3. O Romantismo foi um movimento
artístico que surgiu na Europa no
século XVIII, mais especificamente
década de 1770, e durou até o
XIX.
Esse movimento influenciou a
literatura, a pintura, a arquitetura e a
música.
4. Em grande parte do século XIX, o
Romantismo e esse espírito romântico
produziram teorias filosóficas e obras de
artes bastante subjetivas. Os romancistas
tinham a intenção de retratar o drama
as emoções humanas, os amores
trágicos e os ideais utópicos.
5. Contexto Histórico do Romantismo
O Romantismo surgiu durante a Era das
Revoluções – período compreendido,
aproximadamente, entre 1774 e 1849 – no
qual ocorreram diversas transformações
políticas, sociais e econômicas no Ocidente,
como a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa.
6. A influência das revoluções pode ser percebida nas
características de idealismo e rebeldia, que foram
marcantes nas obras produzidas no período.
Da mesma forma, o escapismo e o subjetivismo,
que valorizavam mais os sentimentos individuais do
que os coletivos, como consequência do desgosto
com a situação social, também podem ser
apontados como uma influência do período
histórico no Romantismo.
7. Principais Características do Romantismo
Liberdade de expressão e de
criação
As regras externas não importam no Romantismo. As
obras desse movimento têm como principal objetivo
retratar e valorizar o “eu”. Por esse motivo, os
autores sentem que têm total liberdade para
expressarem seus sentimentos e visão de mundo da
forma como desejam.
8. Sentimentalismo
A ênfase nas emoções pessoais é
uma das principais características do
Romantismo. O autor expressa não
só os sentimentos dos personagens,
mas sua própria percepção das
situações e da vida.
9.
10. Subjetivismo
O poeta romântico procura mostrar o mundo como ele
vê e sente, por isso utiliza-se do poema como expressão
do eu.
É a valorização do homem indivíduo em oposição ao
homem clássico.
“Fui feliz - embora apenas em
sonho.
Fui feliz - e amo este tema –
Sonhos! em seu vívido colorir da
vida-
De semelhança com a realidade que
traz,
Ao olho delirante coisas mais
11. Individualismo
Os autores do Romantismo consideravam
que eles e seus sentimentos estavam no
centro do universo. Na visão dos
romancistas, seus desejos, paixões e
frustrações são mais importantes do
que os acontecimentos externos.
O Peregrino Sobre o Mar de
Névoas (1818) (Caspar David
Friedrich)
12. Rebeldia e Idealismo
O amor é espiritual, geralmente inalcançável
e a causa de grande sofrimento.
Assim, os artistas românticos eram idealistas
e frequentemente se retratavam como
heróis rebeldes, à margem da sociedade
passaram a ver seu trabalho como uma
forma de promover a mudança.
13. Idealilização
Os autores do Romantismo tinha m
visão de mundo completamente
idealizada. A realidade para esses
autores era considerada desesperadora,
já que eles enxergavam as regras do
mundo moderno como limitações ao
crescimento pessoal, político e artístico.
José Ferraz de Almeida Júnior: Moça com livro, 1879
14. [...] Em pé, no meio do espaço que formava a grande
abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado
pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples
túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará,
apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-
lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe
delgado e esbelto como um junco selvagem.
obre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre,
brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados
rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores
erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a
forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos,
ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da
inteligência.
O Guarani, José de Alencar
IV CAÇADA
15. Eu vi-a e minha alma antes de vê-la
Sonhara-a linda como agora a vi;
Nos puros olhos e na face bela,
Dos meus sonhos a virgem conheci
(..)
Que rosto d'anjo, qual estátua antiga
No altar erguida, já caído o véu!
Que olhar de fogo, que a paixão instiga!
Que níveo colo prometendo um céu..
(Canto de Amor, Casimiro de Abreu
16. Nacionalismo
Muitas obras do Romantismo
exaltam os feitos dos heróis
nacionais, resgatando o
passado das nações,
principalmente o período
medieval. Também é comum a
valorização da pátria.
O poeta brasileiro irá voltar-se
para o índio, como sendo o
legítimo representante do
homem brasileiro.
Independência ou morte (Pedro
Américo)
Oh! céu de minha terra - azul sem
mancha –
Oh! sol e fogo que me queima a
fronte,
Nuvens douradas que correis no
acaso,
Névoas da tarde que cobris o
monte; Perfumes da floresta, vozes
doces, Mansa lagoa que o luar
prateia, Claros riachos, cachoeiras
altas.
(…)
Casimiro de Abreu
17. Adoração dos reis magos, de Domingos
Sequeira
RELIGIOSIDADE
Reaproximação do homem com a religiosidade.
O poeta sem religião, e sem moral, é como o veneno
derramado na fonte, onde morrem quantos aí procuram
aplacar a sede. Ora, nossa religião, nossa moral é aquela
que nos ensinou o Filho de Deus, aquela que civilizou o
mundo moderno, aquela que ilumina a Europa, e a
América e só este bálsamo sagrado devem verter os
cânticos dos poetas brasileiros.
(prefácio do livro suspiros poéticos e saudades,
Gonçalves de Magalhaes)
18. Valorização da Natureza
Para os romancistas, a natureza consistia
em uma força incontrolável e
transcendental. O autor romântico é
fascinado pela natureza.
Considerado um dos expoentes da pintura romântica
portuguesa, Tomás da Anunciação notabilizou-se pela
representação pictórica da natureza, denotando um
particular interesse pelos motivos animalistas e um
encantamento face ao ambiente rural.
19. “Espanta-me a tormenta que as árvores derriba,
Mas o tufão que passa e as cerraçoes fustiga
É útil e propício, porque descobre os montes
E deixa que eu contemple os vastos horizontes
Onde ao clarão suave de um sol brilhante e puro
Ostenta-se formosa a imagem do futuro!”.
(Fagundes Varela)
(
20. Pessimismo e Escapismo
(evasão)
Os romancistas, frequentemente, ficam
impossibilitados de realizar os desejos do seu
“eu”. Isso acaba gerando angústia, frustração,
desespero, tristeza, entre outras emoções que
acabam caracterizando esse estado de espírito
como o “mal do século”.
Um fator gerado por esse pessimismo existente
é a fuga da realidade que o autor não
consegue suportar.
21. Meus oito anos
Casimiro de Abreu
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
22. Um Cadáver de Poeta
“Morrer! e resvalar na
sepultura,
Frias na fronte as ilusões — no
peito
Quebrado o coração!
Nem saudades levar da vida
impura
Onde arquejou de fome... sem
um leito!
Em treva e solidão!”
(Alvares de Azevedo)
Morte (Hora de Delírio)
Pensamento gentil de paz
eterna
Amiga morte, vem. Tu és o
termo
De dous fantasmas que a
existência formam,
— Dessa alma vã e desse
corpo enfermo.
(Junqueira Freire)
23. Liberdade forma
O Canto dos Sabiás
Serão de mortos anjinhos
O cantar de errantes almas,
Dos coqueirais florescentes
A brincar nas verdes palmas,
Estas notas maviosas
Que me fazem suspirar?
São os sabiás que cantam
Nas mangueiras do pomar.
(Fagundes Varela)
24. LINGUAGEM SENSORIAL
Pelo caráter subjetivo do
Romantismo, a linguagem
figurada será amplamente
utilizada pelo romântico, que
se valerá, principalmente, da
metáfora, da metonímia, do
símile, do hiperbáto e da
hipérbole.
Parece que chorei... Sinto
na face
Uma perdida lágrima
rolando...
Satã leve a tristeza! Olá,
meu pajem,
Derrama no meu copo as
gotas últimas
Dessa garrafa negra...
Eia! bebamos!
És o sangue do gênio, o
25. A POESIA ROMÂNTICA NO BRASIL (1836-1881)
GERAÇÃO TEMAS E FORMAS POETAS
1. INDIANISTA OU
NACIONALISTA
ÍNDIO (IDEALIZADO COMO CAVALEIRO MEDIEVAL E COMO
“O BOM SELVAGEM”, DE ROUSSEAU),
NATUREZA(NATIVISMO OU UFANISMO), PASSADO
HISTÓRICO, RELIGIOSIDADE, ANTILUSITANISMO,
XENOFOBIA, PROJETO DE UMA “LÍNGUA BRASILEIRA”.
GONÇALVES DE MAGALHÃES,
PORTO ALEGRE (FASE DE
FORMAÇÃO), GONÇALVES DIAS
(CONSOLIDAÇÃO DA POESIA
ROMÂNTICA).
2. BYRONIANA OU
INDIVIDUALISTA, OU “MAL
DO SÉCULO”, OU, AINDA,
ULTRARROMÂNTISMO.
MORTE, TÉDIO, DÚVIDA, ESCAPISMO, BOÊMIA,
SATANISMO, SAUDOSISMO (INFÂNCIA, FAMÍLIA) , SOLIDÃO,
DEPRESSÃO, SENSUALISMO REPRIMIDO (AMOR E MEDO).
INCORPORAÇÃO DE NOVOS TEMAS BUCÓLICOS E
ROCEIROS, A POESIA MALDITA.
ÁLVARES DE AZEVEDO,
FAGUNDES VARELA,
JUNQUEIRA FREIRE, CASIMIRO
DE ABREU
3. CONDOREIRA OU POESIA
SOCIAL, HUGOANA.
LIBERDADE, TEMAS SOCIAIS (GUERRA DO PARAGUAI,
ABOLIÇÃO, REPÚBLICA). POESIA ENFÁTICA E
DECLAMATÓRIA (POESIA DE COMÍCIO). METÁFORAS
OUSADAS, BASEADAS EM ASPECTOS GRANDIOSOS DA
NATUREZA (OCEANO, AMPLIDÃO, INFINITO, CÉU,
UNIVERSO). ÁGUIAS, CONDORES E ALBATROZES
UTILIZADOS COMO SUGESTÃO DE LIBERDADE. ANTÍTESES,
HIPERBÓLES E APOSTROFES VIOLENTAS, INTERJEIÇÕES,
EXCLAMAÇÕES, RETICÊNCIAS.
CASTRO ALVES, TOBIAS
BARRETO, SOUSANDRADE (QUE
RADICALIZOU AS INOVAÇÕES
LINGUISTICAS E DESVIOS
CRIATIVOS).
26. Gerações do Romantismo
Primeira Geração
As obras desse período abordam a natureza,
o país e idealizam tudo maravilhoso, por
isso alguns estudiosos chamam essa
geração de nacionalista. Em Portugal, os
temas mais frequentes eram o
nacionalismo, o romance histórico e o
medievalismo. No Brasil, esse apego ao
passado era visto no indianismo.
33. 3ª Geração Romântica
- Poesia Social
É conhecida como aquela que aborda
temas de cunho social. Nesse sentido,
a obra de Castro Alves é considerada o
principal expoente dessa vertente, pois,
em seus poemas, o autor denuncia a
escravidão praticada no Brasil e
constrói um forte discurso
abolicionista.
34. Tem também a poesia lirica
de Castro Alves falando de
amor carnal, vivido real
fruto de seus amores com
eugenia camara. Ele
escreveu para ela , a
barcarola
Dama Negra
Teus olhos são negros,
negros,
Como as noites sem luar...
São ardentes, são
profundos,
Como o negrume do mar;
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;
(…)
35. Principais autores do Romantismo
brasileiro e suas obras
Gonçalves Dias:
Segundos Cantos (1848)
Últimos Cantos (1851)
Os Timbiras (1857)
Cantos (1857)
Álvares de Azevedo:
Lira dos Vinte Anos (1853)
Noite na Taverna (1855)
Casimiro de Abreu:
Primaveras (1859)
Castro Alves:
Espumas Flutuantes (1870)
Os Escravos (1883)
José de Alencar:
O guarani (1857)
Iracema (1865)
Til (1871)
Senhora (1875)