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Residência de Medicina de Família e
Comunidade
PMV / SEMUS Vitória
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2017
R A S T R E A M E N T O
Bianca Lazarini Forreque
R2
2017
Caso Clínico
MPL, 60 anos, sexo feminino.
“Doutora, como é começo de ano, quero fazer todos os exames. Já faz 1
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Rastreamento
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sem a condição e aquelas
com a condição rastreada e
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É uma atividade de diagnóstico pré-sintomático, em meio a
um amplo espectro de atividades de cuidado, promoção e
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sobre a produção da saúde e a prevenção de doenças.
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PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES
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“
“
Por ser uma intervenção “no escuro”, proposta e realizada em pessoas
a princípio sadias, pode causar danos sem o potencial benefício.
DANO SEM O POTENCIAL
BENEFÍCIO
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PRESENTE AUSENTE
EFEITO ADVERSO Não Ocorre A B
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Fonte: Gray, 2004
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CRITÉRIOS PARA A INTRODUÇÃO DE UM PROGRAMA DE RASTREAMENTO
DOENÇA TESTE POPULAÇÃO RASTREADA
Impacto significativo na
saúde pública
Sensibilidade suficiente para
detectar a doença no
período assintomático
Prevalência suficientemente
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Na maioria dos programas de rastreamento, algumas pessoas
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“
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Quanto maior o sobrediagnóstico e o sobretratamento, mais as
pessoas acreditam que devem sua saúde ou mesmo suas vidas ao
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Dificuldades
• Processos neutros e de natureza incerta. “Qual irá se desenvolver, ou
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que se tornaria CA
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positivo
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Negativo Falso-negativo “Falso-negativo” Verdadeiro-negativo
Dificuldades
“
“
Importante ter em mente que o processo de rastrear, além de tratar
potenciais doenças, também cria ou produz novas doenças.
PRIMUM NON NOCERE
Rastreamento
O QUE É?
CRITÉRIOS
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Principais Recomendações
- Risco CV
Apenas 1 fator de risco baixo/intermediário Baixo risco / Intermediário CV
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2 ou mais fatores de risco baixo/intermediário Calcular RCV
Principais Recomendações
- Risco CV
Principais Recomendações
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Principais Recomendações
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Principais Recomendações
Tabagismo Todos os adultos, incluindo as
gestantes
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Anemia Falciforme Teste do pezinho (RN) A
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- PSA
• 2012: USPSTF não recomenda
• 2013: INCA não recomenda
“
“
Os estudos que levaram a essas recomendações acompanharam
milhares de homens por mais de dez anos, e mostraram que fazer PSA
com ou sem toque retal não diminui a mortalidade geral dos homens,
e muda muito pouco a mortalidade específica por câncer de próstata.
Em outras palavras, lembra a SBMFC, homens que fazem o exame não
morrem mais velhos, e morrem muito pouco menos de câncer de
próstata.
Cláudia Collucci, 3 Nov 2015
Principais Recomendações
- CA de Colo de Útero
• O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o
exame citopatológico (exame de Papanicolaou), que deve ser oferecido
às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade
sexual.
•Antes dos 25 anos prevalecem as infecções por HPV e as lesões de baixo
grau, que regredirão espontaneamente na maioria dos casos e,
portanto, podem ser apenas acompanhadas conforme recomendações
clínicas.
•A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do
exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames normais
consecutivos realizados com um intervalo de um ano. A repetição em
um ano após o primeiro teste tem como objetivo reduzir a possibilidade
de um resultado falso-negativo na primeira rodada do rastreamento.
Principais Recomendações
- CA de Mama
Principais Recomendações
- CA de Mama
• Aproximadamente 5% dos casos de câncer de mama ocorrem em
mulheres com alto risco para desenvolvimento dessa neoplasia. Ainda
não existem ensaios clínicos que tenham identificado estratégias de
rastreamento diferenciadas e eficazes para redução de mortalidade
neste subgrupo. Portanto, recomenda-se acompanhamento clínico
individualizado para essas mulheres.
• Risco elevado de câncer de mama inclui:
• história familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos
50 anos ou câncer bilateral ou de ovário em qualquer idade;
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  • 1. Residência de Medicina de Família e Comunidade PMV / SEMUS Vitória EMESCAM / HSCMV 2017
  • 2. R A S T R E A M E N T O Bianca Lazarini Forreque R2 2017
  • 3. Caso Clínico MPL, 60 anos, sexo feminino. “Doutora, como é começo de ano, quero fazer todos os exames. Já faz 1 ano que fiz a mamografia. Está na hora de fazer o preventivo, que eu também faço todo ano. Também quero a endro. E claro, os exames de sangue, urina e fezes.”
  • 4. Caso Clínico • Segundo Starfield, em estudo de 2008, quase metade dos atendimentos médicos norte-americanos são consultas de check-up.
  • 7. ““ Aplicação de testes ou procedimentos diagnósticos em pessoas assintomáticas com o propósito de dividi- las em dois grupos: aquelas sem a condição e aquelas com a condição rastreada e que podem vir a ser beneficiadas pela intervenção precoce. O que é?
  • 8. “ “ É uma atividade de diagnóstico pré-sintomático, em meio a um amplo espectro de atividades de cuidado, promoção e melhoria da saúde, muitas delas de alto poder de impacto sobre a produção da saúde e a prevenção de doenças. O que é?
  • 9. O que é? Rastreamento Oportunístico Programas Organizados de Rastreamento
  • 11. Critérios “ “ Por ser uma intervenção “no escuro”, proposta e realizada em pessoas a princípio sadias, pode causar danos sem o potencial benefício. DANO SEM O POTENCIAL BENEFÍCIO DOENÇA PRESENTE AUSENTE EFEITO ADVERSO Não Ocorre A B Ocorre C D Fonte: Gray, 2004
  • 12. Critérios “ “ Por ser uma intervenção “no escuro”, proposta e realizada em pessoas a princípio sadias, pode causar danos sem o potencial benefício. DANO SEM O POTENCIAL BENEFÍCIO DOENÇA PRESENTE AUSENTE EFEITO ADVERSO Não Ocorre A B Ocorre C D Fonte: Gray, 2004
  • 13. Medicina baseada em evidências Critérios “ “ Há que se ter mais garantia e segurança na relação benefício-dano das intervenções. ECAs Ensaios Clínicos Aleatorizados Rastrear a condição “X” traz benefícios ou não?
  • 14. Critérios CRITÉRIOS PARA A INTRODUÇÃO DE UM PROGRAMA DE RASTREAMENTO DOENÇA TESTE POPULAÇÃO RASTREADA Impacto significativo na saúde pública Sensibilidade suficiente para detectar a doença no período assintomático Prevalência suficientemente alta da doença que justifique o rastreamento Período assintomático durante o qual a detecção é possível Especificidade suficiente para minimizar os resultados falso-positivos Cuidado médico acessível Melhora nos desfechos pelo tratamento durante o período sintomático Aceitável para as pessoas Pessoas dispostas a aderir à sequência de investigação e tratamento
  • 15. Critérios - Caderno de Atenção Básica nº 29 Rastreamento
  • 17. Dificuldades • O poder dos exames de imagem ao longo do tempo...
  • 19. Dificuldades “ “ Na maioria dos programas de rastreamento, algumas pessoas recebem tratamento “desnecessariamente”, dada a natureza precoce da intervenção. Ou seja, recebem tratamento para patologias que nunca se desenvolveriam para a fase clínica se deixadas sem tratamento (overdiagnosis e overtreatment).
  • 20. Dificuldades “ “ Quanto maior o sobrediagnóstico e o sobretratamento, mais as pessoas acreditam que devem sua saúde ou mesmo suas vidas ao programa.
  • 21. Dificuldades • Processos neutros e de natureza incerta. “Qual irá se desenvolver, ou não, num caso clínico propriamente dito?” • Criação de novas categorias de doenças, chamadas limítrofes ou borderlines (intolerância à glicose, hipotireoidismo subclínico, neoplasias intraepiteliais cervicais NICs, displasias mamárias, etc...) Casos Inconsequentes
  • 22. Dificuldades O verdadeiro Patologia da mama que se tornaria CA de mama sintomático Patologia da mama que permaneceria latente Sem patologia mamária, não estando destinado a desenvolver sintomas da doença antes da próxima rotina de rastreamento O teste (mamografia) Positivo Verdadeiro- positivo “Verdadeiro- positivo” Falso-positivo Negativo Falso-negativo “Falso-negativo” Verdadeiro-negativo
  • 23. Dificuldades “ “ Importante ter em mente que o processo de rastrear, além de tratar potenciais doenças, também cria ou produz novas doenças. PRIMUM NON NOCERE
  • 25. Principais Recomendações - Risco CV Apenas 1 fator de risco baixo/intermediário Baixo risco / Intermediário CV Ao menos 1 fator de risco alto Alto risco CV 2 ou mais fatores de risco baixo/intermediário Calcular RCV
  • 29. Principais Recomendações Tabagismo Todos os adultos, incluindo as gestantes A Uso de Álcool Todos os adultos, incluindo as gestantes B Obesidade Adultos e crianças > 6 anos B
  • 30. Principais Recomendações - Crianças Anemia Falciforme Teste do pezinho (RN) A Hipotireoidismo congênito Teste do pezinho (RN) A Fenilcetonúria Teste do pezinho (RN) A Perda auditiva Teste da orelhinha (RN) B Ambliopia, estrabismo e acuidade visual Durante puericultura B
  • 31. Principais Recomendações - PSA • 2012: USPSTF não recomenda • 2013: INCA não recomenda “ “ Os estudos que levaram a essas recomendações acompanharam milhares de homens por mais de dez anos, e mostraram que fazer PSA com ou sem toque retal não diminui a mortalidade geral dos homens, e muda muito pouco a mortalidade específica por câncer de próstata. Em outras palavras, lembra a SBMFC, homens que fazem o exame não morrem mais velhos, e morrem muito pouco menos de câncer de próstata. Cláudia Collucci, 3 Nov 2015
  • 32. Principais Recomendações - CA de Colo de Útero • O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (exame de Papanicolaou), que deve ser oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. •Antes dos 25 anos prevalecem as infecções por HPV e as lesões de baixo grau, que regredirão espontaneamente na maioria dos casos e, portanto, podem ser apenas acompanhadas conforme recomendações clínicas. •A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. A repetição em um ano após o primeiro teste tem como objetivo reduzir a possibilidade de um resultado falso-negativo na primeira rodada do rastreamento.
  • 34. Principais Recomendações - CA de Mama • Aproximadamente 5% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres com alto risco para desenvolvimento dessa neoplasia. Ainda não existem ensaios clínicos que tenham identificado estratégias de rastreamento diferenciadas e eficazes para redução de mortalidade neste subgrupo. Portanto, recomenda-se acompanhamento clínico individualizado para essas mulheres. • Risco elevado de câncer de mama inclui: • história familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos ou câncer bilateral ou de ovário em qualquer idade; • história familiar de câncer de mama masculino e; • diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.