O documento descreve as características geográficas de Portugal, incluindo sua localização entre as influências climáticas Atlântica e Mediterrânea, a dualidade entre o relevo mais alto e montanhoso ao norte do Tejo e mais baixo e planáltico ao sul, e os diferentes tipos de litoral como arribas, cabos e áreas arenosas.
2. CARATERÍSTICAS GEOGRÁFICAS
A dinâmica marinha está intimamente relacionada com o interface Litosfera-
Hidrosfera-Atmosfera. As variações do nível do mar, os processos de erosão
e a deposição de sedimentos no litoral traduzem, por isso, a evolução da
linha de costa.
Pela sua localização, entre os 37º N e os 42º N, Portugal sofre duas
influências principais, a:
Atlântica, predominante na parte Norte do território continental;
Mediterrânea, predominante na parte Sul do país.
Esta posição em latitude justifica o contraste entre a circulação das:
Perturbações da Frente Polar de Oeste (fluxo zonal), principalmente, no
inverno e mais frequentes na parte Norte;
Altas pressões subtropicais (anticiclone dos Açores e anticiclone
Subsaariano), principalmente, no verão e em todo o país.
2
3. Em termos de relevo, a dualidade persiste. A …
N do vale do Tejo, 95,4% do território está acima dos 400 metros e com
várias elevações acima dos 1 000 metros;
Sul do vale do Tejo, 61,5% do território encontram-se abaixo dos 200
metros (peneplanície alentejana, planícies …).
Já no que respeita à linha de costa – 850 Km da foz do Rio Minho à foz do
Rio Guadiana – encontram-se:
Arribas e cabos (rochas duras e resistentes à erosão)
Areais e alguns acidentes associadas a forte sedimentação:
Laguna de Aveiro e sistema de ilhas-barreira de Faro.
Estuários dos rios Tejo e Sado
Lagoas
3
4. clima temperado com Verão seco e suave
clima temperado com Verão quente e seco
clima de estepe fria da latitude média
Formas de relevo
litoral resultantes da :
Erosão
marinha/abrasão:
Plataforma de
abrasão
Arriba
Arriba Fóssil
Baías/Enseadas
Acumulação de
sedimentos:
Praia
Cordão
litoral/Restinga
Laguna
Tômbolo
4
5. Costa baixa e arenosa
predominante
Costa alta e rochosa
predominante
Como é notório pela análise dos
mapas dos diapositivos 4 e 5, à
escala local, o tipo de costa é o
resultado do tipo de rocha com que
o mar contacta. Tal implica lembrar
a unidade geológica a que
pertence a rocha e a sua idade de
formação. Daqui, depende o grau
resistência à
abrasão.
Acrescem os
movimentos de
oscilação do
nível do mar
como, também,
os movimentos
de subida e
descida dos
continentes.5
6. De acordo com a reconstituição feita
por João Alveirinha Dias et al. (1997),
em relação ao atual nível médio do
mar na nossa costa, o nível do mar
estava, há …
18 000 anos B.P. a -120 a -140 m
16 000 anos B.P. a -100m
12 000 anos B.P. a -40m
11 000 anos B.P. a -60m
8 000 anos B.P. a -30m.
Nos últimos 3 500 anos, o nível do
mar tem-se mantido praticamente
estável.
Estas variações são o reflexo das
glaciações ocorridas no período
Quaternário e as interglaciações a
que correspondem, respetivamente,
descidas e subidas do nível do mar.
Extraído de “Variações do Nível Médio do Mar no Algarve ao
longo do Quaternário Superior. (…)” de Luís José de Sousa
AlbardeiroExtraído e adaptado da obra citada 6
8. Início da
fronteira
natural, a
Noroeste , entre
Portugal e
Espanha.
A Sul da foz,
uma plataforma
litoral já
colonizada por
uma densa
mata.
Ao longo do
mar, uma
estreita faixa
arenosa de
direção N/S.
8
Rio Minho - foz
9. Caminha – foz do rio Minho, vista de Norte para Sul
9
Uma situação
que se repete ao
longo do litoral
norte. Fruto do
recuo do mar, há
estreitas faixas
arenosas e o
testemunho das
arribas fósseis.
Entre estas e o
atual nível do
mar a ocupação
do território é
notória.
10. Forte da Ínsua
10
Uma ilhota de
rochas e areias
no estuário do
rio Minho que,
por diversas
ocasiões, já
pode ser
alcançado a
pé.
As rochas são
de origem
paleozoica.
É um antigo
convento.
11. Praia de Moledo
11
Localizada a
Sul da foz do
Rio Minho, a
praia de
Moledo tem
um areal que,
nos últimos
anos, tem
sofrido uma
redução.
Em dois
decénios, a
linha de costa
terá recuado
200 metros.
12. Viana do Castelo
Vista do Monte de
Stª Luzia (uma
arriba fóssil) e da
plataforma litoral
atual, uma
superfície plana
que se estende até
ao nível da maré
baixa.
Em primeiro plano,
o curso terminal do
Rio Lima
(discordante com a
linha de costa) e a
cidade localizada
na margem Norte.
12
13. Esposende - Foz do Rio Cávado.
13
A mistura das
águas fluviais
com o mar
faz-se depois
da restinga de
areia.
A Norte, a
estreita faixa
arenosa.
A Este, a
arriba fóssil de
direção
paralela à
costa.
14. Aguçadora – município da Póvoa de Varzim
14
Um relevo plano
a testemunhar
de novo o recuo
do mar. Um
extenso areal
condenado a
desaparecer se
o nível do mar
persistir. Forte
presença
humana.
Ao fundo, a
arriba fóssil.
15. Espinho – contacto com a Orla Sedimentar Ocidental
15
Um areal
que
“emagrece”
de ano para
ano
refletindo
um
desequilíbrio
dinâmico
fruto da
interação
dos fatores
físicos e
antrópicos
16. A INTERAÇÃO LITORAL NAS COSTAS BAIXAS E
ARENOSAS
16
Os areais, devido à movimentação dos seus sedimentos soltos, as areias, podem ser considerados
sistemas. Como qualquer sistema, um areal está sujeito a um processo evolutivo dependente da
interação de diversos fatores. No caso de haver uma redução do areal, pode-se falar de fatores:
Físicos, tais como:
Vento, predominante do quadrante Oeste ao longo da costa ocidental
Ondulação, dependente do vento e originando agitação marinha mais ou menos
intensa
Transgressão marinha por força da elevação do nível médio das águas oceânicas
Humanos, tais como:
Construção de barragens, com consequente diminuição da quantidade de
sedimentos que chegam à foz dos rios
Construção de obras de defesa local do litoral, com alterações no litoral
Degradação das defesas naturais pelo homem, por exemplo, das dunas.
17. Esmoriz
17
A deriva litoral é a
quantidade de
sedimentos que as
ondas podem
transportar. Quando
há deficiências de
abastecimento, as
ondas só
transportam uma
parte da quantidade
que poderiam
transportar
verificando-se
erosão costeira. A
construção de um
esporão é uma
solução adotada
para combater a
erosão.
Nesta imagem vê-se a retenção de areias a barlamar e o
avanço da erosão a sotomar.
18. Litoral de Espinho – campo de esporões
Os esporões são estruturas rígidas construídas
para impedir a erosão costeira através da
retenção da deriva litoral, a barlamar do esporão.
Numa fase inicial, a proteção consegue-se mas, a
sotomar, o processo erosivo é agravado. Para
combater esse efeito negativo, constrói-se novo
esporão. Estes campos de esporões têm motivado
diversas críticas, tanto por razões estéticas como
pelos custos de construção e manutenção. Muitos
desses críticos defendem a aplicação de técnicas
menos agressivas para a paisagem como, por
exemplo, os processos de reposição de areia
através de realimentações, uma solução
igualmente custosa financeiramente e temporária.
18
Google
Earth
Barlamar
Sotomar
19. Laguna de Aveiro
Formou-se pela acumulação de sedimentos
- de origem marinha, depositados por correntes
marítimas
- de origem fluvial, transportados pelo rio Vouga
os quais formaram um cordão litoral (restinga) paralelo
à costa, impedindo o contacto do rio com o mar e
acelerando o seu assoreamento (depósito de areia).
O assoreamento, muito intenso e rápido, acabou por
aproximar as duas restingas (de sentido norte-sul e sul-
norte); a comunicação das águas da laguna e do
Atlântico fazia-se por uma passagem estreita – a
BARRA - que acabou por se fechar no século XVIII.
Para evitar prejuízos decorrentes desta situação,
rasgou-se uma abertura definitiva para facilitar o
desassoreamento.
20. “Ria” ou “Haff-delta” designações cientificamente erradas. Na realidade, atualmente, trata-se de uma LAGUNA que reúne
três características:
O sistema de ilhas entrecortadas por canais na zona central, associado à foz do rio Vouga;
Os canais de Mira, de Ílhavo e de S. Jacinto/Ovar, que divergem a partir da zona central para sul e para
norte, paralelos à linha de costa;
Comunicação com o mar (através de uma única barra, mantida artificialmente).
Há 5 000 BP Finais do
séc. XIV
Hoje
21. Laguna de Aveiro – ao fundo o Maciço Antigo O resultado de um
recuo do mar e a
acumulação numa
baía pouco profunda.
Não é uma ria pois
não se trata de um
braço de mar.
Tradicionalmente, as
populações
ribeirinhas usavam
os moliceiros para
transportarem o
moliço (espécie e
algas) recolhido das
águas e usado como
fertilizante das terras
agrícolas.
22. Pormenor dos molhes construídos na
Barra. Em 2012 foram
intervencionados para melhorarem a
navegabilidade do canal da barra e o
acesso ao porto. O porto de Aveiro
tem uma implantação importante nas
atividades e na economia da região
e do país. Foto aérea de 1995
http://www.lnec.pt/organizacao/dha/nec/estudos_id/emera
23. Praia da Barra
23
Paisagem
lagunar de
Aveiro.
A praia da
Barra localiza-
se na restinga a
Sul.
Na imagem vê-
se o extenso
cordão a Norte.
24. Buarcos, a N da Figueira da Foz
24
O extenso areal
da Figueira da
Foz formou-se a
Sul do Cabo
Mondego.
Está-se perante
o contacto do
mar com a Orla
Sedimentar
Ocidental
(mesocenozóica)
25. 25
Praia da Nazaré
Promontório da Nazaré (arriba)
O resultado da
erosão diferencial:
costa baixa e
arenosa a Norte e
a Sul do
promontório da
Nazaré.
Constituída por
argilas, arenitos, e
calcários, a arriba
é uma costa alta e
escarpada
fortemente
atacada pela
abrasão. Daí, a
instabilidade da
escarpa e o perigo
de derrocada.
Litoral da Nazaré
26. Promontório da Nazaré
Entre S. Pedro de Muel e a Nazaré, as
arribas vivas talhadas em rochas
mesozóicas são frequentes apresentando
… na base, acumulações de blocos
provenientes do desmantelamento das
arribas.
Como exemplos destas arribas podem
referir-se as de S. Pedro de Muel … e as
do promontório da Nazaré. A acumulação
de areias de encontro a este promontório
promove a existência de praia
relativamente larga, a norte da Nazaré,
denominada por Praia do Norte
http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/ebooks/EsaminAveiro/3_Caract.pdf
27. Concha de S. Martinho do Porto
O que resta de uma
vasta laguna
costeira, que, há
apenas alguns
milénios, se estendia
muito para o interior.
São as
consequências das
fases transgressivas
e regressivas …
causadas,
respetivamente, por
aumentos e
descidas da
temperatura do ar.
Acresce a
intensidade dos
assoreamentos.
28. 28
Depois da última grande glaciação, que terminou há
cerca de 20.000 anos, o mar subiu entre 120 a 140 m,
invadindo uma grande parte do vale (vale … das Caldas da
Rainha), formando vastas lagunas com máxima
extensão há cerca de 7.000 anos … Depois do mar
estabilizado, as lagunas foram sendo assoreadas pelos
sedimentos trazidos pelos rios, mas em quantidades
que refletem as atividades humanas nas bacias de
drenagem – de notar que a deflorestação e a
agricultura aumentam imenso a erosão dos solos. A
laguna de S. Martinho do Porto é um destes casos
sendo a “concha” atual o remanescente de uma vasta
laguna que se estendia ainda na Idade Média por mais
5 km até Alfeizerão. Já a várzea a sul de Nazaré e
Valado dos Frades corresponde à colmatação total da
antiga laguna da Pederneira. Parte da Laguna de
Óbidos também ocupava espaços deste vale …
Texto e figura extraídos de “Há mares e mares: antigos e
dobrados, modernos e espraiados”, de Jorge L. Dinis (27 de
julho de 2013)
29. Uma zona húmida
de:
valor económico
local significativo,
ambiental e
paisagístico -
apanha de marisco
e pesca,
abastecimento de
água e praias
são algumas das
ofertas disponíveis.
As suas
potencialidades têm
atraído uma
população
crescente que se
tem fixado na área
da bacia
hidrográfica29
Lagoa de Óbidos
30. Tômbolo de Peniche
30
O Tômbolo visto
de Oeste para
Este.
Observa-se o
istmo arenoso
que liga a antiga
ilha ao
continente.
Um formação
resultante da
forte
sedimentação.
31. O Tômbolo de Peniche
fotografado do mar em
toda a sua extensão
31
Cabo Carvoeiro e
Berlengas ao fundo
32. O arquipélago das
Berlengas (cerca de 15
km de Peniche) inclui a
Berlenga Grande, as
Estelas e os Farilhões. A
Berlenga Grande ocupa
2/3 da superfície do
arquipélago, sendo a
única ilha habitada.
A Berlenga Grande e as
Estelas são constituídas
basicamente por granitos
enquanto os Farilhões
são constituídos por
rochas metamórficas,
nomeadamente,
gnaisses e xistos (Era
Paleozóica).
32
Ilhéus das Berlengas
33. Formação do Tômbolo de Peniche
Século XII Século XIV Século XV
Século XVI Século XXI
Peniche
Peniche
Peniche
PenichePeniche
Baleal
Peniche
Baleal
Peniche
Peniche
Atouguia
Atouguia
Atouguia
Atouguia
Atouguiaa
Embora haja contributo de
sedimentos de origem fluvial e
continental, são os sedimentos
marinhos os principais
responsáveis pela formação do
istmo que ligou a antiga ilha de
Peniche ao continente.
Atouguia já não é porto marítimo
34. As Berlengas e os Farilhões são a prova de que, o
Maciço Antigo, se estendia mais para Oeste do que
hoje se observa.
Os geólogos falam de uma bacia sedimentar – Bacia
Lusitaniana – que se terá desenvolvido na Margem
Ocidental Ibérica, no Mesozóico, quando da
fragmentação da Pangeia e da abertura do Oceano
Atlântico. Os sedimentos depositados nesta bacia
vieram a submergir com o enrugamento alpino dando
origem à Orla mesocenozóica ocidental.
A Bacia Lusitaniana está separada de uma zona
externa pelo horst da Berlenga (ver esquema). Um
horst é uma estrutura geológica resultante de um
processo de fratura e falha a que corresponde uma
morfologia de relevo elevado.
A grande maioria das nossas serras localizadas no
Maciço Antigo são estruturas de fratura e falha tal
como sucede com o horst da Berlenga. Nesta
estrutura geológica têm-se realizado vários trabalhos
de investigação, muitos deles ligados à indústria do
petróleo.
34
35. Baleal, um outro tômbolo
35
Localizada a
norte de
Peniche, a
península do
Baleal
formou-se pela
deposição de
sedimentos que
originaram um
“corredor” de
areias que une
a antiga ilha ao
continente,
36. Azenhas do
Mar - Sintra
36
Uma arriba
fortemente atacada
na sua base onde
se acumulam os
produtos da
abrasão.
A ação do mar
degradou a piscina
natural que se
observa junto ao
mar, entretanto,
alvo de
reabilitação.
37. Cabo da Roca
37
A ponta mais
ocidental do
continente
europeu –
38º 47´ Norte,
9º 30´ Oeste.
“Onde a terra
se acaba e o
mar começa”
(in Os
Lusíadas,
Canto III),
assim o
imortalizou Luís
Vaz de Camões
38. 38
gere a navegação
dento da área de
jurisdição da
Administração do
Porto de Lisboa,
tendo como limite
montante a Ponte
Vasco da Gama.
Fornece informação
e aconselha os
navios que
naveguem no
estuário do Tejo e na
aproximação a este,
até um raio de 16,5
milhas náuticas
Torre do Centro de Controlo de Tráfego Marítimo, VTS – Lisboa …
39. Estuário do Rio Tejo – Farol do Bugio
39
Aqui se
encontram as
águas do Tejo
com as do
Oceano.
Dada a
extensão do
estuário, esta
pequena ilhota
é usada como
limite da foz do
Rio Tejo
40. Costa Caparica e arriba fóssil …
40
… insere-se na unidade
morfoestrutural da Bacia
Sedimentar do Tejo e
Sado. No início do
Terciário, aquela unidade
foi uma vasta depressão
tectónica, aberta às
influências oceânicas,
sendo, progressivamente,
preenchida por estratos
sedimentares Os
sedimentos tiveram
origem nas sucessivas e
alternadas transgressões
e regressões marinhas,
com uma idade de cerca
de 15 milhões de anos
(MA).http://www.icnf.pt/portal/ap/p-prot/ppafcc/geo
41. Sª da Arrábida - Cabo Espichel visto do lado Norte
41
Pertencente à
Orla
Ocidental, a
Arrábida é
uma dobra
alpina deitada
sobre o mar.
Os estratos
sedimentares
são bem
evidentes.
42. Sª da Arrábida
42
As formações geológicas que constituem esta serra tiveram
origem entre o Mesozóico e o Cenozóico.
Os sedimentos que as
compõem depositaram-se na
designada Bacia
Lusitaniana, sobre o soco do
Maciço Antigo, quando
ocorreu um
primeiro impulso tectónico de
abertura do Atlântico Norte.
Sucedeu, então, um
alongamento da crusta, uma
fragmentação da Pangea, e
a constituição da bacia
sedimentar na margem
ocidental ibérica que serviu
de recetáculo à deposição
dos sedimentos entre o início
e o fim do Mesozóico.
43. 43
Estuário do Rio Sado
Em primeiro
plano, a forte
sedimentação
no contacto
das águas do
rio com as do
oceano. Em
segundo plano,
a península de
Tróia e, ao
fundo, a cidade
de Setúbal,
cujo porto é um
dos principais
portos do país.
44. Alimentada pela
água doce de
ribeiras que nela
desaguam e pela
água salgada do
mar, quando o
cordão dunar é
aberto oficialmente
na primavera, a
lagoa de Albufeira é
constítuida por três
lagoas: a Grande, a
Pequena e a da
Estacada.
Localizada em
Sesimbra, é
considerada a
lagoa mais funda
das existentes no
país, cerca de 15 m
de profundidade.44
Lagoa de Albufeira
45. LAGOA DE ALBUFEIRA É HOJE
REABERTA AO MAR
A reabertura da ligação ao mar da
Lagoa de Albufeira … para garantir a
qualidade da água … "deverá ter lugar
hoje à tarde cerca das 16h00“ ...
Este ano é já a terceira vez que a
autarquia procede à reabertura da
ligação ao mar devido ao assoreamento
cada vez maior …
No passado dia 23 de Junho, o
delegado de saúde proibiu a prática
balnear no local, mas a interdição foi
levantada quatro dias depois, após a
realização de novas análises que
revelaram já não haver qualquer perigo
para a saúde pública.
A Câmara ... defende a necessidade de
uma grande obra de desassoreamento
da lagoa para garantir uma abertura
prolongada às águas do mar, de forma
a evitar novas interdições …
45
http://www.publico.pt/local/noticia/lagoa-de-albufeira-e-hoje-reaberta-ao-
mar-1662353
10/07/2014
46. 46
Lagoa de Melides, Grândola, costa alentejana As lagunas surgem em
costas baixas de forte
acumulação de
sedimentos. Têm forma
alongada, concordantes
com o litoral e são
isoladas do mar por
cordões litorais ou por
restingas.
A comunicação com o mar
pode exigir, como sucede
com a laguna de Aveiro, a
construção de uma saída
definitiva. Noutros casos,
aproveitam-se as datas
equinociais e a ocorrência
das marés vivas e abre-se
a saída para o mar.
47. O litoral português é muito … resultado de
diversos fatores, naturais e antrópicos, e
inclui arribas e plataformas de abrasão,
praias, tômbolos, restingas e ilhas-barreira,
formações dunares, estuários e lagunas …
Os sistemas lagunares ocorrem em
Portugal nas fachadas ocidental e sul, nos
troços correspondentes às bacias meso-
cenozóicas.
As lagunas … possuem uma barreira,
construída por ação das ondas e das
correntes de deriva litoral que as isola do
oceano … Lagoa de Óbidos, S. Martinho
do Porto (com barreira rochosa), lagoas de
Albufeira, de Melides e de Sto. André.
Algumas delas funcionam como lagunas
fechadas, sem contacto com o mar
durante uma boa parte do tempo. À
exceção de S. Martinho do Porto, tiveram
origem em estuários formados durante a
última transgressão … http://omelhoralentejodomundo.blogspot.pt/search/label/Melides
47
48. A maior lagoa do
litoral alentejano,
tem uma relevante
importância
biológica
A área envolvente à
lagoa encontra-se
sujeita a múltiplos
fatores de pressão
sobre o meio
natural, sob a forma
da emissão de
efluentes, caça,
pesca, turismo e
construção, que
impõem medidas de
conservação
adequadas
48
Lagoa de Stº André, costa alentejana, a norte de Sines
49. Sendo historicamente referenciada desde tempos
remotos, primeiro como porto natural … e
posteriormente como lagoa, após a formação do
cordão dunar que a separa do Oceano Atlântico, a
lagoa de Santo André é alimentada por seis ribeiras
…, a ligação com o mar é temporária e permite a
limpeza dos sedimentos, renovação da sua de massa
de água e a entrada de espécies piscícolas oriundas
do Oceano … As enguias da Lagoa de Santo André
são ainda hoje consideradas das melhores do país …
A Lagoa de Santo André constitui um ponto
estratégico para a estadia, passagem e nidificação de
muitas espécies de aves migratórias tendo sido
declarada pela Comunidade Europeia como Zona de
Proteção Especial para a avifauna e sítio RAMSAR
sobre zonas húmidas de importância internacional,
integrando também a Rede Natura 2000.
Devido à sua excecional importância ornitológica,
faunística e florística foi declarada pelo estado
Português a Reserva Natural das Lagoas de Santo
André e da Sancha pelo Decreto Regulamentar
10/2000 de 22 de Agosto. http://litoral-alentejano.com/pt/patrimonio-natural/lagoa-de-santo-andre/lagoa-de-st-andre-ocupacao-humana/
https://youtu.be/PA-ag4srq84
http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/11687729.jpg
50. Zambujeira do Mar - Azenha do mar (costa alentejana)
50
“Quem chega ao
Sw de Portugal
pelo mar, encontra
uma falésia
elevada, de rocha
muito antiga,
escura na costa
alentejana (xisto e
grauvaque) e clara
na costa algarvia
(calcário). Sobre
esta rocha do
planalto costeiro,
descansa uma fina
camada de
sedimentos,
repleta de habitats
e espécies
singulares …
51. Cabo S. Vicente, ponta SW
51
Do Cabo de S. Vicente
para Norte, a costa é
talhada em rochas
paleozoicas. Para Este
do cabo, a costa
apresenta rochas meso-
cenozoicas e
quaternárias atuais.
Exposta à abrasão , a
costa a barlavento sofre
intensa erosão
originando sedimentos
que se vão depositar na
costa a sotavento
contribuindo para a
formação do sistema de
ilhas-barreira.
52. Cabo S. Vicente
Destruição da
base da arriba: são
notórias as
entradas já
cavadas no
contacto do mar
com a rocha. A
ondulação é forte
impulsionada pela
orientação
dominante do
vento do
quadrante oeste
(NW, W e SW).
52
53. Ponta de Sagres
é notório o
resultado da
abrasão: destruição
da arriba, recuo e
formação de praia
entre parte da arriba
e o mar. Dada a
natureza geológica
das rochas
dominantes, as
arribas são muito
instáveis ruindo
com facilidade.
54. O avanço do mar
não se faz sentir
somente no litoral
entre a foz do Douro
e até à Marinha
Grande . A forte
erosão marca,
também, a costa sul
onde as falésias
predominam. as
rochas sedimentares
pouco resistentes à
abrasão conduz à
sua fácil destruição
Algarve - Barlavento
Praia do Lourenço. Foto de Ricardo Neves - http://miseenplace7.blogspot.pt/
A instabilidade das falésias tem obrigado a intervenções locais onde o seu
desmoronamento pode ocasionar perigo letal para os frequentadores das praias.
55. BP = before present, escala de tempo usada em geologia para datar o tempo em que determinado acontecimento
teve lugar na escala geológica. O início desta escala é o dia 1 de janeiro de 1950, ano em que se passou a usar a
datação por radiocarbono
Reconstituição da linha de costa de Portugal a partir
de 18.000 BP, o último máximo glaciar (adaptado de Dias et al.,
1997)
Extraído de
“Variações do Nível
Médio do Mar no
Algarve ao longo do
Quaternário Superior.
O Sector Praia da
Galé – Praia de S.
Rafael” de Luís José
de Sousa Albardeiro
55
56. 56
Abundam os
exemplos do
desrespeito pelo
ambiente, fruto de
uma ausência de
políticas efetivas
de ordenamento
do território
durante décadas.
A ocupação
desenfreada da
faixa litoral
contribui para a
destruição das
arribas. Com o
avanço do mar, o
problema é cada
vez mais grave.
Costa algarvia
57. Albufeira
57
Localizada no
Barlavento, esta
região do litoral
meridional
apresenta uma
paisagem
rochosa de
falésias de
arenitos e
diversas
variedades de
calcário e praias
“escondidas” em
pequenas baías.
58. Albufeira
58
Uma imagem bem
expressiva da
apetência
humana pelo
litoral onde vive a
maioria da
população
mundial.
O número de
habitantes nas
freguesias do país que
confinam com a costa
aumentou cerca de
68% entre 1970 e
2011 … Na prática,
um em cada nove
portugueses vive na
costa.
.
59. PORTUGUESES VIVEM CADA VEZ MAIS PERTO DO MAR …
Portugal tem cada vez mais pessoas e edifícios junto ao mar, apesar dos problemas atuais
de erosão costeira e dos riscos futuros das alterações climáticas. O número de habitantes
nas freguesias do país que confinam com a costa aumentou cerca 68% entre 1970 e 2011,
de 738 mil para 1,2 milhões de habitantes. Na prática, um em cada nove portugueses vive na
costa.
A presença de edifícios saltou de 254 mil unidades em 1970 para 855 mil em 2011. Mais da
metade – 490 mil – está desocupada.
É o fenómeno da “costerização” (Luísa Schmidt)… Esta tendência vem do passado,
acentuou-se a partir da década de 1970 e não dá sinais de abrandar. Entre os dois últimos
censos – 2001 e 2011 – a população junto à costa aumentou 10%.
Para exemplificar o que é que este movimento significa, em termos de riscos, o estudo
abordou três situações particulares: Vagueira, na região de Aveiro; Costa da Caparica, na
Área Metropolitana de Lisboa; e Quarteira, no Algarve. Todas enfrentam fortes problemas de
erosão. Na Vagueira, o mar avançou 26 metros entre 2002 e 2010. Ainda assim, a população
cresceu 20% desde 1991 e o número de edifícios subiu 28%.
59
Extraído e adaptado de “Portugueses vivem cada vez mais perto do mar”, de Ricardo Garcia, no jornal Público
60. Cabanas de
Tavira
Sotavento, a
parte mais a
leste da faixa
meridional, onde
o trabalho da
acumulação se
evidencia com a
criação das
ilhas-barreira.
Na imagem
identificam-se as
três áreas da
região do
Algarve – serra,
barrocal e
planície60
61. Cacela Velha
Cordões
dunares no
limite oriental do
sistema de
ilhas-barreira
da Ria Formosa.
É visível a
reduzida largura
das ilhas e a
fragilidade da
sua existência
se se agravar o
processo de
transgressão
marinha.
61
62. As areias que constituem as ilhas-
barreira são transportadas, ao longo
da costa, de Oeste para Leste de
acordo com o sentido imprimido pela
deriva litoral. As características do
sistema de ilhas-barreira são, por
força das migrações das areias,
incompatíveis com uma ocupação
intensa e permanente. Contudo,
desde a década de 60 do séc.XX,
tem-se assistido a uma ocupação
com tendência para se intensificar,
tornar-se permanente e localizar-se
nas zonas mais frágeis e de maior
risco. Tal situação fragiliza amplas
áreas e induz impactes negativos na
globalidade do sistema, podendo
mesmo pôr em causa a existência
das ilhas-barreira. 62
Adaptado de “O SISTEMA DE ILHAS – BARREIRA DA RIA FORMOSA”
J. A. DIAS, Ó. FERREIRA e D. MOURA (2004)
63. O sistema de ilhas-barreira da Ria
Formosa é constituído por:
duas penínsulas (Ancão e Cacela)
que constituem, respecivamente, os
limites ocidental e oriental do
sistema
cinco ilhas-barreira (de Oeste para
Este: Barreta ou Deserta, Culatra,
Armona, Tavira e Cabanas), e por
um vasto corpo lagunar.
As ilhas e penínsulas são
separadas por 6 canais de maré,
também designados barras (Ancão,
Faro-Olhão, Armona, Fuzeta,
Tavira e Cacela), que viabilizam
trocas hídricas, sedimentares,
químicas e de nutrientes entre o
meio lagunar e o oceano. 63
Imagem de satélite da Ria Formosa. Penínsulas, ilhas-barreira e barras que a
constituem (adaptado de Google Earth 4.2, 2007)
Filipe Ceia - http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-159_Ceia.pdf
“Como a maioria dos sistemas deste tipo, a Ria Formosa
apresenta um carácter extremamente dinâmico, tanto na
evolução das ilhas como das barras. A ocorrência de
temporais e a elevação do nível médio do mar são os
principais fatores que conduzem a uma elevada
suscetibilidade a galgamentos oceânicos, neste sistema”.
64. Castro Marim – salinas, o resultado de uma simbiose
perfeita entre o rio (Guadiana), o oceano e o homem
64
O Algarve é a principal
fonte de produção de
sal marinho, 95% do
total nacional segundo
as “Estatísticas das
Pescas 2013”. Uma
produção
essencialmente
artesanal para manter a
qualidade do produto.
67. Arriba
Plataforma
de abrasão
Recuo da arriba por desgaste da base de sustentação: a abrasão é
acelerada pelo choque dos sedimentos transportados pelas ondas contra o
substrato rochoso fazendo aumentar o seu desgaste ao atuarem como lixas.
68. Pm – preia-mar
Bm – baixa-mar
Ar – arriba;
Pam – plataforma de abrasão
B - blocos;
C - calhaus;
A - areias
Recuo da linha de costa
(1 →2 →3)
Aumento da plataforma
de abrasão
(forma-se uma praia entre a arriba fóssil e
o mar)