O documento fornece uma introdução sobre engenharia de manutenção, cobrindo tópicos como:
1) A evolução histórica da manutenção desde a revolução industrial;
2) Definições-chave como manutenção, engenheiro de manutenção e suas funções;
3) Modelos de gestão estratégica da manutenção como TPM e manutenção produtiva total.
2. Histórico
No decorrer da evolução da humanidade a manutenção apresentou diversas fases
distintas, de acordo com o grau de desenvolvimento tecnológico e da influência das
máquinas e equipamentos na economia das nações.
As fases de evolução podem ser divididas conforme descrição a seguir:
1ª
• Pré Revolução Industrial – Século XVIII
• Construtor e manutentor; baixa complexidade e simples reparos
2ª
• Primeiras Equipes – Século XIX
• Eletricidade, máquinas a vapor e motores; exige agilidade e pessoal qualificado
3ª
• Corretiva – 1900 a 1920
• Produção em escala; rápidos reparos
4ª
• Preventiva – 1920 a 1950
• Eletrônica, computadores, aviões para guera; não admissão de defeitos
5ª
• Preditiva – 1950 a 1970
• Monitoramento das condições dos equipamentos; redução de custos corretivos
6ª
• Produtiva Total – 1970 até hoje
• Analise de causa de falha; integração de produção, manutenção e qualidade
3. Definições
Engenharia de MANUTENÇÃO
• Otimização dos equipamentos, dos processos e dos orçamentos, de
modo a alcançar uma melhor manutenibilidade e disponibilidade
dos equipamentos.
• Importância crescente devido ao aumento do número de
equipamentos, aparelhos, sistemas, máquinas e infraestruturas
• Elevado número e diversidade requerem um conjunto crescente de
profissionais e sistemas especializados na sua manutenção.
4. Definições
Conhecimentos e aplicações
• Manutenção (mecânica, elétrica) estatística, logística,
confiabilidade, previsibilidade, higiene e segurança no trabalho,
informática, gestão de recursos humanos, legislação, meio
ambiente e contabilidade.
• Grande importância em áreas como os hospitais, a indústria
siderúrgica, alimentar, automobilística, têxtil, extração de petróleo,
transportadoras, energia, química, marinha, aeronáutica e
telecomunicações.
5. Definições
ENGENHEIRO DE MANUTENÇAO
• Função e nem sempre Formação
• Formação superior em engenharia (mecânica, industrial,
eletromecânica, telecomunicações, elétrica ou outra relacionada
com a área onde atua).
6. Definições
Funções de um engenheiro de manutenção
• Gerir e otimizar a estrutura da organização de manutenção;
• Analisar as falhas repetitivas de equipamento;
• Estimar os custos de manutenção e avaliar de alternativas;
• Prever necessidades de peças sobresselentes;
• Avaliar necessidade de:
– renovação de equipamentos e estabelecimento de programas
de renovação;
– materiais e de mão de obra para uma manutenção eficaz;
– qualificação técnica e profissional do pessoal de manutenção;
• Identificar e reportar riscos em termos de segurança associados à
manutenção.
7. Definições
Manutenção
É a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo
supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em estado no
qual possa desempenhar uma função requerida. NBR 5462/1994
O equipamento pode continuar em operação? se a resposta for
positiva esta é uma intervenção preventiva antecedendo a falha para
correção de um defeito
8. Definições
• Defeito: Não atendimento de um
requisito de uso pretendido ou de
expectativa razoável, inclusive quanto à
segurança.
• Falha: Término da capacidade de um
item de realizar sua função
• Pane: Estado de um item caracterizado
pela incapacidade durante a ação
requerida
9. Definições
• Manutenibilidade: probabilidade de se realizar um reparo de uma
falha dentro de um prazo pré-estabelecido, tomando-se como base
o histórico de outros reparos. Deve-se ter um tempo para reparo
constante ao longo do tempo. Principais influenciadores: O escopo
de trabalho, equipe de manutenção impedida de trabalhar por falta
de materiais ou alterações de programação, alteração da equipe ou
da quantidade de pessoas na equipe.
Exemplo: período de revisão de carros
10. Definições
• Disponibilidade: tempo em que um equipamento está disponível
para o trabalho (período efetivamente em uso e tempo em que o
equipamento esta em condições operacionais porém não esta em
um uso em função de outros fatores ou quando esta em reserva
(stand by).
O estágio não operacional é o somatório do tempo gasto em
atividades de reparo (diagnóstico ou conserto) ou esperando
sobressalentes, procedimentos, etc.
Confiabilidade: probabilidade de qualquer sistema funcionar
normalmente em condições de projeto, por um determinado
período de tempo estabelecido.
11. Definições
A curva da banheira representa relação entre o tempo e a taxa de falha de um
equipamento ou parte dele.
• Falha Prematura: elevadas taxas de falhas no início da utilização, resultantes de
deficiências de projeto, fabricação, erros de operação e etc.
• Falha Constante: as falhas resultam de limitações inerentes de projeto mais os
acidentes causados por operação ou manutenção inadequadas.
• Desgaste Acelerado: . A Taxa de Falha aumenta progressivamente, colocando em
risco a segurança e a produção em função da idade dos componentes do
equipamento. Custos crescentes de manutenção e as perdas de produção podem
definir o fim da vida útil.
12. Indicadores
• Confiabilidade (vida útil) => MTBF
MTBF (Mean Time Between Failures – Tempo Médio Entre Falhas)
MTBF = Tempo total de operação do equipamento
Numero de falhas
• Manutenabilidade => MTTR
MTTR (Mean Time To Repair – Tempo Médio Para Reparo)
MTTR = Tempo total de reparo do equipamento
Numero de falhas
• Avaliação para aquisição => LCC
LCC (Life Cycle Cost – Custo do ciclo de vida)
LCC = Custo de Aquisição + Custo de Operação + Custos de manutenção + Custo de
desativação
13. Objetivos
Objetivos da manutenção:
• Manter equipamentos e máquinas em condições de pleno
funcionamento
• Garantir a produção normal e a qualidade dos produtos;
• Prevenir prováveis falhas ou quebras dos elementos das máquinas.
Alcançar esses objetivos requer manutenção diária em serviços de rotina e
de reparos periódicos programados.
A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade
para a produção durante todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um
custo adequado.
14. Serviços de rotina e periódicos
Serviços de rotina
• Inspeção e verificação das condições técnicas das máquinas
• Detecção e a identificação de pequenos defeitos dos elementos das
máquinas
• Verificação dos sistemas de lubrificação
• Constatação de falhas de ajustes
Serviços periódicos
• Monitorar as partes da máquina sujeitas a maiores desgastes;
• Ajustar ou trocar componentes em períodos predeterminados;
• Exame dos componentes antes do término de suas garantias;
• Replanejar, se necessário, o programa de prevenção;
• Testar os componentes elétricos, etc.
15. 2. Modelos de Gestão Estratégica
• TPM – Manutenção Produtiva Total
• KAIZEN – Melhoria Continua
• Gestão das Utilidades - Facilities
• Gestão do Sistema de Lubrificação
• R&M – Confiabilidade dos ativos
• MCC ou RCM
• RBM
• ABC – Activity Base Costing
16. TPM (Total Productive Maintenance):
• O TPM consiste em um procedimento de administração da manutenção que teve
início por volta dos anos 50 e apresentou resultados expressivos na economia
Japonesa na década de 70. A grande ascensão do Japão no cenário mundial,
tornando-se a segunda potência econômica, chamou a atenção dos outros
países, sendo atribuído ao TPM uma parcela ao sucesso econômico Japonês.
As características principais destas mudanças são:
• A manutenção deve estar presente em todo o ciclo de vida útil dos
equipamentos;
• Deve existir uma participação conjunta da Engenharia, Produção e Manutenção;
• Todos os níveis hierárquicos da empresa devem atuar no processo;
• Devem ser tomadas medidas motivacionais para incentivar a participação de
todos.
17. TPM – Manutenção Produtiva Total
Conceito
processo de melhoria de produtividade industrial, que combate as
perdas, aumenta o índice de DISPONIBILIDADE e CONFIABILIDADE
das máquinas e equipamentos, pela integração HOMEM - MÁQUINA.
Objetivos
• Buscar a máxima eficiência do sistema de Produção
• Eliminar as perdas
• Maximizar o ciclo total de vida útil dos equipamentos
• Abranger todos os departamentos da empresa
• Envolver todos os funcionários
18. TPM – Manutenção Produtiva Total
Objetivos:
Redução de avarias nos equipamentos
Minimização dos tempos improdutivos ou com
restrições na produção,
Redução do número de pequenas paradas,
Aumento de produtividade
Redução dos custos (inventários)
Eliminação de acidentes.
Equipamento free maintenance
(livre de manutenção)
19. Perdas esporádicas X Perdas Crônicas
• Detritos, sujeiras,
• Atritos, desgastes, folgas e vazamentos
• Corrosão, deformação, estragos e
rachaduras
• Anormalidades em termos de
temperatura, vibração, ruído, etc.
Falhas Latentes
Quebras
Perdas Esporádicas
Perdas decorrentes de causas de fácil
detecção onde a relação causa e efeito é
bastante evidente.
• Reduzir perdas ao nível normal exige
medidas corretivas
Perdas Crônicas
Perdas decorrentes de causas
diversificadas e de difícil detecção pois, a
relação entre a causa e efeito costuma
ser obscura, dificultando a elaboração
das medidas defensivas adequadas.
• Reduzir perdas à situação limite exige
medidas inovadoras
20. Pilares do método TPM
Pg. 01
ManutençãoAutônoma
MelhoriaEspecífica
Educação&Treinamento
ControleInicial
SHE-Segurança,Higiene
eMeioAmbiente
ManutençãodaQualidade
PilarAdministrativo
ManutençãoPlanejada
PilarOrganizacional
Quebra e defeito zero,
aumentando a eficiência
dos equipamentos.
Identificar e eliminar
todas as perdas.
Processos seguros e que
não agridam o meio
ambiente.
Capacitação da
Mão-de-Obra para garantia
das condições básicas
dos equipamentos.
Elevar o nível de
capacitação da mão
de obra. Avaliar os processos
administrativos e
otimizá-los.
Alta satisfação
organizacional.
Garantia e Controle
da Qualidade
Sistema de controle de
novos produtos e
processos, com
interação permanente
com a fábrica.
21. TPM – Passo a Passo
• Treinar operadores para fazer manutenção corretiva
• Deixar a máquina robusta / Criar sistemas que dificultem a quebra
das máquinas
• Colocar ocorrências em um Gráfico de Paretto e definir as Metas
• Manter e dar suporte às demais áreas e novos operadores através
de treinamento
• Começar sempre com os quatro primeiros pilares:
- Manutenção Autônoma
- Manutenção Planejada
- Melhoria Específica
- Educação e Treinamento
22. TPM – Manutenção Autônoma
5S - Base da Manutenção Autônoma
Eliminar os locais de difícil acesso
e fontes de sujeira
1
2
3
4
5
6
7
Preparar padrão provisório
Inspeção geral dos Equipamentos
Inspeção geral do Processo
Padronização
Auto Gestão
Limpeza Inicial
23. TPM – Manutenção Autônoma
• Limpeza Inicial
Realizar limpeza de inspeção detectando
vazamentos, partes soltas, temperatura
em excesso e identificando as fontes de
sujeira e os locais de difícil acesso.
Deterioração:
Dizemos que o
equipamento
sofreu deterioração
forçada quando sua
vida útil foi
reduzida.
24. TPM – Manutenção Autônoma
• Eliminar os locais de difícil acesso e fontes de sujeira
Os locais de difícil acesso são os locais em que se gasta
MUITO TEMPO para a realização de limpezas,
lubrificações inspeções e reparos.
Objetivo principal: Reduzir o Tempo de Inspeção
Não sendo possível eliminar de imediato, faça um cronograma.
ANTES DEPOIS
25. TPM – Manutenção Autônoma
A manutenção deve
ser acionada quando
a temperatura atingir
a faixa amarela
Indica sentido de
rotação do motor e
do cata-vento.
• Padrões provisórios:
Objetivo: executar a
inspeção e detecção de
anormalidades de forma ágil.
Determina pontos de
monitoramento, inspeção e
lubrificação.
26. TPM – Manutenção Autônoma
• Inspeção Geral dos equipamentos
O operador deve ter conhecimentos gerais
sobre o equipamento e não somente saber
operá-lo.
Etiquetas são utilizadas para identificar o local bem como a anomalia
encontrada, facilitando seu reparo. Exemplo:
27. TPM – Manutenção Autônoma
• Inspeção autônoma
Definição e registro das responsabilidades dos
operadores (considerar qtde de máquinas e de
operadores)
Elaboração de check lists de manutenção autônoma
informando, o que deve ser feito, como deve ser feito,
situação ideal e
Calendário de execução das manutenções (diário,
semanal, mensal)
Cronograma de auditorias de verificação
28. TPM – Manutenção Autônoma
Padronização
• Descritivo registrado dos padrões
• Ferramental organizado e identificado
• Equipamento limpo e apresentável
Auto Gestão
• Deste equipamento cuido eu!
• Capacidade de identificar anomalias
• Capacidade de tomar rápidas decisões
• Executar algumas ações (operador-mantenedor)
29. TPM - Manutenção Planejada
Ou Manutenção Preventiva
• Intervenções periódicas planejadas que
podem ser realizadas tanto pelo pessoal de
manutenção quanto pelos operadores.
• Aumentar a disponibilidade de produção e a
eficiência dos equipamentos.
• Diminuir o índice de retrabalho
• Eliminar paradas imprevistas, corrigir causas e
dar idéias para melhorar o ciclo.
30. TPM - Manutenção Planejada
Passo a passo
• Analise da diferença entre a condição básica e a condição
atual do equipamento
• Melhoria dos métodos atuais de manutenção
• Preparação dos padrões de manutenção
• Medidas para estender a vida util e controlar as
inconveniências
• Melhoria da eficiência da inspeção e diagnóstico
• Diagnóstico geral dos equipamentos
• Uso do equipamento até seu limite
31. TPM - Melhorias específicas
Passo a passo
•Redução das maiores perdas
•Melhoria do OEE
(Overall Equipament Effectivences = Eficiência Geral de Equipamento)
•Melhoria da produtividade do trabalho humano
•Promoção da produção sem interferência humana
•Promoção da redução de custos
32. TPM - Melhorias específicas
• Identificar e eliminar todas as perdas. (OEE)
Quebras
Setup e Ajustes
Disponibilidade
Pequenas paradas / Tempo ocioso
Baixa velocidade
Desempenho
Qualidade insatisfatória
Perdas com start – up
Qualidade
33. TPM - Educação e treinamento
• Envolvimento do RH
• Capacitação: Aumentar as habilidades dos operadores e técnicos
para atingir um grau elevado de confiança para executar o trabalho.
• Treinamentos são realizados de acordo com as necessidades
identificadas.
• 5S
• Segurança do trabalho
34. TPM - Educação e Treinamento
Passo a passo
• Determinação do perfil ideal dos operadores e mantenedores
• Avaliação da situação atual e determinação dos gaps
• Elaboração do plano de Educação e treinamento para ambos
• Implantação do plano de E&T
• Estabelecimento de um sistema de avaliação do aprendizado
• Criação de um ambiente de auto-desenvolvimento
• Avaliação das atividades e estudo de métodos para atividades
futuras.
35. TPM -Segurança e Meio Ambiente
• Evitar acidentes – manutenção para evitar condições inseguras
• Sinalizar os equipamentos que estão em manutenção
• Cuidar do meio ambiente (eliminar vazamentos)
Passo a passo
• Identificação dos perigos, riscos, aspectos e impactos
• Eliminação de perigos e aspectos
• Sistema de controle dos Impactos e riscos
• Treinamos em segurança, saude e meio ambiente
• Inspeções de segurança
• Padronização
• Gestão autônoma
36. Objetivos do TPM
Em resumo os objetivos do TPM são:
• Criar um ambiente propício a melhorias
• Aumento da capacitação profissional
• Aumentar o rendimento operacional
• Aumentar a rentabilidade empresarial
Zero Acidentes
Zero Perda
Zero Quebra