogia – Desamparo aprendido – Depressão
Para Ferster e Lewinsoh:
“a pessoa deprimida aumentaria o comportamento de
esquiva e fuga em situações nas quais seria possível obter
reforço positivo, e inversamente desenvolveria um
repertório comportamental passivo em circunstâncias nas
quais a fuga seria reforçadora, assim deixando de fugir da
punição (como no modelo de desamparo aprendido)”
(BECK, p. 184).
7. TEORIAS COMPORTAMENTAIS
Para Beck:
“Uma lição importante das teorias comportamentais é que
não se comprovou que fatores comportamentais isolados
induzam à depressão clínica. Além disso, intervenções
comportamentais puras não se mostraram efetivas no
tratamento da depressão clinicamente significativa” (BECK,
184).
Mas Beck também alerta que não foram suficientemente
testadas.
8. TEORIAS PSICANALÍTICAS
Para Abraham: Breve Estudo do Desenvolvimento da
Libido (1924):
... “concluiu que uma predisposição herdada ao
erotismo oral fixava o desenvolvimento psicossexual do
melancólico na fase oral” (BECK, 186).
9. TEORIAS PSICANALÍTICAS
Para Freud, em Luto eMelancolia
“As autoacusações do melancólico são vistas como
manifestações de hostilidade para com o objeto amado
perdido” (BECK, 186).
10. TEORIAS PSICANALÍTICAS
Para Melanie Kleine:
“Melanie Kleine acreditava que a predisposição à
depressão não dependia de uma série de incidentes
traumáticos, e sim da relação mãe-bebê no primeiro
ano de vida. Sua contribuição levou as especulações
psicanalíticas de volta ao primeiro ano de vida para
explicar os efeitos da introjeção e projeção no
desenvolvimento psíquico” (BECK, 186)
11. TEORIAS PSICANALÍTICAS
Para Melanie Kleine:
“Kleine sentia que a criança, com técnica defensiva,
nega a complexidade de seu objeto de amor e o vê
como todo bom ou todo mau. Esta tendência é
característica do adulto maníaco-depressivo” (BECK,
186)
12. TEORIAS EXISTENCIALISTAS
“Em 1959, Arieti publicou uma síntese das teorias
existencialistas da depressão. Ele assinalou que, de
acordo com os existencialistas, a ambivalência do
paciente maníaco-depressivo é diferente da do
esquizofrênico” (BECK, 189)
13. TEORIAS EXISTENCIALISTAS
“Enquanto o esquizofrênico odeia e ama ao mesmo
tempo, o maníaco-depressivo se alterna entre amor e
ódio. Segundo Arieti, Henry Ey considerava o estado
depressivo uma paralisação ou insuficiência de todas as
atividades vitais. Ey via a depressão como ‘uma
imobilidade patética, uma suspensão da existência,
uma síncope do tempo’. Como resultado, o paciente
vivencia um sentimento de incompletude, de
impotência e de irrealidade” (BECK, 189)
14. TEORIAS EXISTENCIALISTAS
“A questão da atitude dos pacientes deprimidos com o
tempo tem ocupado a atenção de muitos autores
existencialistas. Eles enfatizam que o tempo parece
estar mais lento para os pacientes deprimidos. Em sua
experiência subjetiva, somente o passado importa.
Memórias dolorosas dominam seu pensamento e os
fazem recordar de sua falta de valor e incapacidade de
realização” (BECK, 189)
15. Críticas de Aaron Beck às teorias anteriores:
1) Muitos autores tinham a tendência de atribuir algum
propósito aos sintomas (p. ex, Adler e a sua teleologia);
2) Alguns autores apresentaram formulações tão
complexas ou abstratas que não podem ser
correlacionadas com material clínico (Freud e Melanie
Kleine);
3) Falta de especificidade. O que é aplicado à depressão
também é aplicado a outros transtornos mentais.
4) As explicações dão conto de, no máximo, alguns dos
sintomas mas não de todo o quadro depressivo que
consiste em sintomas cognitivos, afetivos, emocionais,
físicos e vegetativos