SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22

Conceitos básicos de Émile Benveniste
Uma linguística da Enunciação
 Os postulados teóricos criados por Benveniste são
convencionalmente chamados de
Teoria da Enunciação
 Sua obra está dividida em 6 (seis) blocos temáticos:
 Transformações linguísticas;
 A comunicação;
 Estrutura e análises;
 Funções sintáticas;
 O homem na língua;
 Léxico e cultura.
Conceitos básicos de Émile Benveniste

 No texto “O aparelho formal da enunciação” (PLG
II), Benveniste apresenta a definição de Enunciação.
“A enunciação é este colocar em funcionamento a
língua por um ato individual de utilização ”
(p.82)
 Em outras palavras é;
O ato de dizer;
É a passagem da língua para a fala;
Enunciação é o processo e Enunciado é o produto
Conceitos básicos de Émile Benveniste

 Quadro da Enunciação
Conceitos básicos de Émile Benveniste
Quadro da
Enunciação
Quadro da
Enunciação
EuEu TuTu
Aqui/
Espaço
Aqui/
Espaço
Agora/
Tempo
Agora/
Tempo

 A noção de pessoa é abordada por Benveniste nos
textos; “A subjetividade da linguagem” (PLG I),
“A natureza dos pronomes” (PLG I) e “Estrutura
das relações de pessoas no verbo” (PLG II).
 Se a enunciação é um ato individual de utilização
da língua, quem realiza esse ato? R- A pessoa
 A noção de pessoa, conforme a tradição clássica
está relacionada as categorias dos pronomes
pessoais e do verbo.
Noção de Pessoa

 Benveniste é contra os estudos que afirma que
as três pessoas são:
1ª- a que fala
2ª- com quem se fala
3ª- a que fala
 Segundo ele, a pessoa:
Eu – pessoa subjetiva
Tu – pessoa não-subjetiva
Ele – não pessoa
Noção de Pessoa

Benveniste apresenta uma nova divisão:
- pronomes que pertencem à sintaxe (ele)
- pronomes que pertencem às instâncias do
- discurso: como signos que são atualizados na
instância do discurso pelo locutor (eu – tu)
 homem => indivíduo => locutor => pessoa ==>
“eu”
 Principalmente em textos falados
 O enunciado que tem “eu” inclui nele mesmo o
locutor
 Não tem uma única referência. Cada “eu” tem sua
referência própria – o ser único que enuncia
 “Eu” é aquele que enuncia a presente instância de
discurso que contém a instância linguística “eu”
 Isso pode ser explícito ou implícito no enunciado
Eu


Benveniste:
eu = não é um conceito, não se refere a um
indivíduo particular
“eu” – não tem um conteúdo/referente como
“árvore”; não designa um único indivíduo
Se refere ao ato de discurso individual no qual é
pronunciado, e lhe designa o locutor. E o locutor se
enuncia como sujeito.
Noção de pessoa

 Capacidade do locutor para se propor como sujeito
(no discurso, pela linguagem)
Subjetividade:

 “eu” se refere ao ato de discurso individual
no qual é pronunciado e lhe designa o locutor
 Sua referência é sempre atual (agora) e só
pode ser identificado na instância de discurso
 “eu” é do nível pragmático da linguagem:
signo + sujeito que emprega o signo
Noção de pessoa

 O sujeito se constitui lingüisticamente pela
enunciação do eu no enunciado.
 O eu se constitui como locutor no seu enunciado e
institui um tu, seu interlocutor.
Subjetividade

 O eu é o centro da enunciação. Só existe o tu
em função de um eu.
 O eu instaura o tu.
 Só existe um eu porque existe um tu.
 A consciência de si mesmo só é possível se
expermentada por contraste.
Intersubjetividade

 O eu e o tu trocam de posição durante um diálogo.
Intercambialidade
 Sobre o ele: conteúdo representativo da
enunciação, enunciado. Passa a ser visto como
elemento integrante e constituidor da
enunciação.
 Não só o eu e o tu estão na relação semântica,
mas também o ele. O eu (quem diz) só se
constitui como sujeito de discurso e só institui o
tu (para quem diz) como seu interlocutor em
função de um ele (o que é dito).
 A não-pessoa (ele) é elemento constitutivo da
relação interpessoal.
Noção de pessoa
 Segundo Fiorin (1999):
 EU: quem fala, eu é aquele que diz eu;
 TU: aquele com quem se fala, aquele a quem o
eu diz tu, e por esse fato se torna interlocutor;
 ELE: aquele de que eu e tu falam. Pode ser
qualquer coisa, pode representar qualquer
sujeito.
Noção de pessoa
 Segundo Fiorin (1999):
 NÓS: não é soma de eu, mas a soma de um eu e um
não-eu. Inclusivo – eu + tu. Exclusivo - eu + eles
 VÓS/VOCÊS : é o plural de tu, e a soma de tu +
ele/ eles;
 ELES: é o plural de ele.
Noção de pessoa

 “Papos” (Verissimo, 2001, p.65-66)
– Me disseram...
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
– Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
– O quê?
– Digo-te que você...
Importância do sujeito

– O “te” e o “você” não combinam. [...] O que você ia
me dizer?
– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que
eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. [...] Mais uma
correção e eu...
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
Importância do sujeito

– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. [...]
– Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
– Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas
dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
– Por quê?
– Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
Importância do sujeito

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O funcionalismo linguistico
O funcionalismo linguisticoO funcionalismo linguistico
O funcionalismo linguisticoFrancione Brito
 
Lingua em uso linguagem e lingua
Lingua em uso   linguagem e linguaLingua em uso   linguagem e lingua
Lingua em uso linguagem e linguaMoises Ribeiro
 
ANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICO
ANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICOANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICO
ANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICOFrancis Mary Rosa
 
Linguística i saussure
Linguística i  saussureLinguística i  saussure
Linguística i saussureGuida Gava
 
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochIntertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochmarimidlej
 
Coesão textual e operadores argumentativos
Coesão textual e operadores argumentativosCoesão textual e operadores argumentativos
Coesão textual e operadores argumentativosWillma Frazão
 
Formalismo x funcionalismo
Formalismo x funcionalismoFormalismo x funcionalismo
Formalismo x funcionalismoDaniele Silva
 
A comunicação humana - Introdução à Linguística
A comunicação humana - Introdução à LinguísticaA comunicação humana - Introdução à Linguística
A comunicação humana - Introdução à LinguísticaMaria Glalcy Fequetia Dalcim
 

Mais procurados (20)

Introdução à Linguística
Introdução à LinguísticaIntrodução à Linguística
Introdução à Linguística
 
Análise de (do) discurso
Análise de (do) discursoAnálise de (do) discurso
Análise de (do) discurso
 
O funcionalismo linguistico
O funcionalismo linguisticoO funcionalismo linguistico
O funcionalismo linguistico
 
Gerativismo
GerativismoGerativismo
Gerativismo
 
Teorias da enunciação
Teorias da enunciaçãoTeorias da enunciação
Teorias da enunciação
 
Aula iv introdução ao pensamento de bakhtin
Aula iv   introdução ao pensamento de bakhtinAula iv   introdução ao pensamento de bakhtin
Aula iv introdução ao pensamento de bakhtin
 
Texto e textualidade
Texto e textualidadeTexto e textualidade
Texto e textualidade
 
Análise do discurso anita
Análise do discurso   anitaAnálise do discurso   anita
Análise do discurso anita
 
Lingua e-linguagem2
Lingua e-linguagem2Lingua e-linguagem2
Lingua e-linguagem2
 
Estruturalismo - Introdução à Linguística
Estruturalismo - Introdução à LinguísticaEstruturalismo - Introdução à Linguística
Estruturalismo - Introdução à Linguística
 
Lingua em uso linguagem e lingua
Lingua em uso   linguagem e linguaLingua em uso   linguagem e lingua
Lingua em uso linguagem e lingua
 
ANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICO
ANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICOANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICO
ANÁLISE DO DISCURSO: UM ITINERÁRIO HISTÓRICO
 
Linguística i saussure
Linguística i  saussureLinguística i  saussure
Linguística i saussure
 
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochIntertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_koch
 
Textualidade e a construção dos sentidos
Textualidade e a construção dos sentidosTextualidade e a construção dos sentidos
Textualidade e a construção dos sentidos
 
Linguística textual
Linguística textualLinguística textual
Linguística textual
 
Sociolinguística
SociolinguísticaSociolinguística
Sociolinguística
 
Coesão textual e operadores argumentativos
Coesão textual e operadores argumentativosCoesão textual e operadores argumentativos
Coesão textual e operadores argumentativos
 
Formalismo x funcionalismo
Formalismo x funcionalismoFormalismo x funcionalismo
Formalismo x funcionalismo
 
A comunicação humana - Introdução à Linguística
A comunicação humana - Introdução à LinguísticaA comunicação humana - Introdução à Linguística
A comunicação humana - Introdução à Linguística
 

Semelhante a Benveniste e a noção de pessoa

A filosofia do diálogo de Martin Buber
A filosofia do diálogo de Martin BuberA filosofia do diálogo de Martin Buber
A filosofia do diálogo de Martin BuberFelipe Pinho
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoRose Moraes
 
O texto e suas tessituras
O texto e suas tessiturasO texto e suas tessituras
O texto e suas tessiturasSérgio Assis
 
A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)
A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)
A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)Francis Paula
 
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagas
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso    carmem e chagasA concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso    carmem e chagas
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagasMarcos Silvabh
 
Resenha a linguagem em uso
Resenha  a linguagem em usoResenha  a linguagem em uso
Resenha a linguagem em usoEdneide Lima
 
Slides SuperAula - Termos essenciais.pdf
Slides SuperAula - Termos essenciais.pdfSlides SuperAula - Termos essenciais.pdf
Slides SuperAula - Termos essenciais.pdfTatianePessoa9
 
Texto e discurso as vozes presentes no texto
Texto e discurso   as vozes presentes no textoTexto e discurso   as vozes presentes no texto
Texto e discurso as vozes presentes no textoRoberta Scheibe
 
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02Edilson A. Souza
 
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconhar
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconharAULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconhar
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconharswizzydejesus
 
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)  A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro) Mabel Teixeira
 
As representações discursivas da palavra
As representações discursivas da palavraAs representações discursivas da palavra
As representações discursivas da palavraUNIFRA
 

Semelhante a Benveniste e a noção de pessoa (20)

Resumo estudo
Resumo estudoResumo estudo
Resumo estudo
 
Resumo
Resumo Resumo
Resumo
 
A filosofia do diálogo de Martin Buber
A filosofia do diálogo de Martin BuberA filosofia do diálogo de Martin Buber
A filosofia do diálogo de Martin Buber
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandão
 
308
308308
308
 
O texto e suas tessituras
O texto e suas tessiturasO texto e suas tessituras
O texto e suas tessituras
 
A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)
A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)
A teoria da_enunciacao_no_filme_estamos_juntos_(1)
 
Semântica
SemânticaSemântica
Semântica
 
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagas
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso    carmem e chagasA concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso    carmem e chagas
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagas
 
Resenha a linguagem em uso
Resenha  a linguagem em usoResenha  a linguagem em uso
Resenha a linguagem em uso
 
Slides SuperAula - Termos essenciais.pdf
Slides SuperAula - Termos essenciais.pdfSlides SuperAula - Termos essenciais.pdf
Slides SuperAula - Termos essenciais.pdf
 
Texto e discurso as vozes presentes no texto
Texto e discurso   as vozes presentes no textoTexto e discurso   as vozes presentes no texto
Texto e discurso as vozes presentes no texto
 
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02
 
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconhar
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconharAULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconhar
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconhar
 
Oqueeouvir
OqueeouvirOqueeouvir
Oqueeouvir
 
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)  A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
 
Prof magarete aula_1
Prof magarete aula_1Prof magarete aula_1
Prof magarete aula_1
 
95046107 cole-4293
95046107 cole-429395046107 cole-4293
95046107 cole-4293
 
ling.pptx
ling.pptxling.pptx
ling.pptx
 
As representações discursivas da palavra
As representações discursivas da palavraAs representações discursivas da palavra
As representações discursivas da palavra
 

Último

PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 

Benveniste e a noção de pessoa

  • 1.  Conceitos básicos de Émile Benveniste Uma linguística da Enunciação
  • 2.  Os postulados teóricos criados por Benveniste são convencionalmente chamados de Teoria da Enunciação  Sua obra está dividida em 6 (seis) blocos temáticos:  Transformações linguísticas;  A comunicação;  Estrutura e análises;  Funções sintáticas;  O homem na língua;  Léxico e cultura. Conceitos básicos de Émile Benveniste
  • 3.   No texto “O aparelho formal da enunciação” (PLG II), Benveniste apresenta a definição de Enunciação. “A enunciação é este colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização ” (p.82)  Em outras palavras é; O ato de dizer; É a passagem da língua para a fala; Enunciação é o processo e Enunciado é o produto Conceitos básicos de Émile Benveniste
  • 4.   Quadro da Enunciação Conceitos básicos de Émile Benveniste Quadro da Enunciação Quadro da Enunciação EuEu TuTu Aqui/ Espaço Aqui/ Espaço Agora/ Tempo Agora/ Tempo
  • 5.   A noção de pessoa é abordada por Benveniste nos textos; “A subjetividade da linguagem” (PLG I), “A natureza dos pronomes” (PLG I) e “Estrutura das relações de pessoas no verbo” (PLG II).  Se a enunciação é um ato individual de utilização da língua, quem realiza esse ato? R- A pessoa  A noção de pessoa, conforme a tradição clássica está relacionada as categorias dos pronomes pessoais e do verbo. Noção de Pessoa
  • 6.
  • 7.  Benveniste é contra os estudos que afirma que as três pessoas são: 1ª- a que fala 2ª- com quem se fala 3ª- a que fala  Segundo ele, a pessoa: Eu – pessoa subjetiva Tu – pessoa não-subjetiva Ele – não pessoa Noção de Pessoa
  • 8.  Benveniste apresenta uma nova divisão: - pronomes que pertencem à sintaxe (ele) - pronomes que pertencem às instâncias do - discurso: como signos que são atualizados na instância do discurso pelo locutor (eu – tu)
  • 9.  homem => indivíduo => locutor => pessoa ==> “eu”  Principalmente em textos falados  O enunciado que tem “eu” inclui nele mesmo o locutor  Não tem uma única referência. Cada “eu” tem sua referência própria – o ser único que enuncia  “Eu” é aquele que enuncia a presente instância de discurso que contém a instância linguística “eu”  Isso pode ser explícito ou implícito no enunciado Eu
  • 10.
  • 11.  Benveniste: eu = não é um conceito, não se refere a um indivíduo particular “eu” – não tem um conteúdo/referente como “árvore”; não designa um único indivíduo Se refere ao ato de discurso individual no qual é pronunciado, e lhe designa o locutor. E o locutor se enuncia como sujeito. Noção de pessoa
  • 12.   Capacidade do locutor para se propor como sujeito (no discurso, pela linguagem) Subjetividade:
  • 13.   “eu” se refere ao ato de discurso individual no qual é pronunciado e lhe designa o locutor  Sua referência é sempre atual (agora) e só pode ser identificado na instância de discurso  “eu” é do nível pragmático da linguagem: signo + sujeito que emprega o signo Noção de pessoa
  • 14.   O sujeito se constitui lingüisticamente pela enunciação do eu no enunciado.  O eu se constitui como locutor no seu enunciado e institui um tu, seu interlocutor. Subjetividade
  • 15.   O eu é o centro da enunciação. Só existe o tu em função de um eu.  O eu instaura o tu.  Só existe um eu porque existe um tu.  A consciência de si mesmo só é possível se expermentada por contraste. Intersubjetividade
  • 16.   O eu e o tu trocam de posição durante um diálogo. Intercambialidade
  • 17.  Sobre o ele: conteúdo representativo da enunciação, enunciado. Passa a ser visto como elemento integrante e constituidor da enunciação.  Não só o eu e o tu estão na relação semântica, mas também o ele. O eu (quem diz) só se constitui como sujeito de discurso e só institui o tu (para quem diz) como seu interlocutor em função de um ele (o que é dito).  A não-pessoa (ele) é elemento constitutivo da relação interpessoal. Noção de pessoa
  • 18.  Segundo Fiorin (1999):  EU: quem fala, eu é aquele que diz eu;  TU: aquele com quem se fala, aquele a quem o eu diz tu, e por esse fato se torna interlocutor;  ELE: aquele de que eu e tu falam. Pode ser qualquer coisa, pode representar qualquer sujeito. Noção de pessoa
  • 19.  Segundo Fiorin (1999):  NÓS: não é soma de eu, mas a soma de um eu e um não-eu. Inclusivo – eu + tu. Exclusivo - eu + eles  VÓS/VOCÊS : é o plural de tu, e a soma de tu + ele/ eles;  ELES: é o plural de ele. Noção de pessoa
  • 20.   “Papos” (Verissimo, 2001, p.65-66) – Me disseram... – Disseram-me. – Hein? – O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”. – Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”? – O quê? – Digo-te que você... Importância do sujeito
  • 21.  – O “te” e o “você” não combinam. [...] O que você ia me dizer? – Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. [...] Mais uma correção e eu... – O quê? – O mato. – Que mato? Importância do sujeito
  • 22.  – Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. [...] – Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser. – Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia. – Por quê? – Porque, com todo este papo, esqueci-lo. Importância do sujeito