SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Oclusão normal na dentição mista 
 
Os dentes permanentes são divididos em : 
 
● Permanentes Sucessores: erupcionam às custas de um elemento decíduo.                 
São eles: os incisivos, caninos e primeiros e segundos pré­molares (são                     
sucessores dos molares decíduos). 
● Permanentes Adicionais ou Suplementares: erupcionam na cavidade bucal               
sem a esfoliação de um dente decíduo. São eles: primeiros e segundos                       
moares permanentes, além dos terceiros molares. 
 
Segundo Moyers, a erupção dentária é um processo desenvolvimento, que                   
movimenta o dente desde sua posição na cripta óssea através do processo alveolar,                         
até entrar na cavidade bucal e encontrar em contato com o seu antagonista. 
 
Quais são os estágios da erupção dentária? 
 
1. Pré­ eruptivo: não há movimentação dentária, pois apenas nesta fase há                     
formação apenas da coroa e da cripta óssea. Só há movimentação dentária,                       
quando inicia­se a formação da raiz. 
2. Intra­alveolar: formação da raiz. Início da movimentação dentária, pois com                   
suas raízes, os dentes possuem forças eruptivas. 
3. Intra­bucal: o dente já começa a irromper na cavidade bucal, através da                       
mucosa. 
4. Oclusal: por fim, o dente entra em oclusão com seu antagonista. 
 
 
O que proporciona o “stop” de erupção de um dente? 
R: é quando há toda a formação mandibular completa. Só que a medida que                           
envelhece­se, e há o desgaste dentário, tem­se uma erupção passiva dos                     
dentes para sempre haver contato com seu antagonista. Quando não há este                       
antagonista, o dente irá extruir. 
 
O osso alveolar só existe na dependência de dente. Se há perda dentária, restará                           
apenas osso basal. 
 
Estágios da calcificação dentária:  
 
1. Estágio Zero: ausência de cripta óssea. 
2. Estágio 1: presença de cripta óssea. 
3. Estágio 2: calcificação inicial da coroa (pontas de cúspides e incisal dos                       
dentes) 
4. Estágio 3: ⅓ (um terço) da coroa calcificada. 
5. Estágio 4: ⅔ da coroa calcificada 
6. Estágio 5: coroa praticamente completa. 
7. Estágio 6: coroa completa. Inicia­se os movimentos eruptivos. 
8. Estágio 7: ⅓ de formação da raiz 
9. Estágio 8: ⅔ da raiz completos. Época de irrupção na cavidade oral.                       
Perfura­se a cripta óssea. 
10.Estágio 9: crescimento de raiz está completo e o dente consegue                     
romper a barreira da mucosa gengival. 
 
obs: o estágio 6 é o estágio mais importante para determinar se há                         
necessidade de colocar­se um mantenedor de espaço. 
 
 
IMPORTANTE : ​a sequência favorável de erupção é mais importante do que a                         
sequência cronológica de erupção. Quando refere­se à ​mandibula​, os ​CANINOS                   
erupcionam ​ANTES dos pré­molares. Na maxila, os caninos erupcionam ​DEPOIS                   
dos pré­molares.Esta é a ​ÚNICA ​diferença.  
 
Na maxila, os caninos são os últimos dentes a erupcionarem, assim como na                         
mandíbula os segundos pré­molares são os últimos, portanto, deve­se ter                   
preocupação redobrada com estes elementos, pois pode haver apinhamento destes                   
por falta de espaço. 
 
Existe também uma ​SEQUÊNCIA DESFAVORÁVEL DE ERUPÇÃO DOS DENTES                 
PERMANENTES:  
 
1. Na maxila, se o segundo molar erupcionar antes do canino ou do                       
pré­molar, o perímetro do arco diminui e o canino ficará bloqueado. 
2. Na mandíbula, se o segundo molar erupcionar antes do segundo                   
pré­molar ou do canino, há um diminuição do perímetro do arco,                     
portanto estes podem se encontrar bloqueados. 
 
 
Além disto, há outros fatores que regulam e podem afetar a erupção dentária:                         
são fatores sistêmicos e locais. 
 
Em relação aos fatores gerais de retardo da irrupção dentária:  
1. Síndrome de trissomia do 21 
2. Displasia cleido­craniana (muitos supra­numerários) 
3. Hipopituitarismo 
4. Hipertireoidismo 
5. Hipotireoidismo 
6. Raquitismo : ex. deficiência de vitaminas. Basicamente, raquitismo é                 
carência de vitamina D. 
 
Em relação aos fatores locais: 
1. Distúrbios mecânicos : sucção de dedos, sucção de chupetas, morder                   
os lábios. 
2. Anquilose: não permite que o dente decíduo seja esfoliado, então o                     
permanente fica bloqueado. 
3. Pulpotomia: acelera a erupção. 
4. Lesões periapicais: acelera a erupção 
5. Densidade óssea 
6. Espessura e quantidade de queratinização da mucosa oral. 
 
obs: patologias ACELERAM a erupção dentária. 
 
● Qual a idade ideal para a primeira consulta com o ortodontista? 
R: Entre 9 e 12 anos. 
 
● Algumas patologias precisam ser tratadas na dentição decídua, como a                   
mordida cruzada, a mordida aberta, pacientes que chupam dedo,                 
projetam a língua e com prognatismo mandibular. Nem sempre                 
consegue­se resolver o problema na dentição decídua. 
 
Quando há anquilose dentária, é recomendado a extração do dente, para que o                         
defeito ósseo não seja maior e para que haja preservação de um futuro sítio para                             
um implante. 
 
Todo dente decíduo que precisa ser extraído, antes, é necessaria uma avaliação de                         
seu sucessor permanente. ​Se esta extração for antes do estágio 6 do dente                         
permanente que está sendo formado, há RETARDO na erupção, se for depois do                         
estágio 6 há uma ACELERAÇÃO da erupção. 
 
 
A maxila cresce de várias maneiras, mas, mais expressivamente na região                     
ântero­posterior na região de tuberosidade (para que haja espaço para os                     
molares na arcada). Na mandibula, à reabsorção do bordo inferior e aposição                       
no bordo posterior, ou seja, ela vai se remodelando, mas mantendo sua                       
mesma forma, para que haja espaço para os molares permanentes. 
 
Os primeiros molares permanentes erupcionam por volta dos 6 anos de idade                       
e são guiados pela face distal dos segundos molares decíduos. Por isto, estes                         
elementos decíduos precisam ser preservados, para que não haja perda de                     
espaço. A erupção dos molares inferiores antecede aos superiores. 
O primeiro levante de mordida ou seja, aumento de dimensão vertical, se dá                         
com o primeiro molar decíduo. O segundo aumento de dimensão vertical, se                       
dá com o primeiro molar permanente. 
 
Os dentes permanentes TEM inclinação axial, portanto, possuem curva de                   
Spee e de Wilson. Estas curvas são curvas de compensação e não existem na                           
dentição decídua, pois dentes decíduos NÃO TEM inclinação axial. 
 
Segundo evidências científicas, a erupção nas meninas antecede à dos                   
meninos em 5 meses, aproximadamente. 
Os dentes inferiores irrompem primeiro que os superiores. 
 
No arco inferior, o espaço primata está na distal do canino, então há espaço                           
favorável para a erupção dos dentes permanentes. Lembrando que na                   
dentição permanente, não é FISIOLÓGICO e sim PATOLÓGICO, a presença de                     
espaços ou diastemas. 
 
Com a inclinação axial dos dentes permanentes, há aumento do perímetro do                       
arco dentário, aumento da distância inter­canina e favorável para um bom                     
alinhamento dos dentes. 
 
★ Existe uma característica peculiar que só existe na fase da dentição                     
mista, que é a FASE DO PATINHO FEIO. Se dá por volta de 9 a 12 anos,                                 
onde os incisivos superiores tem inclinação axial vestibular ou labial                   
exagerada, tem inclinação distal exagerada (abertos em leque,devido à                 
força eruptiva grande dos caninos), têm diastema entre nos dentes e                     
sobremordida exagerada. O tamanho destes dentes são discrepantes               
com o tamanho da face, mas isto é uma carcaterística normal e não há                           
maloclusão. Com a erupção dos caninos permanentes, há fechamento                 
dos diastemas, correção das inclinações axiais exageradas. Com a                 
erupção dos dentes posteriores, há correção da sobremordida através                 
dos pré­molares. A autocorreção desta fase dá­se pela ERUPÇÃO DOS                   
CANINOS, DOS PRÉ­MOLARES E POR UMA FUNÇÃO MUSCULAR               
ATIVA. 
 
 
Os primeiros molares permanentes erupcionam na cavidade tendo como guia                   
a raiz distal dos segundos molares decíduos, então eles tem a tendência em                         
acompanhar o plano terminal que se estabeleceu na dentição decídua. Se                     
houve plano terminal reto nos segundos molares decíduos, a tendência é que                       
os primeiros molares permanentes que erupcionarem, também venham em um                   
plano terminal reto. A mesma situação se aplica quando há um degrau distal                         
ou mesia na mandíbula. 
 
Os dentes anteriores permanentes são maiores no diâmetro mesio­distal do                   
que seus antecessores decíduos. Já na região posterior, o diâmentro                   
mesio­distal é menor do que o dos decíduos. 
Na dentição normal permanente, a chave de oclusão é dada pelos primeiros                       
molares permanentes. 
 
Na literatura, oclusão normal é quando a cúspide mésio­vestibular do primeiro                     
molar superior ocluindo no sulco central entre a cúspide mésio­vestibular e                     
disto­vestibular do primeiro molar inferior. 
 
Leeway Space ou espaço livre de Nancy: é o espaço que surge com a erupção                             
dos primeiros molares permanentes, pois o diâmetro mésio­distal somados do                   
grupo dos caninos e molares decíduos é MAIOR do que os dentes que irão                           
substituir (caninos e pré­molares). Este espaço é maior na arcada inferior( 1,7                       
mm) do que na superior (09 mm). Com isso, a tendência é haver a migração                             
mesial tardia dos primeiros molares inferiores para suprir este espaço                   
deixado, conseguindo estabelecer a chave de oclusão. 
 
Quando a o plano terminal com degrau distal na mandíbula, o leeway space                         
não vai ser o suficiente para estabelecer a chave de oclusão, mas pode ser                           
que o paciente tenha crescimento expressivo da mandibula, se não, o                     
ortodontista terá que colocar um aparelho extra­oral que faz com que a                       
mandíbula migre para frente e estabeleça a chave de oclusão na dentição                       
permanente.  
A chave de oclusão é estabelecida através da diferença do leeway space , do                           
crescimento mandibular ou da combinação destes dois fatores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Trabalho articuladores
Trabalho articuladoresTrabalho articuladores
Trabalho articuladoresmayana silva
 
Prótese Parcial Removível Odontológico
Prótese Parcial Removível OdontológicoPrótese Parcial Removível Odontológico
Prótese Parcial Removível OdontológicoGracieleSonobe1
 
Lentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro Augusto
Lentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro AugustoLentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro Augusto
Lentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro AugustoIcaro Soares
 
Classificação das maloclusões
Classificação das maloclusõesClassificação das maloclusões
Classificação das maloclusõesEduardo Mangolin
 
Relações intermaxilares em Prótese Total
Relações intermaxilares em Prótese TotalRelações intermaxilares em Prótese Total
Relações intermaxilares em Prótese TotalItalo Gabriel
 
Planos de Orientação em Prótese Total
Planos de Orientação em Prótese TotalPlanos de Orientação em Prótese Total
Planos de Orientação em Prótese TotalLorem Morais
 
Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...
Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...
Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...André Milioli Martins
 
Classificacão da protese parcial removível
Classificacão da protese parcial removívelClassificacão da protese parcial removível
Classificacão da protese parcial removívelRhuan
 
Slides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças Periodontais
Slides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças PeriodontaisSlides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças Periodontais
Slides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças PeriodontaisVítor Genaro
 
Roteiro retentores intraradiculares
Roteiro retentores intraradicularesRoteiro retentores intraradiculares
Roteiro retentores intraradicularesMirielly Macedo
 
Nomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunos
Nomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunosNomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunos
Nomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunosLucas Almeida Sá
 
Princípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemann
Princípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemannPrincípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemann
Princípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemanndickemanno
 
Odontogênese e Anormalidades dentárias.pptx
Odontogênese e Anormalidades dentárias.pptxOdontogênese e Anormalidades dentárias.pptx
Odontogênese e Anormalidades dentárias.pptxKilvioMenesesCosta
 
Odontologia cariologia
Odontologia   cariologiaOdontologia   cariologia
Odontologia cariologiaCarol Sampaio
 

Mais procurados (20)

Trabalho articuladores
Trabalho articuladoresTrabalho articuladores
Trabalho articuladores
 
Prótese Parcial Removível Odontológico
Prótese Parcial Removível OdontológicoPrótese Parcial Removível Odontológico
Prótese Parcial Removível Odontológico
 
Lentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro Augusto
Lentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro AugustoLentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro Augusto
Lentes de Contatos e fragmentos dentais - CO2 - Prof Ícaro Augusto
 
Classificação das maloclusões
Classificação das maloclusõesClassificação das maloclusões
Classificação das maloclusões
 
Relações intermaxilares em Prótese Total
Relações intermaxilares em Prótese TotalRelações intermaxilares em Prótese Total
Relações intermaxilares em Prótese Total
 
Planos de Orientação em Prótese Total
Planos de Orientação em Prótese TotalPlanos de Orientação em Prótese Total
Planos de Orientação em Prótese Total
 
Resumo ppr
Resumo pprResumo ppr
Resumo ppr
 
AJUSTE OCLUSAL.ppt
AJUSTE OCLUSAL.pptAJUSTE OCLUSAL.ppt
AJUSTE OCLUSAL.ppt
 
Registro intermaxilar
Registro intermaxilarRegistro intermaxilar
Registro intermaxilar
 
Flúor na Odontopediatria
Flúor na OdontopediatriaFlúor na Odontopediatria
Flúor na Odontopediatria
 
Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...
Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...
Parte 1 - Classificação e Etiologia das Doenças Periodontais e Peri-Implantar...
 
Livro: Anatomia do dente
Livro: Anatomia do dente Livro: Anatomia do dente
Livro: Anatomia do dente
 
Classificacão da protese parcial removível
Classificacão da protese parcial removívelClassificacão da protese parcial removível
Classificacão da protese parcial removível
 
Slides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças Periodontais
Slides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças PeriodontaisSlides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças Periodontais
Slides de seminário: Diagnóstico e Classificações das Doenças Periodontais
 
Roteiro retentores intraradiculares
Roteiro retentores intraradicularesRoteiro retentores intraradiculares
Roteiro retentores intraradiculares
 
Nomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunos
Nomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunosNomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunos
Nomenclatura e classificação das cavidades 2010 2 alunos
 
Princípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemann
Princípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemannPrincípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemann
Princípios biomecânicos prótese fixa marlon dickemann
 
Odontogênese e Anormalidades dentárias.pptx
Odontogênese e Anormalidades dentárias.pptxOdontogênese e Anormalidades dentárias.pptx
Odontogênese e Anormalidades dentárias.pptx
 
Odontologia cariologia
Odontologia   cariologiaOdontologia   cariologia
Odontologia cariologia
 
Dentinogenese
DentinogeneseDentinogenese
Dentinogenese
 

Semelhante a Oclusão normal na dentição mista

Características estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normalCaracterísticas estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normalMarcelo Henrique Alves Ferreira
 
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdfAnatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdfLaisaBrunaRibeiro
 
Estudo dos dentes inclusos 2013
Estudo dos dentes inclusos 2013Estudo dos dentes inclusos 2013
Estudo dos dentes inclusos 2013Guilherme Terra
 
Apostila+De+Ortodontia
Apostila+De+OrtodontiaApostila+De+Ortodontia
Apostila+De+Ortodontiaguest7364820
 
Cronometria dentaria de Equinos
Cronometria dentaria de EquinosCronometria dentaria de Equinos
Cronometria dentaria de EquinosKiller Max
 
Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários BRENORIBEIRO49
 
5 traumatismo dentário
5   traumatismo dentário5   traumatismo dentário
5 traumatismo dentárioRenato Paiva
 
Etiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesEtiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesedmarchristovam
 
Resumo movimentao e exfoliao
Resumo movimentao e exfoliaoResumo movimentao e exfoliao
Resumo movimentao e exfoliaoAntonio Filho
 
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdfAnatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdflarahestudo
 
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdfAnatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdfLuanLuancarneiro
 
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Suellen Cristinne
 

Semelhante a Oclusão normal na dentição mista (20)

Características estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normalCaracterísticas estáticas e dinâmicas da oclusão normal
Características estáticas e dinâmicas da oclusão normal
 
Estudo dos dentes inclusos
Estudo dos dentes inclusosEstudo dos dentes inclusos
Estudo dos dentes inclusos
 
Estudo dos dentes inclusos
Estudo dos dentes inclusosEstudo dos dentes inclusos
Estudo dos dentes inclusos
 
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdfAnatomia dentaria e periodontal 2.pdf
Anatomia dentaria e periodontal 2.pdf
 
DiagnóStico Ortodontico
DiagnóStico OrtodonticoDiagnóStico Ortodontico
DiagnóStico Ortodontico
 
Estudo dos dentes inclusos 2013
Estudo dos dentes inclusos 2013Estudo dos dentes inclusos 2013
Estudo dos dentes inclusos 2013
 
Histologia Oral
Histologia Oral Histologia Oral
Histologia Oral
 
Apostila+De+Ortodontia
Apostila+De+OrtodontiaApostila+De+Ortodontia
Apostila+De+Ortodontia
 
Patologia odontogenese
Patologia odontogenesePatologia odontogenese
Patologia odontogenese
 
Cronometria dentaria de Equinos
Cronometria dentaria de EquinosCronometria dentaria de Equinos
Cronometria dentaria de Equinos
 
Ortodontia
OrtodontiaOrtodontia
Ortodontia
 
Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários Anomalias dos órgãos dentários
Anomalias dos órgãos dentários
 
Erupção Dentária
Erupção DentáriaErupção Dentária
Erupção Dentária
 
5 traumatismo dentário
5   traumatismo dentário5   traumatismo dentário
5 traumatismo dentário
 
Etiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusõesEtiologia das maloclusões
Etiologia das maloclusões
 
Anatomia da boca
Anatomia da bocaAnatomia da boca
Anatomia da boca
 
Resumo movimentao e exfoliao
Resumo movimentao e exfoliaoResumo movimentao e exfoliao
Resumo movimentao e exfoliao
 
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdfAnatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
Anatomia do Dente Miguel C. Madeira5ED.pdf
 
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdfAnatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
Anatomia do Dente - Carlos Madeira - 5ED.pdf
 
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
Livroanatomiadodente carlosmadeira-5ed-120807181705-phpapp01
 

Oclusão normal na dentição mista

  • 1. Oclusão normal na dentição mista    Os dentes permanentes são divididos em :    ● Permanentes Sucessores: erupcionam às custas de um elemento decíduo.                  São eles: os incisivos, caninos e primeiros e segundos pré­molares (são                      sucessores dos molares decíduos).  ● Permanentes Adicionais ou Suplementares: erupcionam na cavidade bucal                sem a esfoliação de um dente decíduo. São eles: primeiros e segundos                        moares permanentes, além dos terceiros molares.    Segundo Moyers, a erupção dentária é um processo desenvolvimento, que                    movimenta o dente desde sua posição na cripta óssea através do processo alveolar,                          até entrar na cavidade bucal e encontrar em contato com o seu antagonista.    Quais são os estágios da erupção dentária?    1. Pré­ eruptivo: não há movimentação dentária, pois apenas nesta fase há                      formação apenas da coroa e da cripta óssea. Só há movimentação dentária,                        quando inicia­se a formação da raiz.  2. Intra­alveolar: formação da raiz. Início da movimentação dentária, pois com                    suas raízes, os dentes possuem forças eruptivas.  3. Intra­bucal: o dente já começa a irromper na cavidade bucal, através da                        mucosa.  4. Oclusal: por fim, o dente entra em oclusão com seu antagonista.      O que proporciona o “stop” de erupção de um dente?  R: é quando há toda a formação mandibular completa. Só que a medida que                            envelhece­se, e há o desgaste dentário, tem­se uma erupção passiva dos                      dentes para sempre haver contato com seu antagonista. Quando não há este                        antagonista, o dente irá extruir.    O osso alveolar só existe na dependência de dente. Se há perda dentária, restará                            apenas osso basal.    Estágios da calcificação dentária:     1. Estágio Zero: ausência de cripta óssea.  2. Estágio 1: presença de cripta óssea. 
  • 2. 3. Estágio 2: calcificação inicial da coroa (pontas de cúspides e incisal dos                        dentes)  4. Estágio 3: ⅓ (um terço) da coroa calcificada.  5. Estágio 4: ⅔ da coroa calcificada  6. Estágio 5: coroa praticamente completa.  7. Estágio 6: coroa completa. Inicia­se os movimentos eruptivos.  8. Estágio 7: ⅓ de formação da raiz  9. Estágio 8: ⅔ da raiz completos. Época de irrupção na cavidade oral.                        Perfura­se a cripta óssea.  10.Estágio 9: crescimento de raiz está completo e o dente consegue                      romper a barreira da mucosa gengival.    obs: o estágio 6 é o estágio mais importante para determinar se há                          necessidade de colocar­se um mantenedor de espaço.      IMPORTANTE : ​a sequência favorável de erupção é mais importante do que a                          sequência cronológica de erupção. Quando refere­se à ​mandibula​, os ​CANINOS                    erupcionam ​ANTES dos pré­molares. Na maxila, os caninos erupcionam ​DEPOIS                    dos pré­molares.Esta é a ​ÚNICA ​diferença.     Na maxila, os caninos são os últimos dentes a erupcionarem, assim como na                          mandíbula os segundos pré­molares são os últimos, portanto, deve­se ter                    preocupação redobrada com estes elementos, pois pode haver apinhamento destes                    por falta de espaço.    Existe também uma ​SEQUÊNCIA DESFAVORÁVEL DE ERUPÇÃO DOS DENTES                  PERMANENTES:     1. Na maxila, se o segundo molar erupcionar antes do canino ou do                        pré­molar, o perímetro do arco diminui e o canino ficará bloqueado.  2. Na mandíbula, se o segundo molar erupcionar antes do segundo                    pré­molar ou do canino, há um diminuição do perímetro do arco,                      portanto estes podem se encontrar bloqueados.      Além disto, há outros fatores que regulam e podem afetar a erupção dentária:                          são fatores sistêmicos e locais.    Em relação aos fatores gerais de retardo da irrupção dentária:   1. Síndrome de trissomia do 21  2. Displasia cleido­craniana (muitos supra­numerários) 
  • 3. 3. Hipopituitarismo  4. Hipertireoidismo  5. Hipotireoidismo  6. Raquitismo : ex. deficiência de vitaminas. Basicamente, raquitismo é                  carência de vitamina D.    Em relação aos fatores locais:  1. Distúrbios mecânicos : sucção de dedos, sucção de chupetas, morder                    os lábios.  2. Anquilose: não permite que o dente decíduo seja esfoliado, então o                      permanente fica bloqueado.  3. Pulpotomia: acelera a erupção.  4. Lesões periapicais: acelera a erupção  5. Densidade óssea  6. Espessura e quantidade de queratinização da mucosa oral.    obs: patologias ACELERAM a erupção dentária.    ● Qual a idade ideal para a primeira consulta com o ortodontista?  R: Entre 9 e 12 anos.    ● Algumas patologias precisam ser tratadas na dentição decídua, como a                    mordida cruzada, a mordida aberta, pacientes que chupam dedo,                  projetam a língua e com prognatismo mandibular. Nem sempre                  consegue­se resolver o problema na dentição decídua.    Quando há anquilose dentária, é recomendado a extração do dente, para que o                          defeito ósseo não seja maior e para que haja preservação de um futuro sítio para                              um implante.    Todo dente decíduo que precisa ser extraído, antes, é necessaria uma avaliação de                          seu sucessor permanente. ​Se esta extração for antes do estágio 6 do dente                          permanente que está sendo formado, há RETARDO na erupção, se for depois do                          estágio 6 há uma ACELERAÇÃO da erupção.      A maxila cresce de várias maneiras, mas, mais expressivamente na região                      ântero­posterior na região de tuberosidade (para que haja espaço para os                      molares na arcada). Na mandibula, à reabsorção do bordo inferior e aposição                        no bordo posterior, ou seja, ela vai se remodelando, mas mantendo sua                        mesma forma, para que haja espaço para os molares permanentes.   
  • 4. Os primeiros molares permanentes erupcionam por volta dos 6 anos de idade                        e são guiados pela face distal dos segundos molares decíduos. Por isto, estes                          elementos decíduos precisam ser preservados, para que não haja perda de                      espaço. A erupção dos molares inferiores antecede aos superiores.  O primeiro levante de mordida ou seja, aumento de dimensão vertical, se dá                          com o primeiro molar decíduo. O segundo aumento de dimensão vertical, se                        dá com o primeiro molar permanente.    Os dentes permanentes TEM inclinação axial, portanto, possuem curva de                    Spee e de Wilson. Estas curvas são curvas de compensação e não existem na                            dentição decídua, pois dentes decíduos NÃO TEM inclinação axial.    Segundo evidências científicas, a erupção nas meninas antecede à dos                    meninos em 5 meses, aproximadamente.  Os dentes inferiores irrompem primeiro que os superiores.    No arco inferior, o espaço primata está na distal do canino, então há espaço                            favorável para a erupção dos dentes permanentes. Lembrando que na                    dentição permanente, não é FISIOLÓGICO e sim PATOLÓGICO, a presença de                      espaços ou diastemas.    Com a inclinação axial dos dentes permanentes, há aumento do perímetro do                        arco dentário, aumento da distância inter­canina e favorável para um bom                      alinhamento dos dentes.    ★ Existe uma característica peculiar que só existe na fase da dentição                      mista, que é a FASE DO PATINHO FEIO. Se dá por volta de 9 a 12 anos,                                  onde os incisivos superiores tem inclinação axial vestibular ou labial                    exagerada, tem inclinação distal exagerada (abertos em leque,devido à                  força eruptiva grande dos caninos), têm diastema entre nos dentes e                      sobremordida exagerada. O tamanho destes dentes são discrepantes                com o tamanho da face, mas isto é uma carcaterística normal e não há                            maloclusão. Com a erupção dos caninos permanentes, há fechamento                  dos diastemas, correção das inclinações axiais exageradas. Com a                  erupção dos dentes posteriores, há correção da sobremordida através                  dos pré­molares. A autocorreção desta fase dá­se pela ERUPÇÃO DOS                    CANINOS, DOS PRÉ­MOLARES E POR UMA FUNÇÃO MUSCULAR                ATIVA.      Os primeiros molares permanentes erupcionam na cavidade tendo como guia                    a raiz distal dos segundos molares decíduos, então eles tem a tendência em                         
  • 5. acompanhar o plano terminal que se estabeleceu na dentição decídua. Se                      houve plano terminal reto nos segundos molares decíduos, a tendência é que                        os primeiros molares permanentes que erupcionarem, também venham em um                    plano terminal reto. A mesma situação se aplica quando há um degrau distal                          ou mesia na mandíbula.    Os dentes anteriores permanentes são maiores no diâmetro mesio­distal do                    que seus antecessores decíduos. Já na região posterior, o diâmentro                    mesio­distal é menor do que o dos decíduos.  Na dentição normal permanente, a chave de oclusão é dada pelos primeiros                        molares permanentes.    Na literatura, oclusão normal é quando a cúspide mésio­vestibular do primeiro                      molar superior ocluindo no sulco central entre a cúspide mésio­vestibular e                      disto­vestibular do primeiro molar inferior.    Leeway Space ou espaço livre de Nancy: é o espaço que surge com a erupção                              dos primeiros molares permanentes, pois o diâmetro mésio­distal somados do                    grupo dos caninos e molares decíduos é MAIOR do que os dentes que irão                            substituir (caninos e pré­molares). Este espaço é maior na arcada inferior( 1,7                        mm) do que na superior (09 mm). Com isso, a tendência é haver a migração                              mesial tardia dos primeiros molares inferiores para suprir este espaço                    deixado, conseguindo estabelecer a chave de oclusão.    Quando a o plano terminal com degrau distal na mandíbula, o leeway space                          não vai ser o suficiente para estabelecer a chave de oclusão, mas pode ser                            que o paciente tenha crescimento expressivo da mandibula, se não, o                      ortodontista terá que colocar um aparelho extra­oral que faz com que a                        mandíbula migre para frente e estabeleça a chave de oclusão na dentição                        permanente.   A chave de oclusão é estabelecida através da diferença do leeway space , do                            crescimento mandibular ou da combinação destes dois fatores.