Introdução à Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem
1. INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA E
SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM
Prof. Me. Dhenise Araújo
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DISCIPLINA: SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM
2. “Objetivos da aula
Conceito de semiologia e
semiotécnica
Processo de enfermagem
Métodos propedêuticos
Na prática
Referências
ROTEIRO
3. OBJETIVOS DA AULA
3
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Compreender
as etapas que
compõem a
primeira fase
do Processo
de
Enfermagem
Entendimento
de técnicas
básicas para
realização do
exame físico
Abranger
metodologia
para
realização da
entrevista de
enfermagem
4. ▸ A Semiologia é a investigação e o estudo dos sinais e sintomas apresentados
pelo paciente, centrados na realização do exame físico;
▸ A Semiotécnica diz respeito ao estudo e ensino da técnica e dos procedimentos
necessários ao cuidar que sucedem ao exame físico.
▸ O ensino da Semiologia e Semiotécnica demanda conhecimentos integrados
às disciplinas do ciclo básico, como Anatomia, Histologia, Fisiologia e Patologia
(POSSO, 2006).
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CONCEITO DE SEMIOLOGIA E
SEMIOTÉCNICA?
5. PROCESSO DE ENFERMAGEM
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma
atividade privativa do Enfermeiro. No Brasil foi desenvolvido no ano de
1970 pela Enfermeira Wanda Horta. Esta pesquisa teve como objetivo
Conhecer o contexto histórico, processo de implantação e obstáculos da
Sistematização da Assistência de Enfermagem.
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(SANTOS, 2014)
6. PROCESSO DE ENFERMAGEM
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▸ 1) Histórico de Enfermagem;
▸ 2) Diagnóstico de Enfermagem;
▸ 3) Planejamento de Enfermagem;
▸ 4) Implementação;
▸ 5) Avaliação de Enfermagem;
(COFEN, 2009)
7. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
▸ Consiste na coleta de dados
referentes ao estado de saúde do
paciente, ocorre a anamnese e exame
físico.
▸ As informações coletadas precisam
ser claras e fidedignas, para que o
perfil de saúde/doença do paciente
seja estabelecido.
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8. ANAMNESE
▸ Coleta de dados do prontuário de saúde, registros de outros
profissionais da equipe multiprofissional, resultados de
exames laboratoriais, exames de imagem e entrevista.
▸ Anamnese ana= trazer de volta, recordar
mnese: memória
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9. O QUE PERGUNTAR NA ANAMNESE?
• Identificação do paciente;
• Queixa principal;
• História da queixa;
• Antecedentes pessoais e familiares;
• História familiar e social;
• Hábitos e vícios;
• Comportamentos de saúde;
• Interrogatório sobre os diversos aparelhos;
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10. AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ERRO NO
ESTABELECIMENTO DO DIAGNÓSTICO:
▸ Anamnese incompleta ou preenchidos erroneamente;
▸ Exame físico superficial ou realizado rapidamente;
▸ Avaliação precipitada;
▸ Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos
exames físicos disponíveis.
11. DIAGNÓSTICO
▸ Os dados coletados são analisados e interpretados criteriosamente;
▸ O enfermeiro deve ter capacidade de análise, julgamento, síntese e
percepção, ao interpretar os dados;
▸ Baseiam-se nos problemas reais (voltados para o presente) e nos
problemas potenciais (voltados para o futuro).
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12. PLANEJAMENTO
▸ Consiste em: estabelecimento de prioridades para os diagnósticos de
Enfermagem, fixação de resultados a fim de minimizar ou evitar problemas,
registro escrito dos diagnósticos de Enfermagem, dos resultados
esperados e das prescrições de Enfermagem de modo organizado;
▸ É realizado um plano de ações para se alcançarem resultados em relação
a um diagnóstico de Enfermagem
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13. IMPLEMENTAÇÃO
▸ Momento para os profissionais de enfermagem colocarem em prática as
ações listadas na fase do planejamento. Em outras palavras, é a
assistência que será realizada.
▸ Exemplo: administração de medicamentos, realização de higiene do
paciente, aferição de sinais vitais, entre outras medidas.
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14. AVALIAÇÃO
▸ Consiste em acompanhar as respostas do paciente aos cuidados
prescritos (por meio de anotações no prontuário e nos locais próprios),
da observação direta da resposta do paciente à terapia proposta, bem
como do relato do mesmo.
▸ O enfermeiro avalia o progresso do cliente, institui medidas corretivas
e, se necessário, revê o plano de cuidados.
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15. MÉTODOS PROPEDÊUTICOS
▸ INSPEÇÃO: processo de observação, no qual os olhos e o nariz são
utilizados na obtenção de dados do paciente;
▸ PALPAÇÃO: técnica que permite a obtenção de dados a partir do tato e
da pressão;
▸ PERCUSSÃO: baseia-se nas vibrações e sons originados de pequenos
golpes realizados em determinada superfície do organismo;
▸ AUSCULTA: procedimento que emprega o estetoscópio, a partir do qual
se obtém ruídos considerados normais ou patológicos.
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(MENEGÓCIO; PIVELLO; QUEIROZ, 2021).
16. INSPEÇÃO
▸ Primeiro procedimento executado no exame físico.
▸ Essa técnica avalia cores, formas, simetria e
cavidades corpóreas através de uma observação
detalhada da superfície do corpo do paciente.
▸ Iluminação adequada;
▸ Utilizar lanterna para inspeção de cavidades;
▸ Respeitar a privacidade do paciente.
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17. PALPAÇÃO
▸ Permite a identificação de modificações de
textura, espessura, consistência,
sensibilidade, volume e dureza.
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18. TIPOS DE PALPAÇÃO
▸ Palpação com mão
espalmada, usando-
se toda a palma de
uma ou de ambas
as mãos.
▸ Palpação com uma
das mãos sobrepondo-
se à outra.
▸ Palpação com mão
espalmada, usando
apenas as polpas
digitais e a parte
ventral dos dedos
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19. TIPOS DE PALPAÇÃO
▸ Palpação usando-se
o polegar e o
indicador, formando
uma pinça. Avalia o
turgor.
▸ Palpação com o
dorso dos dedos.
Avalia a
temperatura.
▸ Dígito-pressão, que é
realizada com a polpa do
polegar, comprimindo
uma área. Avalia dor e
detecta edema.
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20. TIPOS DE PALPAÇÃO
▸ Puntipressão, utilizando um objeto
pontiagudo (não cortante). Avalia
a sensibilidade dolorosa
▸ Fricção com algodão, utilizando
uma mecha de algodão, roçando-
se de leve na pele.. Avalia a
sensibilidade tátil.
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21. TIPOS DE PALPAÇÃO
▸ Percussão direta,
golpeando-se
diretamente com as
pontas dos dedos
da região-alvo
▸ Percussão dígito- digital,
golpeando-se com um dedo a
borda ungueal ou a superfície
dorsal da segunda falange do
dedo médio ou indicador da
outra mão
▸ Punho-percussão, a mão
deve ser mantida fechada
golpeando-se a área com
a borda cubital. Verifica
sensação dolorosa nos
rins.
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22. TIPOS DE PALPAÇÃO
▸ Percussão com a borda da mão, os
dedos ficam estendidos e unidos
golpeando-se a região desejada com
a borda ulnar. Também verifica
sensação dolorosa nos rins
▸ Percussão por piparote, com uma
das mãos o examinador golpeia o
abdome com piparotes, enquanto
a outra mão espalmada na região
contralateral capta ondas líquidas.
Pesquisa ascite (barriga d’água).
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23. AUSCULTA
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Busca por ruídos considerados normais ou
patológicos, no exame de vários órgãos,
através da utilização de um estetoscópio.
26. ABDOME
▸ Ruídos hidroaéreos e sopros
▸ É importante que se realize a ausculta do abdome
antes de realizar a percussão e palpação, pois
estas podem estimular o peristaltismo e encobrir
uma hipoatividade dos ruídos hidroaéreos. Os
sons auscultados são de alta frequência e
intensidade.
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27. NA PRÁTICA – CASO CLÍNICO
▸ S.N.V, 6 anos, sexo feminino, compareceu a consulta pediátrica acompanhada da sua mãe.
Durante o exame físico, a enfermeira identificou IMC 30 e percentil acima de 95, identificando
uma obesidade grau 1. A mãe relatou que a menina ganhou peso no último ano, devido a
pandemia da covid-19. Ao ser questionada sobre os hábitos de vida e alimentação do último
ano, a mãe disse que devido a “correria” do dia a dia precisou incluir alimentos industrializados
e mais práticos na alimentação. Informou, também, que trabalhou em home office e precisou
dividir a atenção entre a filha e seu trabalho. Nesse contexto, diversas vezes oferecia
achocolatados, iogurtes, bolinhos industrializados, refrigerante e biscoitos. A mãe muito
chorosa falou que não possui rede de apoio e que é mãe solo, nesse sentido, foi um ano difícil
e que utilizou de recursos práticos para manter a filha alimentada e com entretenimento. Além
da alimentação, utilizou recursos audiovisuais como celulares, desenhos e filmes para mantê-
la quieta durante o seu período de reuniões. Na consulta também foi realizada a avaliação da
pressão arterial com valor igual a 120×80 mmHg. A enfermeira perguntou sobre histórico
familiar de hipertensão e a mãe disse que tanto ela quanto o pai da criança possuem
hipertensão, bem como obesidade...
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28. NA PRÁTICA – CASO CLÍNICO
▸ Diante dos fatos, quais os diagnósticos de enfermagem podem ser identificados?
A) Pressão arterial elevada; IMC elevado; Estilo de vida sedentário e Alimentação com
déficit de carboidrato.
B) Pressão arterial elevada; IMC elevado, Estilo de vida sedentário e nutrição
desequilibrada.
C) Pressão arterial dentro do valor de normalidade; Obesidade; Estilo de vida sedentário e
Alimentação deficiente.
D) Pressão arterial dentro do valor de normalidade; Sobrepeso; Estilo de vida sedentário e
Grau de conhecimento da família deficiente.
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29. RESPOSTA
▸ Resposta: B - Considera-se pressão arterial elevada em crianças valores maiores ou iguais
ao percentil 90, de acordo com sexo, idade.
▸ Além disso, como descrito no exame físico, a criança apresentava índice de massa corporal
elevado de acordo com seu peso e altura, sugerindo uma Obesidade Grau 1. O risco para
hipertensão e obesidade estão associados ao estilo de vida sedentário da criança, com
ausência de atividades físicas e excesso de exposição às telas. A anamnese durante a
consulta revelou a ingesta de uma alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, bem
como o excesso de alimentos com alto teor de açúcares.
29 Fonte: PEBMED (2022)
30. Referências
BENSENOR, I.M.; ATTA, J. A.; MARTINS, M. A. Semiologia clínica. São Paulo: Sarvier, 2002.
CARPENITO-MOYET, L. J. Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática clínica. 10ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
COFEN. RESOLUÇÃO COFEN-358/2009. 2009. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 26 jun. 2022.
GONÇALVES, A. M. P.; TANNURE, M. C. Sistematização da assistência de enfermagem: guia prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
HORTA, W. A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 1979.
KAWAMOTO, E. Emi. Fundamentos de Enfermagem. 2ª Ed. São Paulo: EPU Editora, 1997.
KOCH, R. M. Técnicas Básicas de Enfermagem. 24ª ed. Curitiba Pr, 2007.
MENEGÓCIO, A. M.; PIVELLO, L. G. P.; QUEIROZ, P. H. B. Descomplicando o exame físico de enfermagem. Autografia, 2021.
PORTO, C.C. Exame Clínico: Bases Para a Prática Médica. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
POSSO, M. B. S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006.
POTTER, P. A; PERRY,A. Fundamentos de Enfermagem. RJ: Elsevier, 2009.
SANTOS, W. N. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem: o contexto histórico, o processo e obstáculos da implantação. JMPHC| Journal of Management & Primary
Health Care, v. 5, n. 2, p. 153-158, 2014.