Segundo Wellington Moreira, a sociedade precisa vencer o preconceito que ainda recai sobre a mulher trabalhadora no Brasil, mas a sua dedicação, entusiasmo e competência estão compensando o atraso cultural ainda existente.
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Artigo - A Mulher no Mercado de Trabalho
1. A Mulher no Mercado de Trabalho
Segundo Wellington Moreira, a sociedade precisa vencer o preconceito que ainda recai sobre a
mulher trabalhadora no Brasil, mas a sua dedicação, entusiasmo e competência estão
compensando o atraso cultural ainda existente.
Algumas pessoas defendem que não, mas as mulheres
ainda sofrem um velado e consistente preconceito quando o
assunto é mercado de trabalho. Uma prova disto é o estudo
divulgado recentemente pela publicação americana “Latin
Business Chronicle” que revelou: dentre as 500 maiores
empresas latino-americanas, apenas nove são chefiadas
por mulheres, sendo que sete no Brasil e duas no México. O
número é mais preocupante ainda quando se pensa que
apenas 1,8% das companhias de diferentes portes da
região têm uma mulher no posto mais alto.
Inúmeras conquistas femininas foram alcançadas nas
últimas décadas, todavia não se pode esquecer que as
dificuldades de acesso a cargos executivos e as diferenças salariais demonstram que ainda existem
grandes barreiras a serem suplantadas. O Censo 2010 realizado pelo IBGE, por exemplo, revelou que o
salário médio da brasileira equivale a 73,8% daquilo que um homem recebe no mesmo cargo, uma relativa
melhora comparativamente ao nível de 67,7% da pesquisa feita em 2000, mas ainda distante da paridade
de remuneração já alcançada em outros países.
Por outro lado, as mulheres também têm o que comemorar. Em média, elas chegam mais rapidamente a
cargos de gerência (36 anos, contra 40 anos dos homens), já respondem por 42% das vagas ocupadas no
mercado formal e representam dois terços das pessoas que concluem cursos superiores no país.
Aliás, este último dado merece destaque, pois ajuda a explicar porque as mulheres ascenderam tanto nos
últimos anos. Com uma escolaridade maior, muitas empresas optam por elas quando precisam preencher
seus cargos técnicos especializados e posições de gestão. O número de engenheiras tem aumentado
consideravelmente, as administradoras de empresas já são maioria e o mesmo ocorre nos cursos de pós-
graduação onde elas já dominam as salas de aula.
Outro ponto que deve ser ressaltado é que a decisão de compra numa série de mercados passa pelo crivo
feminino – especialmente em bens de alto valor –, sendo imprescindível às organizações, por conseguinte,
saberem o que elas pensam. Mas como as companhias estão descobrindo o que passa por suas cabeças?
Dentre outras medidas, passaram a contratar mulheres para cargos de liderança operacional, áreas ligadas
ao desenvolvimento de novos produtos e estão procurando formas de facilitar o ingresso delas nos
conselhos de administração.
Além disso, a própria realidade complexa atual as favorece, visto que dentre as competências mais
valorizadas, muitas são genuinamente femininas. A intuição, também chamada de “sexto sentido da
mulher”, é fundamental na tomada de decisões e já se comprovou cientificamente que os homens não são
tão intuitivos assim. Outra competência, a flexibilidade, é desenvolvida pelas meninas desde a infância
enquanto que, culturalmente, a educação dos meninos os leva a serem mais rígidos quando solicitados a
lidarem com mudanças. Isto só para citar duas das habilidades mais requeridas.
É claro que a sociedade precisa vencer o preconceito que ainda recai sobre a mulher trabalhadora no
Brasil, mas a sua dedicação, entusiasmo e competência estão compensando o atraso cultural ainda
existente. Ao mesmo tempo, discussões políticas à parte, a eleição de uma mulher para presidir o Brasil
demonstra que o sexo feminino encontra-se fortalecido e preparado para ocupar qualquer cargo de
liderança no mundo contemporâneo.
Como admirador das mulheres e interessado direto no assunto em questão, torço apenas para que dentro
de alguns anos não tenhamos que recorrer a um sistema de quotas para garantir o acesso do homem aos
2. bons postos de trabalho.
Wellington Moreira
Palestrante e consultor empresarial
wellington@caputconsultoria.com.br