A sialografia é um exame radiográfico das glândulas salivares e ductos após injeção de contraste iodado. O objetivo é identificar possíveis obstruções, cálculos ou tumores nos ductos e glândulas. O procedimento envolve a injeção de contraste no ducto de Stensen ou Wharton para visualizar a glândula parótida ou submandibular, respectivamente. Imagens de fluoroscopia são feitas durante a passagem do contraste e radiografias pós-procedimento avaliam a função de esvaziamento
Sialografia: exame radiológico das glândulas salivares
1. Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Unidade de Ensino Profissional de Enfermagem da Santa Casa
Técnico de Radiologia e Diagnóstico por Imagem em Saúde
Dacriosistografia
Sialografia
Exames Radiológicos Especializados
David Ramos Rezende nº 06
Edevaldo de Jesus Fonseca nº 08
João Evangelista Pereira nº 17
Profº Augusto
3. SIALOGRAFIA
O exame radiográfico das glândulas salivares e ductos por meio de um
procedimento com contraste têm sido amplamente substituídos por estudos de TC ou
RM, onde essas modalidades estão disponíveis.
ANATOMIA
Os órgãos suplementares da digestão localizados no interior da cavidade oral,
incluem os dentes e as glândulas salivares. Estas secretam a maior parte da saliva
encontrada na cavidade oral, que ajuda a dissolver os alimentos e facilita a digestão.
Elas estão situadas adjacentes à cavidade oral e comunicam-se com a boca por
intermédio de ductos. Cada glândula é composta por vários pequenos lóbulos que
formam os grandes lobos da glândula. A saliva é secretada para a cavidade oral pelo
sistema ductal de cada glândula.
Os lóbulos contêm pequenos ductos, formando grandes ramos, que
eventualmente se unem para compor o ducto principal que se esvazia na cavidade oral.
A anatomia especifica referente à sialografia inclui as glândulas salivares e os ductos
associados de cada um dos três pares de glândulas principais.
• Parótida: As glândulas parótidas estão posicionadas anterior e
inferiormente à orelha. Trata-se das maiores glândula salivares,
constituídas de componentes superficiais e profundos. O componente
superficial está situado diretamente anterior e inferior à orelha. Ele é
adjacente ao ramo mandibular, com a superfície posterior da glândula
se estendendo ao meato acústico.
O ducto principal fornecedor de saliva da glândula parótida é o ducto
parotídeo, conhecido com ducto de Stensen. Possui aproximadamente 5
a 7 centímetros de comprimento e flui anterior e medialmente para
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4. penetrar na parte corpulenta da bochecha. Ele então se comunica com a
cavidade oral por uma abertura em frente ao segundo molar.
• Submandibular: a glândula submandibular ou submaxilar é a segunda
maior glândula salivar. Sua localização primária é a porção medial e
inferior do corpo da mandíbula. É também constituída de componentes
superficiais e profundos. A porção superficial repousa anterior e
inferior ao ângulo da mandíbula e estende-se anteriormente ao longo do
seu corpo.
A parte pequena e profunda estende-se e curva-se ao redor do músculo
milo-hioideo (músculo da língua e do assoalho bucal). Ourindo da
porção profunda, encontra-se o ducto submandibular ou submaxilar,
mais conhecido como ducto de Wharton. Ele possui aproximadamente
para penetrar na mandíbula. Abre-se no interior da cavidade oral por
meio de uma protuberância pequena e camuda ao lado da base do
frênulo da língua. (O frênulo é a dobra vertical no centro da membrana
abaixo da língua).
• Sublingual: A menor das glândulas salivares é a estreita e alongada
glândula sublingual. Está localizada abaixo da membrana mucosa no
assoalho bucal diretamente embaixo da dobra sublingual.
A glândula se encontra na parte média do corpo da mandíbula e
estende-se posteriormente desde a lateral do frênulo até a glândula
submandibular. Exclusivos para ela, há 12 pequenos ductos chamados
ductos de Rivinus, os quais ajudam no transporte da saliva para a
cavidade oral. Esses pequenos ductos originam-se da porção superior
da glândula para se abrirem no assoalho bucal na dobra sublingual. Um
ou dois deles, conhecidos como ductos de Bartholin, são volumosos em
tamanho e podem conectar-se com o ducto submandibular.
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5. DEFINIÇÃO E OBJETIVO
A sialografia é o exame radiográfico dos ductos salivares e do tecido
parenquimatoso associado das glândulas salivares após a injeção de meio de
contrastre. O objetivo do procedimento sialográfico é opacificar o ducto salivar de
interesse e o tecido glandular associado para demonstrar possíveis processos
patológicos. O contraste administrado preenche o ducto salivar e flui distal aos ductos
intra-glandulares para delinear a glândula salivar. Devido à proximidade dos três pares
de glândulas salivares, somente um dos ductos salivares e sua glândula podem ser
representados de cada vez.
INDICAÇÕES PATOLÓGICAS
A sialografia é realizada quando os sintomas do paciente indicam um potencial
processo patológico do ducto e da glândula salivar. A inflamação e a dor recorrentes
são sintomas típicos exibidos pelos pacientes. O processo patológico demonstrado
pode incluir a obstrução dos ductos por cálculo, estreitamentos ou tumores localizados
no interior do ducto.
Sialectasia (dilatação do ducto) pode ser avaliada, assim como a extensão de
uma possível fístula. A sialografia é essencial em casos pré-operatórios de conhecidas
condições patológicas da glândula salivar.
CONTRAINDICAÇÕES
A sialografia é contra indicada em casos de inflamação severa a infecção do
ducto e glândula salivares. Além disso, devido ao fato do procedimento envolver a
administração do meio de contraste, será contraindicado a qualquer paciente com um
histórico conhecido de alergia ao contraste iodado.
PREPARO DO PACIENTE
O paciente deve ser instruído a tirar quaisquer dentaduras ou outras próteses
dentárias removíveis. Todos os itens radiopacos, tais como jóias, devem ser retirados
da região da cabeça e pescoço. O procedimento e as possíveis complicações devem ser
explicados ao paciente antes do exame, e um consentimento informado deve ser
obtido.
• Jejum absoluto de +- 6 hs.
• O paciente deverá trazer um limão, para utilização no exame.
• O paciente é orientado a não fumar cigarros e nem mascar chicletes.
• É utilizado um scalp fino (21 à 25), onde este deve possuir uma ponta
romba, a qual deve ser introduzida no Canal de Sthenon (canal
parotídeo), então se injeta 3 ml de contraste iodado diluído em água.
Obs: Quando o estudo é das glândulas submandibulares, introduzir o
catéter no Canal de Wharton.
Após a injeção do contraste, são realizadas as incidências:
1. Mandíbula Oblíqua (do lado examinado)
2. Mandíbula Perfil
3. Mandíbula AP (se necessário)
Habitualmente após a injeção de contraste e a realização das incidências, o
paciente ingere limão (Prova de Estímulo) e executam-se novas incidências.
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6. Posição
EQUIPAMENTO PRINCIPAL
Na sialografia, o equipamento principal consiste na fluoroscopia radiográfica.
Pode-se realizar tomografia convencional ou computadorizada (TC).
EQUIPAMENTO ADICIONAL
A maioria dos suprimentos pode ser encontrada num departamento de
radiografia. Os suprimentos necessários incluem uma seringa de 3 ml. Swabs de
algodão, gaze esterilizada, fita adesiva e uma cânula. A cânula é escolhida por um
médico. Uma cânula de ponta romba ou um sistema de borboleta modificado podem
ser a escolha. O calibre da agulha depende do tamanho do ducto. Os suprimentos
adicionais incluem luvas esterilizadas descartáveis, anestésicos tópico e um meio de
contraste de preferência. Além disso, uma lâmpada pode ser posicionada para melhor
iluminação do orifício.
MEIO DE CONTRASTE
Um meio de contraste iodade e radiopaco (positivo) é utilizado na sialografia.
O Omnipaque 300mg, agente de contraste iodado e hidrossolúvel, é utilizado com
freqüência. Ele é altamente opaco e provê visualização ideal dos ductos e do tecido
parenquimatoso.
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7. A quantidade de contraste injetado num único ducto salivar é determinada pelo
fabricante e varia, dependendo da anatomia de interesse. O médico administra o
contraste para preencher adequadamente o ducto com cerca de 1 a 2 ml.
IMAGEM POR FLUOROSCOPIA LOCALIZADA OU FLUOROSCOPIA
DIGITAL
A fluoroscopia localizada ou fluoroscopia digital são métodos de imagem mais
freqüentemente usados durante o processo de injeção.
Uma série de imagens pode ser obtida conforme o contraste vai preenchendo o
ducto salivar de interesse. Em geral, o paciente permanece em posição supina durante
a filmagem, com a cabeça rotacionada em diversas posições para a visualização
adequada do ducto salivar e da glândula de interesse.
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8. RADIOGRAFIA
Radiografias preliminares podem ser feitas antes do início do exame, para
manifestar quaisquer condições evidentes. Nos casos em que há suspeita de calculo,
estas imagens exploradas são necessárias para determinar se um calculo visível esta
presente antes da escolha do material de contraste. Após a geração de imagem por
fluoroscopia, as radiografias podem ser obtidas. Elas variam por departamento de
imagens, por glândula e ducto salivar a serem visualizados. É possível realizar a
imagem com o paciente ereto, em posição supina ou prona, como estabelecido pela
rotina de departamento.
A seqüência de obtenção de imagens para o estudo preliminar e pós-
procedimento pode incluir incidências mandibulares AP ou PA, perfil, perfil
modificado ou obliqua lateral. Há possibilidades de o prolongamento da geração da
imagem ser solicitado para a visualização de qualquer retenção de contraste no interior
do ducto. A capacidade funcional de esvaziar a glândula pode ser avaliada.
imagem radiográfica
Referência Bibliográfica
Livro: Tratado de Téc. Radiológica e Base Anatômica // Kenneth L. Bontrager
Site: http://sites.google.com/site/raiosxbr/slides/sialografia-e-dacriocistografia
Site: http://radiologiaonline-radiologia.blogspot.com/2009/11/sialografia.html
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