O documento discute a erupção normal dos dentes permanentes, incluindo os estágios de erupção e calcificação dentária. Também aborda fatores que podem afetar a erupção, como patologias sistêmicas e locais. É importante preservar os dentes decíduos para guiar a erupção correta dos permanentes.
1. Oclusão normal na dentição mista
Os dentes permanentes são divididos em :
● Permanentes Sucessores: erupcionam às custas de um elemento decíduo.
São eles: os incisivos, caninos e primeiros e segundos prémolares (são
sucessores dos molares decíduos).
● Permanentes Adicionais ou Suplementares: erupcionam na cavidade bucal
sem a esfoliação de um dente decíduo. São eles: primeiros e segundos
moares permanentes, além dos terceiros molares.
Segundo Moyers, a erupção dentária é um processo desenvolvimento, que
movimenta o dente desde sua posição na cripta óssea através do processo alveolar,
até entrar na cavidade bucal e encontrar em contato com o seu antagonista.
Quais são os estágios da erupção dentária?
1. Pré eruptivo: não há movimentação dentária, pois apenas nesta fase há
formação apenas da coroa e da cripta óssea. Só há movimentação dentária,
quando iniciase a formação da raiz.
2. Intraalveolar: formação da raiz. Início da movimentação dentária, pois com
suas raízes, os dentes possuem forças eruptivas.
3. Intrabucal: o dente já começa a irromper na cavidade bucal, através da
mucosa.
4. Oclusal: por fim, o dente entra em oclusão com seu antagonista.
O que proporciona o “stop” de erupção de um dente?
R: é quando há toda a formação mandibular completa. Só que a medida que
envelhecese, e há o desgaste dentário, temse uma erupção passiva dos
dentes para sempre haver contato com seu antagonista. Quando não há este
antagonista, o dente irá extruir.
O osso alveolar só existe na dependência de dente. Se há perda dentária, restará
apenas osso basal.
Estágios da calcificação dentária:
1. Estágio Zero: ausência de cripta óssea.
2. Estágio 1: presença de cripta óssea.
2. 3. Estágio 2: calcificação inicial da coroa (pontas de cúspides e incisal dos
dentes)
4. Estágio 3: ⅓ (um terço) da coroa calcificada.
5. Estágio 4: ⅔ da coroa calcificada
6. Estágio 5: coroa praticamente completa.
7. Estágio 6: coroa completa. Iniciase os movimentos eruptivos.
8. Estágio 7: ⅓ de formação da raiz
9. Estágio 8: ⅔ da raiz completos. Época de irrupção na cavidade oral.
Perfurase a cripta óssea.
10.Estágio 9: crescimento de raiz está completo e o dente consegue
romper a barreira da mucosa gengival.
obs: o estágio 6 é o estágio mais importante para determinar se há
necessidade de colocarse um mantenedor de espaço.
IMPORTANTE : a sequência favorável de erupção é mais importante do que a
sequência cronológica de erupção. Quando referese à mandibula, os CANINOS
erupcionam ANTES dos prémolares. Na maxila, os caninos erupcionam DEPOIS
dos prémolares.Esta é a ÚNICA diferença.
Na maxila, os caninos são os últimos dentes a erupcionarem, assim como na
mandíbula os segundos prémolares são os últimos, portanto, devese ter
preocupação redobrada com estes elementos, pois pode haver apinhamento destes
por falta de espaço.
Existe também uma SEQUÊNCIA DESFAVORÁVEL DE ERUPÇÃO DOS DENTES
PERMANENTES:
1. Na maxila, se o segundo molar erupcionar antes do canino ou do
prémolar, o perímetro do arco diminui e o canino ficará bloqueado.
2. Na mandíbula, se o segundo molar erupcionar antes do segundo
prémolar ou do canino, há um diminuição do perímetro do arco,
portanto estes podem se encontrar bloqueados.
Além disto, há outros fatores que regulam e podem afetar a erupção dentária:
são fatores sistêmicos e locais.
Em relação aos fatores gerais de retardo da irrupção dentária:
1. Síndrome de trissomia do 21
2. Displasia cleidocraniana (muitos supranumerários)
3. 3. Hipopituitarismo
4. Hipertireoidismo
5. Hipotireoidismo
6. Raquitismo : ex. deficiência de vitaminas. Basicamente, raquitismo é
carência de vitamina D.
Em relação aos fatores locais:
1. Distúrbios mecânicos : sucção de dedos, sucção de chupetas, morder
os lábios.
2. Anquilose: não permite que o dente decíduo seja esfoliado, então o
permanente fica bloqueado.
3. Pulpotomia: acelera a erupção.
4. Lesões periapicais: acelera a erupção
5. Densidade óssea
6. Espessura e quantidade de queratinização da mucosa oral.
obs: patologias ACELERAM a erupção dentária.
● Qual a idade ideal para a primeira consulta com o ortodontista?
R: Entre 9 e 12 anos.
● Algumas patologias precisam ser tratadas na dentição decídua, como a
mordida cruzada, a mordida aberta, pacientes que chupam dedo,
projetam a língua e com prognatismo mandibular. Nem sempre
conseguese resolver o problema na dentição decídua.
Quando há anquilose dentária, é recomendado a extração do dente, para que o
defeito ósseo não seja maior e para que haja preservação de um futuro sítio para
um implante.
Todo dente decíduo que precisa ser extraído, antes, é necessaria uma avaliação de
seu sucessor permanente. Se esta extração for antes do estágio 6 do dente
permanente que está sendo formado, há RETARDO na erupção, se for depois do
estágio 6 há uma ACELERAÇÃO da erupção.
A maxila cresce de várias maneiras, mas, mais expressivamente na região
ânteroposterior na região de tuberosidade (para que haja espaço para os
molares na arcada). Na mandibula, à reabsorção do bordo inferior e aposição
no bordo posterior, ou seja, ela vai se remodelando, mas mantendo sua
mesma forma, para que haja espaço para os molares permanentes.
4. Os primeiros molares permanentes erupcionam por volta dos 6 anos de idade
e são guiados pela face distal dos segundos molares decíduos. Por isto, estes
elementos decíduos precisam ser preservados, para que não haja perda de
espaço. A erupção dos molares inferiores antecede aos superiores.
O primeiro levante de mordida ou seja, aumento de dimensão vertical, se dá
com o primeiro molar decíduo. O segundo aumento de dimensão vertical, se
dá com o primeiro molar permanente.
Os dentes permanentes TEM inclinação axial, portanto, possuem curva de
Spee e de Wilson. Estas curvas são curvas de compensação e não existem na
dentição decídua, pois dentes decíduos NÃO TEM inclinação axial.
Segundo evidências científicas, a erupção nas meninas antecede à dos
meninos em 5 meses, aproximadamente.
Os dentes inferiores irrompem primeiro que os superiores.
No arco inferior, o espaço primata está na distal do canino, então há espaço
favorável para a erupção dos dentes permanentes. Lembrando que na
dentição permanente, não é FISIOLÓGICO e sim PATOLÓGICO, a presença de
espaços ou diastemas.
Com a inclinação axial dos dentes permanentes, há aumento do perímetro do
arco dentário, aumento da distância intercanina e favorável para um bom
alinhamento dos dentes.
★ Existe uma característica peculiar que só existe na fase da dentição
mista, que é a FASE DO PATINHO FEIO. Se dá por volta de 9 a 12 anos,
onde os incisivos superiores tem inclinação axial vestibular ou labial
exagerada, tem inclinação distal exagerada (abertos em leque,devido à
força eruptiva grande dos caninos), têm diastema entre nos dentes e
sobremordida exagerada. O tamanho destes dentes são discrepantes
com o tamanho da face, mas isto é uma carcaterística normal e não há
maloclusão. Com a erupção dos caninos permanentes, há fechamento
dos diastemas, correção das inclinações axiais exageradas. Com a
erupção dos dentes posteriores, há correção da sobremordida através
dos prémolares. A autocorreção desta fase dáse pela ERUPÇÃO DOS
CANINOS, DOS PRÉMOLARES E POR UMA FUNÇÃO MUSCULAR
ATIVA.
Os primeiros molares permanentes erupcionam na cavidade tendo como guia
a raiz distal dos segundos molares decíduos, então eles tem a tendência em
5. acompanhar o plano terminal que se estabeleceu na dentição decídua. Se
houve plano terminal reto nos segundos molares decíduos, a tendência é que
os primeiros molares permanentes que erupcionarem, também venham em um
plano terminal reto. A mesma situação se aplica quando há um degrau distal
ou mesia na mandíbula.
Os dentes anteriores permanentes são maiores no diâmetro mesiodistal do
que seus antecessores decíduos. Já na região posterior, o diâmentro
mesiodistal é menor do que o dos decíduos.
Na dentição normal permanente, a chave de oclusão é dada pelos primeiros
molares permanentes.
Na literatura, oclusão normal é quando a cúspide mésiovestibular do primeiro
molar superior ocluindo no sulco central entre a cúspide mésiovestibular e
distovestibular do primeiro molar inferior.
Leeway Space ou espaço livre de Nancy: é o espaço que surge com a erupção
dos primeiros molares permanentes, pois o diâmetro mésiodistal somados do
grupo dos caninos e molares decíduos é MAIOR do que os dentes que irão
substituir (caninos e prémolares). Este espaço é maior na arcada inferior( 1,7
mm) do que na superior (09 mm). Com isso, a tendência é haver a migração
mesial tardia dos primeiros molares inferiores para suprir este espaço
deixado, conseguindo estabelecer a chave de oclusão.
Quando a o plano terminal com degrau distal na mandíbula, o leeway space
não vai ser o suficiente para estabelecer a chave de oclusão, mas pode ser
que o paciente tenha crescimento expressivo da mandibula, se não, o
ortodontista terá que colocar um aparelho extraoral que faz com que a
mandíbula migre para frente e estabeleça a chave de oclusão na dentição
permanente.
A chave de oclusão é estabelecida através da diferença do leeway space , do
crescimento mandibular ou da combinação destes dois fatores.