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1 de 12
10 Livros da literatura Brasileira
Vinícius Gonçalves de Souza
Número : 38
1EMA
1- Antonio Callado : Quarup
2- Augusto de Campos : Viva Vaia
3- Caio Fernando Abreu : Morangos Mofados
4- Cruz e Souza : Broquéis
5- Erico Verissimo : O tempo e o Vento
6- Ferreira Gullar : Poema Sujo
7- Haroldo de Campos : Galáxias
8- Mário Faustino : O Homem e Sua Hora
9- Raul Pompéia : O ateneu
10- Vinícius de Moraes : Nova Antologia Poética
Antonio Callado :
Quarup
É o caso de seus dois principais
romances, Reflexos do Baile (1976)
e, sobretudo, Quarup (1967), a "epopéia do
idealismo revolucionário no Brasil" segundo
o escritor Mario Curvello. Os conflitos
indígenas no Norte, o golpe militar de
1964, a mobilização estudantil, a mudança de
postura por parte da Igreja Católica ante as
mazelas do país: por meio desses e de outros
temas, Callado constrói um vasto painel das
tensões de sua época em Quarup —nome do
ritual indígena que celebra os mortos e os
traz de volta à vida. A história, que começa
no início do governo Getúlio Vargas e vai até
as primeiras perseguições e torturas
impostas pelo regime militar, toma lugar
entre as reservas indígenas na região do
Xingu. É lá que o protagonista, padre
Nando, integra-se à realidade conflituosa que
aflige a população local, composta
principalmente de índios. A esse cenário
somam-se as instabilidades íntimas que
atingem o próprio padre. Após ter se
entregado ao amor carnal e às drogas, ele se
apaixona por Francisca, que o recusa. Aos
poucos abdica dos limites da
religião, dedicando-se cada vez mais às
causas locais.
Augusto de Campos
: Viva Vaia
Ao lado de Décio Pignatari e o
irmão, Haroldo, o paulistano Augusto
de Campos, nascido em 1931, foi
gestor da nova vertente poética que se
pretendia revolucionária. Em Viva Vaia
confluem
Joyce, Mallarmé, Pound, Futurismo, Da
daísmo e Surrealismo, entre outras
referências. Os versos deveriam ser
desmantelados em suas unidades
morfológicas, semânticas, sintáticas e
léxicas. Para tanto, o poeta contou
com o auxílio do diagramador Júlio
Plaza a fim de levar a cabo os recursos
visuais que julgava adequados à
sociedade tecnológica e consumista
que despontava no Brasil pós-45.
Caio Fernando
Abreu : Morangos
Mofados
Publicado em 1982, como
continuação a Pedras de Calcutá
(1977), Morangos Mofados foi um dos
maiores sucessos editoriais da década.
Nesta coletânea de contos, focalizam-
se personagens socialmente excluídos
ou marginalizados por seu
comportamento. A obra é dividida em
duas partes. A primeira, intitulada "O
Mofo", é constituída de nove histórias
que contemplam a ditadura militar e a
repressão à liberdade e ao direito de
opinião, escarafunchando sentimentos
rejeitados pela sociedade e reprimidos
nos indivíduos. Na segunda
parte, "Morangos", o autor mostra que
há solução para os traumas impostos
pelas circunstâncias sociais e
fornece, em oito contos, um fio de
esperança aos personagens, que
encontram um sentido para viver.
Cruz e Souza :
Broquéis
Poeta Negro, Dante Negro, Cisne Negro...
Não são poucas as alcunhas criadas para
homenagear João da Cruz e Sousa, poeta
catarinense nascido em novembro de 1861
na cidade de Desterro, atual
Florianópolis, capital da então província de
Santa Catarina. Filho de escravos
alforriados, com a morte de seus protetores
(que lhe cederam o sobrenome) foi obrigado
a largar os estudos e trabalhar. Sofreu uma
série de perseguições raciais, que
culminaram com a proibição de assumir o
cargo de promotor público em Laguna, para o
qual fora indicado. Negro numa sociedade
escravocrata, Cruz e Sousa militou pela
alforria, discutiu as questões cadentes de seu
tempo e fundou jornais alternativos. Em
1890 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde
entrou em contato com a poesia simbolista
francesa e seus adeptos. Cruz e Sousa
colocou a nova escola em diálogo com a
tradição brasileira e esteve à frente do novo
movimento, que encontrou repercussão em
grande parte do território brasileiro. Vencido
pela tuberculose, o poeta morreu em março
de 1898, aos 36 anos de idade, na cidade de
Sítio, Minas Gerais.
Erico Verissimo : O
Tempo e o Vento
Sua obra-prima é o romance O Tempo
e O Vento: uma trilogia de quase 3 mil
páginas, composta por O Continente
(1949), O Retrato (1951) e O
Arquipélago (1961/1962). Considerado
o principal romance histórico
brasileiro, O Tempo e o Vento levou
mais de quinze anos para ser escrito.
Narra a trajetória de duas famílias, os
Terra-Cambará e os Amaral, por mais
de dois séculos de vida, mesclando-se
aos principais episódios da formação
gaúcha. Em 1985, foi adaptado para a
televisão por Doc Comparato.
Ferreira Gullar :
Poema Sujo
Extenso, híbrido e desafiador, Poema
Sujo (1976) traz as memórias de
infância e adolescência que o autor
passou em São Luís, no
Maranhão, onde nasceu, em 1930.
Gullar criou-o em Buenos Aires logo
após a instauração da ditadura
naquele país, receoso de que algo
acontecesse contra ele. "Vou ter que
escrever essa coisa final, o testamento
final, o depoimento final", disse para si
próprio. E explica: "Era a experiência
da vida toda; não era só um poema do
exílio, mas da memória, da perda, da
recomposição do mundo perdido e do
amor à vida. Escrevi como poema-
limite". Para o professor Alcides
Villaça, trata-se de um fluxo de
memória e de alucinação lúcida. A
tentativa de reconstituir
profundamente uma identidade na
busca de uma unidade.
Haroldo de Campos
: Galáxias
Trata-se de um conglomerado de
palavras, referências e recursos barrocos,
dispostos num longo encadeamento de
imagens e significantes que deixam
entrever alguns resquícios de narração.
Não há pontuação ou letras maiúsculas.
Também não há interrupções, exceto pelo
branco da página, que se opõe ao que
nela está registrado. A unidade temática,
segundo o artista-acadêmico-tradutor,
está somente na "viagem como livro e o
livro como viagem". Para construí-la, ele
transcendeu os valores do Concretismo
que ajudou a erigir para impulsionar a
convergência entre literatura nacional e
universal. Diferentes línguas e influências
atuam no e sobre o texto, arrancando
dele a unidade cultural que
costumeiramente cercearia suas
liberdades. Resulta daí uma obra livre, na
qual, segundo Paulo Leminski, caberia
tudo.
Mário Faustino : O
Homem e Sua Hora
Ao se conhecer a biografia do piauiense
Mário Faustino (1930-1962), é inevitável
a sensação de que algo grandioso ficou
por se concluir. Apesar da morte
prematura aos 32 anos em um acidente
de avião, o jovem poeta legou à literatura
brasileira alguns dos versos mais
eficientes no uso do “substrato mágico e
mítico da linguagem poética”, como
definiu seu amigo e crítico Benedito
Nunes. O Homem e Sua Hora (1955) foi
sua obra única. Outros poemas se
publicariam em edições futuras do livro.
“A verdadeira poesia é sempre
pedagógica”, dizia ele. Por dois
anos, Faustino foi também colunista no
Jornal do Brasil, onde assinava a página
Poesia-Experiência. Contundente até
contra nomes consagrados — como
Drummond e Cecília Meireles —, o então
jovem de 26 anos movimentou a crítica
literária da época com observações
fundamentadas no lema “repetir para
aprender, criar para renovar”, baseado
nas lições do poeta americano Ezra
Pound. A mesma máxima
que, aliás, guiaria sua produção poética.
Raul Pompéia : O ateneu
O Ateneu, de Raul Pompéia, foi publicado
como folhetim da Gazeta de Notícias em
1888 e saiu em livro no mesmo ano. Com
o subtítulo: Crônica de Saudades, é um
romance de inspiração autobiográfica.
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Sérgio, que perde o aconchego do lar
para estudar em um internato. Assim se
inicia o romance: "Vais encontrar o
mundo, disse-me meu pai, à porta do
Ateneu. Coragem para a luta.’ Bastante
experimentei depois a verdade deste
aviso, que me despia, num gesto, das
ilusões de criança educada exoticamente
na estufa de carinho que é o regime do
amor doméstico. (...) Eu tinha onze anos".
Raul Pompéia transformou em literatura
a experiência como aluno do Colégio
Abílio, no Rio, entre seus 10 e 16 anos.
Evidentemente, é o produto final e o
modo dessa transfiguração que importam
à história literária.
Vinícius de Moraes : Nova
Antologia Poética
Muita gente conhece Vinícius de
Moraes por sua ligação com a Bossa
Nova, quando, nos anos de 1950 e
1960, escreveu letras para canções de
grande repercussão, como A Felicidade
ou Garota de Ipanema (ambas com
Tom Jobim). A essa fase está colada a
imagem do poeta boêmio, com um
copo de uísque ao lado do violão.
Outros se lembram de alguns sonetos
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transitórios, como o Soneto de
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10 Livros da literatura brasileira

  • 1. 10 Livros da literatura Brasileira Vinícius Gonçalves de Souza Número : 38 1EMA
  • 2. 1- Antonio Callado : Quarup 2- Augusto de Campos : Viva Vaia 3- Caio Fernando Abreu : Morangos Mofados 4- Cruz e Souza : Broquéis 5- Erico Verissimo : O tempo e o Vento 6- Ferreira Gullar : Poema Sujo 7- Haroldo de Campos : Galáxias 8- Mário Faustino : O Homem e Sua Hora 9- Raul Pompéia : O ateneu 10- Vinícius de Moraes : Nova Antologia Poética
  • 3. Antonio Callado : Quarup É o caso de seus dois principais romances, Reflexos do Baile (1976) e, sobretudo, Quarup (1967), a "epopéia do idealismo revolucionário no Brasil" segundo o escritor Mario Curvello. Os conflitos indígenas no Norte, o golpe militar de 1964, a mobilização estudantil, a mudança de postura por parte da Igreja Católica ante as mazelas do país: por meio desses e de outros temas, Callado constrói um vasto painel das tensões de sua época em Quarup —nome do ritual indígena que celebra os mortos e os traz de volta à vida. A história, que começa no início do governo Getúlio Vargas e vai até as primeiras perseguições e torturas impostas pelo regime militar, toma lugar entre as reservas indígenas na região do Xingu. É lá que o protagonista, padre Nando, integra-se à realidade conflituosa que aflige a população local, composta principalmente de índios. A esse cenário somam-se as instabilidades íntimas que atingem o próprio padre. Após ter se entregado ao amor carnal e às drogas, ele se apaixona por Francisca, que o recusa. Aos poucos abdica dos limites da religião, dedicando-se cada vez mais às causas locais.
  • 4. Augusto de Campos : Viva Vaia Ao lado de Décio Pignatari e o irmão, Haroldo, o paulistano Augusto de Campos, nascido em 1931, foi gestor da nova vertente poética que se pretendia revolucionária. Em Viva Vaia confluem Joyce, Mallarmé, Pound, Futurismo, Da daísmo e Surrealismo, entre outras referências. Os versos deveriam ser desmantelados em suas unidades morfológicas, semânticas, sintáticas e léxicas. Para tanto, o poeta contou com o auxílio do diagramador Júlio Plaza a fim de levar a cabo os recursos visuais que julgava adequados à sociedade tecnológica e consumista que despontava no Brasil pós-45.
  • 5. Caio Fernando Abreu : Morangos Mofados Publicado em 1982, como continuação a Pedras de Calcutá (1977), Morangos Mofados foi um dos maiores sucessos editoriais da década. Nesta coletânea de contos, focalizam- se personagens socialmente excluídos ou marginalizados por seu comportamento. A obra é dividida em duas partes. A primeira, intitulada "O Mofo", é constituída de nove histórias que contemplam a ditadura militar e a repressão à liberdade e ao direito de opinião, escarafunchando sentimentos rejeitados pela sociedade e reprimidos nos indivíduos. Na segunda parte, "Morangos", o autor mostra que há solução para os traumas impostos pelas circunstâncias sociais e fornece, em oito contos, um fio de esperança aos personagens, que encontram um sentido para viver.
  • 6. Cruz e Souza : Broquéis Poeta Negro, Dante Negro, Cisne Negro... Não são poucas as alcunhas criadas para homenagear João da Cruz e Sousa, poeta catarinense nascido em novembro de 1861 na cidade de Desterro, atual Florianópolis, capital da então província de Santa Catarina. Filho de escravos alforriados, com a morte de seus protetores (que lhe cederam o sobrenome) foi obrigado a largar os estudos e trabalhar. Sofreu uma série de perseguições raciais, que culminaram com a proibição de assumir o cargo de promotor público em Laguna, para o qual fora indicado. Negro numa sociedade escravocrata, Cruz e Sousa militou pela alforria, discutiu as questões cadentes de seu tempo e fundou jornais alternativos. Em 1890 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde entrou em contato com a poesia simbolista francesa e seus adeptos. Cruz e Sousa colocou a nova escola em diálogo com a tradição brasileira e esteve à frente do novo movimento, que encontrou repercussão em grande parte do território brasileiro. Vencido pela tuberculose, o poeta morreu em março de 1898, aos 36 anos de idade, na cidade de Sítio, Minas Gerais.
  • 7. Erico Verissimo : O Tempo e o Vento Sua obra-prima é o romance O Tempo e O Vento: uma trilogia de quase 3 mil páginas, composta por O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1961/1962). Considerado o principal romance histórico brasileiro, O Tempo e o Vento levou mais de quinze anos para ser escrito. Narra a trajetória de duas famílias, os Terra-Cambará e os Amaral, por mais de dois séculos de vida, mesclando-se aos principais episódios da formação gaúcha. Em 1985, foi adaptado para a televisão por Doc Comparato.
  • 8. Ferreira Gullar : Poema Sujo Extenso, híbrido e desafiador, Poema Sujo (1976) traz as memórias de infância e adolescência que o autor passou em São Luís, no Maranhão, onde nasceu, em 1930. Gullar criou-o em Buenos Aires logo após a instauração da ditadura naquele país, receoso de que algo acontecesse contra ele. "Vou ter que escrever essa coisa final, o testamento final, o depoimento final", disse para si próprio. E explica: "Era a experiência da vida toda; não era só um poema do exílio, mas da memória, da perda, da recomposição do mundo perdido e do amor à vida. Escrevi como poema- limite". Para o professor Alcides Villaça, trata-se de um fluxo de memória e de alucinação lúcida. A tentativa de reconstituir profundamente uma identidade na busca de uma unidade.
  • 9. Haroldo de Campos : Galáxias Trata-se de um conglomerado de palavras, referências e recursos barrocos, dispostos num longo encadeamento de imagens e significantes que deixam entrever alguns resquícios de narração. Não há pontuação ou letras maiúsculas. Também não há interrupções, exceto pelo branco da página, que se opõe ao que nela está registrado. A unidade temática, segundo o artista-acadêmico-tradutor, está somente na "viagem como livro e o livro como viagem". Para construí-la, ele transcendeu os valores do Concretismo que ajudou a erigir para impulsionar a convergência entre literatura nacional e universal. Diferentes línguas e influências atuam no e sobre o texto, arrancando dele a unidade cultural que costumeiramente cercearia suas liberdades. Resulta daí uma obra livre, na qual, segundo Paulo Leminski, caberia tudo.
  • 10. Mário Faustino : O Homem e Sua Hora Ao se conhecer a biografia do piauiense Mário Faustino (1930-1962), é inevitável a sensação de que algo grandioso ficou por se concluir. Apesar da morte prematura aos 32 anos em um acidente de avião, o jovem poeta legou à literatura brasileira alguns dos versos mais eficientes no uso do “substrato mágico e mítico da linguagem poética”, como definiu seu amigo e crítico Benedito Nunes. O Homem e Sua Hora (1955) foi sua obra única. Outros poemas se publicariam em edições futuras do livro. “A verdadeira poesia é sempre pedagógica”, dizia ele. Por dois anos, Faustino foi também colunista no Jornal do Brasil, onde assinava a página Poesia-Experiência. Contundente até contra nomes consagrados — como Drummond e Cecília Meireles —, o então jovem de 26 anos movimentou a crítica literária da época com observações fundamentadas no lema “repetir para aprender, criar para renovar”, baseado nas lições do poeta americano Ezra Pound. A mesma máxima que, aliás, guiaria sua produção poética.
  • 11. Raul Pompéia : O ateneu O Ateneu, de Raul Pompéia, foi publicado como folhetim da Gazeta de Notícias em 1888 e saiu em livro no mesmo ano. Com o subtítulo: Crônica de Saudades, é um romance de inspiração autobiográfica. Narra a experiência do menino Sérgio, que perde o aconchego do lar para estudar em um internato. Assim se inicia o romance: "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.’ Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico. (...) Eu tinha onze anos". Raul Pompéia transformou em literatura a experiência como aluno do Colégio Abílio, no Rio, entre seus 10 e 16 anos. Evidentemente, é o produto final e o modo dessa transfiguração que importam à história literária.
  • 12. Vinícius de Moraes : Nova Antologia Poética Muita gente conhece Vinícius de Moraes por sua ligação com a Bossa Nova, quando, nos anos de 1950 e 1960, escreveu letras para canções de grande repercussão, como A Felicidade ou Garota de Ipanema (ambas com Tom Jobim). A essa fase está colada a imagem do poeta boêmio, com um copo de uísque ao lado do violão. Outros se lembram de alguns sonetos de inspiração camoniana, que celebram o momento e a busca pelos prazeres sensuais, ainda que transitórios, como o Soneto de Separação e o Soneto de Fidelidade ("Eu possa me dizer do amor (que tive):/Que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure").