E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
A Natureza Humana Para Hobbes E Rousseau
1. A natureza humana para Hobbes e Rousseau
Seminário para discussão na disciplina Teoria da Opinião Pública
Grupo Professor
Daniel Haruo Onoda nº USP 5177661 Massimo di Felice
Edson Felipe Capovilla Trevisan nº USP 5178213
Marcelo Lisboa Ferreira Filho nº USP 5176090
Thiago Pinheiro Faury nº USP 5174716
Maio de 2009
2. Roteiro da apresentação
Hobbes
Perfil
Contexto histórico
Estado de natureza e contrato
O Estado absoluto
Interesses burgueses em seu pensamento
Frases marcantes
Rousseau
Perfil
Contexto histórico
Estado da natureza
Contrato social
Rousseau pedagogo
Frases marcantes
Quadro comparativo
Referências bibliográficas
2 - Maio de 2009
4. Hobbes
Perfil
Nome: Thomas Hobbes
Período em que viveu: 1588-1679
Origem:
Inglês de família pobre
Conviveu com a nobreza, recebendo apoio para seus estudos
Teve contato com: Descartes, Francis Bacon, Galileu
Principais obras:
De cive (1651)
O Leviatã (1651)
4 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [3]
5. Hobbes
Contexto histórico
Absolutismo, atingindo seu apogeu, está a ponto de ser ultrapassado
Grande número de movimentos de oposição baseados em idéias
liberais
Processo de laicização do pensamento, marcado pelo sentimento de
independência em relação ao papado e crítica à teoria do direito
divino dos reis
Movimentos revolucionários:
Na França Guerra dos 30 Anos (1618-48) e Fronda (1648-53)
Na Inglaterra Revolução Puritana (1642-49)
“O Parlamento inglês, na qualidade de representante do povo, disputa o poder com
o rei, negando-lhe o aumento de impostos e o comando do exército – o que
desemboca na guerra civil (1642-1648). Em 1649, o rei Carlos I é decapitado, ao
mesmo tempo que se proclama a República (Commonwealth), levando Oliver
Cromwell ao governo, com plenos poderes.”
5 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [2]
6. Hobbes
Estado de natureza e contrato (1/2)
Tendência de secularização do pensamento político estimula os
filósofos a preocuparem-se com a origem (razão de ser) do Estado
Homem em estado de natureza, antes de qualquer sociabilidade:
Tem direito a tudo
Usa seu próprio poder, da maneira que quiser, para preservação de sua
própria vida
Utiliza o julgamento e a razão da maneira que achar adequada
Situação do homem em estado de natureza impossibilita a existência
de segurança e paz, uma vez que interesses egoístas prevalecem
Nesse estado, há guerras de todos contra todos (bellum omnium
contra omnes), sendo o homem o lobo para outro homem (homo
homini lupus)
Prejuízo para a indústria, a agricultura, a navegação, a ciência e o
conforto dos homens
6 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
7. Hobbes
Estado de natureza e contrato (2/2)
Homem deve “renunciar a seu direito a todas as coisas, contentando-
se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos
outros homens permite em relação a si mesmo”
Não sendo sociável por natureza, o homem o será por artifício
Nova ordem mediante um contrato, em que todos abdicam de sua
vontade em favor de um “um homem ou de uma assembléia de
homens, como representantes de suas pessoas”
Neste pacto, a renúncia é total a favor deste homem artificial, que
passa a concentrar todas as forças, todas as vontades e todos os
poderes de cada homem, transformando-os em uma só força, uma
só vontade, um só poder, que são de um único corpo, artificial: o
corpo político, isto é, o Estado.
7 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [2]
8. Hobbes
O Estado absoluto (1/3)
Poder do soberano deve ser absoluto, ilimitado e indivisível
Transmissão de poder ao soberano deve ser total
Não é possível julgar se o soberano é justo ou injusto, tirano ou não,
uma vez que seu poder é ilimitado
Estado pode ser monárquico ou formado por uma assembléia – uma
vez instituído não pode ser contestado
Soberano julga sobre o bem e o mal, sobre o justo e o injusto
Estado garante a propriedade individual
8 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
9. Hobbes
O Estado absoluto (2/3)
Poder do Estado é exercido pela força – “Os pactos sem a espada
[sword] não são mais do que palavras [words]”
Leviatã
Figura bíblica
Animal monstruoso e cruel
Defende os peixes menores de serem engolidos pelos mais fortes
Representa o Estado
Soberano
não pode ser destituído, punido ou morto
pode prescrever leis, escolher conselheiros, julgar, fazer a guerra e a paz,
recompensar e punir
Para Hobbes, essa condição de subordinação é menos miserável do
que a guerra civil
9 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
10. Hobbes
O Estado absoluto (3/3)
O Estado monopoliza o recurso à violência...
... Mas a violência do Estado é distinta da situação de guerra no
estado de natureza, pois seu objetivo é evitar a guerra, garantindo
a paz e a segurança.
O Estado representa, nessa medida, o fim do estado de
natureza e a inauguração da sociedade civil
O homem perde a liberdade natural de que dispunha...
... Mas esta era fonte de guerra e do medo da morte.
A instituição do Estado é então a superação do medo pela
esperança, a garantia da segurança e do direito à vida
10 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [2]
11. Hobbes
Interesses burgueses em seu pensamento
Idéia do direito natural do homem pode ser utilizada contra a nobreza
Representatividade baseada no consenso significa a aspiração de
que o poder não seja privilégio de classe
Estado surge de um contrato – caráter mercantil
Indivíduo preexiste ao Estado
Garantia da propriedade privada
Manutenção da paz, indispensável para os negócios
11 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
12. Hobbes
Frases marcantes
“Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de
os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se
chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os
homens.”
“E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar
qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis de natureza (que
cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo
com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para
nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas
em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos os outros.”
“E assim, cheguei ao fim de meu discurso sobre o governo civil e eclesiástico,
ocasionado pelas desordens dos tempos presentes, sem parcialidade, sem
servilismo, e sem outro objetivo senão colocar diante dos olhos dos homens a
mútua relação entre proteção e obediência, de que a condição da natureza
humana e as leis divinas (...) exigem um cumprimento inviolável.”
12 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [2]
14. Rousseau
Perfil
Nome: Jean-Jacques Rousseau
Período em que viveu: 1712-1778
Origem:
Suíço, filho de um relojoeiro de poucas posses
Viveu grande parte de sua vida em diversas cidades da França
Teve contato com: Diderot e Voltaire
Principais obras:
Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens (1755)
Do Contrato Social (1762)
Emílio (1762)
14 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [3]
15. Rousseau
Contexto histórico
Idéias liberais em alta, que culminaram na Revolução Francesa
Iluminismo – homens confiantes no poder da razão humana para
construir um mundo melhor
Rousseau não via com otimismo o desenvolvimento da técnica e do
progresso – teve atritos com Voltaire por discordar do pensamento
iluminista
Rousseau valorizava o sentimentalismo
15 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
16. Rousseau
Estado de natureza (1/2)
Procura resolver a questão da legitimidade do poder fundado no
contrato social
Distingue os conceitos de soberano e governo – o povo tem
soberania inalienável
Homens em estado de natureza são sadios, bons e felizes
Com a criação da propriedade uns passam a trabalhar para outros –
escravidão, miséria diferenciação entre rico e pobre, predominância
da lei do mais forte
16 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
17. Rousseau
Estado de natureza (2/2)
Nostalgia do estado feliz em que vive o homem selvagem
Homem que surge da desigualdade é corrompido pelo poder e
esmagado pela violência
Contrato que coloca homens sob grilhões é falso
É preciso considerar um contrato verdadeiro e legítimo, pelo qual o
povo esteja reunido sob uma só vontade
17 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
18. Rousseau
Contrato Social (1/5)
Rousseau não aceita...
... a tese de Hobbes de que o contrato põe fim ao estado de guerra e
garante a segurança;
... nem a de Locke, que atribui ao contrato a garantia de usufruto da
propriedade privada
Propõe, então, um contrato social legítimo
Em que a vontade geral se apresente como soberana
Em que a liberdade, entendida como o dom mais precioso do homem,
seja preservada
“(...) os pobres só tendo a perder a liberdade cometeram uma grande loucura
ao conceder, voluntariamente, o único bem que lhes restava, para nada
ganhar em troca.”
18 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [2]
19. Rousseau
Contrato Social (2/5)
Contrato social deve ter origem no consentimento necessariamente
unânime
Associados abdicam de todos os seus direitos em favor da
comunidade
Como todos abdicam igualmente, cada um nada perde – por ser
parte do todo social, ao obedecer a lei o homem obedece a si mesmo
e, conseqüentemente, é livre
Com o contrato, o povo não perde a soberania – não é criado um
estado separado dele mesmo
19 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
20. Rousseau
Contrato Social (3/5)
Soberano é o corpo coletivo que expressa, através da lei, a vontade
geral
Toda lei não ratificada pelo povo em pessoa é nula
Povo não se submete ao governo – os oficiais podem ser eleitos ou
destituídos conforme a conveniência
Magistrados do governo apenas executam as leis
Rousseau defende a democracia direta ou participativa
O mesmo homem, enquanto faz a lei, é um cidadão e, enquanto a
ela obedece e se submete, é um súdito
Soberania, além de ser inalienável, é indivisível
20 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
21. Rousseau
Contrato Social (4/5)
Pessoa Privada
Vontades individuais visando interesses particulares
Decisão baseada nos benefícios individuais é a vontade de todos
Pessoa pública
Homem pertencente a um espaço público
Interesses comuns expressos pela vontade geral
O corpo político torna-se uma pessoa pública como a antiga
polis e passa a ser chamado de:
Estado, quando passivo
Soberano, quando ativo
Potência, quando comparado a seus semelhantes (outros Estados)
21 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [2]
22. Rousseau
Contrato Social (5/5)
Vontade de todos ≠ vontade geral
“O interesse comum não é o interesse de todos, no sentido de uma
confluência dos interesses particulares, mas o interesse de todos e de
cada um enquanto componentes do corpo coletivo e exclusivamente
nesta qualidade. Daí o perigo de predominar o interesse da maioria,
pois se é sempre possível conseguir-se a concordância dos interesses
privados de um grande número, nem por isso assim se estará
atendendo ao interesse comum.”
Homem é livre na medida em que dá livre consentimento à lei,
considerando-a válida e necessária
A única restrição acontece quando sua vontade particular, movida
por interesses egoístas, choca-se com a vontade geral, que é o
fundamento da soberania e se expressa nas leis
22 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1] e [2]
23. Rousseau
Rousseau pedagogo
Através da criação da figura de Emílio, Rousseau procura entender
como é o homem antes de ser homem
Emílio é educado às margens da sociedade, seguindo a natureza
que corresponde à vocação humana
Início da educação se dá com o desenvolvimento das sensações –
antes da idade da razão existe a idade sensitiva
Conhecimento através dos livros não é valorizado – a criança deve
aprender por si própria
Com base nesse estilo de educação, Emílio constrói suas próprias
noções de bem e mal e as concepções morais de religião
Semelhanças com Copérnico
Copérnico inverteu o centro do sistema astronômico
Rousseau inverteu o centro do sistema pedagógico do mestre para a criança
23 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
24. Rousseau
Frases marcantes
“O homem nasce livre e em toda parte encontra-se a ferros.”
“Toda nossa sabedoria consiste em preconceitos servis; todos os
nossos usos são apenas sujeição, coação e constrangimento. O
homem nasce, vive e morre na escravidão: ao nascer cosem-no
numa malha; na sua morte pregam-no num caixão: enquanto tem
figura humana é encadeado pelas nossas instituições.”
“Eu senti antes de pensar.”
“Observai a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela
exercita continuamente as crianças; endurece o seu temperamento
com provas de toda espécie, e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma
dor e o que é um prazer.”
24 - Maio de 2009 Fonte: Referência bibliográfica [1]
26. Quadro comparativo
Thomas Hobbes Jean-Jacques Rousseau
(1588-1679) (1712-1778)
Maquiavel, Malebranche,
Foi influenciado por Maquiavel, Aristóteles
Hobbes, Descartes, Locke
“Os homens são sadios,
Estado da natureza “Guerra de todos contra todos”
bons e felizes”
Renúncia total a favor de um “Cada um dando-se a todos,
Contrato social
“homem artificial”, isto é, o Estado não se dá a ninguém”
Pôr fim ao estado de guerra e Exprimir, através da lei, a
Papel do Estado
garantir a segurança vontade geral
Kant, Schiller, a Revolução
Influenciou Espinosa, Rousseau Francesa, Wollstonecraft,
Hegel, Rawls, Lévi-Strauss
26 - Maio de 2009 Fonte: Referências bibliográficas [1], [2] e [3]
28. Referências bibliográficas
[1] ARANHA, Maria L. A.; MARTINS, Maria H. P. Filosofando –
Introdução à Filosofia. Editora Moderna, 2000.
[2] ABRÃO, Bernadette S. História da Filosofia. Editora Nova
Cultural, 1999.
[3] Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau
28 - Maio de 2009