O documento descreve a autobiografia "Solo de Clarineta" de Érico Veríssimo, publicada em dois volumes entre 1973-1976. O primeiro volume cobre sua vida até 1950 e foi publicado em 1973, enquanto o segundo volume, concluído postumamente por Flávio Loureiro Chaves, cobre eventos até 1959. A autobiografia está preservada na Biblioteca Central da Universidade de Caxias do Sul como parte do acervo do psiquiatra Luiz Carlos Meneghini.
2. A obra Solo de
clarineta: memórias de
Érico Veríssimo (1905-
1975) compõe o acervo
de livros raros da
Biblioteca Central da
Universidade de
Caxias do Sul.
3. Os dois volumes da
autobiografia foram
encadernadas conjuntamente,
em capa dura, com lombada
personalizada com as iniciais
de Luiz Carlos Meneghini
(L.C.M.) gravada em dourado.
4. Seu destaque se dá a partir de
uma dedicatória no primeiro
volume de Veríssimo à seu
amigo Meneghini, acompanhada
de um desenho manuscrito:
"Para a Mariazinha e o
Meneghini, com um abraço
amigo, esta suite de clarineta.
Erico Verissimo. P. Alegre, Natal
de 1973. P.S.: Fica o analista
proibido de dar interpretações
fálicas ao título, sob pena de
processo penal".
5. Luiz Carlos Meneghini foi um renomado médico especializado
em psiquiatria que acondicionava em sua expressiva
biblioteca obras e outros materiais específicos sobre complexo
de Édipo e também uma relação de películas relacionadas a
psicanálise. O acervo desta coleção, que hoje pertence à
Biblioteca Central, possui cerca de 5940 exemplares
distribuídos entre coleções especiais e obras raras e além da
predominância em obras de psicanálise, há aquelas
relacionadas à Literatura, Economia, Política e Filosofia.
6. No primeiro volume de Solo
de Clarineta, publicado em
1973 pela editora Globo,
percebe-se que Veríssimo
relata com detalhes sua
história, narrando desde
sua infância até o ano de
1950, descrevendo com
minudência suas aventuras
da adolescência, os percalços enfrentados por sua família na
busca de vencer as dificuldades financeiras, sua carreira como
escritor, a inspiração de seus personagens, testemunhando
através de seus escritos, o cenário mundial e
brasileiro da época encenada.
7. deu-se a junção dos
materiais do escritor,
em sua maioria já
revisados, e quais suas
contribuições para que
a obra fosse concluída.
O segundo volume, publicado em 1976 também pela Globo
mediante autorização da família de Veríssimo, foi arranjado
postumamente por Flávio Loureiro Chaves, com prefácio e
apresentação inéditas, iniciando com as bodas de Clarissa, filha
de Veríssimo, prosseguindo com as viagens feitas pelos Estados
Unidos e Europa. Na página 259, Chaves detalha como
8. Destaca-se a importância da preservação da memória por meio
da oralidade, sem a qual não seria possível a construção de Solo
de Clarineta e muitos dos envolvidos no enredo ficariam no
esquecimento.
9. Hoje, suas obras servem de
referência para outros escritores
em nível nacional e internacional e
dentre elas é possível destacar a
série literária O Tempo e o Vento,
Incidente em Antares, dentre
outros clássicos que o estabeleceu
como um dos maiores literatos
brasileiros. Seria possível defini-lo?
Suas próprias palavras o definem
com singeleza:
"Sou apenas um contador de
histórias. Desculpem-me."
10. Fontes e Links
CHAVES, Flávio Loureiro; CÂNDIDO, Antônio. O contador de histórias: 40 anos de
vida literária de Érico Verissimo. Porto Alegre: Globo, 1972.
MATHIAS, Eleisa. Solo de clarineta: memórias de um escritor. 2011. 78 f.
Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira) - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Programa de Pós Graduação em Letras, 2011.
MITIDIERI-PEREIRA, André Luis. Solo de clarineta: cultura, memória e literatura.
Graphos, João Pessoa, v. 8, n. 1, p. 153-157, jan./jul. 2006.
RODRIGUES, Márcia Carvalho. Resgate da Memória: os acervos pessoais na
Universidade de Caxias do Sul. Patrimônio e Memória, CEDAP, v. 5, n.2, p. 174-194,
dez. 2009.
VERÍSSIMO, Érico; CHAVES, Flávio Loureiro. Solo de clarineta:
memórias. 10. ed. Porto Alegre: Globo, 1976-1997.
12. VERÍSSIMO, Érico; CHAVES, Flávio Loureiro. Solo de clarineta:
memórias. Porto Alegre: Globo, 1973-1976.
Texto elaborado por:
Elisiane da Silva Soares
Revisão e Colaboração:
Ana Guimarães Pereira
Paula Fernanda Fedatto Leal
Editoração:
Clara Leidens da Silva