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A ESTRUTURAÇÃO DA CONTROLAODRIA ORGANIZACIONAL:
UMA PROPOSTA DE UM MODELO PRÁTICO PARA MÉDIAS E
PEQUENAS EMPRESAS
Francisco Silva Antônio de Carvalho [1]
RESUMO
A importância da implementação de modernas práticas de gestão nas grandes
empresas tem provocado uma demanda por tais práticas também nas médias e
pequenas organizações. Disseminar estes conhecimentos por certo fará com
que tais organizações tornem-se mais sólidas e melhor estruturadas do ponto de
vista de controle de processos e por uma busca de uma eficácia possível
através de tais ferramentas.
Palavras-chaves: Implementação; Controladoria; Auditoria; Auditagem.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa utiliza-se do método de pesquisa bibliográfica com a
aplicação de técnica qualitativa bibliográfica para buscar atender ao objetivo
principal de apresentar uma modelagem para a aplicação das ferramentas de
controle organizacional em larga escala nas organizações a través da
disseminação dos conceitos a serem abordados.
A sociedade tem utilizado de diversas ferramentas de gestão nas
organizações, sejam elas empresariais ou não. No setor público a prática de
controladoria nos remotas ao início da Republica (1889). Daí, nestes órgãos a
as ferramentas serem tão utilizadas.
Nas organizações empresarias ou do terceiro setor, as práticas de
Controladoria são mais recentes, segundo o que afirma PADOVEZE (2003).
Somente a partir da década de 80, com a abertura do mercado interno, sob a
influência das grandes companhias internacionais, principalmente as
americanas, é que houve uma maior disseminação de tais práticas de controle
no processo de gestão. Esta conceituação está de acordo com (BEUREN,
2002), que afirma que os profissionais americanos vinham ao Brasil com a
função de ensinar as teorias e práticas contábeis e a implementação de um
sistema de informações capaz de atender aos diferentes usuários, além de
manter o controle operacional das empresas.
Em pleno século XXI diversas facilidades têm levado as organizações a terem
acesso às ferramentas de gestão. Modelos aplicados tornaram-se universais e
estão sendo disseminados por todo o planeta. Há exceções.
Na área de controladoria esta disseminação tem sido mais lenta e de forma
desordenada. As fontes bibliográficas são poucas e de difícil acesso para as
médias e pequenas empresas.
Posto os aspectos acima esta pesquisa tem por objetivo disseminar
conhecimentos contextualizados acerca do tema proposto buscando incentivar
a implementação das práticas de controladoria nas médias e pequenas
empresas.
Ao abordar este tema, leva-se em conta a experiência do autor com a
implementação de um projeto de controladoria em uma grande organização
não governamental, com a atuação em consultoria pública para a função e com
a atuação acadêmica.
1 UM BREVE HISTÓRICO DA FUNÇÃO DA CONTROLADORIA
NO BRASIL
A conceituação do termo controladoria é fundamental para entender o
processo de desenvolvimento desta função no Brasil. Mossimann e Fisch
(1993. p. 85), afirmam que, a Controladoria pode ser conceituada como um
conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da
Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da
Contabilidade, que se ocupam da gestão Econômica das empresas, com a
finalidade de orientá-las para eficácia.
A Escola americana é a principal escola que difundiu as práticas de gestão
organizacional para o mundo.
Enquanto a escola italiana é clássica e está fundamentada nas informações
contábeis puras, a escola Americana trabalha com a visão neoclássica da
contabilidade e de princípios de gestão financeira.
Kanitz (1976), ressalta que em função do progressivo aumento das
organizações e vertiginoso e complexos crescimentos dos sistemas de gestão,
a contabilidade passa a ser uma fonte de informações preciosas. Estas
informações a partir de então tomam um novo rumo entra em curso o
surgimento de um sistema chamado de controladoria. Este sistema tem a
função de avaliar e mensurar resultados das organizações, evoluindo para o
“Management Control Systems’ (sistemas de controle gerencial)” , ou ERP.
A evolução do comércio internacional, o próprio desenvolvimento da indústria
nacional com a abertura de novos mercados tem proporcionado às empresas
nacionais fazerem parte deste avança também na gestão organizacional.
O que já é praticado no setor público desde final do século XXI, inicia da
república precisa ser propagado para as organizações médias e pequenas
deste início de século. O conhecimento intelectual é uma forma de promover o
desenvolvimento das organizações.
Para Tung (1972, p. 27), abordava que não havia espaço naquela época para a
implementação da controladoria em pequenas organizações, devido ao conflito
de interesse ser protagonizado muitas vezes por um único executor.
Ressaltava que nas médias e grandes empresas haveria espaço, nas quais os
cargos são bem delimitados permitindo que uma pessoa possa executar
poucas funções. Há de se convencionar que é possível pensar em um modelo
prático que permita que através de procedimentos de auditagem qualquer
organização pode ser mensurada e avaliada.
Em divergência, Yoshitake (1984, p. .29) considera que as funções da
controladoria podem ser exercidas em qualquer organização. Exatamente em
função da ausência de pessoas capacitadas e de funções bem definidas é que
um processo de controle precisa ser implementado. Se a abordagem for do
ponto de vista econômico financeiro, como em qualquer outra decisão a
relevância deve ser sob a ótica de relevância e da utilidade dos processos a
serem auditados.
Através das atividades de Controladoria, diversas decisões passam a ser
norteadas por critérios sistematizados. Lógico que fatores humanos podem
interferir e até mesmos impedir tais práticas. A implementação da controladoria
em qualquer organização provoca um choque de reflexão.
Dentre as diversas abordagens sobre o tema, a definida por Kanitz (1976, p. 6)
parece ser a mais coerente com a cultura organizacional no Brasil, pois, a
considera como um órgão administrativo, com subordinação aos que estão nos
topo das organizações, fornecendo a esta autoridade informações relevantes
nas áreas a que propõe atuar, em especial a Contabilidade, a Administração, a
Economia e aos processos inerentes ao sistema de controladoria. Tais
Conhecimentos devem considerar dados qualitativos e quantitativos.
Estes aspectos históricos permitem entender para onde irá este movimento da
controladoria. Com certeza para uma maior eficácia das organizações que
aceitarem a proposta de implementação de tais ferramentas de gestão.
2 A CONTROLADORIA FUNCIONAL
O que era um modelo contábil de aferição de resultados, que levava em
consideração principalmente os índices de liquidez de uma organização e que
olhava apenas para o passada evoluiu. A principal função da controladoria
contábil, que era executada por um controle externo já não é mais assim. A
controladoria expandiu as suas funções da mesma forma que as organizações
expandiram as suas fronteiras. Kanitz (1976) estabelece como função
primordial da Controladoria a direção e implementação dos sistemas os quais
ele dividia-os da seguinte forma: Informação, Motivação, Coordenação,
Avaliação, Planejamento (Orçamento) e Acompanhamento. Este era o
modelo proposto pela escola americana no início dos anos 70.
As empresas são consideradas sistemas abertos e por isso sofrem influências
positivas, negativas e até mesmo neutras. A controladoria ao ser implementada
pode ser carregada por estas influências. Este mesmo autor Kanitz (1976)
sugere uma função de controladoria em três atos: Informação, Análise e
Comunicação. O projeto de controladoria deve contemplar que tipo de
informação e a quem esta se destina.
Os principais autores sobre o tema controladoria, em suma, têm abordado a
função da controladoria sobre o aspecto de uma estrutura formalizada,
engessada e inorgânica.
Vale ressaltar que esta visão, normalmente está de acordo com a proposta das
literaturas publicadas, ou seja, a leitura de literatura americana que ao ser
traduzida, acaba abordando o trema para grandes organizações.
Ao abordar este tema, leva-se em conta a experiência do autor com a
implementação de um projeto de controladoria em uma grande organização
não governamental, com a atuação em consultoria pública para a função e com
a atuação acadêmica.
Para o senso comum controle é classificado como burocracia que trava o
andamento dentro das organizações ou que o custo do controle é superior aos
seus benefícios, ou também que apenas está sendo exercido para produzir
"efeitos psicológicos" (YOSHITAKE, 1984, p. 43).
É exatamente este autor, que classifica suas atividades em Controladoria
Tradicional (contábil) e Serviço de Informações Gerenciais, contribuição
esta mais relevante para a administração (YOSHITAKE, 1984, p. 21-23):
É importante ressaltar que existem diversos tipos de classificação dos processo
de auditagem, mas é relevante destacar a seguinte classificação da
controladoria:
3 CLASSIFICAÇÃO DA CONTROLADORIA
Quanto à origem a Controladoria pode ser Interna ou Externa, sendo pública
ou de natureza privada. O controle externo pode ser exercido por órgãos
fiscalizadores ou por estruturas públicas definidas em Lei. Uma estrutura
pública definida em Lei são os Tribunais de Contas dos Estados e Municípios
que fiscalizam as unidades Federativas e os Municípios. Já a atuação de órgão
fiscalizadores são as mais diversas possíveis, desde pareceres de auditores
independentes, de investidores, de fornecedores e compradores, até mesmo
de órgãos de certificação, acreditação e de qualidade.
A controladoria, dentre outras ferramentas de gestão faz o uso contínuo de
processos de Auditagem. A Auditoria, será de natureza interna, quando seus
próprios colaboradores executam as rotinas do processo de auditagem.
Quando os auditores pertencem à outra estrutura de auditagem, diz-se que
esta é de natureza externa. Em diversos casos o controlador interno prepara as
informações para atenderem aos interesses internos da organização e também
para os interessados externos.
4 A ESTRUTURA DA CONTROLADORIA PARA MÉDIAS E
PEQUENAS EMPRESAS
Há que se esclarecer que os critérios para a definição de Pequenas e médias
empresas são diferentes para diversos órgãos. Enquanto Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
utilizam a quantidade de trabalhadores para a definição do termo, a Receita
Federal do Brasil (RFB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES)
utilizam o critério de faturamento anual.
Não há na literatura pesquisada nenhuma proposta diferenciada de estrutura
para médias e pequenas empresas.
A controladoria, segundo diversos autores pesquisados, entre eles Kanitz
(1976) Yoshitake (1984), o que se encontra é a definição como órgão de
gestão que deve estrar subordinado a uma estrutura formal no topo da
organização; esta pode ser órgão de linha ou de assessoria. É exatamente este
aspecto que será abordado nos próximos tópicos. A estrutura básica da
controladoria é a seguinte:
Nesta modelagem a seguir são apresentado os níveis hierárquicos de uma
organização, independente do tamanho ou das suas estruturas internas.
Imagem 1. Estrutura do projeto básico de controladoria, desenvolvido pelo
autor.
Nesta modelagem é abordado apenas o nível tático, ressaltando que é a este
nível que a controladoria deve estar submetida.
Observa-se que esta é uma estrutura organizacional de funções. Dentro desta
estrutura estão inseridos o controlador e os auditores
Imagem 2. Hierarquia dentro da controladoria
Vível Tático
Controladoria
Nível Estratégico
Nível Operacional
CONTROLADORIA
(Controller)
AUDITORIA
Auditores
Orçamento Planejamento Fiscal Tributária
Subordinaçãoverticalizada
Se for o caso de uma pequena estrutura organizacional esta terá apenas as
funções que considerar relevantes.
Outra perspectiva é com o surgimento da função do controller autônomo ou das
empresas especializadas em controladoria empresarial, que implantam, dão
suporte e prestam serviços diversos de padronização de procedimentos.
Este tem atuado como consultor, estabelecendo junto à organização o projeto
de controladoria e executa de acordo com a necessidade da organização,
sendo imprescindível que haja um projeto básico de controladoria;
5 UMA PROPOSTA DE PROJETO DE CONTROLADORIA E
AUDITORIA INTERNA
Este capítulo abordará a visão deste autor sobre o tema, uma vez que os
modelos propostos são baseados em organizações de grande porte. Não há
nenhuma literatura que proponha ou que aborde o tema com profundidade ou
que disponibilize modelos de formulários padronizados e aplicáveis em
pequenas estruturas organizacionais.
Uma primeira consideração é que para a implementação da controladoria é
preciso definir o projeto básico a ser implantado. O projeto básico é que
definirá todos os procedimentos a serem adotados. O projeto básico norteará
os passos do Controller e das auditagens, bem como dos objetivos das
auditorias.
O projeto deve ser implementado levando em consideração a estrutura
organizacional.
O projeto básico da controladoria deve contemplar o seguinte:
 Definição do projeto;
 Edição da norma de controle;
 Normatização do processo;
 Elaboração das listas de verificação ou chek list;
 Elaboração do formulário de Identificação da norma, com os devidos
objetivos e cronogramas e do formulário de resumo ou escopo;
 Elaboração do formulário de Relatório de Visita e
 Elaboração do modelo de parecer
A seguir serão descritos as principais informações sobre cada parte do projeto:
Definição do projeto
Nesta parte deve ser elencado o objetivo do projeto de controladoria a serem
implementado, bem como os itens os setores a serem auditados. Lembre-se de
que o projeto deve estar de acordo com os objetivos gerais da organização.
Edição da norma de controle
A norma de controle deve ser específica e identificável. Por exemplo, uma
norma deve conter o ano de edição, o número da norma, a empresa ou
organização, o departamento ou gerência e por último o nome da norma. Uma
vez editada, a mesma deve ser arquivada impressa e disponibilizada para os
interessados na norma em formato digital não editável, tipo Arquivo PFD. Por
exemplo, uma norma das Organizações das Nações Unidas sobre saúde
pública ficaria assim: 2015_0001_ONU_CMS_Universalização da saúde. Se
fosse de uma média ou pequena empresa, seriam os mesmos os critérios.
Normatização do processo.
Nesta parte é preciso definir a modelagem do processo, evidenciando o tipo de
Auditoria , se parcial ou total e a periodicidade.
Elaboração das listas de verificação ou cheque list;
Esta listagem deve ser de acordo com os objetivos específicos da Auditagem.
Se for uma norma sobre estoque de produtos perecíveis, a mesma deve
contemplar os itens a serem verificados. Por exemplo, aplicação do método
Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), data de entrada e de saída de
cada produto; prazo de validade, se estoque alto, que medidas foram tomadas
para reduzir estoque, data da última compra, observação de estoque mínimo
para compras, se o produto tem troca pelo fornecedor, se está sendo feito o
procedimento de trocas.
A lista de verificação deve contemplar todos os itens a serem observados,
sendo na parte inicial inserido a data, os auditores e a auditagem.
Elaboração do formulário de Identificação da norma, com os devidos
objetivos e cronogramas e do formulário de resumo ou escopo;
O formulário de identificação deve conter as informações sobre a empresa ou
organização, o departamento ou setor, a data de realização e os auditores,
além de outras informações necessárias.
Elaboração do formulário de Relatório de Visita.
Este formulário pode ser separado do escopo, ou até mesmo ser uma
continuidade do mesmo. É importante evidenciar que este relatório pode ser
por tópicos ou em texto corrido.
Elaboração do modelo de parecer
Outro documento importante é o modelo de parecer. Tudo precisa ficar bem
definido no projeto, pois, a equipe de auditores precisará estar livre para a
execução das tarefas de auditagem e elaboração do parecer final, que é
diferente do relatório de execução.
A sugestão é que o parecer seja elaborado em texto corrido, descritivo e
extremamente objetivo.
A seguir são disponibilizados os formulários citados. Estes formulários foram
desenvolvidos a partir de observações e elaboração do autor, com adaptações
das propostas dos alunos do 6° período de Administração da FACELI através
da atividade de elaboração de um projeto básico de Controladoria e Auditoria
empresarial no ano de 2015
Modelo 1 Formulário de lista de verificação
EMPRESA/ORGANIZAÇÃO
Endereço:
IDENTIFICAÇÃO DA
AUDITORIA – Norma X
Visita n°/ano
Auditor Responsável
Membros da equipe:
Departamento/ Setor a ser
avaliado - principal
Âmbito de auditoria:
ITEM SITUAÇÃO/CONFORMIDADE COMENTÁRIOS
SIM NÃO
Assinatura e carimbo Auditor Responsável _____________________________
Assinatura e carimbo Responsável / Setor_____________________________
Data: ____/____/____
Modelo 2 Formulário de Identificação da norma, com os devidos objetivos e
cronogramas e o resumo ou escopo com o relatório da Auditoria.
EMPRESA/ORGANIZAÇÃO
Endereço:
IDENTIFICAÇÃO DA AUDITORIA –
Norma X
Visita n°/ano
Auditor (a) Responsável
Equipe
Cronograma das atividades
Data Horário Auditor Atividade
Área auditada/
Observação
Considerações:
Assinatura e carimbo Auditor Responsável
_____________________________
Assinatura e carimbo Responsável /Setor_____________________________
Data: ____/____/____
RELATÓRIO DE AUDITORIA
IDENTIFICAÇÃO DA AUDITORIA
Data da auditoria: Organização:
Norma de auditoria de referência:
Equipe de auditores
Responsável:
Membros:
Departamentos / Setores auditados:
Roteiro sequencial da lista de verificação
Atividade
Documen
to ou
Setor
Dia e Hora
Comentários ou
observações
,
CONFERÊNCIAS
Documentos verificados: ( Listar os documentos, processos ou outros
que se apliquem.)
Evidencias de conformidade:
Evidencias de não conformidade:
COMENTÁRIOS E OPORTUNIDADES DE MELHORIA
Estes comentários não devem fugir do conteúdo da norma, não podem
ser subjetivos.
DESCRIÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE:
Em caso de não conformidade grave, esta deve ser evidenciada.
Assinatura e carimbo Auditor Responsável ________________________
Assinatura e carimbo Responsável /Setor_________________________
Data: ____/____/____
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa surgiu devido à necessidade do fomento de ferramentas de
gestão estratégica para médias e pequenas empresas concernentes ao tema
proposto. Evidenciar a aplicação dos métodos de Controle e de Auditagem
para estas empresas é fundamental para que as mesmas desenvolvam-se.
Constatou-se que a aplicação das ferramentas propostas muitas vezes torna-
se difícil, não pela complexidade das mesmas, mas devido à ausência de
conhecimentos que estejam disponibilizados para os gestores. As grandes
organizações têm, até por força de lei, no caso da publicação de seus balanços
e pela necessidade de dar publicidades aos seus resultados econômicos
acesso a tais ferramentas. Popularizar os conceitos de Controladoria e
Auditoria é possível; Disponibilizar ferramentas em mundo digital é viável. Cabe
aos que detêm o conhecimento propor a sua popularização para o mundo
global dos negócios que também está acessível para as Médias e pequenas
empresas.
NOTAS
[1] Professor Especialista, coordenador do Curso de Administração da
Faculdade de Ensino Superior de Linhares (FACELI). Bacharel em
Administração de empresas, especialista em Gestão Empresarial,
consultor em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria Empresarial.
fncosilva@uol.com.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEUREN, Ilse Maria. O papel da controladoria no processo de
gestão.Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre:
Bookman(2002): 15-38.
KANITZ, Stephen Charles. Indicadores contábeis financeiros previsão de
insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira.
Indicadores contábeis e financeiros de previsão de insolvência: a
experiência da pequena e média empresa brasileira (1976).
MOSSIMANN, Clara Pellegrino; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na
administração de empresas. Florianópolis: UFSC, 1993. p.85.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional:
conceitos, estrutura, aplicação. Pioneira Thomson Learning, 2003.
TUNG, Neguyen H. Controladoria financeira das empresas. São Paulo: Editora
Universidade Empresa, 1972.
YOSHITAKE, Mariano. Funções do controller: conceitos e aplicações do
controle gerencial. São Paulo. 1982. Dissertação ( Mestrado em Ciências
Contábeis)- Programa de Pós-Graduações em Ciências Contábeis,
Departamento Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração
e Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo.

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Implementando controle em PMEs

  • 1. A ESTRUTURAÇÃO DA CONTROLAODRIA ORGANIZACIONAL: UMA PROPOSTA DE UM MODELO PRÁTICO PARA MÉDIAS E PEQUENAS EMPRESAS Francisco Silva Antônio de Carvalho [1] RESUMO A importância da implementação de modernas práticas de gestão nas grandes empresas tem provocado uma demanda por tais práticas também nas médias e pequenas organizações. Disseminar estes conhecimentos por certo fará com que tais organizações tornem-se mais sólidas e melhor estruturadas do ponto de vista de controle de processos e por uma busca de uma eficácia possível através de tais ferramentas. Palavras-chaves: Implementação; Controladoria; Auditoria; Auditagem. INTRODUÇÃO A presente pesquisa utiliza-se do método de pesquisa bibliográfica com a aplicação de técnica qualitativa bibliográfica para buscar atender ao objetivo principal de apresentar uma modelagem para a aplicação das ferramentas de controle organizacional em larga escala nas organizações a través da disseminação dos conceitos a serem abordados. A sociedade tem utilizado de diversas ferramentas de gestão nas organizações, sejam elas empresariais ou não. No setor público a prática de controladoria nos remotas ao início da Republica (1889). Daí, nestes órgãos a as ferramentas serem tão utilizadas. Nas organizações empresarias ou do terceiro setor, as práticas de Controladoria são mais recentes, segundo o que afirma PADOVEZE (2003). Somente a partir da década de 80, com a abertura do mercado interno, sob a influência das grandes companhias internacionais, principalmente as americanas, é que houve uma maior disseminação de tais práticas de controle no processo de gestão. Esta conceituação está de acordo com (BEUREN, 2002), que afirma que os profissionais americanos vinham ao Brasil com a função de ensinar as teorias e práticas contábeis e a implementação de um
  • 2. sistema de informações capaz de atender aos diferentes usuários, além de manter o controle operacional das empresas. Em pleno século XXI diversas facilidades têm levado as organizações a terem acesso às ferramentas de gestão. Modelos aplicados tornaram-se universais e estão sendo disseminados por todo o planeta. Há exceções. Na área de controladoria esta disseminação tem sido mais lenta e de forma desordenada. As fontes bibliográficas são poucas e de difícil acesso para as médias e pequenas empresas. Posto os aspectos acima esta pesquisa tem por objetivo disseminar conhecimentos contextualizados acerca do tema proposto buscando incentivar a implementação das práticas de controladoria nas médias e pequenas empresas. Ao abordar este tema, leva-se em conta a experiência do autor com a implementação de um projeto de controladoria em uma grande organização não governamental, com a atuação em consultoria pública para a função e com a atuação acadêmica. 1 UM BREVE HISTÓRICO DA FUNÇÃO DA CONTROLADORIA NO BRASIL A conceituação do termo controladoria é fundamental para entender o processo de desenvolvimento desta função no Brasil. Mossimann e Fisch (1993. p. 85), afirmam que, a Controladoria pode ser conceituada como um conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupam da gestão Econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para eficácia. A Escola americana é a principal escola que difundiu as práticas de gestão organizacional para o mundo. Enquanto a escola italiana é clássica e está fundamentada nas informações contábeis puras, a escola Americana trabalha com a visão neoclássica da contabilidade e de princípios de gestão financeira.
  • 3. Kanitz (1976), ressalta que em função do progressivo aumento das organizações e vertiginoso e complexos crescimentos dos sistemas de gestão, a contabilidade passa a ser uma fonte de informações preciosas. Estas informações a partir de então tomam um novo rumo entra em curso o surgimento de um sistema chamado de controladoria. Este sistema tem a função de avaliar e mensurar resultados das organizações, evoluindo para o “Management Control Systems’ (sistemas de controle gerencial)” , ou ERP. A evolução do comércio internacional, o próprio desenvolvimento da indústria nacional com a abertura de novos mercados tem proporcionado às empresas nacionais fazerem parte deste avança também na gestão organizacional. O que já é praticado no setor público desde final do século XXI, inicia da república precisa ser propagado para as organizações médias e pequenas deste início de século. O conhecimento intelectual é uma forma de promover o desenvolvimento das organizações. Para Tung (1972, p. 27), abordava que não havia espaço naquela época para a implementação da controladoria em pequenas organizações, devido ao conflito de interesse ser protagonizado muitas vezes por um único executor. Ressaltava que nas médias e grandes empresas haveria espaço, nas quais os cargos são bem delimitados permitindo que uma pessoa possa executar poucas funções. Há de se convencionar que é possível pensar em um modelo prático que permita que através de procedimentos de auditagem qualquer organização pode ser mensurada e avaliada. Em divergência, Yoshitake (1984, p. .29) considera que as funções da controladoria podem ser exercidas em qualquer organização. Exatamente em função da ausência de pessoas capacitadas e de funções bem definidas é que um processo de controle precisa ser implementado. Se a abordagem for do ponto de vista econômico financeiro, como em qualquer outra decisão a relevância deve ser sob a ótica de relevância e da utilidade dos processos a serem auditados. Através das atividades de Controladoria, diversas decisões passam a ser norteadas por critérios sistematizados. Lógico que fatores humanos podem
  • 4. interferir e até mesmos impedir tais práticas. A implementação da controladoria em qualquer organização provoca um choque de reflexão. Dentre as diversas abordagens sobre o tema, a definida por Kanitz (1976, p. 6) parece ser a mais coerente com a cultura organizacional no Brasil, pois, a considera como um órgão administrativo, com subordinação aos que estão nos topo das organizações, fornecendo a esta autoridade informações relevantes nas áreas a que propõe atuar, em especial a Contabilidade, a Administração, a Economia e aos processos inerentes ao sistema de controladoria. Tais Conhecimentos devem considerar dados qualitativos e quantitativos. Estes aspectos históricos permitem entender para onde irá este movimento da controladoria. Com certeza para uma maior eficácia das organizações que aceitarem a proposta de implementação de tais ferramentas de gestão. 2 A CONTROLADORIA FUNCIONAL O que era um modelo contábil de aferição de resultados, que levava em consideração principalmente os índices de liquidez de uma organização e que olhava apenas para o passada evoluiu. A principal função da controladoria contábil, que era executada por um controle externo já não é mais assim. A controladoria expandiu as suas funções da mesma forma que as organizações expandiram as suas fronteiras. Kanitz (1976) estabelece como função primordial da Controladoria a direção e implementação dos sistemas os quais ele dividia-os da seguinte forma: Informação, Motivação, Coordenação, Avaliação, Planejamento (Orçamento) e Acompanhamento. Este era o modelo proposto pela escola americana no início dos anos 70. As empresas são consideradas sistemas abertos e por isso sofrem influências positivas, negativas e até mesmo neutras. A controladoria ao ser implementada pode ser carregada por estas influências. Este mesmo autor Kanitz (1976) sugere uma função de controladoria em três atos: Informação, Análise e Comunicação. O projeto de controladoria deve contemplar que tipo de informação e a quem esta se destina.
  • 5. Os principais autores sobre o tema controladoria, em suma, têm abordado a função da controladoria sobre o aspecto de uma estrutura formalizada, engessada e inorgânica. Vale ressaltar que esta visão, normalmente está de acordo com a proposta das literaturas publicadas, ou seja, a leitura de literatura americana que ao ser traduzida, acaba abordando o trema para grandes organizações. Ao abordar este tema, leva-se em conta a experiência do autor com a implementação de um projeto de controladoria em uma grande organização não governamental, com a atuação em consultoria pública para a função e com a atuação acadêmica. Para o senso comum controle é classificado como burocracia que trava o andamento dentro das organizações ou que o custo do controle é superior aos seus benefícios, ou também que apenas está sendo exercido para produzir "efeitos psicológicos" (YOSHITAKE, 1984, p. 43). É exatamente este autor, que classifica suas atividades em Controladoria Tradicional (contábil) e Serviço de Informações Gerenciais, contribuição esta mais relevante para a administração (YOSHITAKE, 1984, p. 21-23): É importante ressaltar que existem diversos tipos de classificação dos processo de auditagem, mas é relevante destacar a seguinte classificação da controladoria: 3 CLASSIFICAÇÃO DA CONTROLADORIA Quanto à origem a Controladoria pode ser Interna ou Externa, sendo pública ou de natureza privada. O controle externo pode ser exercido por órgãos fiscalizadores ou por estruturas públicas definidas em Lei. Uma estrutura pública definida em Lei são os Tribunais de Contas dos Estados e Municípios que fiscalizam as unidades Federativas e os Municípios. Já a atuação de órgão fiscalizadores são as mais diversas possíveis, desde pareceres de auditores independentes, de investidores, de fornecedores e compradores, até mesmo de órgãos de certificação, acreditação e de qualidade. A controladoria, dentre outras ferramentas de gestão faz o uso contínuo de processos de Auditagem. A Auditoria, será de natureza interna, quando seus próprios colaboradores executam as rotinas do processo de auditagem.
  • 6. Quando os auditores pertencem à outra estrutura de auditagem, diz-se que esta é de natureza externa. Em diversos casos o controlador interno prepara as informações para atenderem aos interesses internos da organização e também para os interessados externos. 4 A ESTRUTURA DA CONTROLADORIA PARA MÉDIAS E PEQUENAS EMPRESAS Há que se esclarecer que os critérios para a definição de Pequenas e médias empresas são diferentes para diversos órgãos. Enquanto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) utilizam a quantidade de trabalhadores para a definição do termo, a Receita Federal do Brasil (RFB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) utilizam o critério de faturamento anual. Não há na literatura pesquisada nenhuma proposta diferenciada de estrutura para médias e pequenas empresas. A controladoria, segundo diversos autores pesquisados, entre eles Kanitz (1976) Yoshitake (1984), o que se encontra é a definição como órgão de gestão que deve estrar subordinado a uma estrutura formal no topo da organização; esta pode ser órgão de linha ou de assessoria. É exatamente este aspecto que será abordado nos próximos tópicos. A estrutura básica da controladoria é a seguinte: Nesta modelagem a seguir são apresentado os níveis hierárquicos de uma organização, independente do tamanho ou das suas estruturas internas.
  • 7. Imagem 1. Estrutura do projeto básico de controladoria, desenvolvido pelo autor. Nesta modelagem é abordado apenas o nível tático, ressaltando que é a este nível que a controladoria deve estar submetida. Observa-se que esta é uma estrutura organizacional de funções. Dentro desta estrutura estão inseridos o controlador e os auditores Imagem 2. Hierarquia dentro da controladoria Vível Tático Controladoria Nível Estratégico Nível Operacional CONTROLADORIA (Controller) AUDITORIA Auditores Orçamento Planejamento Fiscal Tributária Subordinaçãoverticalizada
  • 8. Se for o caso de uma pequena estrutura organizacional esta terá apenas as funções que considerar relevantes. Outra perspectiva é com o surgimento da função do controller autônomo ou das empresas especializadas em controladoria empresarial, que implantam, dão suporte e prestam serviços diversos de padronização de procedimentos. Este tem atuado como consultor, estabelecendo junto à organização o projeto de controladoria e executa de acordo com a necessidade da organização, sendo imprescindível que haja um projeto básico de controladoria; 5 UMA PROPOSTA DE PROJETO DE CONTROLADORIA E AUDITORIA INTERNA Este capítulo abordará a visão deste autor sobre o tema, uma vez que os modelos propostos são baseados em organizações de grande porte. Não há nenhuma literatura que proponha ou que aborde o tema com profundidade ou que disponibilize modelos de formulários padronizados e aplicáveis em pequenas estruturas organizacionais. Uma primeira consideração é que para a implementação da controladoria é preciso definir o projeto básico a ser implantado. O projeto básico é que definirá todos os procedimentos a serem adotados. O projeto básico norteará os passos do Controller e das auditagens, bem como dos objetivos das auditorias. O projeto deve ser implementado levando em consideração a estrutura organizacional. O projeto básico da controladoria deve contemplar o seguinte:  Definição do projeto;  Edição da norma de controle;  Normatização do processo;  Elaboração das listas de verificação ou chek list;  Elaboração do formulário de Identificação da norma, com os devidos objetivos e cronogramas e do formulário de resumo ou escopo;  Elaboração do formulário de Relatório de Visita e  Elaboração do modelo de parecer A seguir serão descritos as principais informações sobre cada parte do projeto:
  • 9. Definição do projeto Nesta parte deve ser elencado o objetivo do projeto de controladoria a serem implementado, bem como os itens os setores a serem auditados. Lembre-se de que o projeto deve estar de acordo com os objetivos gerais da organização. Edição da norma de controle A norma de controle deve ser específica e identificável. Por exemplo, uma norma deve conter o ano de edição, o número da norma, a empresa ou organização, o departamento ou gerência e por último o nome da norma. Uma vez editada, a mesma deve ser arquivada impressa e disponibilizada para os interessados na norma em formato digital não editável, tipo Arquivo PFD. Por exemplo, uma norma das Organizações das Nações Unidas sobre saúde pública ficaria assim: 2015_0001_ONU_CMS_Universalização da saúde. Se fosse de uma média ou pequena empresa, seriam os mesmos os critérios. Normatização do processo. Nesta parte é preciso definir a modelagem do processo, evidenciando o tipo de Auditoria , se parcial ou total e a periodicidade. Elaboração das listas de verificação ou cheque list; Esta listagem deve ser de acordo com os objetivos específicos da Auditagem. Se for uma norma sobre estoque de produtos perecíveis, a mesma deve contemplar os itens a serem verificados. Por exemplo, aplicação do método Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), data de entrada e de saída de cada produto; prazo de validade, se estoque alto, que medidas foram tomadas para reduzir estoque, data da última compra, observação de estoque mínimo para compras, se o produto tem troca pelo fornecedor, se está sendo feito o procedimento de trocas. A lista de verificação deve contemplar todos os itens a serem observados, sendo na parte inicial inserido a data, os auditores e a auditagem. Elaboração do formulário de Identificação da norma, com os devidos objetivos e cronogramas e do formulário de resumo ou escopo; O formulário de identificação deve conter as informações sobre a empresa ou organização, o departamento ou setor, a data de realização e os auditores, além de outras informações necessárias.
  • 10. Elaboração do formulário de Relatório de Visita. Este formulário pode ser separado do escopo, ou até mesmo ser uma continuidade do mesmo. É importante evidenciar que este relatório pode ser por tópicos ou em texto corrido. Elaboração do modelo de parecer Outro documento importante é o modelo de parecer. Tudo precisa ficar bem definido no projeto, pois, a equipe de auditores precisará estar livre para a execução das tarefas de auditagem e elaboração do parecer final, que é diferente do relatório de execução. A sugestão é que o parecer seja elaborado em texto corrido, descritivo e extremamente objetivo. A seguir são disponibilizados os formulários citados. Estes formulários foram desenvolvidos a partir de observações e elaboração do autor, com adaptações das propostas dos alunos do 6° período de Administração da FACELI através da atividade de elaboração de um projeto básico de Controladoria e Auditoria empresarial no ano de 2015
  • 11. Modelo 1 Formulário de lista de verificação EMPRESA/ORGANIZAÇÃO Endereço: IDENTIFICAÇÃO DA AUDITORIA – Norma X Visita n°/ano Auditor Responsável Membros da equipe: Departamento/ Setor a ser avaliado - principal Âmbito de auditoria: ITEM SITUAÇÃO/CONFORMIDADE COMENTÁRIOS SIM NÃO Assinatura e carimbo Auditor Responsável _____________________________ Assinatura e carimbo Responsável / Setor_____________________________ Data: ____/____/____ Modelo 2 Formulário de Identificação da norma, com os devidos objetivos e cronogramas e o resumo ou escopo com o relatório da Auditoria.
  • 12. EMPRESA/ORGANIZAÇÃO Endereço: IDENTIFICAÇÃO DA AUDITORIA – Norma X Visita n°/ano Auditor (a) Responsável Equipe Cronograma das atividades Data Horário Auditor Atividade Área auditada/ Observação Considerações: Assinatura e carimbo Auditor Responsável _____________________________ Assinatura e carimbo Responsável /Setor_____________________________ Data: ____/____/____ RELATÓRIO DE AUDITORIA
  • 13. IDENTIFICAÇÃO DA AUDITORIA Data da auditoria: Organização: Norma de auditoria de referência: Equipe de auditores Responsável: Membros: Departamentos / Setores auditados: Roteiro sequencial da lista de verificação Atividade Documen to ou Setor Dia e Hora Comentários ou observações , CONFERÊNCIAS Documentos verificados: ( Listar os documentos, processos ou outros que se apliquem.) Evidencias de conformidade: Evidencias de não conformidade: COMENTÁRIOS E OPORTUNIDADES DE MELHORIA Estes comentários não devem fugir do conteúdo da norma, não podem ser subjetivos. DESCRIÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE: Em caso de não conformidade grave, esta deve ser evidenciada. Assinatura e carimbo Auditor Responsável ________________________ Assinatura e carimbo Responsável /Setor_________________________ Data: ____/____/____
  • 14. CONSIDERAÇÕES FINAIS Essa pesquisa surgiu devido à necessidade do fomento de ferramentas de gestão estratégica para médias e pequenas empresas concernentes ao tema proposto. Evidenciar a aplicação dos métodos de Controle e de Auditagem para estas empresas é fundamental para que as mesmas desenvolvam-se. Constatou-se que a aplicação das ferramentas propostas muitas vezes torna- se difícil, não pela complexidade das mesmas, mas devido à ausência de conhecimentos que estejam disponibilizados para os gestores. As grandes organizações têm, até por força de lei, no caso da publicação de seus balanços e pela necessidade de dar publicidades aos seus resultados econômicos acesso a tais ferramentas. Popularizar os conceitos de Controladoria e Auditoria é possível; Disponibilizar ferramentas em mundo digital é viável. Cabe aos que detêm o conhecimento propor a sua popularização para o mundo global dos negócios que também está acessível para as Médias e pequenas empresas. NOTAS [1] Professor Especialista, coordenador do Curso de Administração da Faculdade de Ensino Superior de Linhares (FACELI). Bacharel em Administração de empresas, especialista em Gestão Empresarial, consultor em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria Empresarial. fncosilva@uol.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEUREN, Ilse Maria. O papel da controladoria no processo de gestão.Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman(2002): 15-38. KANITZ, Stephen Charles. Indicadores contábeis financeiros previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira. Indicadores contábeis e financeiros de previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira (1976). MOSSIMANN, Clara Pellegrino; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na administração de empresas. Florianópolis: UFSC, 1993. p.85. PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. Pioneira Thomson Learning, 2003. TUNG, Neguyen H. Controladoria financeira das empresas. São Paulo: Editora Universidade Empresa, 1972. YOSHITAKE, Mariano. Funções do controller: conceitos e aplicações do controle gerencial. São Paulo. 1982. Dissertação ( Mestrado em Ciências Contábeis)- Programa de Pós-Graduações em Ciências Contábeis,
  • 15. Departamento Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo.