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Romanti
smo
Visão Geral
O Romantismo foi a primeira escola
a romper com a estética clássica.
O Homem com Luva -
Ticiano
O Desesperado - Coubert
Romanti
smo
Era Medieval Era Clássica Romantismo
1ª época 2ª época Classicismo Barroco Arcadismo
Quadro Contrastivo das
Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
smo
Estética Clássica
Classe dominante: nobreza
As obras clássicas são povoa-
das por deuses, soberanos,
nobres, seres superiores,
capazes de ações incomuns e
maravilhosas. Os heróis clás-
sicos geralmente pertencem a
um mundo bem diferente do
cotidiano.
Estética Romântica
Classe dominante: burguesia
As obras românticas são habi-
tadas por mortais comuns. São
jovens de classe média ou
popular, que amam, odeiam,
lutam para subir na vida. Os
hérois romanescos podem ser
até deficientes físicos, margi-
nais, doentes, viciados, bem
reais.
Quadro Contrastivo das
Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
smo
Estética Clássica
Condicionamento e
objetivismo
O escritor clássico segue pa-drões
preestabelecidos: formas e temas
tradicionais do gênero lírico, forma
fixa na epópeia, heróis que
representam valores sociais
(Ulisses, Aquiles, Enéias etc.).
Além disso, busca um elevado teor
de verossimilhança. Procura o
caráter universal, válido em
qualquer tempo.
Estética Romântica
Liberdade de criação e
subjetivismo
O escritor romântico recusa formas
poéticas, usa o verso livre, adota
heróis grandiosos, geral-mente
personagens históricas que foram,
de algum modo, infelizes: vida
trágica, amantes recusados,
patriotas exilados (Dante, Tasso,
Camões). Não há obediência à
harmonia de formas. O disforme e o
feio também podem ser artísticos. A
concepção de beleza é relativa.
Quadro Contrastivo das
Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
smo
Estética Clássica
Primado da razão
A obra resulta de uma cons-
trução por equilíbrio entre as
partes, pela moderação, pela
racionalidade, pela coerência
interna. Há um policiamento do
texto, evitando excessos ou
inconveniências.
Estética Romântica
Primado do sentimento
A obra resulta da imaginação, da
fantasia. Exaltam-se os
sentidos, e tudo o que é pro-
vocado pelo impulso é per-
mitido. Supervalorizam-se o
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mento nostálgico, o saudosis-
mo, a melancolia, o sonho.
Quadro Contrastivo das
Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
smo
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Representação da vida
contemporânea à época do
autor. A recorrência ao passado
serve somente para captação
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Estética Romântica
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Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
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Quadro Contrastivo das
Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
smo
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Quadro Contrastivo das
Literaturas Clássica e Romântica.
Romanti
smo
Estética Clássica
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O escritor clássico tem apreço
à tradição cultural, dela rece-
bendo os modelos e as moti-
vações para produzir. Ali-
menta-se do passado e dos
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força da paisagem: altas
montanhas, florestas, riachos,
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Romanti
smo
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Quantas terras que ganhava
Dava ao Senhor que lhas deu,
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Gastava muito do seu.”
Ao romper com os clássicos, o Romantismo
retoma alguns aspectos da Idade Média.
I – Embevecimento diante das maravilhas do cristianismo.
Romanti
smoAinda da Idade Média, o Romantismo
colhe o culto ao mistério, ao Sobrenatural.
“Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso,
Que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada...
Sobre as névoas te libras vaporoso...
Baixas do céu num vôo harmonioso!...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
Cerca-te a fronte, ó ser misterioso!...
Onde nos vimos nós? És d‟outra esfera?
És o ser que eu busquei do sul ao norte...
Por quem meu peito em sonhos desespera?
Quem és tu? Quem és tu? – É minha sorte!
És talvez o ideal que est‟alma espera!
És a glória talvez! Talvez a morte!...
Romanti
smoRecriação do mito do “Cavaleiro Andante” e do
Ambiente Feudal.
Ex: O Guarani
Casa do
Paquequer
D. Antônio
de Mariz
Aventureiros
Vassalagem
de Armas
Familiares
Vassalagem
Familiar
Cecília
Peri
Romanti
smo
O Romantismo e o lIuminismo.
Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Mesmo rejeitando o racionalismo, o Romantismo colhe do Movimento
Iluminista, sobretudo Rousseau, o mito do Bom Selvagem, que é
configurado no índio de Gonçalves Dias e Alencar.
Romanti
smo
VAGABUNDO
“Eu durmo e vivo ao sol como um
cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
[...]
Tenho por palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
O Romantismo é o intérprete do valores burgueses.
“Quebraram-se as cadeias, é livre a
terra inteira,
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bandeira;
São livres os escravos... quero empunhar
a lira,
Quero que est‟alma ardente um canto
audaz desfira,
Quero enlaçar meu hino aos murmúrios
dos ventos,
As harpas das estrelas, ao mar, aos
elementos!”
(“O Vidente”, Castro Alves)
A Revolução Francesa põe em ascensão a burguesia que consagra
o ideal de liberdade – coletiva e individual – atitude que marca
fortemente o Romantismo.
Origem e
ExpansãoALEMANHA INGLATERRA
FRANÇA
PORTUGAL
BRASIL
REALIDADE HISTÓRICO-CULTURAL
* A VINDA DA FAMÍLIA REAL
* A INDEPENDÊNCIA DO
...BRASIL
* A CRIAÇÃO DE FACULDADES
* O SURGIMENTO DO PÚBLICO LEITOR
ROMANTISMO NO BRASIL (1836-1881)
OBRA INAUGURAL
“SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES”
(GONÇALVES DE MAGALHÃES)
CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
* O ÍNDIO
* A LINGUAGEM
* A NATUREZA
* SUBJETIVISMO
Saiba que é o coração
quem fala e suspira
quando a mão escreve –
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Síntese das Características
* Liberdade de criação de imaginação de
..expressão.
Perfumada visão romper a
nuvem,
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Síntese das Características
• Idealização do mundo, do herói e da
..mulher.
Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros
Sentir as virações do paraíso
E a teus pés, de joelhos, crer ainda
Que não mente o amor que um anjo inspira,
Que eu posso na tu’alma ser ditoso.
Beijar-te nos cabelos soluçando
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Síntese das Características
Síntese das Características
• Valorização da natureza.
• Escapismo
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro
-Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.
.........................................................................
Oh! Que saudades que eu tenhio
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Síntese das Características
• Ilogismo
Enfim te vejo ! Enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti !
Síntese das Características
As Gerações
de
PoetasRomâ
nticos
Romanti
smo1ª Geração
I - Denominação:
Nacional-Indianista.
II - Características:
* Mitificação
* Xenofobia
* Panteísmo
* Religiosidade
* Medievalismo
Da Pátria
Do Índio
Romantismo – 1ª
GeraçãoGonçalves Dias
Poesia:
* Primeiros Cantos
* Segundos Cantos
* Sextilhas de Frei Antão
* Últimos Cantos
* Os Timbiras
Teatro:
* Beatriz Cenci
* Leonor Mendonça
Temática:
* Nacionalismo, Indianismo,
Panteísmo, Lirismo Amoroso
Romantismo – 1ª
GeraçãoPoesia NacionalistaCanção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá:
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar sozinho à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu‟inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sábia.
Romantismo – 1ª
GeraçãoPoesia Indianista
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercados de troncos – coberto de flores,
Alteiam-se os tetos d‟altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão dos prodígios, de glória e terror!
Romantismo – 1ª
GeraçãoPoesia Lírico-Amorosa
Enfim te vejo! – enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te
Pesar de quanto sofri.
Muito pensei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti!
............................................
Louco, aflito, a saciar-me
D‟agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
Romanti
smo2ª Geração
I - Denominação:
* Ultra-Romantismo
* Byronismo
* Mal-do-Século
II - Características:
* Sentimentalismo
* Escapismo
III - Influências:
Melancolia
Tédio
Niilismo
Sonho
Solidão
Morte
Byron
Goethe
Romantismo – 2ª
GeraçãoÁlvares de Azevedo
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* Conde Lopo
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* Noite na Taverna
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Temas:
Fantasia
Sonho
Morte
Idealização
Sensualidade
Macabros
Fantásticos
Evasão
Amor
Góticos
Romantismo – 1ª
GeraçãoPoesia de Escapismo
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminhoneiro
Como as horas, de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh‟alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade – é desses tempos
tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios, me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores
(...)
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou – e amou a vida.
Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos – bem poucos – e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoidecido,
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Romantismo – 2ª
GeraçãoPoesia Gótica
Poetas! amanhã ao meu cadáver
Minha tripa cortai mais sonorosa!...
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nela
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Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
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ardentes
E gemidos nos lábios frementes
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Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
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Oh! da estrada acordando as
poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o phantasma os pés?
Poesia Irônica
Romanti
smo3ª Geração
I - Denominação:
* Geração Hugoana
* Geração Condoreira
II - Temas:
III - Contexto:
IV - Influências:
Lutas
Abolicionistas
Lutas
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Victor Hugo
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Romantismo – 3ª
GeraçãoCastro Alves
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Romantismo – 3ª
GeraçãoEra um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
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Tinir de ferros... Estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... Mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irónica,
estridente...
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Faz doidas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão
resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Romantismo – 3ª
GeraçãoUma noite, eu me lembro... Ela dormia
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Indiscretos entravam pela sala,
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Adormecida
Romantismo – 3ª
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Arquejam peitos e frontes...
Nos lábios dos horizontes
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O
Século
Romantismo – 3ª
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Mocidade e Morte
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  • 2. O Romantismo foi a primeira escola a romper com a estética clássica. O Homem com Luva - Ticiano O Desesperado - Coubert Romanti smo Era Medieval Era Clássica Romantismo 1ª época 2ª época Classicismo Barroco Arcadismo
  • 3. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Classe dominante: nobreza As obras clássicas são povoa- das por deuses, soberanos, nobres, seres superiores, capazes de ações incomuns e maravilhosas. Os heróis clás- sicos geralmente pertencem a um mundo bem diferente do cotidiano. Estética Romântica Classe dominante: burguesia As obras românticas são habi- tadas por mortais comuns. São jovens de classe média ou popular, que amam, odeiam, lutam para subir na vida. Os hérois romanescos podem ser até deficientes físicos, margi- nais, doentes, viciados, bem reais.
  • 4. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Condicionamento e objetivismo O escritor clássico segue pa-drões preestabelecidos: formas e temas tradicionais do gênero lírico, forma fixa na epópeia, heróis que representam valores sociais (Ulisses, Aquiles, Enéias etc.). Além disso, busca um elevado teor de verossimilhança. Procura o caráter universal, válido em qualquer tempo. Estética Romântica Liberdade de criação e subjetivismo O escritor romântico recusa formas poéticas, usa o verso livre, adota heróis grandiosos, geral-mente personagens históricas que foram, de algum modo, infelizes: vida trágica, amantes recusados, patriotas exilados (Dante, Tasso, Camões). Não há obediência à harmonia de formas. O disforme e o feio também podem ser artísticos. A concepção de beleza é relativa.
  • 5. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Primado da razão A obra resulta de uma cons- trução por equilíbrio entre as partes, pela moderação, pela racionalidade, pela coerência interna. Há um policiamento do texto, evitando excessos ou inconveniências. Estética Romântica Primado do sentimento A obra resulta da imaginação, da fantasia. Exaltam-se os sentidos, e tudo o que é pro- vocado pelo impulso é per- mitido. Supervalorizam-se o amor, a virgindade, o senti- mento nostálgico, o saudosis- mo, a melancolia, o sonho.
  • 6. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Contemporaneidade Representação da vida contemporânea à época do autor. A recorrência ao passado serve somente para captação de modelos, como os da arte greco-romana. Estética Romântica Historicismo Evasão no tempo, remetendo à Idade Média, berço das nações européias (medievalis-mo), ou evasão no espaço, para regiões selvagens, de povos não contaminados pela civilização.
  • 7. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Otimismo Concepção tão idealizada da realidade que sempre apre- senta o seu lado bom e prazeroso. Mesmo quando critica a sociedade, o objetivo do autor clássico é corrigir seus defeitos. Há um efeito moralizante na obra. Estética Romântica Pessimismo A impossibilidade de realizar o sonho absoluto do “eu” gera a melancolia, a angústia, a busca da solidão, a inquietu-de, o desespero, a frustração, que levam às vezes ao suicídio, refletindo a evasão na morte, solução definitiva para o mal-do- século.
  • 8. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Culto ao real Um dos princípios fundamen- tais da estética clássica é a verossimilhança. As ações inventadas são tão vincula-das ao real que é possível dar crédito a elas. Mesmo quando há episódios mitoló-gicos, os mitos têm caracterís-ticas humanas. Estética Romântica Culto ao fantástico O mundo romântico abre-se com facilidade para o misté-rio, para o sobrenatural. Re- presenta com freqüência o sonho, a imaginação. O que acontece na obra é impossível de ocorrer na realidade, pois é fruto de pura fantasia: não carece de fundamentação lógica, do uso da razão.
  • 9. Quadro Contrastivo das Literaturas Clássica e Romântica. Romanti smo Estética Clássica Culto à cultura O escritor clássico tem apreço à tradição cultural, dela rece- bendo os modelos e as moti- vações para produzir. Ali- menta-se do passado e dos padrões culturais do prese-nte, valorizando a ideologia vigente. Estética Romântica Culto à natureza O escritor romântico é fascinado pela natureza. É atraído pela força da paisagem: altas montanhas, florestas, riachos, pássaros. Privilegia o natural e o puro (veja-se a idealização do índio)
  • 10. Romanti smo “Bom tempo foi o d‟outrora Quando o reino era cristão, Quando nas guerras de mouros Era o rei nosso pendão. Dava o rei uma batalha, Deus lhe acudia do céu; Quantas terras que ganhava Dava ao Senhor que lhas deu, E só em fazer mosteiros Gastava muito do seu.” Ao romper com os clássicos, o Romantismo retoma alguns aspectos da Idade Média. I – Embevecimento diante das maravilhas do cristianismo.
  • 11. Romanti smoAinda da Idade Média, o Romantismo colhe o culto ao mistério, ao Sobrenatural. “Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite na orvalhada? Tens a face nas sombras mergulhada... Sobre as névoas te libras vaporoso... Baixas do céu num vôo harmonioso!... Quem és tu, bela e branca desposada? Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte, ó ser misterioso!... Onde nos vimos nós? És d‟outra esfera? És o ser que eu busquei do sul ao norte... Por quem meu peito em sonhos desespera? Quem és tu? Quem és tu? – É minha sorte! És talvez o ideal que est‟alma espera! És a glória talvez! Talvez a morte!...
  • 12. Romanti smoRecriação do mito do “Cavaleiro Andante” e do Ambiente Feudal. Ex: O Guarani Casa do Paquequer D. Antônio de Mariz Aventureiros Vassalagem de Armas Familiares Vassalagem Familiar Cecília Peri
  • 13. Romanti smo O Romantismo e o lIuminismo. Meu canto de morte, Guerreiros ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Mesmo rejeitando o racionalismo, o Romantismo colhe do Movimento Iluminista, sobretudo Rousseau, o mito do Bom Selvagem, que é configurado no índio de Gonçalves Dias e Alencar.
  • 14. Romanti smo VAGABUNDO “Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, Fumando meu cigarro vaporoso; Nas noites de verão namoro estrelas; Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso! Ando roto, sem bolsos nem dinheiro; Mas tenho na viola uma riqueza: Canto à lua de noite serenatas, E quem vive de amor não tem pobreza. [...] Tenho por palácio as longas ruas; Passeio a gosto e durmo sem temores; Quando bebo, sou rei como um poeta, O Romantismo é o intérprete do valores burgueses. “Quebraram-se as cadeias, é livre a terra inteira, A humanidade marcha com a Bíblia por bandeira; São livres os escravos... quero empunhar a lira, Quero que est‟alma ardente um canto audaz desfira, Quero enlaçar meu hino aos murmúrios dos ventos, As harpas das estrelas, ao mar, aos elementos!” (“O Vidente”, Castro Alves) A Revolução Francesa põe em ascensão a burguesia que consagra o ideal de liberdade – coletiva e individual – atitude que marca fortemente o Romantismo.
  • 16. REALIDADE HISTÓRICO-CULTURAL * A VINDA DA FAMÍLIA REAL * A INDEPENDÊNCIA DO ...BRASIL * A CRIAÇÃO DE FACULDADES * O SURGIMENTO DO PÚBLICO LEITOR
  • 17. ROMANTISMO NO BRASIL (1836-1881) OBRA INAUGURAL “SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES” (GONÇALVES DE MAGALHÃES)
  • 18. CARACTERÍSTICAS PARTICULARES * O ÍNDIO * A LINGUAGEM * A NATUREZA
  • 19. * SUBJETIVISMO Saiba que é o coração quem fala e suspira quando a mão escreve – é o coração quem manda. Síntese das Características
  • 20. * Liberdade de criação de imaginação de ..expressão. Perfumada visão romper a nuvem, Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras Síntese das Características
  • 21. • Idealização do mundo, do herói e da ..mulher. Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros Sentir as virações do paraíso E a teus pés, de joelhos, crer ainda Que não mente o amor que um anjo inspira, Que eu posso na tu’alma ser ditoso. Beijar-te nos cabelos soluçando E no teu seio ser feliz morrendo! Síntese das Características
  • 22. Síntese das Características • Valorização da natureza.
  • 23. • Escapismo Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto o poento caminheiro -Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro. ......................................................................... Oh! Que saudades que eu tenhio Da aurora da minha vida Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Síntese das Características
  • 24. • Ilogismo Enfim te vejo ! Enfim posso, Curvado a teus pés, dizer-te Que não cessei de querer-te Pesar de quanto sofri. Muito penei! Cruas ânias, Dos teus olhos afastado, Houveram-me acabrunhado, A não lembrar-me de ti ! Síntese das Características
  • 26. Romanti smo1ª Geração I - Denominação: Nacional-Indianista. II - Características: * Mitificação * Xenofobia * Panteísmo * Religiosidade * Medievalismo Da Pátria Do Índio
  • 27. Romantismo – 1ª GeraçãoGonçalves Dias Poesia: * Primeiros Cantos * Segundos Cantos * Sextilhas de Frei Antão * Últimos Cantos * Os Timbiras Teatro: * Beatriz Cenci * Leonor Mendonça Temática: * Nacionalismo, Indianismo, Panteísmo, Lirismo Amoroso
  • 28. Romantismo – 1ª GeraçãoPoesia NacionalistaCanção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá: As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar sozinho à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu‟inda aviste as palmeiras Onde canta o Sábia.
  • 29. Romantismo – 1ª GeraçãoPoesia Indianista No meio das tabas de amenos verdores, Cercados de troncos – coberto de flores, Alteiam-se os tetos d‟altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão dos prodígios, de glória e terror!
  • 30. Romantismo – 1ª GeraçãoPoesia Lírico-Amorosa Enfim te vejo! – enfim posso, Curvado a teus pés, dizer-te Que não cessei de querer-te Pesar de quanto sofri. Muito pensei! Cruas ânsias, Dos teus olhos afastado, Houveram-me acabrunhado, A não lembrar-me de ti! ............................................ Louco, aflito, a saciar-me D‟agravar minha ferida, Tomou-me tédio da vida, Passos da morte senti; Mas quase no passo extremo, No último arcar da esperança, Tu me vieste à lembrança: Quis viver mais e vivi!
  • 31. Romanti smo2ª Geração I - Denominação: * Ultra-Romantismo * Byronismo * Mal-do-Século II - Características: * Sentimentalismo * Escapismo III - Influências: Melancolia Tédio Niilismo Sonho Solidão Morte Byron Goethe
  • 32. Romantismo – 2ª GeraçãoÁlvares de Azevedo Poesia: * Lira dos Vinte Anos * Conde Lopo Conto: * Noite na Taverna Teatro: * Macário Temas: Fantasia Sonho Morte Idealização Sensualidade Macabros Fantásticos Evasão Amor Góticos
  • 33. Romantismo – 1ª GeraçãoPoesia de Escapismo Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminhoneiro Como as horas, de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh‟alma errante, Onde fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade – é desses tempos tempos Que amorosa ilusão embelecia. Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda, É pela virgem que sonhei... que nunca Aos lábios, me encostou a face linda! Só tu à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores... Se viveu, foi por ti! e de esperança De na vida gozar de teus amores (...) Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela: - Foi poeta - sonhou – e amou a vida. Só levo uma saudade – é dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas... De ti, ó minha mãe! pobre coitada Que por minha tristeza te definhas! De meu pai... de meus únicos amigos, Poucos – bem poucos – e que não zombavam Quando, em noites de febre endoidecido, Minhas pálidas crenças duvidavam.
  • 34. Romantismo – 2ª GeraçãoPoesia Gótica Poetas! amanhã ao meu cadáver Minha tripa cortai mais sonorosa!... Façam dela uma corda e cantem nela Os amores da vida esperançosa! Cavaleiro das armas escuras, Onde vais pelas trevas impuras Com a espada sangüenta na mão? Por que brilham teus olhos ardentes E gemidos nos lábios frementes Vertem fogo do teu coração? Cavaleiro, quem és? o remorso? Do corcel te debruças no dorso... E galopas do vale através... Oh! da estrada acordando as poeiras Não escutas gritar as caveiras E morder-te o phantasma os pés? Poesia Irônica
  • 35. Romanti smo3ª Geração I - Denominação: * Geração Hugoana * Geração Condoreira II - Temas: III - Contexto: IV - Influências: Lutas Abolicionistas Lutas Republicanas Victor Hugo Sociais Políticos Humanitários
  • 36. Romantismo – 3ª GeraçãoCastro Alves Poesia: * Espumas Flutuantes * Os Escravos * A Cachoeira de Paulo Afonso Teatro: * Gonzaga ou A Revolução de Minas Temas: * Abolicionismo * Liberalismo * Lirismo Amoroso * Escapismo
  • 37. Romantismo – 3ª GeraçãoEra um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em Sangue a se banhar. Tinir de ferros... Estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças... Mas nuas, espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs. E ri-se a orquestra, irónica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doidas espirais... Se o velho arqueja... se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali!
  • 38. Romantismo – 3ª GeraçãoUma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço no tapete rente. „Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trémulos – beijá-la. Adormecida
  • 39. Romantismo – 3ª Geração O séc‟lo é grande... No espaço Há um drama de treva e luz Como o Cristo – a liberdade Sangra no poste da cruz Um corvo escuro, anegrado, Das asas d‟águia dos céus... Arquejam peitos e frontes... Nos lábios dos horizontes Há um riso de luz... É Deus. O Século
  • 40. Romantismo – 3ª Geração Morrer... quanto este mundo é um paraíso, E a alma um cisne de douradas plumas: Não! o seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher – camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh‟alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... E a mesma voz repete-me terrível, Com gargalhar sarcástico: - impossível! Mocidade e Morte
  • 41. Romantismo – 3ª Geração Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. A lua nas janelas bate em cheio. Boa-noite, Maria! É tarde... É tarde... Não me apertes assim contra teu seio. Boa-noite!... E tu dizes – Boa-noite. Mas não digas assim por entre beijos... Mas não mo digas descobrindo o peito, – Mar de amor onde vagam meus desejos. Boa-Noite