Devido à presença de obsessões e compulsões relacionadas à limpeza excessiva, como lavar repetidamente as mãos e objetos, o caso clínico apresentado é caracterizado como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). O documento descreve os sintomas, causas e tratamento do TOC.
1. TRANSTORNO
OBSESSIVO
COMPULSIVO
T.O.C
Seminário de Psicologia Médica - 4° Período
Medicina - FASEH
GRUPO 1 : ANA CLARA RODRIGUES VELOSO, ANDREZA ANTONIETA DE FREITAS TORRES , CAMILLA DE FARIA MENDES FIUZA BORBA, GABRIEL
JÚLIO ROCHA SOARES, PEDRO ROCHA OLGUIN E VICTÓRIA CRISTINA TEIXEIRA RABELLO
PROFESSORA: DANIELA SCARPA
2. CASO CLÍNICO
ID: J.L.P, 19 anos, natural e procedente de Brasília-DF, estudante, branco, agnóstico, solteiro, ensino médio completo.
Q.P: “Prejuízo na qualidade de vida, devido à obsessão com sua rotina de limpeza” há 1 ano.
H.M.A: O paciente refere sempre ter sido considerado uma pessoa “bastante limpa”, mas que no último ano vem
apresentando pensamentos compulsivos que o impedem de viver sua vida de forma que considera “normal”. Aponta que
lavava as mãos e tomava banho de forma menos frequente, mas que no último ano começou e se preocupar
constantemente com a limpeza das coisas, até que chegou ao momento atual, em que lava as mãos cerca de 40 vezes ao
dia, e que passa grande parte do seu tempo preocupado com sua rotina de limpeza, que inclui banhos frequentes
(aproximadamente 7 por dia) e uso de água sanitária e álcool como desinfetantes para os objetos à sua volta.
Afirma ter sofrido comprometimento em sua vida social devido às suas “manias”, que se tornaram muito frequentes, e
passaram a comprometer outras áreas de sua vida, como o cumprimento de suas obrigações e de seus horários.
3. CASO CLÍNICO
H.P.P: Nega alergias medicamentosas ou alimentares, hospitalizações, doenças prévias, ou uso de medicamentos.
H.F: Mãe, pai e irmã hígidos. Tia paterna faz tratamento para Transtorno de Ansiedade.
H.S: nega fumar, e afirma consumir álcool apenas em situações sociais (1 copo de bebida em alguns finais de semana).
Praticava atividades físicas regularmente, mas recentemente parou devido à falta de tempo.
Condição Socioeconômica e Cultural: vive com o pai, a mãe e a irmã mais nova em um apartamento de 3 quartos na cidade,
onde possui acesso a saneamento básico e rede de luz. Possui um relacionamento amigável com a família, mas relata
dificuldades no relacionamento com os amigos que “parecem não entender seus comportamentos”.
Exame Físico: Apresenta hiperemia e lesões descamativas em ambas as mãos. O restante do exame físico apresenta-se
normal.
Suspeitas diagnósticas: Transtorno Obsessivo Compulsivo
4. O QUE É O TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO?
- É um transtorno mental classificado como
um transtorno de ansiedade.
- Caracteriza-se por idéias, fantasias e
imagens obsessivas e por atos, rituais ou
comportamentos compulsivos.
- As síndromes obsessivas compulsivas
podem ser diagnosticadas pela presença de
obsessões ou compulsões.
5. AFINAL, O QUE É A COMPULSÃO?
São comportamentos persistentes e repetitivos que são
desenvolvidos para reduzir a ansiedade ou prevenir alguma
catástrofe imaginária, geralmente estão relacionadas ao
conteúdo das obsessões.
6. AFINAL, O QUE É A COMPULSÃO?
Leigamente diz-se que a pessoa tem várias manias e
que é esquisito ou estranho, mas normalmente, o
portador de T.O.C sabe que suas ´´manias´´, obsessões
ou compulsões são excessivas ou irracionais
7. O QUE É A OBSESSÃO?
Obsessões são pensamentos, imagens, cenas ou impulsos
repetidos e indesejáveis que invadem a consciência de forma
persistente e estereotipada seguidos ou não de rituais
destinados a neutralizá-los
Portanto, para que seja obsessão é necessário o aspecto
involuntário das ideias, bem como, o reconhecimento de sua
conotação ilógica, pelo próprio paciente.
9. PRINCIPAIS SINTOMAS
Pensamentos obsessivos que
levam à realização de um ritual
compulsivo.
Preocupação excessiva com
ordem, perfeccionismo e
controle.
Excesso de regras e cuidado
para manter a sensação de
controle das situações.
Indecisão diante de situações
corriqueiras; ansiedade;
estresse; hipervigilância e
apreensão
Dificuldades em situações que
saem do seu controle.
Fixação por organização,
simetria e limpeza.
Pensamentos indesejados.
10. SINAIS COMUNS
- Lavar ou limpar algo repetidamente e
excessivamente para evitar contaminação;
- Verificar algo para eliminar dúvidas (por
exemplo: verificar várias vezes se uma porta
está trancada);
- Contar: repetir uma ação um determinado
número de vezes;
- Ordenar (por exemplo: arrumar talheres ou
objetos da mesa de trabalho em um padrão
específico);
Uma pessoa que mostra
sinais de perfeccionismo
não necessariamente
possui o Toc!
11. É IMPORTANTE SABER
- Uma preocupação comum no paciente com T.O.C está relacionada à possibilidade
de falha, e como consequência do erro, haver algum dano, a pessoa ou ao
ambiente. Como por exemplo:
● Medo de a casa incendiar por deixar um eletrodoméstico ligado ou o gás aberto,
seguida da necessidade de verificar se os aparelhos ficaram ou não ligados;
● Medo de que um ladrão entre na casa pelo fato de as janelas e portas não terem
ficado bem fechadas, tendo que verificá-las repetidas vezes.
12. QUAIS SÃO AS CAUSAS ?
Pesquisas recentes apontam a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que
utilizam a serotonina. As causas podem ser de natureza biológica englobando fatores genéticos – neuroquímica
cerebral, lesões ou infecções cerebrais – e fatores psicológicos – aprendizagem e rituais para sair de uma aflição
ou evitar o contato com objetos, pessoas ou situações que desencadeiam medos, em vez de enfrentá-los.
O TOC é considerado um transtorno heterogêneo, grave e que está, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (2000), entre as dez principais causas de incapacitação dos indivíduos, acometendo um em cada 40 ou 50
indivíduos.
13. QUAIS SÃO AS CAUSAS ?
A estimativa provável no Brasil, é que existam entre 3 e 4 milhões de portadores.
É considerado o quarto transtorno psiquiátrico mais freqüente na população em geral. Estima-se que os sintomas
comecem na infância e/ou adolescência em metade dos casos. No sexo masculino o TOC pode ter início precoce,
chegando com uma estimativa na vida adulta de 1:1. Já no sexo feminino os sintomas começam tardiamente, por
volta da adolescência ou início da fase adulta.
14. COMO REALIZAR O DIAGNÓSTICO?
O médico diagnostica o transtorno obsessivo-compulsivo tomando por base os sintomas: a
presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões ou compulsões precisam atender, no
mínimo, um dos quesitos a seguir:
● Tomar muito tempo
● Causar angústia significativa ou interferir com a capacidade funcional da pessoa
15. 50%
TRATAMENTO
O tratamento pode ser medicamentoso e terapia. O medicamentoso é utilizado antidepressivos
inibidores da recaptação de serotonina.
A terapia utilizada é de abordagem cognitivo-comportamental. Seu princípio básico é expor o indivÍduo
à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais leves. Ou seja, ele é exposto
inúmeras vezes a uma situação que desencadeia os pensamentos obsessivos e aprende aos poucos a
suportar a ansiedade e a resistir à necessidade de ceder à compulsão.
A melhora é parcial, ou seja, não há uma redução completa dos sintomas, embora 40% a 60% dos
pacientes adquirem uma redução significativa na intensidade e quantidade dos sintomas
16. PERSONAGENS QUE APRESENTAM T.O.C
Abel, personagem do desenho infantil ´´Ursinho Pooh´´, precisa ter todas as coisas
organizadas em todos os momentos, e exibe sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo
(TOC). Sua energia nervosa é gasta contando, recontando, organizando e reorganizando tudo e
todos em sua vida.
Miranda Bailey, personagem conhecida da série ´´Greys Anatomy´´, desenvolveu TOC após
perder três pacientes em decorrência de uma infecção e enfrentar o fracasso do seu primeiro
casamento.
Sheldon Cooper, da série ´´ The Big Bang Theory´´, também é conhecido por ser um personagem
que apresenta T.O.C, ele segue uma rotina para cada dia da semana e senta-se sempre no mesmo
lugar do sofá
17. Devido à presença de obsessões e compulsões relacionadas à
limpeza, como o lavar excessivo das mãos, do corpo e a
desinfecção constante de objetos ao seu redor, pode-se
caracterizar o caso clínico como TOC.
DIAGNÓSTICO - CASO CLÍNICO
LIPSI-DF Liga Acadêmica de Psiquiatria do Distrito Federal
https://www.sanarmed.com/members/lipsi-df
18. REFERÊNCIAS
CORDIOLI, Aristides Volpato. TOC: Manual de terapia cognitivo-comportamental para o Transtorno
obsessivo-compulsivo. Artmed Editora, 2014.
GONZALEZ, Christina Hajaj. Transtorno obsessivo-compulsivo. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 21, p. 31-34, 1999.
ROSARIO-CAMPOS, Maria Conceição do; MERCADANTE, Marcos T. Transtorno obsessivo-compulsivo. Brazilian Journal
of Psychiatry, v. 22, p. 16-19, 2000.
PETRIBÚ, Kátia. Comorbidade no transtorno obsessivo-compulsivo. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 23, p. 17-20, 2001.
19. OBRIGADO (A) !
´´SAÚDE MENTAL NÃO É SOBRE SENTIR COISAS RUINS. É SOBRE NÃO SE DEIXAR DOMINAR POR ELAS´´