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Capacitação de Agentes de Inovação
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                    Como a dinâmica de grupo pode estar
                    matando a inovação


Para criar o próximo iPad, Amazon ou Facebook, a última coisa de que
precisam os inovadores é de uma sessão de brainstormingem grupo. De
acordo com uma nova pesquisa da Wharton, os desbravadores do futuro
precisam, na verdade, é de algum tempo a sós.

Em um estudo intitulado “Geração de ideia e qualidade da melhor ideia (PDF)”
[Idea GenerationandtheQualityofthe Best Idea (PDF)], Christian
Terwiesch e Karl Ulrich, professores de gestão de operações e de informações
da Wharton, sustentam que a dinâmica de grupo é inimiga das empresas que
tentam desenvolver produtos novos e exclusivos, estratégias sem paralelo de
economia ou táticas especiais de marketing.

Terwiesch, Ulrich e Karan Girotra, coautor do estudo e professor de gestão de
tecnologia e de operações do INSEAD, constataram que um processo híbrido,
em que as pessoas separam um tempo para um brainstorming particular
antes de discutir suas ideias com os colegas, resultava em um volume maior
de ideias de boa qualidade do que o exercício puro e simples em equipe. O
mais importante, porém, para as empresas em busca de inovação, dizem os
autores, é que a melhor ideia produzida pelo processo híbrido superou a
sugestão vencedora do modelo tradicional.

“Os fabricantes preferem dez máquinas com bom volume de produção a uma
máquina excelente e nove outras defeituosas. É melhor contar com dez bons
vendedores do que com nove vendedores ruins e uma superestrela. Nesse
tipo de segmento, o que importa é a produção total acumulada, o quadro
geral obtido”, ressalta Terwiesch. Em se tratando de inovação, porém, o que
realmente importa não é juntar uma porção de boas ideias, e sim uma ou
duas que sejam excepcionais. Inovação é isso.”

Embora diversos estudos experimentais critiquem o processo
de brainstorming em equipe devido à interferência da dinâmica de grupo, os
pesquisadores da Wharton acreditam que seu trabalho se destaque por causa
da ênfase na qualidade, além do número de ideias geradas por diferentes
processos mas, sobretudo, pela qualidade da melhor ideia. Os pesquisadores
acrescentam que o estudo se diferencia também na forma como seleciona os
projetos mais promissores oriundos da fase de brainstorming.



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Capacitação de Agentes de Inovação
                                                     Texto de apoio



“A parte da avaliação é crítica. Não importa que processo tenhamos utilizado,
quer tenha sido o modelo de equipe ou híbrido, todos eles apresentaram
resultados substancialmente piores do que esperávamos que tivessem na
etapa de avaliação”, diz Terwiesch. “De nada adianta gerar uma boa ideia se
não a consideramos boa. É como se eu, sentado aqui, dissesse que tinha tido
a ideia de criar a Amazon. Mesmo que eu tivesse tido a ideia, mas não fizesse
nada a respeito, de que me adiantaria?

“O chefe sempre tem razão”

Quarenta e cinco estudantes da Universidade da Pensilvânia foram recrutados
para ajudar a testar o desempenho dos dois processos. Alunos formados e da
graduação foram divididos em dois grupos de quatro elementos cada um e
instruídos a empregar, separadamente, os processos híbrido e de equipe para
a formulação de conceitos destinados à geração de produtos novos e
acessíveis ao público estudantil. Esses produtos seriam produzidos por um
fabricante hipotético de produtos esportivos e de fitness e outro igualmente
hipotético de produtos para o lar. As equipes tiveram 30 minutos para
o brainstormingusando o processo tradicional de grupo. Para testar o modelo
híbrido, foi pedido a eles que passassem dez minutos gerando ideias
classificando-as uma a uma discutindo-as posteriormente em grupo.

As ideias geradas com base em ambos os métodos foram analisadas de forma
independente por três painéis distintos encarregados de avaliá-las em relação
aos produtos gerados tomando como referência seu valor para o negócio; o
grau de atração para o possível cliente e qualidade de modo geral calcada na
viabilidade da fabricação do produto; originalidade da ideia; tamanho do
mercado para o produto e em que medida ele foi capaz de solucionar um
problema específico. Os estudantes produziram um total de 443 ideias, entre
elas uma lata de lixo que reduz o odor do seu conteúdo, uma garrafa d‟água
dotada de um sistema interno de filtragem e um sistema à prova d‟água que
permite a leitura embaixo do chuveiro.

Os líderes empresariais que queiram integrar ideias inovadoras à cultura do
seu escritório podem aprender com a estrutura e as minúcias usadas na
geração e na avaliação das ideias, diz Terwiesch. Ele e Ulrich são também
coautores do livro Campeonatos de inovação: criando e selecionando
oportunidades excepcionais [InnovationTournaments:
CreatingandSelectingExceptionalOpportunities], em que aconselham as
empresas a recorrer a competições coordenadas para filtrar as propostas de
caráter mais excepcional. Segundo Terwiesch, um sistema online que trabalhe
com uma “caixa de sugestões” virtual pode atingir o mesmo objetivo,
contanto que seja constituído de modo tal que atinja um propósito específico.
“As pessoas gostam de trabalhar com processos porque acham a estratégia

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imparcial. Numa reunião típica de brainstorming, não há imparcialidade e
todos sabem disso: o chefe está sempre certo”, diz Terwiesch.

A imposição de uma estrutura não substitui e tampouco sufoca a criatividade
dos empregados, acrescenta Ulrich. Na verdade, o objetivo consiste em
estabelecer um processo de geração de ideias que permita trazer à tona o
que há de melhor nas pessoas. “Descobrimos que nas etapas iniciais da
geração de ideias, dar às pessoas diretrizes bastante específicas sobre o
processo como, por exemplo, „Gere pelo menos dez ideias e apresente-as na
quarta-feira‟, permite que todos os membros da equipe contribuam e
dediquem um volume suficiente de energia criativa ao problema.”

Os resultados da experiência com os estudantes mostraram que a qualidade
média das ideias geradas pelo processo híbrido foi melhor do que as ideias
resultantes do processo em equipe em cerca de 30 pontos percentuais. O
método híbrido resultou em cerca de três vezes mais ideias do que o método
tradicional. Além disso, a avaliação da qualidade foi superior às cinco ideias
principais oriundas do processo híbrido. Não bastasse isso, a diferença de
qualidade entre a equipe e os métodos híbridos no tocante à melhor ideia foi
muito superior à diferença média de qualidade, numa alusão implícita ao fato
de que “num cenário de inovação, analisar apenas a qualidade média, em
oposição à qualidade das melhores ideias, acaba por subestimar os benefícios
da estratégia híbrida”, avaliam os autores.

Terwiesch diz que as ideias decorrentes do processo individual
de brainstorming são pensamentos valiosos que não devem ser “abortados
prematuramente por causa da dinâmica de grupo. Seus pensamentos iniciais
são vitais para a empresa porque decorrem de opiniões que não são
tendenciosas”.

Autocensura e acúmulo de ideias

Há várias razões pelas quais as pessoas se mostram menos inclinadas a dar
uma opinião imparcial acerca de um processo ebrainstorming
exclusivamente de equipe. Os empregados talvez se censurem com receio de
contrariar o status quo ou para não deixar irado um superior. Colocar várias
pessoas juntas em uma sala gera muita conversa. Se todos contribuírem, há
menos tempo para as pessoas compartilharem suas ideias. Há quem raciocine
menos criticamente a respeito de um problema porque se sente satisfeita em
deixar que outros façam o trabalho pesado.

“Estamos combatendo o modelo americano de fazer negócio, em que todos
são criativos, o que não é verdade”, observa Terwiesch. “Encontramos
diferenças enormes nos níveis de criatividade das pessoas, e não nos resta

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Capacitação de Agentes de Inovação
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alternativa senão encará-las. Nem todos cantamos bem, nem todos somos
excelentes corredores, por que então imaginar que somos todos bons na hora
de sugerir uma ideia? Todavia, não é politicamente correto dizê-lo, embora
lidar com negócios exija mais de nós do que apenas propor ideias.”

Além da qualidade da ideia, os pesquisadores procuraram também mensurar
uma das predisposições da dinâmica de grupo que, em sua opinião, cria
barreiras à inovação: o acúmulo de ideias, ou a tendência de sugerir ideias
semelhantes a outras já propostas, abraçando-as unanimemente. Os autores
descobriram que ideias construídas em torno de outras ideias não são
estatisticamente melhores do que uma sugestão aleatória qualquer.

O acúmulo, na opinião de Terwiesch, “é uma norma social que mostra que
você ouviu. Se um grupo está trabalhando em conjunto em uma determinada
ideia que já está sobre a mesa, é bom tomar cuidado na hora em que você
chega com sua agenda própria, porque tal atitude poderá ser interpretada
como egoísmo, e não como colaboração à equipe. Portanto, espera-se que
você contribua com a ideia que já está em discussão”.

Esse tipo de pensamento, porém, é o que impede a equipe de embarcar
numa experiência do tipo “o céu é o limite”, que leva ao desenvolvimento de
um produto ou de um processo inédito até então. “Em vez de vasculhar o
mundo todo, vasculhando apenas uma esfera diminuta”, observa Terwiesch.
“Na inovação, a diversidade é amiga. Você quer algo diferente porque sabe
que poderá rejeitá-lo se não gostar dele. Quando se trabalha de acordo com
as normas do grupo, o grupo mata a diversidade.”

Publicado em: 19/05/2010




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In f killinginnovartion

  • 1. Capacitação de Agentes de Inovação Texto de apoio Como a dinâmica de grupo pode estar matando a inovação Para criar o próximo iPad, Amazon ou Facebook, a última coisa de que precisam os inovadores é de uma sessão de brainstormingem grupo. De acordo com uma nova pesquisa da Wharton, os desbravadores do futuro precisam, na verdade, é de algum tempo a sós. Em um estudo intitulado “Geração de ideia e qualidade da melhor ideia (PDF)” [Idea GenerationandtheQualityofthe Best Idea (PDF)], Christian Terwiesch e Karl Ulrich, professores de gestão de operações e de informações da Wharton, sustentam que a dinâmica de grupo é inimiga das empresas que tentam desenvolver produtos novos e exclusivos, estratégias sem paralelo de economia ou táticas especiais de marketing. Terwiesch, Ulrich e Karan Girotra, coautor do estudo e professor de gestão de tecnologia e de operações do INSEAD, constataram que um processo híbrido, em que as pessoas separam um tempo para um brainstorming particular antes de discutir suas ideias com os colegas, resultava em um volume maior de ideias de boa qualidade do que o exercício puro e simples em equipe. O mais importante, porém, para as empresas em busca de inovação, dizem os autores, é que a melhor ideia produzida pelo processo híbrido superou a sugestão vencedora do modelo tradicional. “Os fabricantes preferem dez máquinas com bom volume de produção a uma máquina excelente e nove outras defeituosas. É melhor contar com dez bons vendedores do que com nove vendedores ruins e uma superestrela. Nesse tipo de segmento, o que importa é a produção total acumulada, o quadro geral obtido”, ressalta Terwiesch. Em se tratando de inovação, porém, o que realmente importa não é juntar uma porção de boas ideias, e sim uma ou duas que sejam excepcionais. Inovação é isso.” Embora diversos estudos experimentais critiquem o processo de brainstorming em equipe devido à interferência da dinâmica de grupo, os pesquisadores da Wharton acreditam que seu trabalho se destaque por causa da ênfase na qualidade, além do número de ideias geradas por diferentes processos mas, sobretudo, pela qualidade da melhor ideia. Os pesquisadores acrescentam que o estudo se diferencia também na forma como seleciona os projetos mais promissores oriundos da fase de brainstorming. D:CONFACCONVERSION16346408INFKILLINGINNOVARTION-130204124540-PHPAPP01.DOCX Página 1
  • 2. Capacitação de Agentes de Inovação Texto de apoio “A parte da avaliação é crítica. Não importa que processo tenhamos utilizado, quer tenha sido o modelo de equipe ou híbrido, todos eles apresentaram resultados substancialmente piores do que esperávamos que tivessem na etapa de avaliação”, diz Terwiesch. “De nada adianta gerar uma boa ideia se não a consideramos boa. É como se eu, sentado aqui, dissesse que tinha tido a ideia de criar a Amazon. Mesmo que eu tivesse tido a ideia, mas não fizesse nada a respeito, de que me adiantaria? “O chefe sempre tem razão” Quarenta e cinco estudantes da Universidade da Pensilvânia foram recrutados para ajudar a testar o desempenho dos dois processos. Alunos formados e da graduação foram divididos em dois grupos de quatro elementos cada um e instruídos a empregar, separadamente, os processos híbrido e de equipe para a formulação de conceitos destinados à geração de produtos novos e acessíveis ao público estudantil. Esses produtos seriam produzidos por um fabricante hipotético de produtos esportivos e de fitness e outro igualmente hipotético de produtos para o lar. As equipes tiveram 30 minutos para o brainstormingusando o processo tradicional de grupo. Para testar o modelo híbrido, foi pedido a eles que passassem dez minutos gerando ideias classificando-as uma a uma discutindo-as posteriormente em grupo. As ideias geradas com base em ambos os métodos foram analisadas de forma independente por três painéis distintos encarregados de avaliá-las em relação aos produtos gerados tomando como referência seu valor para o negócio; o grau de atração para o possível cliente e qualidade de modo geral calcada na viabilidade da fabricação do produto; originalidade da ideia; tamanho do mercado para o produto e em que medida ele foi capaz de solucionar um problema específico. Os estudantes produziram um total de 443 ideias, entre elas uma lata de lixo que reduz o odor do seu conteúdo, uma garrafa d‟água dotada de um sistema interno de filtragem e um sistema à prova d‟água que permite a leitura embaixo do chuveiro. Os líderes empresariais que queiram integrar ideias inovadoras à cultura do seu escritório podem aprender com a estrutura e as minúcias usadas na geração e na avaliação das ideias, diz Terwiesch. Ele e Ulrich são também coautores do livro Campeonatos de inovação: criando e selecionando oportunidades excepcionais [InnovationTournaments: CreatingandSelectingExceptionalOpportunities], em que aconselham as empresas a recorrer a competições coordenadas para filtrar as propostas de caráter mais excepcional. Segundo Terwiesch, um sistema online que trabalhe com uma “caixa de sugestões” virtual pode atingir o mesmo objetivo, contanto que seja constituído de modo tal que atinja um propósito específico. “As pessoas gostam de trabalhar com processos porque acham a estratégia D:CONFACCONVERSION16346408INFKILLINGINNOVARTION-130204124540-PHPAPP01.DOCX Página 2
  • 3. Capacitação de Agentes de Inovação Texto de apoio imparcial. Numa reunião típica de brainstorming, não há imparcialidade e todos sabem disso: o chefe está sempre certo”, diz Terwiesch. A imposição de uma estrutura não substitui e tampouco sufoca a criatividade dos empregados, acrescenta Ulrich. Na verdade, o objetivo consiste em estabelecer um processo de geração de ideias que permita trazer à tona o que há de melhor nas pessoas. “Descobrimos que nas etapas iniciais da geração de ideias, dar às pessoas diretrizes bastante específicas sobre o processo como, por exemplo, „Gere pelo menos dez ideias e apresente-as na quarta-feira‟, permite que todos os membros da equipe contribuam e dediquem um volume suficiente de energia criativa ao problema.” Os resultados da experiência com os estudantes mostraram que a qualidade média das ideias geradas pelo processo híbrido foi melhor do que as ideias resultantes do processo em equipe em cerca de 30 pontos percentuais. O método híbrido resultou em cerca de três vezes mais ideias do que o método tradicional. Além disso, a avaliação da qualidade foi superior às cinco ideias principais oriundas do processo híbrido. Não bastasse isso, a diferença de qualidade entre a equipe e os métodos híbridos no tocante à melhor ideia foi muito superior à diferença média de qualidade, numa alusão implícita ao fato de que “num cenário de inovação, analisar apenas a qualidade média, em oposição à qualidade das melhores ideias, acaba por subestimar os benefícios da estratégia híbrida”, avaliam os autores. Terwiesch diz que as ideias decorrentes do processo individual de brainstorming são pensamentos valiosos que não devem ser “abortados prematuramente por causa da dinâmica de grupo. Seus pensamentos iniciais são vitais para a empresa porque decorrem de opiniões que não são tendenciosas”. Autocensura e acúmulo de ideias Há várias razões pelas quais as pessoas se mostram menos inclinadas a dar uma opinião imparcial acerca de um processo ebrainstorming exclusivamente de equipe. Os empregados talvez se censurem com receio de contrariar o status quo ou para não deixar irado um superior. Colocar várias pessoas juntas em uma sala gera muita conversa. Se todos contribuírem, há menos tempo para as pessoas compartilharem suas ideias. Há quem raciocine menos criticamente a respeito de um problema porque se sente satisfeita em deixar que outros façam o trabalho pesado. “Estamos combatendo o modelo americano de fazer negócio, em que todos são criativos, o que não é verdade”, observa Terwiesch. “Encontramos diferenças enormes nos níveis de criatividade das pessoas, e não nos resta D:CONFACCONVERSION16346408INFKILLINGINNOVARTION-130204124540-PHPAPP01.DOCX Página 3
  • 4. Capacitação de Agentes de Inovação Texto de apoio alternativa senão encará-las. Nem todos cantamos bem, nem todos somos excelentes corredores, por que então imaginar que somos todos bons na hora de sugerir uma ideia? Todavia, não é politicamente correto dizê-lo, embora lidar com negócios exija mais de nós do que apenas propor ideias.” Além da qualidade da ideia, os pesquisadores procuraram também mensurar uma das predisposições da dinâmica de grupo que, em sua opinião, cria barreiras à inovação: o acúmulo de ideias, ou a tendência de sugerir ideias semelhantes a outras já propostas, abraçando-as unanimemente. Os autores descobriram que ideias construídas em torno de outras ideias não são estatisticamente melhores do que uma sugestão aleatória qualquer. O acúmulo, na opinião de Terwiesch, “é uma norma social que mostra que você ouviu. Se um grupo está trabalhando em conjunto em uma determinada ideia que já está sobre a mesa, é bom tomar cuidado na hora em que você chega com sua agenda própria, porque tal atitude poderá ser interpretada como egoísmo, e não como colaboração à equipe. Portanto, espera-se que você contribua com a ideia que já está em discussão”. Esse tipo de pensamento, porém, é o que impede a equipe de embarcar numa experiência do tipo “o céu é o limite”, que leva ao desenvolvimento de um produto ou de um processo inédito até então. “Em vez de vasculhar o mundo todo, vasculhando apenas uma esfera diminuta”, observa Terwiesch. “Na inovação, a diversidade é amiga. Você quer algo diferente porque sabe que poderá rejeitá-lo se não gostar dele. Quando se trabalha de acordo com as normas do grupo, o grupo mata a diversidade.” Publicado em: 19/05/2010 D:CONFACCONVERSION16346408INFKILLINGINNOVARTION-130204124540-PHPAPP01.DOCX Página 4