1. O documento discute a situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro ao longo da história, desde a Grécia e Roma antigas até os dias atuais.
2. Ao longo da história, as mulheres foram subordinadas aos homens e destinadas apenas a tarefas domésticas. No entanto, desde a década de 1970, com o crescimento do feminismo e da escolaridade feminina, as mulheres conquistaram mais espaço no mercado de trabalho.
3. Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam des
1. 1
O PAPEL DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO
Andria Martins¹
Haifa Franco1
Isabel Vitória¹
Thalia Novaes¹
Resumo: Estudo da situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, tendo como
referência uma série de dados oficiais de órgãos de pesquisas nacionais como o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A discussão deve considerar aspectos
históricos que servem de parâmetro comparativo acerca da realidade social da mulher
brasileira de hoje, uma vez que proporciona uma análise dos progressos e retrocessos
trabalhistas que esta sofreu ao longo do curso da história e que servem de objeto para
entender seu papel enquanto agente participante de uma época revolucionária. O que
pretende-se observar é o lento, mas progressivo, progresso da mulher no mercado de
trabalho brasileiro, bem como a forma como esta evolução vem ocorrendo deste a década
de 70. Neste panorama, também procura-se entender a qualidade do trabalho feminino no
Brasil e, respectivamente, a preocupação com os perigos que o preconceito de gênero
pode representar para as mulheres brasileiras que enfrentam os reflexos desta sociedade
historicamente machista. Dessa forma, tenta-se relacionar o nível de escolaridade das
brasileiras que vêm ocupando cargos mais reconhecidos, como os de gerencias, com a
situação de vulnerabilidade de outras atividades precárias. Assim, faz-se necessário o
estudo das características destas novas mulheres e, sobretudo, das perspectivas destas
para o futuro, que, ao que parece, é bastante promissor, haja visto que a mulher do milênio
possui mais ambições em relação à carreira profissional do que as mulheres de gerações
anteriores.
Palavras-chave: Trabalho. Gênero. Mulheres. Brasil.
______________________
1 Estudantes - 3º Ano do Curso de Informática.
IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.
E-mails: andriamartins04@gmail.com.br, hay.qfranco@gmail.com, isabekvitoria@hotmail.com, thalianovaes_@hotmail.com
2. 2
Abstract: Study the situation of women in the Brazilian labor market, with reference to
a series of official data from national research bodies such as the Brazilian Institute of
Geography and Statistics - IBGE. The discussion should consider historical aspects that
serve as comparator about the Brazilian social reality today, as it provides a review of
progress and setbacks labor that women suffered over the course of history, serving as
object to understand their role as participant agent of a revolutionary epoch. What we
intend to observe is the slow but progressive, advancement of women in the labor market
and how this evolution has occurred this the decade of 70. In this picture, also seeks to
understand the quality of women's work in Brazil and, respectively, concern about the
dangers that gender bias may represent for Brazilian women facing the consequences of
this historically male-dominated society. Thus, attempts to relate the level of education
of Brazilians who have occupied most recognized positions, such as managerial, with the
vulnerable, precarious activities. Thus, it is necessary to study the characteristics of these
young women and, above all, of these perspectives for the future, which, it seems, is quite
promising, given the fact that the millennium woman has more ambitions for professional
career that women of previous generations.
Key-words: Work. Genre. Women’s. Brazil.
3. 3
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………4
1.1 O FEMINISMO E O AUMENTO DA ESCOLARIDADE FEMINA……...5
A QUALIDADE DO TRABALHO FEMININO NO BRASIL………………………..7
3. DESIGUALDADE SALARIAL……………………….………………………..........8
3.1 SETORES EM QUE A MULHER RECEBE SALÁRIO MAIOR QUE O
HOMEM............................................................................................................................9
4. HOJE............................................................................................................................11
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO .....................14
6. REFERÊNCIAS…………………………………………………………………..…15
4. 4
1. INTRODUÇÃO
O artigo pretende relacionar como, no curso da história, a mulher foi subordinada ao
poder masculino e condenada a desenvolver apenas a função de procriar, realizar a
manutenção do lar e educar os filhos, em épocas em que se predominavam valores
norteados pela força física, com a sua situação hoje. Contudo, no decorrer do tempo,
apesar da humanidade ter desenvolvido instrumentos que suprem a necessidade da força
física, a mulher continuou a ocupar uma posição de inferioridade, sendo pré destinada a
ser minimizada diante da figura masculina e jamais observada dentro de uma ótica
igualitária.
Na Grécia antiga, por exemplo, a mulher possuía uma situação trabalhista proporcional a
do escravo, já que esta realizava tarefas manuais completamente desvalorizadas pelos
homens chamados de “livres”. Dentro desta realidade, a mulher era inteiramente afastada
da esfera do pensamento, e seu intuito deveria ser o de prestar-se a uma agradável
companheira para os homens do período. Em contrapartida, era a estes que pertencia o
poder e a quem cabia a imposição de superioridade.
Na Roma antiga a imagem da figura feminina não mudara muito que a anterior. Apesar
de ocupar uma posição mais digna do que aquela que ocupava na Grécia clássica, para os
povos romanos a mulher, quando casada, era uma legitima dona de casa, mas não vivia
reclusa nos aposentos próprios das mulheres. Aqui, ela cuidava dos escravos e podia até
comer ao lado do marido, podia sair e era tratada com expressivo respeito. Mas, ainda
com toda essa “liberdade”, a mulher romana nunca foi incluída na famosa democracia
ateniense.
Nesta atmosfera, é pertinente que problematizemos a frase de um político romano de 139
a.C Marco Pócio Catão1
em que ele afirma “Os senhores sabem como são as mulheres,
façam-nas suas iguais imediatamente, elas quererão subir às suas costas para governá-
1 Enciclopedista, estadista e general romano nascido em Túsculo, no Lácio, conhecido como o Velho ou o Censor, famoso pela austeridade dos seus
princípios, figura íntegra e de forte sentido moral, daí os termos catoniano ou catônico, exemplo para a regeneração dos costumes da Roma antiga.
5. 5
los”. E foi esta visão, carregada de ransos separatistas históricos que se perpetuou por um
bom tempo durante a história da humanidade.
Na Idade Média, quando o marido viesse a óbito a mulher poderia assumir o papel de
mestre em oficinas, entretanto a desvalorização do trabalho feminino era tão expressiva
que, mesmo desenvolvendo a mesma tarefa, as mulheres recebiam uma remuneração
menor que a do homem.
A história do papel feminino nos leva a inferir que a maior participação feminina no
âmbito extradoméstico esteve ligada sempre ao afastamento do homem em razão de
guerras. Esta condição acorrentou culturalmente a mulher, tornando-a escrava de um
sistema que delimita os papeis de gênero e contribuem para as desigualdades sociais e
políticas de hoje.
1.1 O FEMINISMO E O AUMENTO DA ESCOLARIDADE FEMININA
Só no século XIX, depois das grandes guerras mundiais, o feminismo começou a dar seus
primeiros passos. Foi por volta da década de 40 que surgiu a possibilidade de outra
posição para a mulher e é a partir daí que são fomentados os debates acerca da luta por
igualdade e contra os papeis cultural e historicamente determinados pelos agentes
dominantes.
Neste sentido, desde a década de 60 as estatísticas registram uma expressiva queda na
taxa de fecundidade das mulheres brasileiras. Se antes elas tinham uma média de 6 filhos
por mulher, agora são apenas 2 filhos³. No quesito trabalhismo, o fortalecimento da
participação feminina é maior desde a década de 90, quando o nível de escolaridade das
mulheres começou a superar o masculino, como pode-se ver no gráfico 1.
6. 6
Gráfico1: Nível da escolaridade de mulheres e homens 1997-2005
Fonte: IBGE, censo demográfico 2006
No mercado de trabalho o que se procura é quem tem qualificação e agora são elas que
a tem. Hoje as mulheres representam 41% da força de trabalho brasileira, e aos poucos
elas veem conquistando seu espaço e garantindo uma reviravolta histórica. Pesquisas
recentes mostram que, no Brasil, as mulheres são escolhidas para a maior parte das novas
vagas. Além disso, o analfabetismo também é mais baixo entre as mulheres, que
protagonizam 21,1%, enquanto os homens são 22,3%, (BRASIL,2008a).
Sabe-se que as conquistas femininas até então são pequenas, mas se compararmos a
milênios de interiorização e de acentuação das distinções de gênero é um processo
importante para a consolidação de uma luta histórica por igualdade. Graças ao momento
em que a mulher se enxergou diante de uma herança cultural que a determina a assumir
o papel único de ser mãe e esposa e decidiu que deste momento em diante iria optar sobre
seu futuro e se tornar sujeito de sua história, hoje nós vivemos uma revolução histórica
gradativa quanto ao papel da mulher na sociedade.
______________________________
³ A taxa de fecundidade da mulher brasileira manteve a forte tendência de queda que começou na década de 1970 e chegou a 1,9 filhos
por mulher, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
7. 7
2. A QUALIDADE DO TRABALHO FEMININO NO BRASIL
Quanto ao direito de exercício do trabalho, a mulher enquanto agente ativo e capaz
encontra-se em estado de vulnerabilidade. Independentemente do cargo exercido
evidencia-se a fragilidade do trabalho feminino, sendo que até em serviços denominados
femíneos (trabalho doméstico ou não remunerados e para consumo próprio) 31% das
mulheres estão em situação de vulnerabilidade, enquanto somente 8% de homens se
encontram nesta categoria.
A vulnerabilidade da mulher no mercado de trabalho parte do princípio de não aceitação
desta em espaços para a luta de classes4
, assim acreditando-se que o indivíduo feminino
possui uma menor combatividade e um menor poder de reivindicação. A segregação
trabalhista mantém a mulher vulnerável, em razão de que há uma diferenciação salarial
que é determinada pelo sexo, mesmo que a ocupação seja a mesma, geralmente as
trabalhadoras possuem um maior grau de escolaridade e mesmo assim recebem salários
mais baixos (28% a menos que os homens), sendo assim muitas vezes a hierarquia é
quebrada por falta da anuência feminina por i
parte da sociedade.
A objetificação do corpo feminino se enquadra dentre os fatores que colocam a mulher
em estado debilitável dentro do mercado de trabalho, uma vez que esta sempre foi vista
pela sociedade machista como mera reprodutora. Dados coletados pela OIT5
demonstram
tal vulnerabilidade, já que 52% das mulheres economicamente ativas sofreram abusos
sexuais durante a execução do seu trabalho, sendo assim, é classificada como uma tortura
silenciosa, porquanto muitas vezes há uma grande necessidade de se manter no trabalho,
além do medo de possíveis consequências, uma vez que não há uma política trabalhista
de defesa feminina forte e confiável.
_________________________
4 Expressão criada pelo economista, sociólogo, historiador, jornalista e revolucionário socialista alemão Karl Marx.
5 Organização Internacional do Trabalho
8. 8
3. DESIGUALDADE SALARIAL
Apesar do crescimento econômico e das políticas que visam reduzir as desigualdades e
diferenças salariais relacionadas as questões de gênero e etnia existentes no mercado de
trabalho brasileiro, as mulheres ainda destacam-se com o menor valor do rendimento
médio embolsado, conclusões como esta fazem parte de uma série de estudos em diversos
países6
sobre diferenças salariais.
Possuir um nível maior de instrução passa a não ser mais justificativa para um ganho
salarial relativo, de acordo com essas pesquisas, ao comparar os salários médios, foi
constatado que os homens recebem 10% a mais que as mulheres7
, quando esta
comparação envolve homens e mulheres com os mesmo níveis de instrução, o número é
ainda maior, chega a 17% e o Brasil apresenta um dos maiores níveis de disparidade
salarial, em que os homens chegam a receber 30% a mais que as mulheres com a mesma
idade e nível de instrução.
Gráfico 2: Média salarial entre homens e mulheres em 2010, por regiões:
Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010
9. 9
Com base no gráfico 1, percebe-se ainda que, em 2010, as diferenças salariais eram mais
expressivas nas regiões do sul, sudeste e centro-oeste do Brasil. A pesquisa do IBGE de
2010 ainda registra que em emprego doméstico ou de atividades menos qualificadas a
mulher ganha cerca de R$ 567 contra R$ 632 dos homens, valor 11,4% maior que o
salário feminino. Entre cargo de diretoria e gerência, as mulheres ganham R$ 3.506 contra
R$ 4.015 do homem, salário 14,5% maior.
3.1 SETORES EM QUE A MULHER RECEBE SALÁRIO MAIOR QUE O
HOMEM
As exceções encontradas nesta pesquisa, isto é, os setores em que a mulher ganha mais
que o homem no Brasil, podem ser vistas no quadro 1, à seguir:
Quadro 1: Setores econômicos que as mulheres recebem mais que os homens
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para o gerente de Estudos e Prospectiva da CNI, Márcio Guerra, a mudança indica que
esses setores estão aproveitando a maior escolaridade e qualificação da parcela feminina
da população.
10. 10
“Setores como esses que destacamos saíram na frente e nos dão pistas de como romper
barreiras para a entrada de trabalhadoras nas indústrias. Num cenário em que a mão
de obra especializada é escassa, o Brasil não pode prescindir da qualificação das
mulheres no mercado de trabalho”.
Diante destes dados e do debate que estes podem fomentar, há a problemática sobre a
razão de as mulheres terem uma maior abertura para setores como os de prestação de
serviços, agropecuária, setor social, comercio de mercadorias e indústria, que tentaram
ser respondidas através da análise de relações sociais de sexo, tratadas por Hirata:
“As mulheres trabalhadoras são utilizadas pelo capital como instrumentos para
desmantelar ainda mais as normas de emprego dominantes, levando a uma precarização
ainda maior para o conjunto da classe trabalhadora, incluindo o contingente masculino.
“(HIRATA, 2002).
_________________________________
6 A Dinamarca é o único país, numa lista de 142, em que as mulheres ganham mais do que os homens. A conclusão é do estudo
"Diferenças Globais entre Gêneros - 2014", divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. Na Dinamarca, a renda média anual das
mulheres é de US$ 43.316 (R$ 112.400), enquanto a dos homens é de US$ 42.226 (R$ 109.570).O salário médio delas, assim, equivale
a cerca de 103% do salário médio deles.
7 Segundo estudo recém-divulgado, o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.
11. 11
4. HOJE
Durante os últimos 30 anos, de 1976 à 2007, notou-se um crescimento de 32 milhões no
numero de trabalhadoras no país, tornando-o mais economicamente ativo, graças a
persistência e o vigor da mulher. Com isso é perceptível que, diante do crescimento
feminino no mercado de trabalho, as taxas de atividade das mulheres se ampliaram
significativamente, enquanto que as dos homens permanecram em patamares
semelhantes, entre 73% e 76%.
As tabelas a seguir, com dados comprovados pelo IBGE, funcionam como retrospectiva
para melhor entendimento das mudanças dos últimos 30 anos da historia do trabalho
femino no Brasil:
12. 12
A importância crescente das mulheres na força de trabalho brasileira é contrastada com a
sua desvalorização no mercado de trabalho, que vem acompanhada de um machismo
historicamente construído pela sociedade, que impede que as mulheres adquiram
independência e poder, o que se tornou um motivo para a dificuldade da inserção da
mulher no mercado de trabalho brasileiro, já que, ainda é pequena a parcela trabalhadoras
em profissões privilegiadas e a maior parte delas ainda se encontra trabalhando em
atividades informais.
Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), baseada
no censo de 2010, as mulheres adquiriram melhores condições de trabalho, embora boa
parte ainda esteja sem carteira assinada e em posição de desigualdade perante aos homens
quanto ao quesito rendimento salarial. A pesquisa ainda comprova que também há
desigualdade salarial latente entre as regiões do país, já que no Nordeste, por exemplo, o
salario da mulher chega a ser 47% inferior ao da mulher na região sudeste. No quadro 2,
pode-se ver a situação salarial nos demais estados brasileiros:
Quadro 2: Diferença salarial entre homens e mulheres, por estado:
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento,
Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios 2011-1012
Esta mesma pesquisa ainda mostra que, além da desigualdade que as mulheres enfrentam
diante dos homens, ainda há desigualdade entre elas próprias, como é o caso das mulheres
13. 13
negras que recebem um rendimento mensal menor do que as mulheres brancas. Com isso
é perceptível que ainda há muita luta para que as mulheres encontrem a igualdade de
direitos tanto sociais como economicos no nosso país.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013, revelam que em
2002, o rendimento das mulheres era equivalente a 70% do rendimento dos homens.
Dez anos depois, em 2012, a relação passou para 73%. Quando verifica-se o grupo
de trabalhadoras com 12 anos ou mais de estudo, o salário da mulher cai para 66%
da renda masculina. Diante desta realidade, o trecho a seguir ilustra bem os resultados
deste estudo:
“Nessa análise por sexo a gente mostrou que a inserção das mulheres no mercado
de trabalho é diferenciada, comparativamente à dos homens. As mulheres estão
mais concentradas no trabalho doméstico, na produção para o próprio uso, para o
próprio consumo, como trabalho não remunerado”.
Pesquisadora do IBGE, Cristiane Soares
Além disso, um levantamento do Fórum Econômico Mundial também mostrou que a
diferença de salários entre homens e mulheres no Brasil aumentou. No Índice Global de
Desigualdade de Gênero do ano de 2014, o Brasil perdeu nove posições, ao passar da
62ª colocação para 71ª entre 142 nações.
Diante disso, é inegáveel que não faltam pesquisas e estudos para comprovar que a
mulher, de fato, sofre os reflexos do preconceito de gênero que desde muito cedo existiu
no Brasil e em todo o mundo. A preocupação que estes dados representam abre espaço
para um debate sério quanto ao futuro que o trabalhismo reserva para as mulheres
brasileiras. O que não se pode desconsiderar é que, ainda que haja uma desigualdade
salarial muito expressiva, as mulheres estão se especializando cada vez mais e atingindo,
aos poucos, maior espaço no mercado de trabalho brasileiro. A esperança que se verifica
aqui é que, com a necessidade da mão de obra femina, o estado passe a valorizar nossas
trabalhadoras, e a tão sonhada equiparação salarial ocorrerá.
14. 14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO
Nas últimas décadas as mulheres invadiram o mercado de trabalho, no Brasil a
participação feminina aumentou expressivamente, já que, em 1999 representavam 41,4%
da PEA contra 31,7% em 1979. As mulheres atualmente representam 40% da força de
trabalho no país, porém essa inserção ainda é preponderante nas ocupações e ofícios que
guardam correlação direta com funções que elas desempenham no espaço doméstico,
tendo menor status social e demandando menor qualificação formal, consequentemente
auferindo menor renda.
As mulheres reivindicam seus direitos cada vez mais e as mudanças efetuadas hoje,
representarão em 2020, segundo estimativas da PWC8
, que a mulher será 25% da força
de trabalho no mundo, um valor não mais desconsiderado.
A mulher do futuro irá representar um talento quando o assunto diz respeito ás suas
carreiras profissionais, mais confiantes, elas terão alta escolaridade, possuindo deste
modo mais ambições. Em relação á educação, as mulheres superarão os homens da
geração em nível de escolaridade, possuindo mais títulos de bacharelado e mestrado.A
pesquisa efetuada pela PwC, mostra que 55% dos títulos de graduação conquistados no
Brasil em 2010 são das mulheres, que por sua vez estão cada vez mais propensas a
procurar empregadores que ofereçam políticas de diversidade e equidade de gêneros.
Estudos também revelam que as mulheres das futuras gerações desejam que seus
respectivos trabalhos ajam de modo que contribua para e com a sociedade, e deste modo
terão orgulho da empresa, e afirmam também que é de extrema importância equilibrar a
vida social com a profissional.
____________________
8 PwC é um network global de firmas separadas e independentes que trabalham de forma integrada na prestação de serviços de
Assessoria Tributária e Empresarial e de Auditoria.
15. 15
REFERÊNCIAS:
Mulheres no Mercado de trabalho: o futuro da liderança. Disponível em
<http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Pesquisa/9315/mulheres-no-mercado-de-
trabalho-o-futuro-da-lideranca.html>. Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.
Desigualdade no mercado de trabalho: avanços e desafios. Disponível
em<http://www.efdeportes.com/efd180/desigualdades-no-mercado-de-
trabalho.htm>.Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.
Uma análise do mercado de trabalho doméstico na rms e suas transformações, no período
1997/2005. Disponível
em<Https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/10937/1/SAMANTHA%20FLORA%20F
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Mesmo no totó, elas ganham menos. Disponível em
<http://www.istoe.com.br/reportagens/351254_MESMO+NO+TOPO+ELAS+AINDA+
GANHAM+MENOS>. Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.
Mulher ganha menos em qualquer trabalho. Disponível em <
Http://oglobo.globo.com/economia/mulher-ganha-menos-em-qualquer-trabalho-
7095657>. Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.
Dinamarca é único de 142 países onde mulher ganha mais que homem. Disponível em
<Http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/11/13/dinamarca-e-unico-de-142-
paises-onde-mulher-ganha-mais-que-homem.htm>. Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.
16. 16
Cai o numero de filhos por mulher e sobe os de casais sem filhos no brasil. Disponível
em <http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/12/17/cai-o-
numero-de-filhos-por-mulher-e-sobe-o-de-casais-sem-filhos-no-brasil.htm>. Acesso em
18 de Fevereiro de 2015.
Taxa de fecundidade brasileira cai a 1,9 filhos por mulher . Disponível em
<http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-04-27/taxa-de-fecundidade-da-brasileira-
cai-a-19-filho-por-mulher-diz.html>. Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.
Diferença salarial entre gêneros aumenta conforme grau de escolaridade. Disponível
em<Http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/11/diferenca-salarial-entre-generos-
aumenta-conforme-grau-de-escolaridade . >. Acesso em 18 de Fevereiro de 2015.