O documento descreve o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), definido como preocupação excessiva e imaginária com defeitos na aparência física, causando sofrimento significativo. O TDC é caracterizado por percepções distorcidas da imagem corporal e frequente procura por procedimentos estéticos desnecessários para "corrigir" os defeitos imaginados. O documento detalha origem, sintomas, diagnóstico e tratamento do transtorno.
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Transtorno dismórfico corporal
1.
2. Conceito: O TDC é a preocupação com
um defeito imaginado ou exagerado na
aparência física.
Essa percepção distorcida
pode ser totalmente imaginária
ou estar associada a alterações
sutis na aparência.
3. Origem:
1886- comentado pela primeira vez por Morselli que o
chamou de Dismorfofobia e o caracterizou como:
“um sentimento subjetivo de feiúria ou de defeito
físico que os pacientes sentiam ser notados pelos
outros, embora suas aparências estivessem dentro
dos limites normais’’
1987- foi classificado pelo DSM III R
como um transtorno somatoforme.
4. Frequencia aproximadamente igual em homens e
mulheres.
Curso: geralmente o início é na adolescência.
Início: gradual ou súbito.
Muitos procuram dermatologistas e cirurgiões
plásticos.
É um transtorno do espectro obsessivo-
compulsivo que possui diversas semelhanças com
TOC.
Vigorexia: Transtorno Dismórfico
Muscular, é um subtipo da TDC.
5. Etiologia:
- Desconhecida
- Influência sócio-culturais
- Desregulação no sistema serotoninérgico
Obs: É diferente de uma preocupação normal com a
aparência porque o TDC consome excessivo
tempo, tem sofrimento clinicamente significativo e
prejuízo no funcionamento social ou ocupacional e
em outras áreas da vida do indivíduo.
6. Clínica:
- Pode ser vago (feios, deformados)
- Ou específico( nariz grande, boca esticada,
pênis pequeno, olho caído, testa com rugas).
- Há um acentuado sofrimento!
- A característica principal é a severa apreensão que
antecipa o que os outros vão achar ou pensar sobre o
defeito imaginado.
- Verificações excessivas ou evitação de superfíciesVerificações excessivas ou evitação de superfícies
refletoras.refletoras.
- Evitam exposição social e ocupacional.Evitam exposição social e ocupacional.
- Tentam camuflar o defeito.Tentam camuflar o defeito.
- Há prejuízos na área social, ocupacional, pessoalHá prejuízos na área social, ocupacional, pessoal
7. Diagnóstico:
Critério A: preocupação com um imaginado defeito na
aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente,
a preocupação do indivíduo é acentuadamente
excessiva.
Critério B: a preocupação causa sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social,ocupacional ou em outras áreas importantes da
vida do indivíduo.
Critério C: a preocupação não é melhor explicada por
outro transtorno mental (por ex., insatisfação com a
forma e o tamanho do corpo na Anorexia Nervosa).
8. Comorbidades:
- Fobia Social, Transtorno Obsessivo-Compulsivo,
Depressão e quadros delirantes.
Tratamento:
- Difícil de tratar.
- Farmacoterapia e Psicoterapia (mais efetivo).
- Drogas: inibidores de recaptação da serotonina
(Fluoxetina, Sertralina, Citolapran).
- Muitos não respondem à medicação.
9. Caso clínico:
Mulher, 48 anos, professsora aposentada, casada, mora com
marido e sua mãe numa chácara, Renda do casal é de
aproximadamente 1500 reais.
Desde a infância preocupava-se com qualquer marca que surgisse
no seu rosto, como arranhões, machucados, ficava perguntando a
sua mãe quando iriam desaparecer. As preocupações com a pele
foram se acentuando gradualmente e ficaram piores há
aproximadamente 10 anos. Vive dizendo que sua pele não está
normal, cheia de bolinhas(SIC), com uma textura muito fina.
Procurou um cirurgião pois estava vendo uma pequena marca na
região superior do lábio que parecia um bumbum(SIC). Disse que
nunca ninguém comentou sobre as marcas com que se preocupa,
pois ninguém as via da mesma forma que ela.
10. Observações: a pequena arca a que ela se refere, é
vermelha como se fosse o início de uma espinha
minúscula, muito difícil de ser percebida. É uma
mulher muito bonita.
Já fez várias cirurgias pra tirar verruguinhas do rosto,
com algumas ficou satisfeita com outras não. Vai
frequentemente a dermatologistas por causa das
marcas na pele.
11. “A felicidade não pode vir de fora mas sim
tem que vir de dentro. Não interessa como
os outros nos enxergam mas sim criarmos
uma auto imagem positiva de que o mundo
é melhor porque eu existo”. (Autor
desconhecido)