Este documento descreve as classificações e técnicas de tratamento para diferentes tipos de fraturas faciais, com foco nas fraturas de mandíbula. Detalha a anatomia da mandíbula e classificações para fraturas de acordo com a localização e presença de dentes. Explora opções de tratamento cirúrgico e conservador para cada tipo de fratura, com o objetivo de restaurar a função e a oclusão.
1. Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto
Chefia : Dr. Valdemar Mano Sanches
Dr. Brunno Rosique Lara
Trauma de Face
Fraturas
Classificação:
1. Craniofaciais:
a. Disjunção craniofacial;
b. Craniorbitárias;
2. Faciais:
a. Segmento Médio;
i. Orbitárias;
ii. Intraorbitárias;
iii. Nasais;
iv. Nasomaxilares;
v. Maxilares
b. Segmento Inferior (Mandíbula)
DENTIÇÃO
Fraturas de mandíbula produzem alterações na relação entre os dentes superiores e inferiores. No
caso de pacientes desdentados, há alteração da oclusão entre as próteses.
Direito
Maxila
Esquerda
18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
48 47 46 45 44 43 42 41 51 52 53 54 55 56 57 58
2. Mandíbula
Oclusão
Angle (1899) classificou a oclusão de acordo com o alinhamento da cúspide mesial
bucal do primeiro molar superior em relação ao sulco mesial bucal do primeiro molar
mandibular.
O dente normal está intimamente relacionado com a maxila e a mandíbula, e a restauração da
oclusão em fraturas geralmente indica redução da fratura. Em vários casos a simples amarração dos dentes
em oclusão promove redução e fixação da fratura.
Técnica de Gilmer (1887)
Desvantagem: a boca não pode ser aberta semque se solte a amarra.
4. FRATURAS DE MANDÍBULA
Devido à posição proeminente e sua forma anatômica a mandíbula é um dos locais de fratura mais
freqüentes em trauma de face. É a fratura mais freqüente na face em acidentes automobilísticos.
A mandíbula é um osso forte, mas com áreas de fraqueza: ângulo subcondilar e porção distal do
corpo.
Músculos da Mandíbula
1. Grupo Posterior:
i. m. Masseter: eleva a mandíbula;
ii. m. Temporal: as fibras anteriores elevam a mandíbula e as posteriores retraem
a mandíbula após a protrusão;
iii. m. Pterigóide lateral: protraem a mandíbula e deprimem o queixo; também
realizam movimentos latero-laterais;
iv. m. Pterigóide medial: ajuda a elevar a mandíbula fechando a boca, ajudam a
protrair a mandíbula;
2. Grupo Anterior:
i. M. Genioióideo: eleva o osso hióide e abaixa a mandíbula;
ii. M. Genioglosso: deprime a língua, eleva o osso hióide e deprime a mandíbula;
iii. M. Miloióideo;
iv. M. Digástrico.
Diagnóstico –
2- Manipulação bimanual produz movimentação anormal;
3- Palpação do côndilo no canal auditivo com crepitação ou movimentação anormal;
4- Falha de oclusão;
5- Imobilidade;
6- Sangramento ou hematoma intraoral;
7- Desvio lateral;
5. 8- Dor;
9- Rx
Classificação – As fraturas de mandíbula são classificadas de acordo com a localização, as condições dos
dentes, a direção da fratura, e associação comlesão da pele ou mucosa.
Classificação de Kazanjian e Converse (1949) – Essa classificação tem relação com o tratamento da
fratura. É baseada na presença ou ausência de dentes emcada lado da fratura:
Classificação pela Localização – Dingman e Natvig (1964)
6. Tratamento
O objetivo é restaurar a função da mandíbula e a eficiência mastigatória da dentição. Os princípios
do tratamento são:
1. Redução dos segmentos ósseos para sua posição anatômica;
2. Restaura a relação de oclusão adequada;
3. Estabelecer uma fixação que irá segurar os segmentos ósseos e manterá a relação de
oclusão, até que a cicatrização ocorra.
4. Controle da infecção.
Fraturas Dentoalveolares
Lesões nos dentes anteriores são mais freqüentes que nos posteriores devido sua posição e pela
característica anatômica do alvéolo. Os dentes em boas condições devem ser recolocados em sua posição e
fixados com arame e arco metálico. Em casos de dentes frouxos ou com doença periodontal são removidos
para prevenir infecção.
Fraturas Classe I
Aplicação de fixação intermaxilar por um período de 4 a 6 semanas. Alguns casos
podem necessitar da redução cirúrgica.
Fraturas Classe II
O controle do
segmento sem dentes varia de
acordo com a direção da fratura
e a posição do dente.
A – Fixação intermaxilar
B e C – Redução cirúrgica
7. D – Fixação intermaxilar dependendo do desvio
E – Redução cirúrgica
Fraturas Classe III
Representam menos de 5% das fraturas de mandíbula. Ocorrem na porção do osso onde a atrofia é
mais avançada.
Algumas fraturas são bilaterais e o deslocamento pode variar de mínimo a moderado. Nos casos
onde o desvio é mínimo o tratamento pode ser conservador, com dieta pastosa. As opções de tratamento
cirúrgico incluem:
1. Prótese intraorais;
8. 2. Amarra circunferêncial
3. Fios interfragemntos;
4. Fixação com placas e parafusos.
Fraturas do Côndilo
Intracapsulares – Redução incruenta. Oclusão intermaxilar com elástico à noite e
fisioterapia por 4 semanas;
Cominutivas – Incisão pré-auricular, exerese de fragmentos soltos e fixação com elásticos.
Subcondilares – Quando não houver deslocamento significante pode ser tratada comfixação
em oclusão. Nos deslocamentos maiores a redução é cirúrgica.
Fraturas do Processo Coronóide
A maioria é acompanhada de outras fraturas na mandíbula ou zigoEm geral é de tratamento conservador. Em
casos com grande desvio é realizado a redução aberta comacesso pela incisão de Risdon ou Retromandibular
e fixação interfragmento com fios de aço ou placas .
Complicações
Precoces:
Hemorragia
Obstrução da via aérea e aspiração
Infecção
Tardias:
Anquilose da Articulação Temporomandibular;
Não União;
Má União;
Má oclusão;
Deformidade Facial