5. 1... Escutai, ó Filhos da Terra. Escutai os vossos Instrutores, os
Filhos do Fogo (a). Sabei: não há nem primeiro nem último;
porque tudo é Um Número que procede do Não-Número (b).
(a) A expressão "Filhos do Fogo“ se relaciona com um grande
mistério primitivo e universal, que não é fácil explicar;
Tal mistério encerra o sentido místico dos símbolos solares e
lunares;
Os Pitris são Divindades Lunares e nossos antepassados, porque
eles criaram o homem físico. Os Agnishvattas, os Kumâras (os sete
sábios místicos), são Divindades Solares, apesar de serem
também Pitris; e são os "Formadores do Homem Interno“;
Chamam-se "Filhos do Fogo" porque foram os primeiros Seres
(aos quais a Doutrina Secreta dá o nome de "Mentes")
evolucionados do Fogo Primordial.
6. 1... Escutai, ó Filhos da Terra. Escutai os vossos Instrutores, os
Filhos do Fogo (a). Sabei: não há nem primeiro nem último;
porque tudo é Um Número que procede do Não-Número (b).
"O Senhor é um Fogo que consome " (Deuteronômio IV, 24.);
"O Senhor aparecerá... com os seus anjos poderosos, como uma
labareda de Fogo“ (Aos Tessalonicenses, I, 7-8.);
O Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos sob a forma de
"línguas de fogo“(Atos, II, 3.);
Vishnu voltará sobre Kalti, o Cavalo Branco, como último Avatar,
no meio de fogo e de chamas; e Sosiosh descerá também
montado em um Cavalo Branco, num "torvelinho de fogo“;
"E vi o céu aberto, e eis que surge um Cavalo Branco, no qual
estava montado.. . e o seu nome chama-se o Verbo de Deus“
(Apocalipse, XIX, 11-13).
7. Entre os antigos era a divina substância luminífera, que
impregana todo o Universo, a “vestimenta” da Divindade
suprema;
É o Akasha dos hindús, o Caos primitivo que contém em si
os germes da Criação Universal, a Virgem e Mãe celestial de
todas as formas e seres existentes, de cujo seio, logo que
tenha sido “incubado” pelo Espírito divino, foram
chamados à existência a Matéria, a Vida, a Força e a Ação;
No esoterismo o Æther é a quintessência de toda energia
possível, o Agente Universal ao qual são devidas todas as
manifestações de energia nos mundos material, psíquico e
espiritual. Do Æther, em seu mais elevado aspecto
sintético, uma vez antropomorfizado, nasceu a primeira
idéia de uma Divindade criadora universal.
8. 1... Escutai, ó Filhos da Terra. Escutai os vossos Instrutores, os
Filhos do Fogo (a). Sabei: não há nem primeiro nem último;
porque tudo é Um Número que procede do Não-Número (b).
O fogo é o Æther em sua forma mais pura e por isso não é
considerado como matéria;
É a unidade do Æther — a segunda divindade manifestada
— em sua universalidade;
Mas há dois "Fogos", e os ensinamentos ocultos fazem uma
distinção entre eles. Do primeiro, ou Fogo puramente sem
forma e invisível, oculto no Sol Central Espiritual, diz-se que
é Tríplice (metafisicamente); ao passo que o Fogo do
Cosmos manifestado é Setenário em nosso sistema solar e
em todo o Universo.
9. 1... Escutai, ó Filhos da Terra. Escutai os vossos Instrutores, os
Filhos do Fogo (a). Sabei: não há nem primeiro nem último;
porque tudo é Um Número que procede do Não-Número (b).
(b) A expressão "Tudo é Um Número que procede do Não-
Número” refere-se ainda àquele princípio universal e
filosófico que explicamos no Comentário à 4ª Sloka da
Estância III;
O Absoluto carece, naturalmente, de Número; mas o
princípio recebe uma significação ulterior quando aplicado
no Espaço e no Tempo;
Cada incremento de tempo é parte de outro maior, até a
duração mais prolongada.
10. 1... Escutai, ó Filhos da Terra. Escutai os vossos Instrutores, os
Filhos do Fogo (a). Sabei: não há nem primeiro nem último;
porque tudo é Um Número que procede do Não-Número (b).
Cada coisa manifestada não é senão parte de um todo;
sendo a agregação total o Universo Uno Manifestado, que
procede do Não- Manifestado ou Absoluto chamado Não-
Ser ou "Não-Número", para distinguir-se do Ser ou "Número
Único".
11. 2...Aprendei o que nós, que descendemos dos Sete Primordiais,
nós, que nascemos da Chama Primordial, temos aprendido de
nossos Pais...
A explicação do texto acima será dada no Livro II.
(Antropogênese);
“Nascer da Chama Primordial” = Filhos do Fogo; Mentes
evolucionadas;
A diferença entre os Construtores "Primordiais" e os Sete
subseqüentes consiste em que aqueles são o Raio e a
Emanação direta do primeiro "Quatro Sagrado", a
Tetraktys, ou seja, o Eternamente Existente por Si mesmo —
eterno em essência, note-se bem, não em manifestação — e
distinto do Uno Universal.
12. 2...Aprendei o que nós, que descendemos dos Sete Primordiais,
nós, que nascemos da Chama Primordial, temos aprendido de
nossos Pais...
Latentes durante o Pralaya e ativos durante o Manvantara,
os "Primordiais” procedem do "Pai-Mãe" (Espírito-Hylé ou
Ilus); ao passo que o Quaternário Manifestado e os Sete
procedem unicamente da "Mãe“;
Esta última é a Virgem Mãe Imaculada, que é encoberta, e
não fecundada, pelo Mistério Universal, quando ela surge
do seu estado de Laya ou condição não diferenciada. É
claro que, na realidade, todos são um; mas os seus
aspectos, nos diferentes planos do Ser, são vários.
13. 2...Aprendei o que nós, que descendemos dos Sete Primordiais,
nós, que nascemos da Chama Primordial, temos aprendido de
nossos Pais...
Os "Primordiais" são os Seres mais elevados da Escala da
Existência. São os Arcanjos do Cristianismo, os que se
recusaram a criar, ou melhor, a reproduzir-se, como o fez
Miguel nesse sistema religioso, e como o fizeram os "Filhos
Maiores nascidos da Mente" de Brahmâ (Vedas).
14. 1º Logos
(Pai)
2º Logos
(Mãe - imaculada)
3º Logos
(Filho)
43 5 62 71
7 Autogerados
7 Dhyan-Chohans
TAT
Jod He
He Vau
Quaternário
Manifestado
(procede da Mãe)
Os Sete Subsequente (Planetários) (Procedem da Mãe)
Os Sete Primordiais
(Luzeiros)
(procedem do Pai-Mãe)
15. 3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas Eternas — surgem
no Espaço as Energias despertadas de novo (Os Dhyân Chohans) ; o
Um do Ovo, o Seis e o Cinco (a). Depois o Três, o Um, o
Quatro, o Um, o Cinco, o duplo Sete, a Soma Total (b). E estas
são as Essências, as Chamas, os Construtores, os Números (c),
os Arûpa (sem forma) , os Rûpa (com corpos) e a Força ou o Homem
Divino, a Soma Total. E do Homem Divino emanaram as
Formas, as Centelhas, os Animais Sagrados (d) e os
Mensageiros dos Sagrados Pais (Os Pitris) dentro do Santo Quatro
(Tetraktys, Quadrado Sagrado, Número Sagrado entre todos os místicos).
16. 3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas Eternas — surgem
no Espaço as Energias despertadas de novo (Os Dhyân Chohans) ; o
Um do Ovo, o Seis e o Cinco (a).
(a) A Ciência Sagrada dos Números é tão sagrada e tão
importante que dificilmente se pode dar uma idéia do
assunto, mesmo nesta obra;
Sobre as Hierarquias e os números exatos daqueles seres,
invisíveis para nós (exceto em raríssimas ocasiões),
repousa o mistério da estrutura do Universo inteiro;
Os Kumâras, por exemplo, são chamados os "Quatro",
embora em verdade sejam sete; isso porque Sanaka,
Sananda, Sanâtana e Sanatkumâra são os principais
Vaidhâtra (é o seu nome patronímico) que surgiram do
"quádruplo mistério".
17. 3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas Eternas — surgem
no Espaço as Energias despertadas de novo (Os Dhyân Chohans) ; o
Um do Ovo, o Seis e o Cinco (a).
(a) Hiranyagarbha é Brahmâ, o primeiro ente masculino
formado pela incompreensível Causa sem Efeito, em um "Ovo de
Ouro resplandecente como o Sol“;
Hiranyagarbha significa a Matriz resplandecente ou Ovo;
Está escrito no Rig Veda: "aquilo, o Senhor único de todos os
seres... o princípio que anima os deuses e os homens“, teve sua
origem na Matriz de Ouro, Hiranyagarbha, que é o Ovo do
Mundo, a Esfera de nosso Universo;
Aquele Ser é seguramente andrógino, e a alegoria de Brahmâ
separando-se em dois e recriando-se como Virâj em uma de suas
metades (a fêmea Vâch) é a prova disso.
18. 3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas Eternas — surgem
no Espaço as Energias despertadas de novo (Os Dhyân Chohans) ; o
Um do Ovo, o Seis e o Cinco (a).
(a) "O Um do Ovo, o Seis e o Cinco" dão o número 1065, o valor
do Primogênito (depois o Brahmâ-Prajâpati, macho e fêmea),
que corresponde aos números 7, 14 e 21, respectivamente;
Os Prajâpati, tal como os Sephiroth, são unicamente sete,
incluindo a Sephira, que sintetiza a Tríade de onde eles
promanam;
Assim, de Hiranyagarbha ou Prajâpati, o Trino e Uno emanam
os outros sete, ou ainda dez, se separarmos os três primeiros,
que são três em um e um em três.
20. 3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas
Eternas — surgem no Espaço as Energias
despertadas de novo (Os Dhyân Chohans) ; o Um
do Ovo, o Seis e o Cinco (a).
(a) O mesmo sucede com os Sephiroth.
São sete quando se contam da Tríade
superior presidida por Kether, ou dez
exotericamente;
No Mahabhârâta, os Prajâpati são em
número de 21, ou dez, seis e cinco (1065),
três vezes 7.
21. 3. Do Resplendor da Luz — o Raio das Trevas Eternas — surgem
no Espaço as Energias despertadas de novo (Os Dhyân Chohans) ; o
Um do Ovo, o Seis e o Cinco (a).
(a) Na Cabala, os números 1065, representam um valor de
Jehovah, pois os valores numéricos das letras que
compõem este nome — Jod, Vau e He duas vezes — são
respectivamente 10 ( ), 6 ( ) e 5 ( ); ou, ainda, três vezes
sete, 21.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
(Vontade + Sabedoria + Atividade) x 7 (Planos ou Princípios) = 21 ou 1065
22. 3. Depois o Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco, o duplo Sete, a
Soma Total (b).
(b) "O Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco", ou duas vezes
sete no total, representam 31415, a Hierarquia numérica
dos Dhyân Chohans de diversas ordens, e do mundo
interior;
É, ao mesmo tempo, o número do círculo e o da mística
Suástica, outra vez o "Duplo Sete“ (3+1+4+1+5 = 14);
Matematicamente, representam a fórmula bem conhecida
de que a razão do diâmetro para a circunferência do círculo
é igual à de 1 para 3,1415, ou seja, o valor de π (pi).
23. 3. Depois o Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco, o duplo Sete, a
Soma Total (b).
(b) Essa disposição dos algarismos deve ter o mesmo
significado, uma vez que 1:3,14159 e também 1:3,1415927 são
fórmulas empregadas nos cálculos secretos para exprimir os
vários ciclos e idades do "Primogênito", ou 311.040.000.000.000
com frações, e dão o mesmo resultado 13.415 por um processo
que não nos cabe expor agora;
Assim, enquanto no mundo metafísico o Círculo com o Ponto
Central carece de número, sendo chamado Anupâdaka (sem pai
e sem número), porque transcende todo cálculo; no mundo
manifestado, o Ovo ou Círculo do Mundo acha-se circunscrito
dentro dos grupos que se chamam a Linha, o Triângulo, o
Pentágono, a Segunda Linha e o Quadrado (ou 13514).
24. 3. Depois o Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco, o duplo Sete, a
Soma Total (b).
(b) e quando o Ponto gerou uma Linha, convertendo-se em
um diâmetro, que representa o Logos andrógino, então os
algarismos ficam sendo 31415, ou seja, um triângulo, uma
linha, um quadrado, outra linha e um pentágono.
25. 3. Depois o Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco, o duplo Sete, a
Soma Total (b).
(b) "Quando o Filho se separa da Mãe, torna-se o Pai",
representando o diâmetro a Natureza, ou o princípio
feminino. Assim, está escrito: "No Mundo do Ser, o Ponto faz
a Linha frutificar — a Matriz Virgem do Cosmos (o zero em
forma de ovo) — e a Mãe imaculada dá nascimento à forma
que combina todas as formas.“;
Prajâpati é chamado o primeiro varão procriador e "o
marido de sua Mãe";
Temos aqui a chave para todos os "Divinos Filhos" de "Mães
Imaculadas" que surgiram posteriormente.
26. 3. E estas são as Essências, as Chamas, os Construtores, os
Números (c).
(c) Os Devas, Pitris, Rishis; os Suras e os Asuras; os Daityas
e os Adityas; os Danavas e os Gandharvas etc., etc., todos
têm seus sinônimos em nossa Doutrina Secreta, como
também na Cabala e na Angelologia dos Hebreus.
Daityas: no Hinduísmo são filhos de Diti e o sabio Kashyapa. Eles eram uma raça de
gigantes que combateram os deuses porque eles eram invejosos dos seus meio-irmãos
Devas
Adityas: No Hinduísmo são um grupo de deidades solares, filhos de Aditi e Kasyapa. No
Rigveda, eles são as sete deidades do céu. Eles eram os invioláveis, imperecíveis, seres
eternos. Aditi, eternidade, ou o eterno, é o elemento, que suporta ou que os suportou. O
eterno é o elemento inviolável nos quais os Adityas moram, e que formam a sua
essência, a luz celestial. Os Adityas, os deuses desta luz, portanto, não têm qualquer
conexão com qualquer forma que a luz se manifesta no universo. Eles não são nem sol,
nem lua, nem as estrelas, nem o amanhecer, mas aqueles que sustentam esta forma
luminosa, eles são o que existe, além deste fenômenos
27. 3. E estas são as Essências, as Chamas, os Construtores, os
Números (c).
(c)
Gandharvas: No hinduísmo são entidades espirituais masculinas. Maridos das
Apsaras, com soberbas habilidades musicais. Eles custodiam Soma e fazem
belíssimas músicas para os deuses em seus palácios. São vistos como os
cantores das cortes celestiais. Soma é uma palavra védica que significa
“destilar”, “espargir”, “extrair”. É o nome de um ritual védico que inclui uma
bebida de mesmo nome, extraída de uma planta hoje desconhecida, e é
também o nome da divindade associada a tal planta ou bebida. “A bebida
Soma produz a imortalidade“ (Amrita, Rigveda 8.48.3).
Danavas: filhos de Danu, que era filha de Daksha. Danu está ligada às
águas celestes ou primordiais e sem forma que existiam antes da criação.
28. 3. E estas são as Essências, as Chamas, os Construtores, os
Números (c).
(c) é inútil dar os nomes antigos, porque redundaria
apenas em confusão. Muitos desses nomes podem
encontrar-se ainda agora até mesmo na Hierarquia cristã
das Potências celestiais e divinas. Todos aqueles Tronos e
Dominações, Virtudes e Principados, Querubins, Serafins e
Demônios, habitantes diversos do Mundo Sideral, são as
modernas cópias de protótipos arcaicos.
29. 3. os Arûpa (sem forma) , os Rûpa (com corpos) e a Força ou o Homem
Divino, a Soma Total. E do Homem Divino emanaram as
Formas, as Centelhas, os Animais Sagrados (d)
(d) Os "Animais Sagrados" figuram na Bíblia, como também
na Cabala, e têm sua significação muito profunda na página
que se refere às origens da Vida;
No Sepher Yetzirah, lê-se que: "Deus gravou sobre o Quatro
Sagrado o Trono de sua Glória, os Auphanim (as Rodas ou
Esferas-Mundos), os Serafins e os Animais Sagrados, como
Anjos, Ministros, e destes (o Ar, a Água e o Fogo ou Éter) fez
a sua habitação".
Sefer Yetzirah é um texto antigo pertencente ao corpus da cabala judaica. O Livro Yetzirah é um dos
remanescentes dos livros secretos hebraicos, um dos mais antigos e está ligado a literatura dos
santuários e da carroagem. É uma das colunas secretas sobre a qual se baseia a kabbalah
30. 3. os Arûpa (sem forma) , os Rûpa (com corpos) e a Força ou
o Homem Divino, a Soma Total. E do Homem
Divino emanaram as Formas, as Centelhas, os
Animais Sagrados (d)
(d) Eis aqui a tradução literal das Seções IX e X:
"Dez números sem o quê?
Um: O Espírito do Deus vivo... que vive nas
eternidades! A Voz, o Espírito e o Verbo; e este é o
Espírito Santo;
Dois: o Ar que saiu do Espírito... Ele desenhou e
esculpiu com isso vinte e duas letras
fundamentais, três mães, sete duplas e doze
simples — e um Espírito que saiu delas
1
2
3
7
12
22
M
A
N
I
F
E
S
T
A
Ç
Ã
O
31. 3. os Arûpa (sem forma) , os Rûpa (com corpos) e a Força ou o Homem
Divino, a Soma Total. E do Homem Divino emanaram as
Formas, as Centelhas, os Animais Sagrados (d)
(d) Três: a Água saída do Espírito. Ele desenhou e esculpiu
com elas o estéril e o vazio, o lodo e a terra. Ele as desenhou
como um canteiro de flores, esculpiu-as como um muro, e
cobriu-as como um pavimento;
Quatro: O Fogo saído da Água. Ele com isso desenhou e
esculpiu o trono de glória, e as rodas, e os serafins, e os
animais sagrados como anjos ministros; e dos três fez a sua
habitação, como está dito. Ele faz de seus anjos espíritos, e de
seus servidores chamas ardentes!"
32. 3. os Arûpa (sem forma) , os Rûpa (com corpos) e a Força ou o Homem
Divino, a Soma Total. E do Homem Divino emanaram as
Formas, as Centelhas, os Animais Sagrados (d)
(d) As palavras "fez a sua habitação" mostram claramente
que na Cabala, como nas Índias, o Universo era
considerado a Divindade, e que esta, em sua origem, não
era o Deus extracósmico de hoje;
Assim foi o mundo formado "por três Serafins: Sepher,
Saphar e Sipur", ou "pelo Número, os Números e o
Numerado". Com a chave astronômica, estes "Animais
Sagrados" se convertem nos signos do Zodíaco.
33. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a). Estas Centelhas são chamadas Esferas,
Triângulos, Cubos, Linhas e Moderadores; porque deste modo
se conserva o Eterno Nidâna — o Oi-Ha-Hou (Permutação de
Oeaohoo) (b)
(a) Este Sloka apresenta uma breve análise das hierarquias
dos Dhyân Chohans — chamados Devas (Deuses) na Índia —
ou Poderes Conscientes e Inteligentes da Natureza. A essa
hierarquia correspondem os tipos atuais em que a
Humanidade pode ser dividida; porque a Humanidade, como
um todo, é a expressão materializada, embora imperfeita,
daquela hierarquia.
34. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do Segundo,
do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do Sétimo dos
Sete (a).
(a) O "Exército da Voz" é uma denominação que se acha
intimamente relacionada com o mistério do Som e da
Linguagem, como efeito e corolário da Causa: o
Pensamento Divino;
As palavras pronunciadas pelos indivíduos como os nomes
de que são portadores têm grande influência em seu
destino futuro.
35. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) "Quando nossa Alma [Mente] cria ou evoca um
pensamento, o signo representativo desse pensamento fica
automaticamente gravado no fluido astral, que é o
receptáculo e, por assim dizer, o espelho de todas as
manifestações da existência.
O signo expressa a coisa; a coisa é a virtude [latente ou
oculta] do signo. Pronunciar uma palavra é evocar um
pensamento e fazê-lo presente; o poder magnético da
palavra humana é o começo de todas as manifestações no
Mundo Oculto.
36. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Pronunciar um nome é não somente definir um Ser [uma
Entidade], mas submetê-lo à influência desse nome e condená-lo,
por força da emissão da palavra [Verbum], a sofrer a ação de um
ou mais poderes ocultos;
As coisas são, para cada um de nós, o que a palavra determina
quando as nomeamos. A palavra [Verbum] ou a linguagem de
cada homem é, sem que ele disso tenha consciência, uma bendição
ou uma maldição; e é por isso que a nossa atual ignorância acerca
das propriedades ou atributos da idéia, assim como sobre os
atributos ou propriedades da matéria, nos é tantas vezes fatal.
37. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) os nomes [e as palavras] são benéficos ou maléficos; em
certo sentido, são nocivos ou salutares, conforme as
influências ocultas que a Sabedoria suprema associou a seus
elementos, isto é, às letras que os compõem e aos números
que correspondem a estas letras.“;
Em todos os alfabetos, cada letra tem sua significação
oculta e sua razão de ser; é uma causa, e também o efeito
de uma causa procedente, e a combinação de letras produz
muitas vezes efeitos mágicos.
38. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) As vogais, sobretudo, encerram tremendos poderes
ocultos. Os Mantras (esotericamente, mais invocações
mágicas que religiosas) são cantados pelos brâmanes,
como o resto dos Vedas e outras Escrituras;
O "Exército da Voz" é o protótipo da "Coorte do Logos", ou o
"Verbo" do Sepher Yetzirah, chamado na Doutrina Secreta o
"Número Único saído do Não-Número" — o Princípio Uno
Eterno.
39. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) A Teogonia esotérica principia com o Um Manifestado
(portanto, não eterno em sua presença e ser, conquanto eterno
em sua essência); o Número dos Números e o Numerado,
procedente este último da Voz, a Vâch feminina "das cem
formas", Shatarûpa ou a Natureza;
Do número 10, ou a Natureza Criadora, a Mãe (o Zero oculto, "0",
procriando e multiplicando incessantemente, em união com a
unidade "1", ou o "Espírito de Vida"), procede o Universo inteiro.
1 - UNO ou UNI
10000000000000000000000 - UNIVERSO
40. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) No Anugîtâ (que faz parte do Mahâbhârata) se conta uma
conversa entre um brâmane e sua esposa, a respeito da origem
da Linguagem e de suas propriedades ocultas;
Queria a mulher saber quem surgiu primeiro, se a Mente ou a
Linguagem;
O brâmane lhe responde que o Apâna (sopro de inspiração),
tornando-se o senhor, muda aquela inteligência, que não
compreende a Linguagem ou as palavras, no estado de Apâna, e
assim abre a Mente;
Como está escrito no Anugitâ:
41. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) "Mas, ó formosa criatura! desde que vieste pessoalmente
falar-me [do modo por que o fizeste, isto é, altivamente], ó
Sarasvati! jamais haverás de falar depois da expiração
[penosa]. A deusa Linguagem [Sarasvati, forma ou aspecto
último de Vâch, e deusa também do conhecimento secreto ou
Sabedoria esotérica] em verdade mora sempre entre o Prâna e
o Apâna. Mas, ó nobre criatura! viajando com o vento Apâna [o
ar vital], embora impelida... sem o Prâna [sopro de expiração],
ela correu a Prajâpati [Brahmâ], dizendo: "Dignai-vos, ó
venerável Senhor!“.
42. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Então o Prâna acudiu novamente e alimentou a Linguagem. Por
isso, a Linguagem nunca fala após a expiração [penosa]. É sempre
ruidosa ou sem ruído. Das duas, a [Linguagem] sem ruído é
superior à ruidosa. .. A [Linguagem] produzida no corpo por meio
do Prâna, e que logo vai a [é transformada em] Apâna,
assimilando-se depois a Udâna [os órgãos físicos da Linguagem]...
habita finalmente no Samâna ['no umbigo, sob a forma de som,
como causa material de todas as palavras' — diz Arjuna Mishra].
Assim falou em tempos idos a Linguagem. E por isso é que a Mente
se distingue em razão de sua existência imutável, e a Deusa [a
Linguagem] em razão de sua existência mutável“.
43. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Esta alegoria corresponde a um dos
fundamentos da lei oculta, que prescreve o
silêncio a respeito do conhecimento de certas
coisas secretas e invisíveis, que só podem ser
percebidas pela mente espiritual (o sexto
sentido), não podendo expressá-las a
linguagem "ruidosa" ou pronunciada.
44. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
Este capítulo do Anugitâ explica o Prânyâma, ou
metodização da respiração nas práticas de Ioga. Contudo,
sem a prévia aquisição ou pelo menos a compreensão
plena dos dois sentidos superiores (dos sete que existem,
como se verá), o sistema pertence antes ao Ioga inferior. Os
Arhats sempre desaprovaram o chamado Hatha Yoga. É
prejudicial à saúde, e por si só jamais pode desenvolver-se
em Râja Yoga.
45. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Na metafísica da antigüidade, os seres inteligentes, ou
melhor, as "Inteligências", se acham inseparavelmente unidos
a cada um dos sentidos ou funções, sejam físicos ou mentais;
O asserto ocultista de que existem sete sentidos no homem,
como também na Natureza, e de que há sete estados de
consciência, é corroborado na mesma obra, no capítulo VII,
que se ocupa de Pratyâhâra (a restrição e a regulação dos
sentidos, sendo Prânâyama a dos "ares vitais" ou respiração).
46. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) O brâmane, falando da instituição dos sete Sacerdotes
do sacrifício, diz: "O nariz e os olhos, a língua e a pele, e o
ouvido como o quinto (ou o olfato, a vista, o gosto, o tato e a
audição), a mente e o entendimento são os sete sacerdotes do
sacrifício, que atuam separadamente"; os que, "vivendo em
um espaço muito limitado, (entretanto) não se dão conta um
do outro" neste plano sensorial — com exceção da mente.
47. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Porque a mente diz: "Sem mim, o nariz não respira, o
olho não distingue a cor etc. Eu sou o eterno chefe de todos
os elementos (isto é, dos sentidos). Sem mim, os sentidos
jamais se manifestam: são qual uma casa vazia, ou qual fogo
cujas chamas se extinguiram. Sem mim, todos os seres, qual
combustível meio seco, meio úmido, não percebem nem as
qualidades nem os objetos, ainda que os sentidos estejam em
atividade."
48. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Tudo isso se refere só à mente quando opera no plano
material. A Mente Espiritual, a parte ou aspecto superior
do Manas impessoal, não trava conhecimento com os
sentidos do homem físico. Os antigos conheciam
perfeitamente a correlação de forças e todos os fenômenos
recentemente descobertos, quanto às faculdades e funções
mentais e físicas, e ainda muitos outros mistérios.
49. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Observe-se a discussão entre os sentidos acerca da
superioridade de cada um deles, e a idéia de recorrerem a
Brahmâ, o Senhor de todos os seres, como árbitro. "Todos vós
sois eminentemente grandes, e não cada qual o maior" (ou
superiores aos objetos, como diz Arjuna Mishra, e nenhum deles
independente do outro). "Possuis todos vós as qualidades uns dos
outros. Todos são o máximo em sua respectiva esfera, e todos se
amparam uns nos outros. Há um imutável (o ar vital ou sopro,
chamado a inspiração Ioga, que é o sopro do Um ou Eu
Supremo).Este é o meu próprio Eu, acumulado em numerosas
(formas)."
50. 4. Este foi o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. As Centelhas
dos Sete são os súditos e os servidores do Primeiro, do
Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do
Sétimo dos Sete (a).
(a) Este Alento, Voz, Eu ou Vento (Pneuma?) é a Síntese dos
Sete Sentidos; numenicamente, todos divindades menores,
e esotericamente o Setenário e o "Exército da Voz".
51. 4. Estas Centelhas são chamadas Esferas, Triângulos, Cubos,
Linhas e Moderadores; porque deste modo se conserva o Eterno
Nidâna — o Oi-Ha-Hou (Permutação de Oeaohoo) (b)
(b) Vemos mais adiante a Matéria Cósmica dispersando-se e
constituindo-se em Elementos, agrupados no místico Quatro,
dentro do quinto Elemento, o Éter, o "revestimento" da Âkâsha, a
Anima Mundi ou Mãe do Cosmos. "Pontos, Linhas, Triângulos,
Cubos, Círculos" e finalmente "Esferas";
Tal é a primeira lei da Natureza. A Natureza geometriza
universalmente em todas as suas manifestações. É uma lei
fundamental, não somente na matéria primordial, mas também
na matéria manifestada em nosso plano fenomenal: a Natureza
correlaciona suas formas geométricas e, posteriormente, os seus
elementos compostos; lei segundo a qual não há lugar para o
acidente nem para o acaso.
52. 4. Estas Centelhas são chamadas Esferas, Triângulos, Cubos,
Linhas e Moderadores; porque deste modo se conserva o Eterno
Nidâna — o Oi-Ha-Hou (Permutação de Oeaohoo) (b)
(b) Na Natureza não existe repouso nem cessação de
movimento — este é um princípio básico em Ocultismo (É o
conhecimento desta lei que permite ao Arhat realizar os seus Siddhis ou
fenômenos diversos, tais como a desintegração da matéria, o transporte de
objetos de um lugar para outro etc) O que parece repouso não é
senão a mudança de uma forma em outra; e a mudança de
substância se opera paralelamente à mudança de forma —
pelo menos é o que nos ensina a física ocultista,
antecipando-se deste modo à descoberta da "conservação
da matéria“;
Diz o antigo Comentário à Estância IV:
53. 4. Estas Centelhas são chamadas Esferas, Triângulos, Cubos,
Linhas e Moderadores; porque deste modo se conserva o Eterno
Nidâna — o Oi-Ha-Hou (Permutação de Oeaohoo) (b)
(b) A Mãe é o Peixe ígneo da Vida. Ela espalha a sua Ova, e o
Alento (o Movimento) a aquece e desenvolve. Os grânulos (da
Ova) se atraem uns aos outros, e formam os Coágulos no
Oceano (do Espaço). As massas maiores se aglutinam, e
recebem outra Ova, em Pontos, Triângulos e Cubos de fogo,
que maturam, e a seu tempo algumas das massas se
desprendem e tomam a forma esferoidal, mas esta operação
só se realiza quando as outras não se interpõem. Depois
disso, a Lei N.°*** entra em função. O Movimento (o Alento)
se converte em torvelinho e as põe em rotação.
54. 4. Estas Centelhas são chamadas Esferas, Triângulos, Cubos,
Linhas e Moderadores; porque deste modo se conserva o Eterno
Nidâna — o Oi-Ha-Hou (Permutação de Oeaohoo) (b)
(b) Oeaohoo exprime o incessante e eterno Movimento
Cósmico, ou melhor, a Força Motriz, tacitamente aceita
como a Divindade, sem jamais ser nomeada. É o eterno
Kârana, a Causa sempre ativa.
55. 5. O Oi-Ha-Hou — As Trevas, o Sem Limites, ou o Não-Número,
Adi-Nidâna, Svabhâvat, o O (a quantidade desconhecida):
I. O Adi-Sanat, o Número; porque ele é Um (a).
II. A Voz da Palavra, Svabhâvat, os Números; porque ele é Um e
Nove (o que perfaz dez).
III. O "Quadrado sem Forma (arrupa)".
E estes Três, encerrados no O (circulo sem limites), são o Quatro
Sagrado; e os Dez são o Universo Arûpa (b). Depois vêm os
Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo excluído, e seu
Sopro, que é o Artífice da Luz (c) (Bhâskara ).
56. 5. O Oi-Ha-Hou — As Trevas, o Sem Limites, ou o Não-Número,
Adi-Nidâna, Svabhâvat, o O (a quantidade desconhecida):
I. O Adi-Sanat, o Número; porque ele é Um (a).
(a) "Àdi-Sanat", em tradução literal, é o Primeiro ou o
"Primitivo Ancião", nome que identifica o "Ancião dos Dias"
e o "Santo Ancião" (Sephira e Adão Kadmon), da Cabala,
com Brahmâ, o Criador, que é também chamado Sanat,
entre outros diversos nomes e títulos;
Svabhâvat é a Essência mística, a Raiz plástica da Natureza
física; "os Números", quando manifestado; "o Número", em
sua Unidade de Substância, no plano mais elevado.
57. 5. O Oi-Ha-Hou — As Trevas, o Sem Limites, ou o Não-Número,
Adi-Nidâna, Svabhâvat, o O (a quantidade desconhecida):
I. O Adi-Sanat, o Número; porque ele é Um (a).
(a) O nome é um termo budista, sinônimo da quádrupla
Anima Mundi, o Mundo Arquétipo da Cabala, de onde
procedem os Mundos Criadores, Formadores e Materiais; e
as Chispas ou Centelhas, os outros diversos mundos
contidos nos três últimos. Os Mundos se acham todos
sujeitos a Governadores ou Regentes — Rishis e Pitris,
entre os hindus, Anjos para os judeus e cristãos; e Deuses
em geral, entre os antigos.
58. 5. II. A Voz da Palavra, Svabhâvat, os Números; porque ele é Um
e Nove (o que perfaz dez).
III. O "Quadrado sem Forma (arrupa)".
E estes Três, encerrados no O (circulo sem limites), são o Quatro
Sagrado; e os Dez são o Universo Arûpa (b).
(b) O Isto significa que o "Círculo sem Limites", o Zero, passa a
ser um número somente quando um dos outros nove algarismos
o precede, manifestando assim o seu valor e potência; o "Verbo"
ou Logos em união com a "Voz" e o Espírito (a expressão e
origem da consciência) representa os nove algarismos, e forma
com o zero, a década, que contém em si todo o Universo. A
Tríade forma dentro do círculo a Tetraktys ou o "Quatro
Sagrado", sendo o Quadrado inscrito no Círculo a mais poderosa
de todas as figuras mágicas.
59. O quadrado inscrito no Círculo é a
mais poderosa de todas as figuras
mágicas.
“O infinito (o círculo) se projetando no finito (o quadrado) simboliza o evolver do
manifestado a partir do imanifestado, a manifestação do número a partir do
númeno, da forma a partir da não-forma, do discreto e objetivo a partir do
contínuo e subjetivo”
André R. Marcondes
60. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) O "excluído" é o Sol do nosso sistema;
No Rig Veda, Aditi, o "Ilimitado", ou o Espaço Infinito
equivale à "Mãe-Espaço", que é coexistente com as "Trevas“;
Dá-se-lhe com muita propriedade o nome de "Mãe dos
Deuses". Deva-Mâtri, porque de sua matriz cósmica
nasceram todos os corpos celestes do nosso sistema, o Sol
e os Planetas;
É por isso descrita da seguinte maneira, alegoricamente:
"Oito Filhos nasceram do corpo de Aditi; ela se aproximou
dos Deuses com sete, mas repudiou o oitavo, Mârtanda",
nosso Sol.
61. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) Os sete filhos, chamados os Âdityas, representam,
cósmica e astronomicamente, os sete planetas; e a exclusão
do Sol demonstra claramente que os Hindus podem ter
conhecido, e realmente conheciam, um sétimo planeta, sem
que o chamassem Urano.
A Doutrina Secreta ensina que o Sol é uma estrela central; e não um planeta. Os antigos, porém,
conheciam e reverenciavam sete grandes deuses, excluindo o Sol e a Terra. Qual era esse "Deus do
Mistério", que eles consideravam à parte? Não era certamente Urano, que foi descoberto por Herschell
em 1781. Mas não poderia ser conhecido por outro nome? Ragon diz: "Havendo as ciências ocultas
descoberto, por meio de cálculos astronômicos, que devia ser sete o número dos planetas, os antigos
foram levados a introduzir o Sol na escala das harmonias celestes e fizeram-no ocupar o lugar vago.
Como conseqüência, toda vez que percebiam uma influência que não correspondia a nenhum dos
planetas conhecidos, atribuíam-no ao Sol... O erro afigura-se importante; mas não o era nos resultados
práticos, uma vez que os antigos astrólogos substituíam Urano pelo Sol, que... é uma Estrela central
relativamente imóvel, girando apenas sobre o seu eixo, e que regula o tempo e as medidas, não
podendo ser desviada de suas verdadeiras funções."
62. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) Mas, esotérica e teologicamente, por assim dizer, os
Âdityas, em seu mais antigo e primitivo sentido, são os oito
e os doze grandes deuses do Panteão hindu. "Os Sete
permitem que os mortais vejam as suas moradas, mas eles se
deixam mostrar somente aos Arhats" — diz um velho
provérbio; devendo entender-se por "suas moradas" os
planetas;
A Doutrina Oculta rejeita a hipótese, nascida da teoria
nebular, de que os (sete) grandes planetas são oriundos da
massa central do Sol, deste nosso Sol visível, pelo menos.
63. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) É certo que a primeira condensação da matéria cósmica se
processou em torno de um núcleo central, o seu Sol-pai; mas,
de acordo com o ensinamento, o nosso Sol apenas se
desprendeu antes que os demais, ao contrair-se a massa em
rotação, sendo por isso o "irmão" maior dos outros, e não o seu
"pai". Os oito Âdityas, os "deuses", são todos formados da
substância eterna (a matéria cometária, a Mãe), ou o
"material dos mundos", que é, ao mesmo tempo, o quinto e o
sexto Princípio Cósmico, o Upâdhi ou Base da Alma Universal,
assim como, no homem, o Microcosmo, Manas, é o Upâdhi de
Buddhi.
64. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) O Sol, tendo-se desenvolvido do Espaço Cósmico (antes
da formação final dos primários e da anulação da nebulosa
planetária), absorvia nas profundezas de sua massa toda a
vitalidade cósmica que podia, ameaçando tragar os seus
"Irmãos" mais fracos antes que a lei de atração e repulsão
estivesse definitivamente ajustada; depois disso é que ele
começou a alimentar-se daquelas partes do Éter (o "Alento
da Alma Universal") de cuja existência e constituição a
Ciência ainda se encontra na mais completa ignorância.
65. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) O "Alento" de todos os "Sete" diz-se que é Bhâskara, o
Fazedor da Luz, porque (os planetas) eram todos cometas e
sóis em sua origem. Eles evolucionaram do Caos Primitivo
(agora o númeno das nebulosas insolúveis) para a vida
manvantárica mediante a agregação e acumulação das
diferenciações primárias da Matéria eterna, o que o
Comentário traduz nesta formosa expressão: "Assim os Filhos
da Luz se revestem com o tecido das Trevas.“;
Alegoricamente, são chamados os "Caracóis Celestes", em
razão das Inteligências sem forma (para nós) que, invisíveis,
habitam suas mansões estelares e planetárias, que, por assim
dizer, arrastam consigo, à maneira de caracóis, em sua
revolução.
66. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) A doutrina de uma origem comum de todos os planetas
e corpos celestes era ensinada pelos astrônomos arcaicos,
muito antes de Kepler, Newton, Leibnitz, Kant, Herschell e
Laplace;
O Calor (o "Alento"), a atração e a Repulsão — os três
grandes fatores do Movimento — são as condições em que
nascem, se desenvolvem e morrem todos os membros
daquela família primitiva; para renascerem após uma
"Noite de Brahmâ", durante a qual a matéria eterna recai,
periodicamente, em seu estado primário não diferenciado.
67. 5. Depois vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo
excluído, e seu Sopro, que é o Artífice da Luz (c) .
(c) Os gases mais rarefeitos não podem dar, ao físico
moderno, nenhuma idéia da natureza dessa matéria eterna.
Centros de força a princípio, as Centelhas invisíveis ou
átomos primordiais se diferenciam em moléculas e se
convertem em Sóis (passando gradualmente ao estado de
objetividade), gasosos, radiantes, cósmicos; e o "Torvelinho
Único" (ou Movimento) dá finalmente o impulso para a
forma e o primeiro movimento, regulado e mantido pelos
"Alentos" que não descansam jamais: os Dhyân Chohans.
68. 6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos
pelos Três (O Verbo, a Voz e o Espírito). O Filho excluído é Um. Os
"Filhos-Sóis" são inumeráveis.
Os "Lipika", da palavra lipi, "escrito", significam
literalmente os "Escreventes". Misticamente, estes Seres
Divinos se acham relacionados com o Carma, a Lei de
Retribuição, pois são os Registradores ou Cronistas que
imprimem sobre tábuas invisíveis (para nós) da Luz Astral,
"o grande museu de quadros da eternidade", um registro fiel
de cada uma das ações e até de cada um dos pensamentos
do homem, e de tudo o que foi, é e será no Universo
fenomenal.
69. 6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos
pelos Três (O Verbo, a Voz e o Espírito). O Filho excluído é Um. Os
"Filhos-Sóis" são inumeráveis.
Esse repositório divino e invisível é o Livro da Vida;
Os Lipika são os que, da Mente Universal passiva, projetam
na objetividade o plano ideal do Universo, plano pelo qual
os "Construtores" reconstroem o Cosmos depois de cada
Pralaya;
Correspondem eles, portanto, aos Sete Espíritos
Planetários", ou "Espíritos das Estrelas“; sendo assim os
escrivães diretos da Ideação Eterna, ou "Pensamento
Divino", como a chama Platão.
70. 6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos
pelos Três (O Verbo, a Voz e o Espírito). O Filho excluído é Um. Os
"Filhos-Sóis" são inumeráveis.
Os Anais Eternos não são um sonho platônico: vemos registros
idênticos no mundo da matéria grosseira. Diz o Dr. Draper:
"Uma sombra nunca se projeta sobre um muro sem nele deixar um traço
permanente, que se pode tornar visível com a utilização de processos
adequados... Os retratos de nossos amigos e as paisagens podem ficar
ocultos à vista na superfície sensitiva, mas estão prontos para surgir logo
que se empregue o reativo necessário. Um espectro se conserva oculto na
superfície prateada ou de cristal, até que o fazemos aparecer no mundo
visível com a nossa necromancia. Sobre as paredes de nossos recintos
mais privados, ali onde nos jactamos de que não pode jamais penetrar o
olho intruso, onde acreditamos que a nossa intimidade não pode ser
profanada, subsistem os vestígios de todos os nossos atos, as silhuetas de
tudo quanto fizemos."
71. 6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos
pelos Três (O Verbo, a Voz e o Espírito). O Filho excluído é Um. Os
"Filhos-Sóis" são inumeráveis.
Os Drs. Jevons e Babbage crêem que cada pensamento desloca a
partículas do cérebro, pondo-as em movimento e disseminando-as
pelo Universo; crêem também que "cada partícula da matéria
existente deve ser um registro de tudo quanto aconteceu". A doutrina
antiga principia, dessa forma, a adquirir foros de cidadania nas
especulações do mundo científico;
O Chitragupta hindu, que lê a história da vida de cada Alma nos
registros chamados Agra-Sandhâni; os "Assessores", que lêem no
coração do defunto, que se torna um livro aberto diante de Yama,
Minos, Osíris ou Carma; são outras tantas cópias e variantes dos
Lipika e de seus Anais Astrais. Não obstante, os Lipika não são
divindades relacionadas com a Morte, mas com a Vida Eterna.
72. 6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos
pelos Três (O Verbo, a Voz e o Espírito). O Filho excluído é Um. Os
"Filhos-Sóis" são inumeráveis.
Associados que estão ao destino de cada homem e ao
nascimento de toda criança, cuja vida já vem traçada na
Luz Astral — não com um caráter fatalista, senão porque o
Futuro, como o Passado, permanece sempre vivo no
Presente —, pode-se dizer ainda que os Lipika exercem
influência sobre a ciência do Horóscopo;
A verdade desta última tem que ser admitida, quer o
desejemos ou não; pois, como observa um dos modernos
professores de Astrologia:
73. 6. ...Em seguida, os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos
pelos Três (O Verbo, a Voz e o Espírito). O Filho excluído é Um. Os
"Filhos-Sóis" são inumeráveis.
"Agora, que a fotografia nos revelou a influência química do
sistema sideral, ao fixar sobre uma placa sensível milhares
de estrelas e planetas que até então haviam frustrado as
investigações dos telescópios mais poderosos, torna-se mais
fácil compreender como o nosso sistema solar pode, ao
nascer uma criança, influir-lhe no cérebro — virgem de toda
impressão — de uma maneira bem definida e em relação
com a presença, no zênite, de tal ou qual constelação"