Nefrectomia laparoscópica do doador vivo: situações especiais
1. Nefrectomia laparoscópica do doador vivo Situações especiais Tibério Moreno de Siqueira Jr. Serviço de Transplante Renal- HC-UFPE Medico Urologista- Hospital Getúlio Vargas
Univ. Maryland. Atualização da série. Jacobs F et al. Laparoscopic donor nephrectomy: the University of Maryland 6-year experience. J Urol , v. 171, p. 47-51, 2004. 738 casos de NTL TIQ: 2.8 minutos Transfusão: 1.2% Conversão: 1.6% (10 de 12 conversões por lesão vascular) Complicações trans-op: 6.8% ( 1.35%- lesões vasculares por falha do stapler) Tempo operatório maior com IMC >33 Função renal retardada: 2.6%
De forma geral, o observado é que o tempo cirúrgico é menor quando a nefrectomia é realizada pelo método aberto convencional quando comparada com a técnica laparoscópica17,18,38,47 (Quadros 1 e 2).
Por outro lado, a taxa de sangramento trans-operatório e de analgesia pós-operatória, bem como o tempo médio para a alta hospitalar e de retorno às atividades normais são menores na NL que na NA17,18,38,45. Historicamente, a taxa global de complicações em doadores vivos submetidos a nefrectomia convencional, varia de 8% a 47%37. Vários autores têm demonstrado que as taxas de complicações obtidas com a NL são menores que as obtidas com as séries de NA. Gill et al.48 relataram taxa de complicação global e conversão de 16% e 5%, respectivamente, em estudo multi-institucional com 185 pacientes submetidos à NL. Keeley et al.49 relataram uma taxa de 3% de complicações maiores e de 5% de conversões nas primeiras 100 NL. Chan et al.50 revisaram os prontuários dos primeiros 175 doadores renais submetidos à NL e observaram uma taxa de 4% de complicações maiores e de 1,7% de conversões. Siqueira Jr et al.51, evidenciaram taxa de complicações maiores e de conversões de 7,5% e 6,1%, respectivamente, estudando 213 casos submetidos à NL, dentre os quais 84 foram submetidos a NLDV. Esse subgrupo apresentou 50% das complicações dessa série, bem como a maioria das conversões de urgência. Vallancien et al.52 avaliaram as complicações observadas em 1.311 cirurgias laparoscópicas transperitoneais e observaram um total de 0,5% a 1% de lesões intestinais.
Em relação aos receptores, vários estudos têm demonstrado que tanto a função renal dos enxertos, quanto as taxas de função renal retardada e de rejeição são semelhantes entre NA e NL4,16,17,18,22,44
Por outro lado, a incidência de complicações ureterais no receptor é maior quando a técnica laparoscópica é empregada, apesar de alguns autores terem demonstrado que estes níveis caem quando a curva de aprendizado é ultrapassada4,16.
Após a introdução da técnica laparoscópica, têm se notado um aumento significante na doação renal intervivos nos Estados Unidos da América. Schweizer et al.49 relataram aumento de 100% na doação renal na Universidade de Maryland, após o início do programa de NLDV. Ratner et al.50 observaram que 25% dos doadores, submetidos a nefrectomia laparoscópica no Hospital Johns Hopkins, não teriam doado o rim caso a cirurgia convencional fosse a única opção. Atualmente, estes dois centros apresentam as maiores casuísticas mundiais, a Universidade de Maryland51 tendo mais de 738 casos e o Hospital Johns Hopkins52, mais de 353 casos.
Univ. Maryland. Atualização da série. Jacobs F et al. Laparoscopic donor nephrectomy: the University of Maryland 6-year experience. J Urol , v. 171, p. 47-51, 2004. 738 casos de NTL TIQ: 2.8 minutos Transfusão: 1.2% Conversão: 1.6% (10 de 12 conversões por lesão vascular) Complicações trans-op: 6.8% ( 1.35%- lesões vasculares por falha do stapler) Tempo operatório maior com IMC >33 Função renal retardada: 2.6%