2. ARCADISMO
aspectos formais
Torno
a
ver-‐vos,
ó
montes;
o
des1no
Aqui
estou
entre
Almentro,
entre
Corino
Aqui
me
torna
a
pôr
nestes
outeiros,
Os
meus
fiéis,
meus
doces
companheiros,
Onde
um
tempo
os
gabões
deixei
grosseiros
Vendo
correr
os
míseros
vaqueiros
Pelo
traje
da
Corte
rico
e
fino.
Atrás
de
seu
cansado
desa1no.
Se
o
bem
desta
choupana
pode
tanto,
Aqui
descansa
a
louca
fantasia;
Que
chega
a
ter
mais
preço,
e
mais
valia,
E
o
que
até
agora
se
tornava
em
pranto,
Que
da
cidade
o
lisonjeiro
encanto;
Se
converta
em
afetos
de
alegria.
COSTA,
Cláudio
Manuel
da.
Poemas
escolhidos.
Rio
de
Janeiro:
Ediouro,
1996.
vocabulário simples;
frases na ordem direta;
poucas figuras de linguagem;
preferência pelo metro e por formas clássicas.
3. QUESTÃO 01
ENEM-2008
Considerando
o
soneto
de
Cláudio
Manoel
da
Costa
e
os
elementos
cons1tu1vos
do
Arcadismo
brasileiro,
assinale
a
opção
correta
acerca
da
relação
entre
o
poema
e
o
momento
histórico
de
sua
produção.
Os
“montes”
e
“outeiros”,
mencionados
na
primeira
estrofe,
são
imagens
relacionadas
à
Metrópole,
ou
seja,
ao
lugar
onde
o
poeta
se
ves1u
com
traje
“rico
e
fino”.
A
oposição
entre
a
Colônia
e
a
Metrópole,
como
núcleo
do
poema,
revela
uma
contradição
vivenciada
pelo
poeta,
dividido
entre
a
civilidade
do
mundo
urbano
da
Metrópole
e
a
rus1cidade
da
terra
da
Colônia.
O
bucolismo
presente
nas
imagens
do
poema
é
elemento
esté1co
do
Arcadismo
que
evidencia
a
preocupação
do
poeta
árcade
em
realizar
uma
representação
literária
realista
da
vida
nacional.
A
relação
de
vantagem
da
“choupana”
sobre
a
“Cidade”,
na
terceira
estrofe,
é
formulação
literária
que
reproduz
a
condição
histórica
paradoxalmente
vantajosa
da
Colônia
sobre
a
Metrópole.
A
realidade
de
atraso
social,
polí1co
e
econômico
do
Brasil
Colônia
está
representada
este1camente
no
poema
pela
referência,
na
úl1ma
estrofe,
à
transformação
do
pranto
em
alegria.
4. SOLUÇÃO COMENTADA
ENEM-2008
Esta
questão
propõe
uma
leitura
histórica
do
fenômeno
literário.
Sendo
assim,
se
se
considerar
a
relação
entre
o
soneto
de
Cláudio
Manuel
da
Costa
e
seu
contexto
histórico,
a
única
alterna1va
correta
é
a
letra
“b”,
na
medida
em
que,
no
poema
em
análise,
o
sujeito
poé1co
condena
o
luxo
e
a
ostentação
de
aparências
da
cidade
e
defende
a
simplicidade
da
vida
no
campo.
5. ARCADISMO
aspectos temáticos
Quem
deixa
o
trato
pastoril,
amado
Que
bem
é
ver
nos
campos
transladado
Pela
ingrata,
civil
correspondência,
No
gênio
do
pastor,
o
da
inocência!
Ou
desconhece
o
rosto
da
violência,
E
que
mal
é
no
trato,
e
na
aparência
Ou
do
re1ro
a
paz
não
tem
provado.
Ver
sempre
o
cortesão
dissimulado!
Ali
respira
amor
sinceridade;
Ali
não
há
fortuna,
que
soçobre;
Aqui
sempre
a
traição
seu
rosto
encobre;
Aqui
quanto
se
observa,
é
variedade:
Um
só
trata
a
men1ra,
outro
a
verdade.
Oh
ventura
do
rico!
Oh
bem
do
pobre!
COSTA,
Cláudio
Manuel
da.
Poemas
escolhidos.
Rio
de
Janeiro:
Ediouro,
1996.
racionalismo, pastoralismo e bucolismo;
locus amoenus, mito do bom selvagem e fugere urbem;
aurea mediocritas e inutilia truncat;
mitologia greco-romana e convencionalismo amoroso.
6. QUESTÃO 02
revisando o arcadismo
O
“carpe
diem”,
postura
comumente
assumida
durante
o
Arcadismo,
está
presente
em:
Sou
pastor;
não
te
nego;
os
meus
montados/
São
esses,
que
aí
vês;
vivo
contente/
Ao
trazer
entre
a
relva
florescente/
A
doce
companhia
dos
meus
gados.
Prendamo-‐nos,
Marília,
em
laço
estreito,/
gozemos
do
prazer
de
sãos
amores/
Sobre
as
nossas
cabeças,/
Sem
que
o
possam
deter,
o
tempo
corre.
Eu
vi
o
meu
semblante
numa
fonte,/
Dos
anos
inda
não
está
cortado:/
Os
Pastores
que
habitam
este
monte/
Respeitam
o
poder
do
meu
cajado.
Eu,
Marília,
não
fui
nenhum
vaqueiro,/
Fui
honrado
Pastor
da
tua
Aldeia;/
Ves1a
finas
lãs
e
1nha
sempre,/
A
minha
choça
do
preciso
cheia.
Neste
álamo
sombrio,
aonde
a
escura/
Noite
produz
a
imagem
do
segredo;/
Em
que
apenas
dis1ngue
o
próprio
medo/
Do
feio
assombro
a
hórrida
figura
7. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o arcadismo
O
convite
para
que
se
aproveite
o
dia
é
feito
na
alterna1va
“b”.
8. QUESTÃO 03
revisando o arcadismo
Leia,
com
atenção,
o
texto
abaixo.
Aqui
o
povo
geme
e
os
seus
gemidos
Não
podem,
Doroteu,
chegar
ao
trono.
E
se
chegam,
sucede
quase
sempre
O
mesmo
que
sucede
nas
tormentas,
Aonde
o
leve
barco
se
soçobra
Aonde
a
grande
nau
resiste
ao
vento.
Através
de
um
ditado
popular,
é
possível
reproduzir
as
ideias
expressas
no
trecho
acima.
Assinale-‐o:
A
corda
sempre
arrebenta
do
lado
mais
fraco.
Deus
ajuda
quem
cedo
madruga.
Água
mole
em
pedra
dura
tanto
bate
até
que
fura.
Gato
escaldado
tem
medo
de
água
fria.
Macaco
velho
não
põe
a
mão
em
cumbuca.
9. SOLUÇÃO COMENTADA
revisando o arcadismo
A
ideia
presente
no
trecho
extraído
de
Cartas
chilenas
é
a
que
o
povo
sempre
sofre
e
não
tem
seus
apelos
atendidos.
De
nada
vale
o
que
eles
falam.
Sendo
assim,
sempre
sofrerão.
Sendo
assim,
assinale-‐se,
pois
a
alterna1va
“a”.