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Estoicismo
André Ricardo Marcondes
Maio/2018
INTRODUÇÃO
Introdução
• O estoicismo foi uma escola de filosofia
helenística fundada em Atenas por Zenão de
Cítio no início do século III a.C.
• O estoicismo floresceu na Grécia com Cleantes
de Assos e Crisipo de Solis, sendo levado a
Roma no ano 155 a.C. por Diógenes da
Babilônia. Ali, seus continuadores foram
Marco Aurélio, Sêneca, Epiteto e Lucano.
Introdução
• O estoicismo foi fortemente influenciado por
certos ensinamentos de Sócrates e de
Heráclito (este influenciou a física estóica);
• O estoicismo é predominantemente uma
filosofia da ética pessoal formada pelo seu
sistema de lógica e suas visões sobre o mundo
natural.
Introdução
• De acordo com seus ensinamentos, como seres
sociais, o caminho para a felicidade dos seres
humanos reside na aceitação do momento
presente como ele se apresenta, pelo controle de
nossos desejos por prazer e de aversão pela dor,
pelo uso de nossa mente para entender o mundo
a nossa volta de modo a fazermos a parte que
nos cabe no plano da natureza e pelo trabalho
em cooperação com os demais, os quais devem
ser tratados com respeito e justiça.
Introdução
• De todos os filósofos estóicos, apenas os
ensinamentos de três deles sobrevivem até
hoje por meio de livros: Sêneca, Epíteto e
Marco Aurélio.
 Sêneca: 4 aC – 65 dC.
 Epiteto: 65 – 135 dC
 Marco Aurélio: 121 – 180 dC
Introdução
• Embora o pensamento estóico expusesse uma
cosmologia elaborada, a filosofia estóica era
essencialmente um guia de conduta para a
vida.
• A busca da vida em harmonia com a natureza
implicava que tal vida fosse regulada pela
RAZÃO.
O Homem deve viver em
harmonia com a Natureza
Introdução
• A vida deve ser governada pela razão, pois:
O Bem mais elevado é
uma vida virtuosa
A virtude somente
já e felicidade
A virtude é sua própria recompensa e não
possuí-la já é uma punição em si
Introdução
• A vida deve ser governada pela razão, pois:
• Todas as coisas que são normalmente valorizadas
ou evitadas pelas pessoas, tais como, riqueza e
pobreza, prazer e dor, saúde e doença etc., são
tratadas com indiferença pelo verdadeiro estoico.
Ele pode ser tão feliz deitado numa cama de
madeira quanto numa cama de rosas.
O Bem deve ser encontrado por cada
homem dentro dele mesmo
Introdução
• Os estoicos faziam uma clara e precisa
distinção entre:
• Não estão sob nosso controle: as opiniões dos
demais, nossa saúde, a riqueza, nossa posição
social, nossa reputação. Assim, o estoico é
indiferente à tais coisas.
O QUE ESTÁ SOB NOSSO CONTROLE
X
O QUE NÃO ESTÁ SOB NOSSO CONTROLE
Introdução
• Os estoicos insistem fortemente na unidade do
universo e na responsabilidade do homem como
parte do grande todo;
• Eles foram os primeiros a pregar o
“cosmopolitanismo”. Diziam que “o mundo é
nossa cidade”;
• Foram também os primeiros a ressaltar os
benefícios da virtude. Marco Aurélio, por
exemplo, enfatizava o “amor ao próximo”. Os
estoicos influenciaram profundamente a
moralidade cristã que se seguiu.
Introdução
• Os três grandes estoicos mais conhecidos
(Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio) pregaram
essencialmente a mesma doutrina, ainda que
colorida por seus temperamentos e
experiências pessoais;
• Sêneca, ainda que rico lembrava a seus
seguidores:
“Se o que você possui lhe parece insuficiente,
então, ainda que possua a mundo, você ainda
será um miserável”
Introdução
• E dizia Sêneca também:
• Quando lemos Epiteto, vemos que não há
compromisso com a mundanalidade:
“Toda a responsabilidade do homem se resume
em ter paciência com aquilo que temos de sofrer
e prudência com aquilo que temos de fazer”
“Deixe que a morte e o desprezo estejam
diariamente diante de seus olhos. Melhor morrer
de fome isento de tristeza e medo, do que viver
uma vida de perturbação”
Introdução
• Marco Aurélio não é tão sem sentimentos
quanto Epiteto parece ser, ainda que tal
consolação que ele oferece deva ser adquirida
a um alto preço:
• Ele diz ainda a si mesmo:
“Não deixe fazer nenhuma diferença para ti se tu
és frio ou caloroso, se tu estás fazendo o teu
dever”
“Não considere então a vida como uma coisa de
qualquer valor”
Introdução
• O estoicismo apela para o que há de mais nobre
em todas as filosofias, de modo que tem-se
tornado uma permanente filosofia de vida. De
fato, o estoicismo é um elemento ainda
indispensável de qualquer filosofia racional;
• Todos os homens devem, eventualmente,
encarar a morte e, antes disso, perder seus entes
queridos. E, quase todos, independente de quão
sabia e prudentemente conduzem suas vidas,
devem sofrer, mais cedo ou mais tarde, de
desapontamentos, dificuldades, acidentes,
derrotas, ingratidão, rejeição, afronta,
humilhação, dor e até de períodos de agonia
Introdução
• Sempre existirá um tempo em que o homem irá
precisar de paciência, resistência e fortaleza;
• Essas são as grandes virtudes instiladas pela
filosofia estoica;
• E quando o homem mais precisar dessas virtudes
ele poderá se voltar para a calma sabedoria de
Sêneca, para a dura admoestação de Epiteto ou
para a elevada serenidade das Meditações de
Marco Aurélio para renovar sua coragem e força.
O Estoicismo
• A filosofia do estoicismo tem por objetiva
libertar o homem das emoções negativas e
propiciar o cultivo de um estado de alegria
interior que se irradie de seu ser
independente das circunstâncias externas.
“O estoico deve estar constantemente imerso em
uma alegria ou felicidade que provém de seu
interior, uma vez que ele encontra prazer apenas
em si mesmo e não deseja outros prazeres que
não os que já possui”..................................Sêneca
O Estoicismo
• Assim, o estoicismo é a filosofia da obtenção
da tranquilidade em meio às adversidades da
vida;
• O estoico se questiona:
“Qual a natureza da realidade?”
e
“Como pode o conhecimento da realidade me
ajudar a decidir como viver melhor?”
O Estoicismo
• Para o estoico há um modo correto de viver de
acordo com a Natureza, e tal modo correto é
chamado de VIRTUDE;
• Mas, para viver de acordo com a Natureza,
precisamos conhecê-la;
• O conceito de Natureza no estoicismo aparece
em função da constatação da complexa
estrutura harmoniosa existente em tudo.
O Estoicismo
• Deve existir um princípio que rege tamanha
harmonia que abrange todo o mundo
(universo);
• Esse princípio pode ser chamado de RAZÃO
UNIVERSAL, MENTE, DEUS;
• Esse princípio divino está presente em toda a
natureza e é natural em si mesmo. É a própria
natureza;
• Como diz Sêneca:
O Estoicismo
“Tudo o que vemos – que
compreende deus e o
homem – é uno; nós somos
parte do grande
todo”.........................Sêneca
O Estoicismo
O Universo Determinístico
• Tudo o que acontece está predeterminado por
eventos precedentes.
“Tudo o que possa acontecer com você
têm estado esperando para acontecer
desde o começo dos tempos, os fios do
destino entrelaçaram os dois juntos:
sua existência e as coisas que
acontecem a você”.........Marco Aurélio
O Estoicismo
O Universo Determinístico
• Mas o determinismo dos estoicos é suave;
• Acreditam que a mente do homem é um ramo
da Razão Universal que permeia a estrutura
de todas as coisas. É nosso deus interior,
nosso verdadeiro eu.
O Estoicismo
O Universo Determinístico
“Percebendo que nosso nascimento envolve
a fusão de duas coisas – o corpo de um
lado, que compartilhamos com os animais
e, de outro lado, a razão e inteligência que
partilhamos com os deuses – a maioria de
nós se inclina ao primeiro, por mais
miserável que seja, enquanto apenas uns
poucos se inclinam para o que é divino e
sagrado”...........................................Epiteto
O Estoicismo
O Universo Determinístico
• Cultivar o deus interior traz uma liberdade que
é intocável às garras do destino;
• Não se pode mudar o que já está
predeterminado, mas pode-se mudar nossas
respostas e reações a tais eventos de modo
consciente, de tal modo a podermos controlar
os efeitos de tais eventos sobre a nossa
felicidade;
“Devemos aceitar (e até gostar) de tudo que o
destino nos traga”......................................Sêneca
O Estoicismo
O Universo Determinístico
• Assim, o bom papel de um homem é oferecer
a si mesmo ao seu destino;
• Um grande consolo nisso é que somos
arrastado pelo destino juntamente com todo o
universo.
“Devemos aceitar o que acontece - assim
como aceitamos o resultado de um jogo de
dados – e então tomar nossas ações da
melhor maneira que nossa razão
permita.............................................Platão
O Estoicismo
Princípio Chave
• Princípio chave do estoicismo:
Acontecimentos
pré-determinados
pelo destino
Fortaleza interior
oriunda de nossa
liberdade de
escolha de nossas
reações
X
O Estoicismo
Princípio Chave
• A maioria das coisas não está sob nosso
controle (ação e opinião dos demais, saúde,
riqueza, reputação etc.);
• Está sob nosso controle aquilo que emana de
nossa mente: nossas ações, opiniões,
julgamentos, crenças, desejos e objetivos.
“Algumas coisas estão sob nosso controle e
outras não........................................Epiteto
O Estoicismo
Princípio Chave
• A miséria e o sofrimento em nossas vidas
resultam do fato de nossa felicidade depender
de coisas que estão, em última instância, fora
de nosso controle. Ao assim fazermos, nos
tornamos escravos delas.
“O mestre de um homem é aquele que é capaz de
conferir ou tirar o que quer que aquele homem
deseje ou evite. Quem deseja ser livre, que não
deseje nada nem evite nada que depende dos
outros. De outro modo ele será necessariamente
um escravo..................................................Epiteto
O Estoicismo
Princípio Chave
• Para nos libertarmos da escravidão auto
imposta devemos nos tornar indiferentes a
todas as coisas que não estão sob nosso
controle e tornar nossa felicidade dependente
apenas daquilo que podemos controlar;
• O desejo, por exemplo, está sob nosso
controle. Assim, podemos nos disciplinar para
fazer cessar o desejo pelas coisas que estão
fora de nosso controle.
O Estoicismo
Princípio Chave
• A maioria das pessoas se tornam escravas de
seus desejos e perseguem coisas exteriores
como riqueza, poder, satisfação sexual etc.,
acreditando que obtendo tais coisas se
sentirão melhores;
• Epiteto afirmava que aqueles que possuem a
ausência da necessidade de possuir tais coisas
possuem um bem muito mais valioso, pois os
liberta da escravidão da posse.
O Estoicismo
A Escravidão da Posse
Necessidade
de possuir
coisas
externas
para ser feliz
A coisa está
faltando
A coisa está
presente
Sentimento de
miséria e
ansiedade por
possuir a coisa
Receio de perder a
coisa possuída , o
que não permite
apreciá-la
O Estoicismo
O Desapego
• A indiferença estoica não reside em evitar
coisas como riqueza, poder, reputação, boa
comida ou mesmo o prazer sexual. O estoico
as aceita se elas estão disponíveis, mas não se
apega a elas. Sua felicidade não depende
delas, pois ele não fica apegado a elas e com
isso não fica sujeito ao medo de perdê-las.
O Estoicismo
A Adversidade
• Nada é ruim, exceto aquilo que julgamos
como tal;
• Se olharmos para nossas adversidades com
novos olhos e assumirmos uma nova atitude
em relação a elas, poderemos nos beneficiar
de nossas adversidades e vê-las mais como
montanhas a serem escaladas e menos como
buracos nos quais caímos.
“Não são as coisas ou acontecimentos que nos
perturbam, mas sim o julgamento que fazemos
deles”............................................................Epiteto
O Estoicismo
A Adversidade
• As circunstâncias difíceis é que evidenciam o
homem real;
• O infortúnio constante trás a seguinte benção:
“Aquilo que sempre o assalta, eventualmente
o fortalece”
O Estoicismo
A Adversidade
“A excelência desaparece sem a adversidade. É
através da resistência que mostramos quão
grande somos e quanta força possuímos. Eu
asseguro, bons homens devem fazer assim: não
devem temer as adversidades e dificuldades
nem reclamar de seu destino. Tudo o que
acontece a um homem deve ele extrair disso sua
parte boa e trazer ao acontecimento um bom
final. Não é o que você suporta que importa,
mas como você
suporta”...................................................Sêneca
O Estoicismo
A Adversidade
• O modo de vida estoico é difícil;
• Um indivíduo que corporifique perfeitamente os
princípios estoicos é um sábio estoico e poderia
ser considerado mais como um deus do que
como um homem;
• “Se nos defrontarmos com um homem que nunca
está assustado com o perigo, nunca é afetado
pelo desejo, é feliz na adversidade, calmo em
meio à tormenta, que observa a humanidade de
um ponto de vista superior e os deuses de seu
próprio ponto, não é provável que nasça em nós
um sentimento de veneração por tal homem?
O Estoicismo
A Adversidade
• Não é provável que digamos a nós mesmos:
‘aqui está uma coisa grande e sublime, que
não pode estar na mesma categoria do
insignificante corpo que ele habita’. Em tal
corpo está expresso assim um poder divino.”
Sêneca
O Estoicismo
A Adversidade
• Os estoicos viam a filosofia como uma
ferramenta que se pode usar para esculpir o
caráter como uma fortaleza impenetrável, de
modo a se poder suportar as adversidades e
misérias da vida com calma e força;
• Para Epiteto a filosofia era:
• Ou seja, como passar pela batalha da vida não
apenas intacto, mas tendo vivido uma boa
vida.
“A ARTE DA VIDA”
O Estoicismo
Tranquilidade
• A tranquilidade é o estado psicológico
caracterizado pela ausência de emoções
negativas, tais como a tristeza, a ira, a
ansiedade, e pela presença de emoções
positivas, tais como a alegria
“Você tem o poder sobre sua mente, não os
acontecimentos externos. Reconheça isso e você
terá encontrado a força”
Marco Aurélio
O Estoicismo
Interpretação dos Eventos Externos
• Os estoicos acreditam que nós podemos
controlar o modo como nossa mente interpreta
os eventos de nossa vida;
• Não existe um único modo de interpretar um
acontecimento. Há muitos modos de olhar para
ele;
• Nós construímos o modo pelo qual apresentamos
os acontecimentos do mundo para nós mesmos.
Temos que controlar esse modo e tirar vantagem
dele a nosso favor.
O Estoicismo
Interpretação dos Eventos Externos
• Portanto, temos que reinterpretar o modo
como vemos os acontecimentos de modo a
MINIMIZAR o impacto das emoções negativas.
“A felicidade de sua vida depende da qualidade de
seus pensamentos”
Meditações - Marco Aurélio
O Estoicismo
Viver no Presente
• Uma das coisas que prejudica a qualidade dos
pensamentos, diz Marco Aurélio, é a
inabilidade das pessoas de viver no presente;
• A maioria das pessoas vive no passado ou se
preocupa com o futuro;
• Marco Aurélio aprendeu de Epiteto uma
técnica para apreciar cada momento vivido:
A VISUALIZAÇÃO NEGATIVA
O Estoicismo
Visualização Negativa
• A visualização negativa, ou seja, imaginar com
empenho o que poderia estar pior em nossa
vida, permite realizar a natureza transitória de
todas as coisas externas;
• A meditação sobre a morte é particularmente
útil, pois a morte pode vir para qualquer um a
qualquer momento. Tornando-se consciente
disso vive-se mais intensamente consciente de
cada momento, buscando-se tirar dele o
máximo de satisfação e proveito.
O Estoicismo
Meditação sobre a Morte
• A conscientização da realidade da morte
iminente provê ainda o contexto da relativa
trivialidade da maioria das coisas que a maior
parte das pessoas se ocupam.
O Estoicismo
Opiniões Alheias
• A preocupação com a opinião dos outros
também prejudica a qualidade dos
pensamentos e leva à frustração, insatisfação
e raiva;
• A maior parte das pessoas está preocupada
com coisas mesquinhas e suas opiniões são de
pouca importância
“Tenho tentado entender como todo homem ama a si
mesmo mais que todos os outros e ainda assim tem sua
opinião em menor conta que a dos outros ”
Meditações - Marco Aurélio
O Estoicismo
Ofensas
• Aquele que busca a tranquilidade deve evitar
ficar irritado ou furioso quando alguém o
ofende;
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com a mesma moeda;
“A melhor vingança é ser diferente daquele que te
insulta”
Meditações - Marco Aurélio
O Estoicismo
Ofensas
• Quando alguém te culpa ou te odeia ou te
critica, observa a alma dessa pessoa, penetra
nela e veja que tipo de pessoa ela é. Você irá
perceber que não existe razão para se torturar
por qualquer particular opinião que essa
pessoa tenha sobre você.
O Estoicismo
Em Resumo
“Lembre-se por quanto tempo você tem ignorado
isso (os princípios do estoicismo). Em algum
momento você tem de reconhecer que mundo é
esse ao qual você pertence, que poder o regula, de
qual fonte você provém e que existe um limite de
tempo destinado a você e se você não utilizá-lo
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Estoicismo

  • 3. Introdução • O estoicismo foi uma escola de filosofia helenística fundada em Atenas por Zenão de Cítio no início do século III a.C. • O estoicismo floresceu na Grécia com Cleantes de Assos e Crisipo de Solis, sendo levado a Roma no ano 155 a.C. por Diógenes da Babilônia. Ali, seus continuadores foram Marco Aurélio, Sêneca, Epiteto e Lucano.
  • 4. Introdução • O estoicismo foi fortemente influenciado por certos ensinamentos de Sócrates e de Heráclito (este influenciou a física estóica); • O estoicismo é predominantemente uma filosofia da ética pessoal formada pelo seu sistema de lógica e suas visões sobre o mundo natural.
  • 5. Introdução • De acordo com seus ensinamentos, como seres sociais, o caminho para a felicidade dos seres humanos reside na aceitação do momento presente como ele se apresenta, pelo controle de nossos desejos por prazer e de aversão pela dor, pelo uso de nossa mente para entender o mundo a nossa volta de modo a fazermos a parte que nos cabe no plano da natureza e pelo trabalho em cooperação com os demais, os quais devem ser tratados com respeito e justiça.
  • 6. Introdução • De todos os filósofos estóicos, apenas os ensinamentos de três deles sobrevivem até hoje por meio de livros: Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio.  Sêneca: 4 aC – 65 dC.  Epiteto: 65 – 135 dC  Marco Aurélio: 121 – 180 dC
  • 7. Introdução • Embora o pensamento estóico expusesse uma cosmologia elaborada, a filosofia estóica era essencialmente um guia de conduta para a vida. • A busca da vida em harmonia com a natureza implicava que tal vida fosse regulada pela RAZÃO. O Homem deve viver em harmonia com a Natureza
  • 8. Introdução • A vida deve ser governada pela razão, pois: O Bem mais elevado é uma vida virtuosa A virtude somente já e felicidade A virtude é sua própria recompensa e não possuí-la já é uma punição em si
  • 9. Introdução • A vida deve ser governada pela razão, pois: • Todas as coisas que são normalmente valorizadas ou evitadas pelas pessoas, tais como, riqueza e pobreza, prazer e dor, saúde e doença etc., são tratadas com indiferença pelo verdadeiro estoico. Ele pode ser tão feliz deitado numa cama de madeira quanto numa cama de rosas. O Bem deve ser encontrado por cada homem dentro dele mesmo
  • 10. Introdução • Os estoicos faziam uma clara e precisa distinção entre: • Não estão sob nosso controle: as opiniões dos demais, nossa saúde, a riqueza, nossa posição social, nossa reputação. Assim, o estoico é indiferente à tais coisas. O QUE ESTÁ SOB NOSSO CONTROLE X O QUE NÃO ESTÁ SOB NOSSO CONTROLE
  • 11. Introdução • Os estoicos insistem fortemente na unidade do universo e na responsabilidade do homem como parte do grande todo; • Eles foram os primeiros a pregar o “cosmopolitanismo”. Diziam que “o mundo é nossa cidade”; • Foram também os primeiros a ressaltar os benefícios da virtude. Marco Aurélio, por exemplo, enfatizava o “amor ao próximo”. Os estoicos influenciaram profundamente a moralidade cristã que se seguiu.
  • 12. Introdução • Os três grandes estoicos mais conhecidos (Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio) pregaram essencialmente a mesma doutrina, ainda que colorida por seus temperamentos e experiências pessoais; • Sêneca, ainda que rico lembrava a seus seguidores: “Se o que você possui lhe parece insuficiente, então, ainda que possua a mundo, você ainda será um miserável”
  • 13. Introdução • E dizia Sêneca também: • Quando lemos Epiteto, vemos que não há compromisso com a mundanalidade: “Toda a responsabilidade do homem se resume em ter paciência com aquilo que temos de sofrer e prudência com aquilo que temos de fazer” “Deixe que a morte e o desprezo estejam diariamente diante de seus olhos. Melhor morrer de fome isento de tristeza e medo, do que viver uma vida de perturbação”
  • 14. Introdução • Marco Aurélio não é tão sem sentimentos quanto Epiteto parece ser, ainda que tal consolação que ele oferece deva ser adquirida a um alto preço: • Ele diz ainda a si mesmo: “Não deixe fazer nenhuma diferença para ti se tu és frio ou caloroso, se tu estás fazendo o teu dever” “Não considere então a vida como uma coisa de qualquer valor”
  • 15. Introdução • O estoicismo apela para o que há de mais nobre em todas as filosofias, de modo que tem-se tornado uma permanente filosofia de vida. De fato, o estoicismo é um elemento ainda indispensável de qualquer filosofia racional; • Todos os homens devem, eventualmente, encarar a morte e, antes disso, perder seus entes queridos. E, quase todos, independente de quão sabia e prudentemente conduzem suas vidas, devem sofrer, mais cedo ou mais tarde, de desapontamentos, dificuldades, acidentes, derrotas, ingratidão, rejeição, afronta, humilhação, dor e até de períodos de agonia
  • 16. Introdução • Sempre existirá um tempo em que o homem irá precisar de paciência, resistência e fortaleza; • Essas são as grandes virtudes instiladas pela filosofia estoica; • E quando o homem mais precisar dessas virtudes ele poderá se voltar para a calma sabedoria de Sêneca, para a dura admoestação de Epiteto ou para a elevada serenidade das Meditações de Marco Aurélio para renovar sua coragem e força.
  • 17. O Estoicismo • A filosofia do estoicismo tem por objetiva libertar o homem das emoções negativas e propiciar o cultivo de um estado de alegria interior que se irradie de seu ser independente das circunstâncias externas. “O estoico deve estar constantemente imerso em uma alegria ou felicidade que provém de seu interior, uma vez que ele encontra prazer apenas em si mesmo e não deseja outros prazeres que não os que já possui”..................................Sêneca
  • 18. O Estoicismo • Assim, o estoicismo é a filosofia da obtenção da tranquilidade em meio às adversidades da vida; • O estoico se questiona: “Qual a natureza da realidade?” e “Como pode o conhecimento da realidade me ajudar a decidir como viver melhor?”
  • 19. O Estoicismo • Para o estoico há um modo correto de viver de acordo com a Natureza, e tal modo correto é chamado de VIRTUDE; • Mas, para viver de acordo com a Natureza, precisamos conhecê-la; • O conceito de Natureza no estoicismo aparece em função da constatação da complexa estrutura harmoniosa existente em tudo.
  • 20. O Estoicismo • Deve existir um princípio que rege tamanha harmonia que abrange todo o mundo (universo); • Esse princípio pode ser chamado de RAZÃO UNIVERSAL, MENTE, DEUS; • Esse princípio divino está presente em toda a natureza e é natural em si mesmo. É a própria natureza; • Como diz Sêneca:
  • 21. O Estoicismo “Tudo o que vemos – que compreende deus e o homem – é uno; nós somos parte do grande todo”.........................Sêneca
  • 22. O Estoicismo O Universo Determinístico • Tudo o que acontece está predeterminado por eventos precedentes. “Tudo o que possa acontecer com você têm estado esperando para acontecer desde o começo dos tempos, os fios do destino entrelaçaram os dois juntos: sua existência e as coisas que acontecem a você”.........Marco Aurélio
  • 23. O Estoicismo O Universo Determinístico • Mas o determinismo dos estoicos é suave; • Acreditam que a mente do homem é um ramo da Razão Universal que permeia a estrutura de todas as coisas. É nosso deus interior, nosso verdadeiro eu.
  • 24. O Estoicismo O Universo Determinístico “Percebendo que nosso nascimento envolve a fusão de duas coisas – o corpo de um lado, que compartilhamos com os animais e, de outro lado, a razão e inteligência que partilhamos com os deuses – a maioria de nós se inclina ao primeiro, por mais miserável que seja, enquanto apenas uns poucos se inclinam para o que é divino e sagrado”...........................................Epiteto
  • 25. O Estoicismo O Universo Determinístico • Cultivar o deus interior traz uma liberdade que é intocável às garras do destino; • Não se pode mudar o que já está predeterminado, mas pode-se mudar nossas respostas e reações a tais eventos de modo consciente, de tal modo a podermos controlar os efeitos de tais eventos sobre a nossa felicidade; “Devemos aceitar (e até gostar) de tudo que o destino nos traga”......................................Sêneca
  • 26. O Estoicismo O Universo Determinístico • Assim, o bom papel de um homem é oferecer a si mesmo ao seu destino; • Um grande consolo nisso é que somos arrastado pelo destino juntamente com todo o universo. “Devemos aceitar o que acontece - assim como aceitamos o resultado de um jogo de dados – e então tomar nossas ações da melhor maneira que nossa razão permita.............................................Platão
  • 27. O Estoicismo Princípio Chave • Princípio chave do estoicismo: Acontecimentos pré-determinados pelo destino Fortaleza interior oriunda de nossa liberdade de escolha de nossas reações X
  • 28. O Estoicismo Princípio Chave • A maioria das coisas não está sob nosso controle (ação e opinião dos demais, saúde, riqueza, reputação etc.); • Está sob nosso controle aquilo que emana de nossa mente: nossas ações, opiniões, julgamentos, crenças, desejos e objetivos. “Algumas coisas estão sob nosso controle e outras não........................................Epiteto
  • 29. O Estoicismo Princípio Chave • A miséria e o sofrimento em nossas vidas resultam do fato de nossa felicidade depender de coisas que estão, em última instância, fora de nosso controle. Ao assim fazermos, nos tornamos escravos delas. “O mestre de um homem é aquele que é capaz de conferir ou tirar o que quer que aquele homem deseje ou evite. Quem deseja ser livre, que não deseje nada nem evite nada que depende dos outros. De outro modo ele será necessariamente um escravo..................................................Epiteto
  • 30. O Estoicismo Princípio Chave • Para nos libertarmos da escravidão auto imposta devemos nos tornar indiferentes a todas as coisas que não estão sob nosso controle e tornar nossa felicidade dependente apenas daquilo que podemos controlar; • O desejo, por exemplo, está sob nosso controle. Assim, podemos nos disciplinar para fazer cessar o desejo pelas coisas que estão fora de nosso controle.
  • 31. O Estoicismo Princípio Chave • A maioria das pessoas se tornam escravas de seus desejos e perseguem coisas exteriores como riqueza, poder, satisfação sexual etc., acreditando que obtendo tais coisas se sentirão melhores; • Epiteto afirmava que aqueles que possuem a ausência da necessidade de possuir tais coisas possuem um bem muito mais valioso, pois os liberta da escravidão da posse.
  • 32. O Estoicismo A Escravidão da Posse Necessidade de possuir coisas externas para ser feliz A coisa está faltando A coisa está presente Sentimento de miséria e ansiedade por possuir a coisa Receio de perder a coisa possuída , o que não permite apreciá-la
  • 33. O Estoicismo O Desapego • A indiferença estoica não reside em evitar coisas como riqueza, poder, reputação, boa comida ou mesmo o prazer sexual. O estoico as aceita se elas estão disponíveis, mas não se apega a elas. Sua felicidade não depende delas, pois ele não fica apegado a elas e com isso não fica sujeito ao medo de perdê-las.
  • 34. O Estoicismo A Adversidade • Nada é ruim, exceto aquilo que julgamos como tal; • Se olharmos para nossas adversidades com novos olhos e assumirmos uma nova atitude em relação a elas, poderemos nos beneficiar de nossas adversidades e vê-las mais como montanhas a serem escaladas e menos como buracos nos quais caímos. “Não são as coisas ou acontecimentos que nos perturbam, mas sim o julgamento que fazemos deles”............................................................Epiteto
  • 35. O Estoicismo A Adversidade • As circunstâncias difíceis é que evidenciam o homem real; • O infortúnio constante trás a seguinte benção: “Aquilo que sempre o assalta, eventualmente o fortalece”
  • 36. O Estoicismo A Adversidade “A excelência desaparece sem a adversidade. É através da resistência que mostramos quão grande somos e quanta força possuímos. Eu asseguro, bons homens devem fazer assim: não devem temer as adversidades e dificuldades nem reclamar de seu destino. Tudo o que acontece a um homem deve ele extrair disso sua parte boa e trazer ao acontecimento um bom final. Não é o que você suporta que importa, mas como você suporta”...................................................Sêneca
  • 37. O Estoicismo A Adversidade • O modo de vida estoico é difícil; • Um indivíduo que corporifique perfeitamente os princípios estoicos é um sábio estoico e poderia ser considerado mais como um deus do que como um homem; • “Se nos defrontarmos com um homem que nunca está assustado com o perigo, nunca é afetado pelo desejo, é feliz na adversidade, calmo em meio à tormenta, que observa a humanidade de um ponto de vista superior e os deuses de seu próprio ponto, não é provável que nasça em nós um sentimento de veneração por tal homem?
  • 38. O Estoicismo A Adversidade • Não é provável que digamos a nós mesmos: ‘aqui está uma coisa grande e sublime, que não pode estar na mesma categoria do insignificante corpo que ele habita’. Em tal corpo está expresso assim um poder divino.” Sêneca
  • 39. O Estoicismo A Adversidade • Os estoicos viam a filosofia como uma ferramenta que se pode usar para esculpir o caráter como uma fortaleza impenetrável, de modo a se poder suportar as adversidades e misérias da vida com calma e força; • Para Epiteto a filosofia era: • Ou seja, como passar pela batalha da vida não apenas intacto, mas tendo vivido uma boa vida. “A ARTE DA VIDA”
  • 40. O Estoicismo Tranquilidade • A tranquilidade é o estado psicológico caracterizado pela ausência de emoções negativas, tais como a tristeza, a ira, a ansiedade, e pela presença de emoções positivas, tais como a alegria “Você tem o poder sobre sua mente, não os acontecimentos externos. Reconheça isso e você terá encontrado a força” Marco Aurélio
  • 41. O Estoicismo Interpretação dos Eventos Externos • Os estoicos acreditam que nós podemos controlar o modo como nossa mente interpreta os eventos de nossa vida; • Não existe um único modo de interpretar um acontecimento. Há muitos modos de olhar para ele; • Nós construímos o modo pelo qual apresentamos os acontecimentos do mundo para nós mesmos. Temos que controlar esse modo e tirar vantagem dele a nosso favor.
  • 42. O Estoicismo Interpretação dos Eventos Externos • Portanto, temos que reinterpretar o modo como vemos os acontecimentos de modo a MINIMIZAR o impacto das emoções negativas. “A felicidade de sua vida depende da qualidade de seus pensamentos” Meditações - Marco Aurélio
  • 43. O Estoicismo Viver no Presente • Uma das coisas que prejudica a qualidade dos pensamentos, diz Marco Aurélio, é a inabilidade das pessoas de viver no presente; • A maioria das pessoas vive no passado ou se preocupa com o futuro; • Marco Aurélio aprendeu de Epiteto uma técnica para apreciar cada momento vivido: A VISUALIZAÇÃO NEGATIVA
  • 44. O Estoicismo Visualização Negativa • A visualização negativa, ou seja, imaginar com empenho o que poderia estar pior em nossa vida, permite realizar a natureza transitória de todas as coisas externas; • A meditação sobre a morte é particularmente útil, pois a morte pode vir para qualquer um a qualquer momento. Tornando-se consciente disso vive-se mais intensamente consciente de cada momento, buscando-se tirar dele o máximo de satisfação e proveito.
  • 45. O Estoicismo Meditação sobre a Morte • A conscientização da realidade da morte iminente provê ainda o contexto da relativa trivialidade da maioria das coisas que a maior parte das pessoas se ocupam.
  • 46. O Estoicismo Opiniões Alheias • A preocupação com a opinião dos outros também prejudica a qualidade dos pensamentos e leva à frustração, insatisfação e raiva; • A maior parte das pessoas está preocupada com coisas mesquinhas e suas opiniões são de pouca importância “Tenho tentado entender como todo homem ama a si mesmo mais que todos os outros e ainda assim tem sua opinião em menor conta que a dos outros ” Meditações - Marco Aurélio
  • 47. O Estoicismo Ofensas • Aquele que busca a tranquilidade deve evitar ficar irritado ou furioso quando alguém o ofende; • Se insultados, não devemos jamais retornar com a mesma moeda; “A melhor vingança é ser diferente daquele que te insulta” Meditações - Marco Aurélio
  • 48. O Estoicismo Ofensas • Quando alguém te culpa ou te odeia ou te critica, observa a alma dessa pessoa, penetra nela e veja que tipo de pessoa ela é. Você irá perceber que não existe razão para se torturar por qualquer particular opinião que essa pessoa tenha sobre você.
  • 49. O Estoicismo Em Resumo “Lembre-se por quanto tempo você tem ignorado isso (os princípios do estoicismo). Em algum momento você tem de reconhecer que mundo é esse ao qual você pertence, que poder o regula, de qual fonte você provém e que existe um limite de tempo destinado a você e se você não utilizá-lo para se libertar, ele terá passado e nunca mais irá retornar” Meditações - Marco Aurélio