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UM GUIA PARA
PROFESSORES
POBREZA
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SOCIAL
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Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal
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Este Guia é uma ferramenta
que pode ser útil a toda a
comunidade educativa.
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Pobreza e Exclusão Social
Um Guia para Professores
Pobreza e Exclusão Social
Um Guia para Professores
REAPN
2009
Ficha Técnica
Título
Pobreza e Exclusão Social: um Guia para Professores.
Edição
Rede Europeia Anti-Pobreza / Portugal
Rua de Costa Cabral, 2368
4200-218 Porto
Tel. 225 420 800 | Fax. 225 403 250
E-mail: geral@reapn.org
Concepção Gráfica
Sereer, Soluções Editoriais
Tiragem
200 exemplares
Data de Edição
2009
Depósito Legal
302061/09
ISBN
978-989-8304-01-8
Apoio
Ministério do Trabalho e da Segurança Social
Índice
Introdução
1. O que pode encontrar neste guia?
1.1. O que é a Pobreza?
1.2. O que é a Exclusão Social?
1.3. O que é a Inclusão Social?
1.4. Como se mede a Pobreza?
1.5. O retrato da Pobreza em Portugal
2. Mitos e estereótipos
2.1. Representações sociais sobre a pobreza e a exclusão social
3. Instrumentos e recursos para os professores
4. Actividades em sala
Actividade 1 – Imagens e Percepções: uma imagem vale mais
do que mil palavras
Actividade 2 – Os Ovos Misteriosos
Actividade 3 – Brainstorming sobre Pobreza e Exclusão Social
Actividade 4 – Jogo: a Bola
Actividade 5 – Questionário sobre representações sociais
Actividade 6 – Base Cultural dos Estereótipos: os Media
Actividade 7 – O Recrutamento Profissional
Actividade 8 – Sessão pública destinada à comunidade escolar
Actividade 9 – Uma Fatia do Bolo
Actividade 10 – Visitas institucionais
Actividade 11 – Visualização de filmes e vídeos
Actividade 12 – Jogo da Amizade
Actividade 13 – O que pensamos do Assunto
5. Glossário
6. Referências
7. Sites úteis
8. Anexos
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Introdução
A Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal é uma organização não governamen-
tal que desenvolve a sua actividade no combate à pobreza e à exclusão social. Na
concretização dos seus objectivos a REAPN conjuga actividades de investigação,
formação e informação que lhe permitem desenvolver uma abordagem alargada,
integrada e estratégica face às problemáticas do social, quer a nível nacional, quer
a nível europeu. Integrada, porque existe uma preocupação de olhar para esta pro-
blemática tendo em conta as suas várias dimensões e as suas várias formas de mani-
festação; estratégica, porque a acção é pensada tendo em conta os diferentes grupos
envolvidos, o contexto onde estes se inserem, sendo pensada de modo a ter efeito,
não só ao nível do trabalho desenvolvido pelas próprias organizações, mas também
ao nível político e de decisão.
A REAPN entende que no combate à Pobreza devem ser mobilizados um con-
junto alargado de actores, onde se devem incluir os grupos que vivem em situação
mais vulnerável. A este nível é necessário criar as condições necessárias para que a
participação se realize em igualdade face à restante sociedade.
Viver numa situação de exclusão social significa estar ausente/distante de todos
os princípios inerentes ao exercício da cidadania. Esta requer um conjunto alar-
gado de direitos e deveres. Ora a exclusão significa exactamente o oposto, ou seja,
a ausência de um conjunto de direitos, e muitas vezes, um desconhecimento desses
direitos e dos deveres.
A actividade da REAPN junto dos públicos mais desfavorecidos vai no sentido de
lhes restituir estes princípios, criando igualmente condições para o exercício pleno
da cidadania. Ao mesmo tempo, é fundamental criar na sociedade uma cultura de
participação e de solidariedade que seja capaz de reconhecer e compreender estes
públicos e as suas necessidades. Este trabalho de sensibilização junto da sociedade
em geral é fundamental à coesão social.
Muitas vezes é esta falta de conhecimento que impede os actores de participarem
e que contribui para o desenvolvimento de estereótipos e preconceitos relativamente
aos grupos mais desfavorecidos.
Assim, e porque 2010 será o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclu-
são Social lançamos um desafio a várias Escolas do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico
8
do país, para participarem como um parceiro estratégico, no desenvolvimento de
uma Campanha Informativa e Educativa sobre o tema da Pobreza e Exclusão Social.
Os objectivos da Campanha focalizam-se nos quatros objectivos principais do
Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social:
1. O reconhecimento do direito das pessoas em situação de pobreza e exclusão
social a viver com dignidade e a participar plenamente na sociedade;
2. Um aumento do sentimento de pertença colectiva relativamente às políticas
de inclusão social, salientando a responsabilidade de todos na resolução da
pobreza e da marginalização;
3. A existência de uma sociedade mais coesa onde não haja dúvidas de que a
sociedade, no seu todo, beneficia com a erradicação da pobreza;
4. Um compromisso de todos os actores, porque um progresso real requer um
esforço a longo prazo que envolva todos os níveis de governação.
O nosso propósito é sensibilizar as crianças e os jovens, assim como os vários
actores que com eles contactam ao nível da escola, para o entendimento das ques-
tões da pobreza e da exclusão social contribuindo desta forma para o desenvolvi-
mento de uma cultura do social que vise a solidariedade e a cooperação activa para
lidar com estas questões e contribuir para a sua erradicação.
Procuramos também desconstruir preconceitos existentes, relativamente a estes
fenómenos, ao nível do espaço escolar evitando a sua transmissão para os públicos
mais jovens e contribuir para um melhor entendimento dos fenómenos da pobreza
e da exclusão social. Procuramos também ajudar a escola a desenvolver estratégias
adequadas e adaptadas às próprias situações detectadas no seu interior; e contribuir
para a formação de cidadãos mais responsáveis e participativos na construção de
uma sociedade mais coesa.
A introdução de temáticas ligadas à cidadania tem de ser analisada a 2 níveis:
se por um lado, é um modo de formar cidadãos mais justos e atentos às questões
sociais; por outro lado, é uma forma da própria escola olhar para as suas próprias
dificuldades internas.
Neste sentido, trabalhar todas estas questões no interior da escola é não só colo-
car os alunos a reflectir sobre o assunto, mas também todos os outros actores que
fazem parte deste espaço: professores, funcionários, pais, e os próprios órgãos deci-
sores.
Todos, de um modo ou de outro, precisam de ser sensibilizados para colmatar
situações de insucesso e abandono escolar, discriminação e pobreza. Por isso é que
também esta deve ser, a todos os níveis, uma temática transversal às várias discipli-
nas que são administradas.
9
1. O que pode encontrar neste guia?
Este Guia é uma ferramenta que pode ser útil a toda a comunidade educativa,
contribuindo para uma melhor compreensão dos fenómenos de pobreza e exclusão
social.
Especificamente, os objectivos deste Guia são:
1. Sensibilizar as crianças e os jovens para os problemas relacionados com as
situações de pobreza e de exclusão social;
2. Desmistificar determinados preconceitos e estereótipos;
3. Fornecer um instrumento/recurso para professores que pretendem abordar o
tema nas suas aulas;
4. Ilustrar a importância de ouvir as crianças e os jovens e tomar em considera-
ção as suas perspectivas e opiniões no sentido de contribuir para a formação
de cidadãos mais responsáveis e participativos na construção de uma maior
coesão social.
O que pode encontrar aqui:
1. Informação sobre os conceitos de pobreza e exclusão social;
2. Orientações, com exemplos práticos, para explorar o tema em sala de aula e
aumentar a sua compreensão;
Na utilização deste Guia, os professores devem ter em consideração a idade e
as circunstâncias particulares dos seus alunos. Enquanto os alunos com mais idade
podem ter acesso por eles próprios aos conteúdos deste Guia, os alunos mais jovens
devem ser apoiados no desenvolvimento das actividades em sala e beneficiarão de
uma maior sensibilização dos seus professores a respeito deste tema.
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
10
1.1. O que é a Pobreza?
A pobreza e a exclusão social constituem um dos maiores desafios do nosso
século, na medida em que colidem com o exercício dos direitos fundamentais dos
seres humanos. A pobreza e a exclusão social surgem como uma das grandes desi-
lusões da sociedade da abundância e do progresso. A prosperidade económica e o
desenvolvimento das sociedades modernas deveriam permitir o bem-estar de toda a
população, não deixando de lado determinados grupos sociais. No entanto, tem-se
revelado difícil, esta tarefa de erradicar das sociedades contemporâneas o fenómeno
da pobreza e exclusão social.
A pobreza é um conceito capaz de gerar alguns equívocos. Isto porque a pobreza
constitui uma dimensão ou forma de exclusão social, mas não se pode confundir
com ela.
O conceito de pobreza absoluta sugere pobreza severa, pobreza extrema, ou
seja, um estado mais profundo de pobreza. Este conceito baseia-se na noção de
necessidades básicas, estando em causa várias dimensões inerentes à noção de recur-
sos (rendimentos, bens de capital, benefícios em espécie associados ao trabalho,
etc). A pobreza absoluta refere-se a uma situação em que certos standards mínimos
de vida (tais como a nutrição, educação, saúde ou habitação) não são alcançados;
enquanto que o conceito de pobreza relativa remete para a análise da pobreza face
aos padrões sociais em geral.
O termo pobreza relativa utiliza-se para falar da existência de desigualdades e
calcula-se por comparação com o nível de vida considerado standard para a popu-
lação a que se refere. Significa que o indivíduo, por falta de recursos materiais, não
participa dos hábitos e padrões de vida considerados normais na sociedade em que
vive.
1.2. O que é a Exclusão Social?
O conceito de exclusão implica estar excluído de algo. Quando falamos de
exclusão social significa a exclusão da sociedade, aqui vista como o conjunto de
sistemas sociais a que o indivíduo pertence. Assim, o conceito de exclusão social
acaba por ser mais amplo do que o conceito de pobreza, na medida em que não se
define em termos puramente económicos mas em termos mais amplos de partici-
pação na sociedade.
A situação de exclusão faz referência a um processo de perda de integração ou
participação na sociedade, num ou vários domínios:
1. O que pode encontrar neste guia?
11
- o económico (quer no que se refere aos sistemas geradores de rendimentos
quer no que se refere à possibilidade (ou não) de aquisição de bens e serviços indis-
pensáveis ao funcionamento em sociedade);
- o político-legal (que se refere às relações que estabelecemos com as institui-
ções básicas, sistema administrativo, protecção social,…);
- o social-relacional (ausência de redes de sociabilidade - família, vizinhos, ami-
zade e seu funcionamento).
A situação de inclusão ou exclusão social de um indivíduo define-se, portanto,
em termos relativos e por relação à população considerada maioritária.
Uma outra ideia importante a reter é que a exclusão não é estática, é antes um
processo dinâmico associado a uma trajectória que conduziu a um processo de mar-
ginalização, presenciando-se a acumulação de handicaps vários (rupturas familiares,
carências habitacionais, isolamento social, etc). A exclusão social engloba também
situações de risco. É um fenómeno que afecta cada vez mais indivíduos, nomeada-
mente indivíduos provenientes de um leque cada vez mais amplo de grupos sociais.
1.3. O que é a Inclusão Social?
É um processo que assegura que todas as pessoas tenham as oportunidades e
os recursos necessários para participar plenamente na vida em sociedade. A inclu-
são está relacionada com a integração, a coesão, a justiça social. É a possibilidade
de participação igualitária de todos os seus membros em todas as dimensões
social, económica, legal, política, cultural, etc.
Uma sociedade inclusiva disponibilizará e preparará mecanismos para assegu-
rar a garantia dos Direitos Humanos, a dignidade e a cidadania activa de todas
as pessoas que a compõem.
1.4. Como se mede a Pobreza?
A escolha de um conceito de pobreza repercute-se na metodologia para a
medição da pobreza.
Na falta de indicadores desenvolvidos que reflictam a dimensão multidimen-
sional do fenómeno, a análise da pobreza e exclusão social na União Europeia é
baseada em indicadores disponíveis do rendimento. Há um focus em indicadores
de pobreza relativa, definida em relação ao nível médio de prosperidade num
dado país e em determinado tempo.
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
12
Na prática, a quase totalidade dos estudos efectuados na União Europeia e um
número crescente de estudos realizados para os restantes países recorrem a medi-
das de pobreza relativa. Em termos práticos, consideraremos um indivíduo como
pobre, se num determinado período, o seu nível de rendimento por adulto equi-
valente for inferior a 60 por cento do rendimento por adulto equivalente mediano
no seu país.
A noção absoluta é menos relevante para a União Europeia por duas razões: pri-
meiro, o desafio para a União Europeia é fazer com que toda a população partilhe
os benefícios da prosperidade e não atingir níveis de vida básicos, como acontece
nos países menos desenvolvidos do mundo. Segundo, o que é reconhecido como
níveis de vida mínimos aceitáveis depende largamente do nível geral do desenvolvi-
mento económico e social, o que tende a variar consideravelmente entre os Estados
Membros.
1.5. O retrato da Pobreza em Portugal
Os reformados, as crianças e jovens, as mulheres e os imigrantes são os gru-
pos sociais mais vulneráveis a este grave flagelo social, em consequência, respectiva-
mente, das baixas reformas e pensões, da sua integração em agregados familiares de
fracos rendimentos, de acentuadas diferenças salariais ou fruto da intensa exploração
a que são sujeitos num país estrangeiro.
Ao nível dos idosos e reformados, o baixo valor das prestações sociais tem fortes
repercussões nas suas condições de vida e no acesso a bens e serviços.
No caso das crianças e jovens, a pertença a agregados familiares de baixos
rendimentos, ou mesmo sem qualquer espécie de rendimento, como mostram os
dados relativos à actividade das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em
2006, determina situações de pobreza e de exclusão social. No caso das mulheres,
as causas para situações de pobreza e exclusão social não estão limitadas aos bai-
xos valores das prestações sociais. Incidem também nas diferenças salariais pra-
ticadas, pois em 20051
as mulheres ganhavam cerca de 77,4% do salário médio
dos homens, sendo que a maioria das trabalhadoras recebia o salário mínimo
nacional.
No caso dos imigrantes, a elevada precariedade laboral, os baixos salários prati-
cados ou mesmo salários em atraso, para além de elevadas cargas horárias, são tam-
bém expressões deste grave flagelo social. Situação agravada por estarmos perante
1
Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2005
1. O que pode encontrar neste guia?
13
um segmento da população que rumou ao nosso país em busca de melhores con-
dições de vida e de trabalho.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) 18% da população
portuguesa encontrava-se em 2007 abaixo do limiar de pobreza, valor que se man-
tém estável desde 2005. Em 2007 o limiar de pobreza correspondia a 406 euros por
mês (4.878 euros anuais).
As mulheres… os idosos e as crianças…
A taxa de risco de pobreza para as mulheres é de 19% e das pessoas com mais de
65 anos é de 22% e a taxa de pobreza infantil é de 23%.
As famílias monoparentais e as famílias numerosas…
Também os agregados familiares com crianças dependentes têm uma taxa de
risco de pobreza de 20%, sendo de destacar as famílias monoparentais (com um
adulto e pelo menos uma criança) cuja percentagem é de 39% e as famílias numero-
sas (compostas por dois adultos e 3 ou mais crianças) cuja taxa é de 32%.
Os trabalhadores pobres e os desempregados...
O emprego ou a sua ausência tem um impacto importante ao nível da taxa de
risco de pobreza. A taxa de risco de pobreza dos trabalhadores é de 12% e esta taxa
aumenta para 25% quando temos em atenção a população sem emprego residente
em Portugal.
Os reformados...
Na população reformada a taxa de risco de pobreza é de 20%.
A desigualdade na distribuição do rendimento…
20% da população em Portugal com maior rendimento recebe aproximadamente
6.1 vezes o rendimento dos 20% da população com o rendimento mais baixo.
O nível de rendimento dos agregados familiares…
Segundo o INE2
o rendimento líquido médio mensal por agregado familiar era
de 1845 euros. Mas este valor varia conforme as regiões do país sendo o Alentejo e o
Norte com menores rendimentos. Neste rendimento médio é considerado não só o
rendimento monetário mas também o rendimento não monetário (auto-consumo,
auto-abastecimento e auto-locação3
).
2
Inquérito às Despesas das Famílias 2005/2006
3
Auto-avaliação pelos agregados proprietários ou usufrutuários de alojamento gratuito de valor hipotético de renda de casa.
14
15
2. Mitos e estereótipos
2.1. Representações sociais sobre a pobreza e a exclusão social
A realidade é complexa, e complexa é também a forma como ela nos influencia
e como é, por nós, influenciada. É nesta dicotomia que vamos construindo a nossa
própria identidade. Desde o dia em que nascemos que somos desafiados a proces-
sar os fluxos de informação da forma mais rápida que pudermos e, sobretudo, da
forma mais eficiente possível. Assim vamos construindo e reconstruindo as “nossas”
realidades, com base nos valores que nos foram transmitindo, e nas interpretações
individuais e colectivas que fomos tecendo.
É precisamente da interpretação da realidade que falamos, quando falamos em
representação social, que não é mais do que uma construção mental da realidade,
que nos ajuda a compreende-la e a situar-nos no tempo e no espaço, e que funda-
menta as nossas atitudes e acções. A nossa vida quotidiana, que se traduz nas nossas
acções, gestos, ideias e interpretações, é assim orientada pelas nossas representações
sociais, ainda que de forma inconsciente.
As representações que possuímos não condicionarem apenas o que pensamos,
mas fundamentalmente o que fazemos, neste caso específico, ao nível da nossa
acção na luta contra a pobreza e a exclusão social.
O que nos propomos aqui abordar é o universo de possibilidades que existe para
incutir, ou tornar “interior” os valores humanos fundamentais, desde tenra idade,
no maior número possível de cidadãos. A escola, enquanto agente socializador de
relevo, tal como a família, os media e outras instituições sociais, representa um
poderoso recurso de (re) construção das identidades e das próprias representações
sociais que as nossas crianças e jovens possuem sobre a pobreza e a exclusão social.
Cabe a todos os educadores (no contexto escolar, familiar, religioso, etc.) participar
na (re)construção dos referidos “mapas mentais” das crianças e jovens, participar,
no fundo, na construção de ideias e referenciais que contribuam para o desen-
volvimento de valores tais como: o respeito pela diferença, a tolerância religiosa,
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
16
a não discriminação pela aparência, raça, género ou nacionalidade, a partilha e a
solidariedade.
De forma mais ou menos consciente, de uma forma automática ou mais con-
trolada, a verdade é que a maior parte dos nossos comportamentos correspondem
às nossas representações. Na infância, a rigidez das estruturas mentais socialmente
construídas, não é ainda suficientemente forte para impedir mudanças, tudo está
ainda em construção, tudo é ainda relativamente recente, as raízes do pensamento
ainda se estão a fortalecer.
Todas as representações sociais dizem respeito a valores e percepções defendidas
por determinados grupos, em determinados contextos. Quando falamos de per-
cepções socialmente partilhadas por pessoas pertencentes a grupos diferentes, e que
adquirem um carácter demasiado rígido e um alto nível de generalização, estamos
já a falar de algo que, embora se relacione com as representações, se distingue delas,
e que é o estereótipo – que possuindo uma componente afectiva muito forte supor-
tam, muitas vezes, atitudes de discriminação social.
É portanto ao nível dos estereótipos e mitos sobre a pobreza e a exclusão social,
e sobre o que significa ser pobre ou excluído, que nos devemos preocupar. Porque,
de facto, os estereótipos possuem já um carácter demasiado rígido, são extraordi-
nariamente resistentes à mudança, mesmo quando a informação, a ciência e outras
fontes os contradizem, chegando mesmo alguns actores a considerá-los irracionais.
Enquanto que as representações sociais em geral cumprem algumas funções fun-
damentais para a organização das sociedades e para a comunicação e relação entre
os indivíduos, os estereótipos, sendo uma modalidade de representação social, e
quando veiculam uma atitude desfavorável, constituem uma ameaça para a vida
em sociedade, na medida em que remetem sempre para traços de personalidade e
atributos pessoais dos elementos do grupo estereotipado que são sempre encarados
como intrínsecos e internos aos indivíduos e não como resultado de determinados
contextos e situações exteriores a eles.
Conseguimos facilmente identificar como um risco os estereótipos que susten-
tam as explicações para as causas da pobreza e exclusão social com base, predomi-
nantemente, nas características pessoais de quem vive nessas situações, pois todos já
sabemos que a pobreza assume um carácter multidimensional. Devemos esforçar-
nos pela desconstrução de ideias preconcebidas que fazem das pessoas que vivem
situações de pobreza vítimas não só dessas situações mas da própria forma como
são entendidas pela sociedade em geral. Não podemos esquecer que os estereótipos
se traduzem na linguagem que utilizamos, na forma como (re) agimos, nas rela-
ções que estabelecemos, na forma como nos comportamos e nos muros que assim
vamos construindo à nossa volta.
É com base no reconhecimento de que os esquemas mentais do ser humano
condicionam o seu próprio destino, que propomos uma intervenção nas escolas, ao
2. Mitos e Estereótipos
17
nível das representações sociais da pobreza e exclusão social, uma intervenção “não
para os alunos”, mas sim “com os alunos” e, sempre que possível, com todos os
actores da comunidade escolar, famílias, parceiros sociais e todo o meio envolvente.
Os primeiros passos que podemos dar a este nível podem passar por diagnos-
ticar as representações existentes nas crianças e jovens sobre este flagelo da nossa
sociedade; reflectir sobre o tema, reforçar/valorizar as representações positivas, des-
construir o que for menos positivo, com o objectivo de promover acções coerentes
com os princípios que temos de defender enquanto seres humanos responsáveis
pela construção de um mundo mais justo. No fundo, pretendemos com este pro-
jecto, desenvolver a tarefa sempre inacabada de sensibilizar para a importância do
envolvimento de “todos” na luta por um mundo livre de discriminação e pobreza,
partindo dos cidadãos mais jovens que são os construtores do futuro e que têm nas
mãos a grande missão de construírem pontes em vez de muros.
Alguns exemplos de estereótipos mais comuns:
Os pobres não querem trabalhar …
São pobres porque são preguiçosos …
Preferem receber o Rendimento Mínimo sem fazer nada ….
Gostam de andar na rua e no café sem fazer nada …
19
3. Instrumentos e recursos para os professores
As actividades que em seguida se apresentam devem ser entendidas como gui-
ões ou pontos de partida para trabalhar a temática da pobreza e exclusão social e
suas representações, sendo da responsabilidade de cada docente a sua adaptação às
características da turma alvo de sensibilização e intervenção. Para cada actividade
que apresentamos, é sugerida a faixa etária recomendada, bem como os objectivos,
materiais necessários à sua execução, actividades e algumas sugestões e/ou indica-
ções úteis. As actividades que impliquem um projecto de turma (ex: actividade 8)
devem ser ajustadas aos interesses de cada grupo de alunos. Todos os materiais de
apoio propostos nas actividades estão, regra geral, disponíveis nas escolas, o que é
facilitador de futuras adaptações a novos e diferentes contextos escolares.
A avaliação da eficácia das actividades deverá ficar a cargo do docente. Sugere-
se, no entanto, uma avaliação do tipo qualitativo através do questionamento das
crenças e representações dos alunos antes e após a realização das actividades. Esta
avaliação deverá também incidir sobre os objectivos específicos de cada actividade.
21
4. Actividades em sala
É importante criar uma atmosfera positiva na qual os alunos possam falar aber-
tamente sobre o que pensam e sentem, sem recearem possíveis consequências. É
importante que se sintam encorajados a partilhar as suas ideias e opiniões e que
sintam que aquilo que dizem é valorizado. Uma escuta activa e atenta permite-nos
perceber melhor aquilo que realmente querem saber, assim como aquilo que real-
mente já sabem ou compreendem.
No desenvolvimento de trabalhos de grupos, exercícios ou debates em sala, é
fundamental estar sensível às diferenças individuais de cada aluno. Sugere-se, desde
logo, a definição de um conjunto de orientações para as actividades em sala:
• Estabelecer regras claras, percebidas por todos, nomeadamente, o direito à
privacidade e respeito de cada um;
• A utilização de uma linguagem clara que evite mal-entendidos ou assumpções
sobre a vida e a experiência das crianças/jovens e da sua família;
• A utilização de discussões despersonalizadas, role playing, histórias, desenhos,
poemas e trabalho escrito.
• Explorar os assuntos em diferentes perspectivas e sobretudo evitar que os alu-
nos se sintam culpados pelas suas opiniões;
• Ter consciência da nossa posição pessoal e da forma como ela se enquadra nos
valores defendidos neste Guia; pensar no papel e responsabilidade profissional
do professor na forma como pode promover e usar mensagens que foram refe-
renciadas neste guia, no desenvolvimento do seu programa curricular.
• Não pretender ter todas as respostas.
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
22
Actividade 1
Imagens e Percepções: uma imagem vale mais do que mil palavras
Faixa etária
A partir dos 7 anos
Objectivos
• Estimular a discussão e a reflexão crítica que ajudará os alunos a compreender
a natureza de um preconceito/estereótipo e a forma de o combater.
• Fomentar o diálogo e o debate em grupo.
Recursos necessários
• Revistas, jornais, livros.
• Papel, cola, tesoura.
Actividade
• A criança deve recortar algumas imagens que considerem bonitas e agradáveis
e outras que considerem feias e desagradáveis;
• Para cada imagem, a criança deve identificar um aspecto positivo e outro
negativo;
• Promover a discussão em grupo em torno das imagens e dos aspectos men-
cionados;
• Analisar o impacto que os diferentes aspectos têm nas nossas percepções de
pobreza e exclusão;
• Se encontrados alguns estereótipos, encorajar a reflexão conjunta para des-
construí-los dando exemplos concretos e referindo aspectos alternativos.
Sugestões (variações da actividade)
a) Construção de um painel colectivo dos trabalhos realizados;
b) Visionamento dos desenhos animados Ruca e Dora, a Exploradora: e se eles
fossem pobres? Como seria o seu dia-a-dia?
4. Actividades em sala
23
Actividade 2
Os Ovos Misteriosos
Faixa etária
A partir dos 7 anos
Objectivos
• Promover valores de respeito pela diferença;
• Promover situações de exploração da diversidade;
• Promover sentimentos de empatia.
Recursos necessários
• Livro “Os Ovos Misteriosos” de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelas, Edi-
ções Afrontamento.
Actividade
• Leitura do conto “Os Ovos Misteriosos”.
• Analisar e discutir o conto com as crianças focando sentimentos, caracterís-
ticas e tarefas desempenhadas pelos diferentes animais. Questionar sobre as
dificuldades e vantagens de uma família composta por animais com caracterís-
ticas diferentes. Transpor a mensagem do conto para a realidade, explorando
o modo como as diferenças culturais estão relacionadas com diferentes formas
de vida.
• Discutir em conjunto o seguinte excerto do conto:
– “Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão
variada, é tão engraçada.
– Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos – aconselhava a perdiz.
– Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor?
Que outra mãe havia de tratar deles?”
• Elaboração de desenhos referentes ao conto;
• Dramatização deste conto pelas crianças:
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
24
a) Visita à biblioteca. Explorar diferentes culturas e estabelecer relações com
os diferentes habitats dos animais e das pessoas;
b) Reconto da história pelas crianças: reflexão sobre sentimentos associados
(entreajuda, amizade);
c) Construção das máscaras dos animais pelas crianças;
d) Elaboração de uma banda sonora para a dramatização.
Actividade 3
Brainstorming sobre Pobreza e Exclusão Social
Faixa etária
A partir dos 10 anos
Objectivos
• Auscultar a opinião dos alunos sobre os temas da Pobreza e da Exclusão Social;
• Diferenciar Pobreza e Exclusão Social.
Recursos necessários
Papel e lápis.
Actividade
1. Solicitar aos alunos para registarem individualmente conceitos e/ou frases
associadas ao tema da Pobreza e da Exclusão Social;
2. Apresentação das frases à turma;
3. Divisão da turma em dois grupos:
– um deverá apresentar argumentos/dados que sustentem a existência de
situações de pobreza na nossa sociedade;
– o outro grupo deverá exemplificar situações de exclusão social;
4. Elaboração de um texto resumo das opiniões manifestadas;
5. Sintetizar e consolidar, em grupo, os conceitos de Pobreza e Exclusão Social
de acordo com as seguintes características:
4. Actividades em sala
25
a) É inalterável (não muda com o tempo);
b) É dinâmico (muda com o tempo);
c) É construído pelas pessoas;
d) É específico (varia de sociedade para sociedade de acordo com a cultura).
Sugestão
Pode optar por fazer a leitura e posterior comentário de um texto teórico em
substituição do ponto 3.
Actividade 4
Jogo: a Bola
Faixa etária
A partir dos 10 anos
Objectivos
• Consciencializar para as crenças e percepções individuais acerca de mitos e
estereótipos sobre a pobreza e exclusão social;
• Mostrar como essas percepções moldam as nossas definições do que é ser
pobre e excluído.
Recursos Necessários
Uma bola, quadro e giz.
Actividade
1. Pedir aos alunos para se colocarem em círculo. Uma pessoa coloca-se no centro com
a bola. O jogador do centro começa o jogo dizendo em voz alta “Ser pobre/excluído
é…” lançando ao mesmo tempo a bola para um dos elementos do círculo;
2. A pessoa que apanha a bola deve dizer imediatamente uma palavra que defina
pobre/excluído. É importante que responda espontaneamente, sem reflectir sobre
a questão. A bola é de novo atirada ao centro e o elemento que respondeu sai do
círculo;
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
26
3. O jogador que está no centro atira novamente a bola à sorte dizendo “Ser pobre/
excluído é…”;
4. Um voluntário deverá ir registando as respostas no quadro em duas colunas: pobre/
excluído;
5. Reflectir sobre as respostas dadas;
Questões: Estas afirmações descrevem a imagem e características que toda a
gente tem sobre o que é ser pobre/excluído? Será que todos os pobres/exclu-
ídos têm as mesmas características?
6. Identificar e definir estereótipos;
7. Reflectir sobre como os estereótipos podem moldar as nossas percepções
mesmo quando tendemos a não pensar sobre eles. Reflectir sobre o seu poder
como meio de moldar e configurar as nossas opiniões e acções acerca do que
é ser pobre/excluído.
Actividade 5
Questionário sobre representações sociais
Faixa etária
A partir dos 12 anos
Objectivos
• Diagnosticar as representações sociais que existem sobre a pobreza e exclusão
social;
• Identificar grupos sociais mais vulneráveis;
• Reflectir sobre as consequências das representações sociais.
Recursos necessários
• Computadores e exemplares do questionário.
Actividade
1. Solicitar aos alunos o desenvolvimento de um pequeno estudo sobre algumas
representações sociais;
4. Actividades em sala
27
2. Entregar o questionário (anexo 1) para ser preenchido pelo próprio aluno, seus
familiares e restante comunidade escolar;
3. Recolhidos os questionários, os alunos deverão construir uma base de dados em
Excel para inserir as respostas, utilizando os procedimentos adequados;
4. Fazer uma análise estatística dos dados recorrendo também à execução de gráficos
ilustrativos;
5. Identificar as representações positivas e negativas sobre a pobreza e exclusão e
reflectir sobre as consequências das mesmas na sociedade;
6. Elaborar as principais conclusões do estudo;
7. Organizar cartazes de divulgação dos dados para publicação junto da comu-
nidade escolar.
Sugestão
Subdividir a turma em 2 grupos: um grupo analisa os resultados provenientes
dos questionários respondidos pelas famílias dos alunos e o outro grupo analisa
os restantes questionários da comunidade escolar. Na apresentação de resultados
questionar se há diferenças significativas entre os resultados de cada um dos grupos.
Indicações úteis
O questionário é anónimo.
Os alunos preenchem o questionário em sala de aula e devem garantir a entrega
atempada do mesmo aos restantes voluntários no estudo.
Actividade 6
Base Cultural dos Estereótipos: os Media
Faixa etária
A partir dos 10 anos
Objectivos
• Compreender a influência dos media nas representações sociais sobre pobreza
e exclusão social;
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
28
• Analisar como alguns suportes informativos criam, mantêm e reforçam alguns
estereótipos.
Recursos necessários
• Jornais, revistas, fita-cola e tesouras.
Actividade
1. Pedir aos alunos para trazerem para a aula jornais, revistas, catálogos…;
2. Pedir aos alunos para preencherem uma grelha de análise (anexo 2) com base
em notícias/reportagens televisivas;
3. Organizar grupos e pedir aos alunos para recortarem notícias que remetam
para situações de pobreza e de exclusão social;
4. Seleccionar 2 recortes e/ou grelhas de análise e colá-los na parede;
5. Reflectir em conjunto sobre as seguintes questões:
- As notícias fazem alusão a que aspectos das pessoas?
- De que forma são descritas as situações de pobreza e exclusão?
- Que sentimentos/pensamentos são veiculados por essas notícias?
- As pessoas de quem se fala nos anúncios são representativas de todos os
pobres/excluídos?
6. Tentar reescrever algumas notícias.
Actividade 7
O Recrutamento Profissional
Faixa etária
A partir dos 12 anos
Objectivos
• Compreender como actuam as representações sociais e os estereótipos enquanto
mecanismos promotores da desigualdade no campo profissional;
4. Actividades em sala
29
• Reflectir sobre as causas que estão na origem de situações de pobreza e exclu-
são social;
• Exercitar a reflexão crítica dos alunos (através da dramatização, conforme é
sugerido).
Recursos Necessários
• Quadro da sala, enunciado do exercício.
Actividade
1. Distribuição de exemplares do enunciado aos alunos e colocá-los na situação
de quem tem de recrutar duas pessoas para ocupar os locais indicados (anexo
3).
2. Questionar os alunos quanto às qualidades que valorizam nos candidatos. Em
seguida, os alunos devem efectuar a selecção dos candidatos para os referidos
lugares.
3. Pedir a cada aluno que justifique a sua escolha, levando-o a questionar-se
sobre o peso de algumas representações sociais na sua decisão.
4. Concluir com um debate sobre as escolhas feitas, explorando os possíveis
estereótipos que tenham surgido durante o processo e orientando para a refle-
xão sobre os conceitos de pobreza e exclusão social.
Sugestão
Dividir a turma em grupos de 6 e distribuir os seguintes papéis: 5 candidatos e
1 entrevistador. Se sobrarem alunos, estes terão o papel de observadores e deverão
registar os aspectos mais relevantes da entrevista.
Fazer a simulação da entrevista de recrutamento. Cada candidato deve argu-
mentar porque deve ser o escolhido e no final o entrevistador deve escolher dois e
justificar a sua decisão.
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
30
Actividade 8
Sessão pública destinada à comunidade escolar
Faixa etária:
A partir dos 12 anos
Objectivos
• Dar a conhecer à comunidade escolar alguns dados actuais sobre pobreza e
exclusão social em Portugal;
• Clarificar e distinguir os conceitos de pobreza e exclusão social;
• Consciencializar para as representações sociais acerca destes temas e suas con-
sequências;
• Promover a construção de representações positivas sobre direitos e cidadania.
Recursos Necessários
• Material informático necessário para a projecção de um PowerPoint.
Actividade
1. Preparar uma apresentação em PowerPoint sobre o tema da pobreza e exclu-
são social em Portugal:
a) Reunir informação e dados estatísticos actualizados que suportem a apre-
sentação;
b) Estruturar a apresentação a partir dos seguintes indicadores:
1. Definição dos conceitos de Pobreza e Exclusão Social;
2. Causas/factores geradores de pobreza e exclusão social;
3. Grupos sociais vulneráveis;
4. As representações sociais: mitos e estereótipos;
5. A luta contra a pobreza e exclusão social;
c) Ilustrar a informação com estatísticas nacionais e divulgar os dados do
questionário aplicado à comunidade escolar na actividade 5.
d) Fazer uso de imagens ilustrativas;
4. Actividades em sala
31
e) Promover um debate final sobre o tema, para o qual poderão ser convi-
dadas algumas entidades locais que trabalham na luta contra a pobreza e
exclusão social.
Actividade 9
Uma Fatia do Bolo
Nota prévia: Este é sobretudo um jogo emocional.
A exactidão matemática ou económica não é relevante para o efeito pretendido.
Faixa etária
A partir dos 15 anos
Objectivos
• Tomar consciência das assimetrias existentes nas sociedades contemporâneas.
Não responsabilizar apenas os agentes políticos e económicos, mas assumir
também a responsabilidade individual, não só pela consequência dos actos de
cada um, mas também pelas opções e alternativas que podem contribuir para
solucionar esta situação;
• Contactar, na primeira pessoa, com a actual repartição da riqueza e do poder
de decisão decorrente da posse da riqueza. As assimetrias deixam de estar dis-
tantes para passarem a pertencer a mim, enquanto sujeito da acção.
Recursos Necessários
5 cartazes que representam Cinco Grupos de Rendimento, marcadores colo-
ridos, 1 bolo (o peso do bolo depende do nº de participantes), 1 faca e uma sala
espaçosa com as mesas dispostas em U.
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
32
5 Grupos de Rendimento
A: até 500/ MÊS (20% da população=50000)
B: 500-700/ MÊS (20% da população=50000)
C: 700-900/ MÊS (30% da população=75000)
D: 900-1000/ MÊS (20% da população=50000)
E: + de 1000/ MÊS (10% da população=25000)
Actividade
1. Distribuir os cartazes pelos grupos de rendimento (pelas mesas da sala, em
U). Explicar ao grupo que, de uma forma simbólica, se vai mostrar como
estão repartidas a população e a riqueza a nível local.
Salientar que durante esta actividade teremos apenas duas variáveis em jogo:
população e riqueza.
1.1. Numa primeira fase explica-se que cada participante representa X habi-
tantes (ver Tabela) e que a sala representa o distrito.
1.2. O docente deve apresentar os dados e os participantes devem agora ser
distribuídos aleatoriamente pelos vários grupos de rendimento de acordo
com os valores indicados na Tabela. O docente deve acelerar o posiciona-
mento dos participantes e não dar espaço para muito diálogo, para que a
reflexão surja apenas no final e em função do impacto sentido.
1.3. Logo de seguida, o professor deve apresentar os dados correspondentes
a cada grupo de rendimento. A riqueza do distrito é simbolicamente
materializada num BOLO colocado no centro da sala, e que correspon-
derá a x milhões de euros (ver Tabela). O educador faz a distribuição do
BOLO pelos grupos de rendimento. Os participantes dividem assim a
riqueza do distrito por cada grupo de rendimento.
Nesta fase os participantes não devem ainda comer a sua fatia do bolo. Apenas
no final os participantes poderão comer a respectiva fatia de bolo.
Nota importante: deve ser perguntado aos participantes se consideram justa a
distribuição das fatias depois de se proceder à divisão do BOLO. (ver fig. 1)
1.4. É pedido a cada grupo que escolha um porta-voz e prepare um dis-
curso, para ser apresentado na CIM (Comunidade Inter Municipal),
com o objectivo de discutir o que fazer com o bolo que sobrou. Neste
momento pode ser proposta uma eleição de um administrador para as
sobras do BOLO (simbolizando o Governo). O porta-voz de cada grupo
deve tentar convencer o administrador eleito da sua necessidade em ficar
com uma parte (ou a totalidade) do BOLO restante.
4. Actividades em sala
33
Nota: O educador deve referir que o tempo será atribuído consoante o poder
político e económico de cada grupo de rendimento (ver Tabela 1).
1.5. O “tempo de antena” para cada grupo calcula-se dividindo o indica-
dor da riqueza pelo indicador da população, respectivo a cada grupo. É
importante que, durante os discursos, o educador não permita diálogo
ou interrupções entre os participantes. Se algum representante não tiver
nada para dizer o grupo deve ficar em silêncio, até que termine o seu
tempo.
2. Plenário (30 min.)
Objectivo: A ideia é que partindo do jogo e da reflexão se chegue à conclusão
de que mesmo dentro do próprio grupo de rendimento poderá haver diferenciação
e desigualdade.
Discussão do jogo: depois do Jogo é importante que o grupo se coloque em
círculo para em conjunto reflectir sobre as questões abordadas.
Como linhas de orientação para conduzir a discussão, sugerimos as seguintes
questões:
2.1. O que sentiram?
Nota ao professor(a): a tendência dos participantes é muitas vezes saltar do
“sentir” para as conclusões ou para achar que a dinâmica é muito simplista. Insistir
na ideia do “Como se sentiram?”, antes mesmo de passar para outro nível de con-
clusões. Se for complicado para os participantes analisarem a este nível o educador
deve ajudar com perguntas do tipo “Como se sentiram? Como se sente quem não
teve direito a nenhuma fatia de BOLO?”.
2.2. “Alguém se sentiu desconfortável no seu grupo? Como foi que se sen-
tiram em relação aos outros grupos? Tiveram vontade de mudar de
grupo?”
2.3. Reflexão sobre os discursos dos representantes de cada grupo. As solu-
ções apresentadas referiam-se aos problemas globais (do distrito) ou cada
grupo falou de si?
2.4. Será que as soluções propostas “serviriam” todos os grupos? E mesmo
dentro de cada grupo, será que não existem divisões?
5 Grupos de Rendimento
A: até 500/ MÊS (20% da população=50000)
B: 500-600/ MÊS (20% da população=50000)
C: 600-700/ MÊS (30% da população=75000)
D: 700-800/ MÊS (20% da população=50000)
E: + de 900/ MÊS (10% da população=25000)
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
34
Nº participantes
A
(PESP)
B
REND.
BAIXO
C
REND.
MÉDIO
BAIXO
D
REND.
MÉDIO
E
REND.
MÉDIO/
ALTO
Cada participante representa
(milhares habitantes)
12 2 2 5 2 1 20,83
13 2 2 6 2 1 19,23
14 2 2 7 2 1 17,85
15 2 2 8 2 1 16,66
16 2 2 9 2 1 15,62
17 2 2 10 2 1 14,70
18 2 2 11 2 1 13,88
19 2 2 12 2 1 13,15
20 3 2 12 2 1 12,50
21 3 3 12 2 1 11,90
22 3 3 13 2 1 11,36
23 3 3 14 2 1 10,86
24 3 4 14 2 1 10,41
25 3 4 15 2 1 10,00
26 3 4 15 3 1 9,61
27 4 4 15 3 1 9,25
28 4 4 16 3 1 8,92
29 4 4 17 3 1 8,62
30 4 4 17 3 2 8,33
Tabela 1: Distribuição dos Participantes segundo os grupos de rendimento do distrito
4. Actividades em sala
35
O PIB distrital é de 1957 milhões de euros (para facilitar arredondamos para
2.000 milhões/ano). Cálculos: 2.000 milhões/12, 13, 14,...
Nº participantes
A
(PESP)
B
REND.
BAIXO
C
REND.
MÉDIO
BAIXO
D
REND.
MÉDIO
E
REND.
MÉDIO/
ALTO
Cada fatia representa
(milhões/ano)
12 0 1 3 4 4 166,6
13 0 1 4 4 4 153,8
14 0 1 4 5 4 142,8
15 0 1 4 5 5 133,3
16 0 1 5 5 5 125
17 0 1 5 6 5 117,6
18 0 1 5 6 6 111,1
19 0 1 6 6 6 105,2
20 0 1 6 7 6 100
21 0 1 6 7 7 95,2
22 0 1 6 8 7 90,9
23 1 1 6 8 7 86,9
24 1 1 7 8 7 83,3
25 1 1 7 9 7 80
26 1 2 7 9 7 76,9
27 1 2 7 9 8 74,0
28 1 2 8 9 8 71,4
29 1 2 8 10 8 68,9
30 1 2 8 10 9 66,6
Tabela 2: Distribuição do BOLO segundo a repartição da riqueza pela população do
distrito
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
36
400 segundos no total
Nº participantes
A
(PESP)
B
REND.
BAIXO
C
REND.
MÉDIO
BAIXO
D
REND.
MÉDIO
E
REND.
MÉDIO/
ALTO
12 0 10 30 180 180
13 0 10 30 180 180
14 0 10 30 180 180
15 0 10 30 180 180
16 0 10 30 180 180
17 0 10 30 180 180
18 0 10 30 180 180
19 0 10 30 180 180
20 0 10 30 180 180
21 0 10 30 180 180
22 0 10 30 180 180
23 0 10 30 180 180
24 0 10 30 180 180
25 0 10 30 180 180
26 0 10 30 180 180
27 0 10 30 180 180
28 0 10 30 180 180
29 0 10 30 180 180
30 0 10 30 180 180
Tabela 3: Distribuição do TEMPO de DISCURSO segundo o rendimento (em segundos)
4. Actividades em sala
37
Notas ao professor(a)
Para aprofundar as temáticas das Desigualdades e consequente desenvolvimento,
aconselha-se que recorra ao “Relatório das Nações Unidas de 2007 – Pobreza Mun-
dial” dados retirados do Banco Mundial (“Voices of the Poor Report, 2005”), “CIA
World Factbook 2006”, “Global Poverty Mapping Project”, “Innovative Solutions
to Global Poverty”. Quanto ao tema Desenvolvimento, pode sugerir aos partici-
pantes a leitura do artigo “Chamar Desenvolvimento a um Suicídio Colectivo”, de
Manfred Max-Neef.
Sugestão
Nota: Apesar de sobrar bolo, as duas pessoas do grupo A não recebem nenhuma
fatia. São as pessoas em situação de extrema pobreza/exclusão social.
Neste exercício destinado aos jovens optámos, por razões pedagógicas, por pre-
ver a sobra de bolo de forma a permitir a discussão e a reflexão sobre o que fazer
com a riqueza (o bolo) que sobejou após o consumo por parte da maioria das pes-
soas. Em última análise pretendemos que se equacione a sua distribuição pelos que
não tiveram possibilidades de comer.
O bolo que sobrou pertence ao Estado e pode ser considerado o produto das
contribuições/impostos. O desafio aos jovens passa também nesta última fase por
Figura 1: Divisão do Bolo em fatias do bolo em fatias iguais por grupos de rendimento
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
38
tentar saber que destino a dar ao que sobra, nomeadamente em termos de coo-
peração com os países em vias de desenvolvimento ou distribuição às pessoas em
situação de pobreza.
No final pode ser pedido à turma que elabore um documento sobre a melhor
forma de distribuir “as sobras”.
Actividade 10
Visitas institucionais
Faixa etária:
A partir dos 15 anos
Objectivo
Proporcionar aos alunos o contacto com a realidade da pobreza e exclusão
social, salientando a importância de fazer voluntariado, de ajudar aqueles que mais
precisam.
Recursos necessários
• Base de dados com entidades que estão receptivas a ser visitadas;
• Calendarização das visitas;
• Aspectos logísticos: transporte dos alunos e divisão dos alunos por grupos.
Actividade
• Organizar visitas a instituições de solidariedade social que fazem apoio directo
a pessoas em situação de pobreza para que possam avaliar a sua condição (ex:
AMI, Centros Sociais, Centros de Dia, etc.);
• Debater com os alunos em plenário aquilo que experimentaram, o que senti-
ram. Se foi uma experiência agradável ou pelo contrário deprimente. Se gosta-
riam de fazer voluntariado neste tipo de instituições.
4. Actividades em sala
39
Actividade 11
Visualização de filmes e vídeos
Faixa etária
A partir dos 13 anos
Objectivo
Promover a reflexão e o debate em torno de temas relacionados com a pobreza,
exclusão social.
Recursos Necessários
Televisão, Vídeos e Computador.
Actividade
Debate /reflexão/ intercâmbio de perspectivas.
Sugestão
1. “Partly cloudy”
http://videos.sapo.pt/v5urAwzZwmpy4QRvV5rf
Esta curta-metragem de animação está a ser passada juntamente com o filme
“UP – Altamente” e pode ser uma boa lição sobre a aceitação da diferença dos
outros, a tolerância, o valor da amizade,…
2. “Arena”
Curta-metragem de João Salaviza, distinguido com a Palma de Ouro para
Melhor Curta-Metragem do 62.º Festival de Cannes. João Salaviza explicou que
“Arena” é um filme sobre violência urbana e juvenil, sobre bairros problemáticos
que são verdadeiras “bombas-relógio”.
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
40
3. “A Turma”
De Laurent Cantet, também vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Retrata o quotidiano de um professor e da sua turma numa escola de um bairro
problemático de Paris, espelhando a multietnicidade da população francesa e do
convívio de culturas dos grandes centros urbanos de todo o mundo.
Actividade 12
Jogo da Amizade
Faixa etária
A partir dos 7 anos
Objectivos
• Valorizar a importância da amizade e da solidariedade entre pares;
• Orientar as suas atitudes pelo respeito por si e pelos outros;
• Educar para a cidadania;
• Preservar o ambiente.
Recursos Necessários
• Jogo que pode ser construído em papel de cenário (tipo Jogo da Glória);
• Cartolinas A4 com imagens e regras do jogo que são coladas no papel de cená-
rio e um dado (que pode ser feito em esponja).
Actividade
Formam-se grupos de 6 a 10 alunos que vão lançando o dado, tornando-se eles
próprios os peões do jogo e que quando acertam numa casa com regras têm de ler
para os restantes colegas. Avançam ou recuam conforme as regras do jogo. Ganha
quem chegar à última casa em 1.º lugar.
4. Actividades em sala
41
Jogo
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
42
Bateste num colega.
Fugiste. Não queres pedir desculpa.
Estás com cara de mau.
casa
2
-10
pontos
Ensinaste a todos lá em casa
como separar o lixo.
casa
5
+5
pontos
Quando foste fazer compras,
preferiste trazê-las em sacos já usados.
casa
6
+5
pontos
Na fila do refeitório não
ultrapassaste ninguém.
casa
7
+5
pontos
No recreio da escola ficaste zangado.
Deste um pontapé no caixote do lixo
e foste embora. Voltas atrás 5 casas.
casa
8
-5
pontos
Ias na rua. Uma pessoa tropeçou e caiu
mesmo à tua frente. Ajudaste a levantá-
la. Perguntaste se precisava de ajuda.
casa
9
+10
pontos
Vais atrasado para a escola. Pedes à tua
mãe que conduza mais depressa.
Perdes uma vez de jogar.
casa
11
-10
pontos
Alguém perdeu um estojo. Está iden-
tificado. Encontraste-o. Fizeste bem:
entregaste o estojo à tua professora.
casa
13
+5
pontos
Em todo o dia não te zangaste com
ninguém. Sorriste e cumprimentaste
amigos, colegas e adultos. Falaste na
tua vez e arrumaste as tuas coisas. Não
percebeste o trabalho de casa e pediste
ajuda. No caminho de volta ajudaste a
trazer a mochila dum miúdo do 1.º ano.
Já lanchaste e antes de ver televisão vais
fazer os trabalhos de casa. Parabéns.
Saltas para a penúltima casa.
casa
14
+20
pontos
Ai, ai! Isso faz-se? Acordaste mal
disposto e já refilaste a propósito do
pequeno-almoço e da roupa que hoje
vais vestir. Com tanta chuva e queres
levar sapatilhas de pano?!
casa
15
-10
pontos
Apetece-te chapinhar. A chuva faz
lindas peças de água. E pronto: já estás
todo molhadinho! Pareces um pinto.
casa
17
-5
pontos
Viste outro miúdo atirar pedras a um
cão. Chamaste-o e conversaste com
ele. Percebeste que ele não gosta de
cães. Explicaste-lhe que o cão não tem
nada com isso e pedes-lhe que não o
volte a fazer. Ele percebeu a ideia!
casa
18
+5
pontos
Julgas-te o maior. As raparigas são umas
tolas. Passaste por três miúdas no corre-
dor e gritaste-lhes um disparate.
casa
20
-5
pontos
Estás na estrada com o teu pai. O teu
pai gosta de acelerar. Falas com ele e
dizes-lhe que o amas e por isso queres
que faça uma condução mais segura.
casa
21
+10
pontos
Não percebes nada de futebol. Gostas é
de carros! O teu melhor amigo tem que
treinar pois tem um jogo no fim-de-se-
mana. Pede-te ajuda. Aceitas jogar com
ele, explicando que não é o teu jogo
favorito. Afinal até foi divertido!
casa
22
+10
pontos
Sujaste a sala com papéis.
Apanhaste-os todos assim que pudeste.
casa
24
+5
pontos
Regras do Jogo
4. Actividades em sala
43
Actividade 13
O que pensamos do Assunto
Faixa etária
Adaptável a qualquer idade a partir dos 9 anos.
Objectivos
• Dar aos participantes desde o início do trabalho, a ideia de que os seus conhe-
cimentos e pontos de vista são tomados em conta.
• Promover a escuta e a síntese dos pontos de vista dos colegas.
• Dar ao monitor/ professor uma ideia dos conhecimentos e pontos de vista do
grupo sobre o assunto que vai tratar.
Recursos Necessários
Nenhum.
Actividade
1. Organizam-se os participantes em pares;
2. Pede-se aos participantes para realizarem uma entrevista ao seu par, sobre o
tema da pobreza e da exclusão social (com temáticas que podem ser especí-
ficas);
3. Dá-se instruções para que cada pessoa ouça a outra durante 5 minutos;
4. Dá-se a palavra a todos os participantes, devendo cada um apresentar o ponto
de vista do seu parceiro;
5. Debate-se as várias ideias recolhidas.
45
5. Glossário
Estereótipo – percepções socialmente partilhadas por pessoas pertencentes a grupos
diferentes, e que adquirem um carácter demasiado rígido e um alto nível de generalização.
Exclusão Social – processo de perda de integração ou participação na sociedade, aqui
vista como o conjunto de sistemas sociais a que o indivíduo pertence, em um ou vários
domínios: económico, político-legal e social.
Limiar de pobreza – corresponde a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos
monetários líquidos equivalentes a nível de cada país.
PESP – Pessoas em Situação de Pobreza.
Pobreza – situação de privação resultante da insuficiência de recursos económicos,
relacionando-a com as noções de subsistência e de necessidades básicas.
Pobreza Absoluta – situação em que certos standards mínimos de vida (tais como a
nutrição, educação, saúde ou habitação) não são alcançados.
Pobreza relativa – utiliza-se para falar da existência de desigualdades e calcula-se por
comparação com o nível de vida considerado standard para a população a que se refere.
Significa que o indivíduo, por falta de recursos materiais, não participa dos hábitos e
padrões de vida considerados normais na sociedade em que vive.
Representação social – teorias implícitas acerca de objectos sociais relevantes e como
tal constituem uma modalidade de conhecimento que serve a apreensão, qualificação e
explicação da realidade.
Risco de pobreza – calcula-se quando o nível de rendimento por adulto equivalente
for inferior a 60 por cento do rendimento por adulto equivalente mediano.
46
47
6. Referências
COHEN, Sue, et al., “Family diversity: a guide for teachers”, Nicosia, Cyprus, 2007.
DESTAQUE – Rendimento e Condições de Vida – 2006, INE, Janeiro de 2008.
DESTAQUE – Rendimento e Condições de Vida – 2008, INE, Julho de 2009.
JODELET, D. (Ed.), “Les Représentations Sociales: un Domaine en Expansion”, Les
Représentations Sociales, Paris, PUF, 1989.
MOSCOVICI, S., “Social Representations”, Social Cognition, J. Forgas (Ed.), Lon-
don, Academic Press, 1981.
VALA, J.,  Monteiro, M. (Eds.), “Representações Sociais - Para Uma Psicologia
Social do Pensamento Social”, Psicologia Social., Lisboa, Fundação Calouste Gul-
benkian, 1993.
VALA, J., “Sobre as Representações Sociais – Para uma Epistemologia do Senso
Comum”, Cadernos de Ciências Sociais, nº 4, 1986: 5-30.
49
7. Sites úteis
Rede Europeia Anti-Pobreza/ Portugal
www.reapn.org
Fórum Não Governamental para a Inclusão Social
www.fngis.org
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
http://www.mtss.gov.pt/
Instituto da Segurança Social, IP
www.seg-social.pt
Conselho Económico e Social
http://www.ces.pt/
Instituto Nacional de Estatística
http://www.ine.pt
Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural
http://www.acidi.gov.pt/
Observatório das Desigualdades
http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/
Amnistia Internacional Portugal
http://www.amnistia-internacional.pt
Nacionais
50
Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social - 2010
http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=encatId=637
Centro Informática de Aprendizagem e Recursos para a Inclusão Social
http://www.ciaris.org
Agência para os Direitos Fundamentais da União Europeia
http://fra.europa.eu/fraWebsite/home/home_en.htm
Organização das Nações Unidas
http://www.un.org/pt
European Anti Poverty Network
www.eapn.eu
Direcção Geral Emprego e Assuntos Sociais – Protecção Social e Inclusão
Social
http://ec.europa.eu/employment_social/spsi/index_en.htm
Internacionais
51
8. Anexos
ANEXO 1 – Representações Sociais
Este é um breve questionário (anónimo) sobre representações sociais.
Gostaríamos de saber a sua opinião relativamente às afirmações que se seguem:
Para responder, assinale a sua resposta com um X e utilize a seguinte escala:
1 = discordo totalmente
2 = discordo
3= não concordo nem discordo
4 = concordo
5 = concordo totalmente
1 2 3 4 5
Os idosos não são afectados por situações de pobreza e exclusão
Os pobres vivem geralmente em bairros sociais degradados
Quem nasce pobre, viverá sempre pobre
A presença de imigrantes é benéfica para o país
Os muçulmanos são geralmente mais perigosos que os indivíduos de outras religiões
Os pobres não querem trabalhar
Existe igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no acesso ao mercado de trabalho
Quem vive em bairros sociais tem comportamentos marginais
A pobreza está na origem do aumento do n.º de crimes em Portugal
Um ex-recluso deve ter os mesmos direitos que os restantes cidadãos
As pessoas de etnia cigana são perigosas
Quem recebe subsídios não precisa de trabalhar
As pessoas com deficiência ou doenças crónicas são úteis ao mercado de trabalho
Quem tem um emprego não é afectado por situações de pobreza e exclusão social
Os índices de criminalidade são mais elevados entre os indivíduos de raça negra
Acabar com a pobreza é da inteira responsabilidade de quem exerce cargos públicos
Obrigado pela sua colaboração!
Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores
52
ANEXO 2 – Grelha de Análise de notícias televisivas
Notícia 1 Notícia 2 Notícia 3
Protagonistas
Mensagem
Destinatários
Estereótipos veiculados
ANEXO 3 – Recrutamento Profissional
Vocês são os responsáveis por uma empresa de recrutamento. Todos os candida-
tos possuem o mesmo nível de habilitações (9º ano) e estão na fase final de recru-
tamento de dois profissionais. Estes são os 5 candidatos ao lugar:
A. Maria, 50 anos, desempregada, 15 anos de experiência no sector, desem-
pregada há 3 anos e doente crónica.
B. João, 38 anos, desempregado, sem experiência no sector.
C. Abdul, 30 anos, imigrante residente em Portugal há 5 anos, 10 anos de
experiência no sector.
D. Neuza, 24 anos, descendência africana, vários cursos de formação e
alguma experiência profissional no sector.
E. José, 40 anos, etnia cigana, beneficiário do Rendimento Social de Inser-
ção, 15 anos de experiência no sector.
53
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Pobreza Social

  • 1. UM GUIA PARA PROFESSORES POBREZA e EXCLUSÃO SOCIAL [ [ Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal ARedeEuropeiaAnti-Pobreza/Portugal éumaOrganizaçãonãogovernamental quedesenvolveasuaactividadeno combateàpobrezaeàexclusãosocial. Este Guia é uma ferramenta que pode ser útil a toda a comunidade educativa. “ ”
  • 2. Pobreza e Exclusão Social Um Guia para Professores
  • 3.
  • 4. Pobreza e Exclusão Social Um Guia para Professores REAPN 2009
  • 5. Ficha Técnica Título Pobreza e Exclusão Social: um Guia para Professores. Edição Rede Europeia Anti-Pobreza / Portugal Rua de Costa Cabral, 2368 4200-218 Porto Tel. 225 420 800 | Fax. 225 403 250 E-mail: geral@reapn.org Concepção Gráfica Sereer, Soluções Editoriais Tiragem 200 exemplares Data de Edição 2009 Depósito Legal 302061/09 ISBN 978-989-8304-01-8 Apoio Ministério do Trabalho e da Segurança Social
  • 6. Índice Introdução 1. O que pode encontrar neste guia? 1.1. O que é a Pobreza? 1.2. O que é a Exclusão Social? 1.3. O que é a Inclusão Social? 1.4. Como se mede a Pobreza? 1.5. O retrato da Pobreza em Portugal 2. Mitos e estereótipos 2.1. Representações sociais sobre a pobreza e a exclusão social 3. Instrumentos e recursos para os professores 4. Actividades em sala Actividade 1 – Imagens e Percepções: uma imagem vale mais do que mil palavras Actividade 2 – Os Ovos Misteriosos Actividade 3 – Brainstorming sobre Pobreza e Exclusão Social Actividade 4 – Jogo: a Bola Actividade 5 – Questionário sobre representações sociais Actividade 6 – Base Cultural dos Estereótipos: os Media Actividade 7 – O Recrutamento Profissional Actividade 8 – Sessão pública destinada à comunidade escolar Actividade 9 – Uma Fatia do Bolo Actividade 10 – Visitas institucionais Actividade 11 – Visualização de filmes e vídeos Actividade 12 – Jogo da Amizade Actividade 13 – O que pensamos do Assunto 5. Glossário 6. Referências 7. Sites úteis 8. Anexos 7 9 10 10 11 11 12 15 15 19 21 22 23 24 25 26 27 28 30 31 38 39 40 43 45 47 49 53
  • 7.
  • 8. 7 Introdução A Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal é uma organização não governamen- tal que desenvolve a sua actividade no combate à pobreza e à exclusão social. Na concretização dos seus objectivos a REAPN conjuga actividades de investigação, formação e informação que lhe permitem desenvolver uma abordagem alargada, integrada e estratégica face às problemáticas do social, quer a nível nacional, quer a nível europeu. Integrada, porque existe uma preocupação de olhar para esta pro- blemática tendo em conta as suas várias dimensões e as suas várias formas de mani- festação; estratégica, porque a acção é pensada tendo em conta os diferentes grupos envolvidos, o contexto onde estes se inserem, sendo pensada de modo a ter efeito, não só ao nível do trabalho desenvolvido pelas próprias organizações, mas também ao nível político e de decisão. A REAPN entende que no combate à Pobreza devem ser mobilizados um con- junto alargado de actores, onde se devem incluir os grupos que vivem em situação mais vulnerável. A este nível é necessário criar as condições necessárias para que a participação se realize em igualdade face à restante sociedade. Viver numa situação de exclusão social significa estar ausente/distante de todos os princípios inerentes ao exercício da cidadania. Esta requer um conjunto alar- gado de direitos e deveres. Ora a exclusão significa exactamente o oposto, ou seja, a ausência de um conjunto de direitos, e muitas vezes, um desconhecimento desses direitos e dos deveres. A actividade da REAPN junto dos públicos mais desfavorecidos vai no sentido de lhes restituir estes princípios, criando igualmente condições para o exercício pleno da cidadania. Ao mesmo tempo, é fundamental criar na sociedade uma cultura de participação e de solidariedade que seja capaz de reconhecer e compreender estes públicos e as suas necessidades. Este trabalho de sensibilização junto da sociedade em geral é fundamental à coesão social. Muitas vezes é esta falta de conhecimento que impede os actores de participarem e que contribui para o desenvolvimento de estereótipos e preconceitos relativamente aos grupos mais desfavorecidos. Assim, e porque 2010 será o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclu- são Social lançamos um desafio a várias Escolas do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico
  • 9. 8 do país, para participarem como um parceiro estratégico, no desenvolvimento de uma Campanha Informativa e Educativa sobre o tema da Pobreza e Exclusão Social. Os objectivos da Campanha focalizam-se nos quatros objectivos principais do Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social: 1. O reconhecimento do direito das pessoas em situação de pobreza e exclusão social a viver com dignidade e a participar plenamente na sociedade; 2. Um aumento do sentimento de pertença colectiva relativamente às políticas de inclusão social, salientando a responsabilidade de todos na resolução da pobreza e da marginalização; 3. A existência de uma sociedade mais coesa onde não haja dúvidas de que a sociedade, no seu todo, beneficia com a erradicação da pobreza; 4. Um compromisso de todos os actores, porque um progresso real requer um esforço a longo prazo que envolva todos os níveis de governação. O nosso propósito é sensibilizar as crianças e os jovens, assim como os vários actores que com eles contactam ao nível da escola, para o entendimento das ques- tões da pobreza e da exclusão social contribuindo desta forma para o desenvolvi- mento de uma cultura do social que vise a solidariedade e a cooperação activa para lidar com estas questões e contribuir para a sua erradicação. Procuramos também desconstruir preconceitos existentes, relativamente a estes fenómenos, ao nível do espaço escolar evitando a sua transmissão para os públicos mais jovens e contribuir para um melhor entendimento dos fenómenos da pobreza e da exclusão social. Procuramos também ajudar a escola a desenvolver estratégias adequadas e adaptadas às próprias situações detectadas no seu interior; e contribuir para a formação de cidadãos mais responsáveis e participativos na construção de uma sociedade mais coesa. A introdução de temáticas ligadas à cidadania tem de ser analisada a 2 níveis: se por um lado, é um modo de formar cidadãos mais justos e atentos às questões sociais; por outro lado, é uma forma da própria escola olhar para as suas próprias dificuldades internas. Neste sentido, trabalhar todas estas questões no interior da escola é não só colo- car os alunos a reflectir sobre o assunto, mas também todos os outros actores que fazem parte deste espaço: professores, funcionários, pais, e os próprios órgãos deci- sores. Todos, de um modo ou de outro, precisam de ser sensibilizados para colmatar situações de insucesso e abandono escolar, discriminação e pobreza. Por isso é que também esta deve ser, a todos os níveis, uma temática transversal às várias discipli- nas que são administradas.
  • 10. 9 1. O que pode encontrar neste guia? Este Guia é uma ferramenta que pode ser útil a toda a comunidade educativa, contribuindo para uma melhor compreensão dos fenómenos de pobreza e exclusão social. Especificamente, os objectivos deste Guia são: 1. Sensibilizar as crianças e os jovens para os problemas relacionados com as situações de pobreza e de exclusão social; 2. Desmistificar determinados preconceitos e estereótipos; 3. Fornecer um instrumento/recurso para professores que pretendem abordar o tema nas suas aulas; 4. Ilustrar a importância de ouvir as crianças e os jovens e tomar em considera- ção as suas perspectivas e opiniões no sentido de contribuir para a formação de cidadãos mais responsáveis e participativos na construção de uma maior coesão social. O que pode encontrar aqui: 1. Informação sobre os conceitos de pobreza e exclusão social; 2. Orientações, com exemplos práticos, para explorar o tema em sala de aula e aumentar a sua compreensão; Na utilização deste Guia, os professores devem ter em consideração a idade e as circunstâncias particulares dos seus alunos. Enquanto os alunos com mais idade podem ter acesso por eles próprios aos conteúdos deste Guia, os alunos mais jovens devem ser apoiados no desenvolvimento das actividades em sala e beneficiarão de uma maior sensibilização dos seus professores a respeito deste tema.
  • 11. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 10 1.1. O que é a Pobreza? A pobreza e a exclusão social constituem um dos maiores desafios do nosso século, na medida em que colidem com o exercício dos direitos fundamentais dos seres humanos. A pobreza e a exclusão social surgem como uma das grandes desi- lusões da sociedade da abundância e do progresso. A prosperidade económica e o desenvolvimento das sociedades modernas deveriam permitir o bem-estar de toda a população, não deixando de lado determinados grupos sociais. No entanto, tem-se revelado difícil, esta tarefa de erradicar das sociedades contemporâneas o fenómeno da pobreza e exclusão social. A pobreza é um conceito capaz de gerar alguns equívocos. Isto porque a pobreza constitui uma dimensão ou forma de exclusão social, mas não se pode confundir com ela. O conceito de pobreza absoluta sugere pobreza severa, pobreza extrema, ou seja, um estado mais profundo de pobreza. Este conceito baseia-se na noção de necessidades básicas, estando em causa várias dimensões inerentes à noção de recur- sos (rendimentos, bens de capital, benefícios em espécie associados ao trabalho, etc). A pobreza absoluta refere-se a uma situação em que certos standards mínimos de vida (tais como a nutrição, educação, saúde ou habitação) não são alcançados; enquanto que o conceito de pobreza relativa remete para a análise da pobreza face aos padrões sociais em geral. O termo pobreza relativa utiliza-se para falar da existência de desigualdades e calcula-se por comparação com o nível de vida considerado standard para a popu- lação a que se refere. Significa que o indivíduo, por falta de recursos materiais, não participa dos hábitos e padrões de vida considerados normais na sociedade em que vive. 1.2. O que é a Exclusão Social? O conceito de exclusão implica estar excluído de algo. Quando falamos de exclusão social significa a exclusão da sociedade, aqui vista como o conjunto de sistemas sociais a que o indivíduo pertence. Assim, o conceito de exclusão social acaba por ser mais amplo do que o conceito de pobreza, na medida em que não se define em termos puramente económicos mas em termos mais amplos de partici- pação na sociedade. A situação de exclusão faz referência a um processo de perda de integração ou participação na sociedade, num ou vários domínios:
  • 12. 1. O que pode encontrar neste guia? 11 - o económico (quer no que se refere aos sistemas geradores de rendimentos quer no que se refere à possibilidade (ou não) de aquisição de bens e serviços indis- pensáveis ao funcionamento em sociedade); - o político-legal (que se refere às relações que estabelecemos com as institui- ções básicas, sistema administrativo, protecção social,…); - o social-relacional (ausência de redes de sociabilidade - família, vizinhos, ami- zade e seu funcionamento). A situação de inclusão ou exclusão social de um indivíduo define-se, portanto, em termos relativos e por relação à população considerada maioritária. Uma outra ideia importante a reter é que a exclusão não é estática, é antes um processo dinâmico associado a uma trajectória que conduziu a um processo de mar- ginalização, presenciando-se a acumulação de handicaps vários (rupturas familiares, carências habitacionais, isolamento social, etc). A exclusão social engloba também situações de risco. É um fenómeno que afecta cada vez mais indivíduos, nomeada- mente indivíduos provenientes de um leque cada vez mais amplo de grupos sociais. 1.3. O que é a Inclusão Social? É um processo que assegura que todas as pessoas tenham as oportunidades e os recursos necessários para participar plenamente na vida em sociedade. A inclu- são está relacionada com a integração, a coesão, a justiça social. É a possibilidade de participação igualitária de todos os seus membros em todas as dimensões social, económica, legal, política, cultural, etc. Uma sociedade inclusiva disponibilizará e preparará mecanismos para assegu- rar a garantia dos Direitos Humanos, a dignidade e a cidadania activa de todas as pessoas que a compõem. 1.4. Como se mede a Pobreza? A escolha de um conceito de pobreza repercute-se na metodologia para a medição da pobreza. Na falta de indicadores desenvolvidos que reflictam a dimensão multidimen- sional do fenómeno, a análise da pobreza e exclusão social na União Europeia é baseada em indicadores disponíveis do rendimento. Há um focus em indicadores de pobreza relativa, definida em relação ao nível médio de prosperidade num dado país e em determinado tempo.
  • 13. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 12 Na prática, a quase totalidade dos estudos efectuados na União Europeia e um número crescente de estudos realizados para os restantes países recorrem a medi- das de pobreza relativa. Em termos práticos, consideraremos um indivíduo como pobre, se num determinado período, o seu nível de rendimento por adulto equi- valente for inferior a 60 por cento do rendimento por adulto equivalente mediano no seu país. A noção absoluta é menos relevante para a União Europeia por duas razões: pri- meiro, o desafio para a União Europeia é fazer com que toda a população partilhe os benefícios da prosperidade e não atingir níveis de vida básicos, como acontece nos países menos desenvolvidos do mundo. Segundo, o que é reconhecido como níveis de vida mínimos aceitáveis depende largamente do nível geral do desenvolvi- mento económico e social, o que tende a variar consideravelmente entre os Estados Membros. 1.5. O retrato da Pobreza em Portugal Os reformados, as crianças e jovens, as mulheres e os imigrantes são os gru- pos sociais mais vulneráveis a este grave flagelo social, em consequência, respectiva- mente, das baixas reformas e pensões, da sua integração em agregados familiares de fracos rendimentos, de acentuadas diferenças salariais ou fruto da intensa exploração a que são sujeitos num país estrangeiro. Ao nível dos idosos e reformados, o baixo valor das prestações sociais tem fortes repercussões nas suas condições de vida e no acesso a bens e serviços. No caso das crianças e jovens, a pertença a agregados familiares de baixos rendimentos, ou mesmo sem qualquer espécie de rendimento, como mostram os dados relativos à actividade das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em 2006, determina situações de pobreza e de exclusão social. No caso das mulheres, as causas para situações de pobreza e exclusão social não estão limitadas aos bai- xos valores das prestações sociais. Incidem também nas diferenças salariais pra- ticadas, pois em 20051 as mulheres ganhavam cerca de 77,4% do salário médio dos homens, sendo que a maioria das trabalhadoras recebia o salário mínimo nacional. No caso dos imigrantes, a elevada precariedade laboral, os baixos salários prati- cados ou mesmo salários em atraso, para além de elevadas cargas horárias, são tam- bém expressões deste grave flagelo social. Situação agravada por estarmos perante 1 Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2005
  • 14. 1. O que pode encontrar neste guia? 13 um segmento da população que rumou ao nosso país em busca de melhores con- dições de vida e de trabalho. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) 18% da população portuguesa encontrava-se em 2007 abaixo do limiar de pobreza, valor que se man- tém estável desde 2005. Em 2007 o limiar de pobreza correspondia a 406 euros por mês (4.878 euros anuais). As mulheres… os idosos e as crianças… A taxa de risco de pobreza para as mulheres é de 19% e das pessoas com mais de 65 anos é de 22% e a taxa de pobreza infantil é de 23%. As famílias monoparentais e as famílias numerosas… Também os agregados familiares com crianças dependentes têm uma taxa de risco de pobreza de 20%, sendo de destacar as famílias monoparentais (com um adulto e pelo menos uma criança) cuja percentagem é de 39% e as famílias numero- sas (compostas por dois adultos e 3 ou mais crianças) cuja taxa é de 32%. Os trabalhadores pobres e os desempregados... O emprego ou a sua ausência tem um impacto importante ao nível da taxa de risco de pobreza. A taxa de risco de pobreza dos trabalhadores é de 12% e esta taxa aumenta para 25% quando temos em atenção a população sem emprego residente em Portugal. Os reformados... Na população reformada a taxa de risco de pobreza é de 20%. A desigualdade na distribuição do rendimento… 20% da população em Portugal com maior rendimento recebe aproximadamente 6.1 vezes o rendimento dos 20% da população com o rendimento mais baixo. O nível de rendimento dos agregados familiares… Segundo o INE2 o rendimento líquido médio mensal por agregado familiar era de 1845 euros. Mas este valor varia conforme as regiões do país sendo o Alentejo e o Norte com menores rendimentos. Neste rendimento médio é considerado não só o rendimento monetário mas também o rendimento não monetário (auto-consumo, auto-abastecimento e auto-locação3 ). 2 Inquérito às Despesas das Famílias 2005/2006 3 Auto-avaliação pelos agregados proprietários ou usufrutuários de alojamento gratuito de valor hipotético de renda de casa.
  • 15. 14
  • 16. 15 2. Mitos e estereótipos 2.1. Representações sociais sobre a pobreza e a exclusão social A realidade é complexa, e complexa é também a forma como ela nos influencia e como é, por nós, influenciada. É nesta dicotomia que vamos construindo a nossa própria identidade. Desde o dia em que nascemos que somos desafiados a proces- sar os fluxos de informação da forma mais rápida que pudermos e, sobretudo, da forma mais eficiente possível. Assim vamos construindo e reconstruindo as “nossas” realidades, com base nos valores que nos foram transmitindo, e nas interpretações individuais e colectivas que fomos tecendo. É precisamente da interpretação da realidade que falamos, quando falamos em representação social, que não é mais do que uma construção mental da realidade, que nos ajuda a compreende-la e a situar-nos no tempo e no espaço, e que funda- menta as nossas atitudes e acções. A nossa vida quotidiana, que se traduz nas nossas acções, gestos, ideias e interpretações, é assim orientada pelas nossas representações sociais, ainda que de forma inconsciente. As representações que possuímos não condicionarem apenas o que pensamos, mas fundamentalmente o que fazemos, neste caso específico, ao nível da nossa acção na luta contra a pobreza e a exclusão social. O que nos propomos aqui abordar é o universo de possibilidades que existe para incutir, ou tornar “interior” os valores humanos fundamentais, desde tenra idade, no maior número possível de cidadãos. A escola, enquanto agente socializador de relevo, tal como a família, os media e outras instituições sociais, representa um poderoso recurso de (re) construção das identidades e das próprias representações sociais que as nossas crianças e jovens possuem sobre a pobreza e a exclusão social. Cabe a todos os educadores (no contexto escolar, familiar, religioso, etc.) participar na (re)construção dos referidos “mapas mentais” das crianças e jovens, participar, no fundo, na construção de ideias e referenciais que contribuam para o desen- volvimento de valores tais como: o respeito pela diferença, a tolerância religiosa,
  • 17. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 16 a não discriminação pela aparência, raça, género ou nacionalidade, a partilha e a solidariedade. De forma mais ou menos consciente, de uma forma automática ou mais con- trolada, a verdade é que a maior parte dos nossos comportamentos correspondem às nossas representações. Na infância, a rigidez das estruturas mentais socialmente construídas, não é ainda suficientemente forte para impedir mudanças, tudo está ainda em construção, tudo é ainda relativamente recente, as raízes do pensamento ainda se estão a fortalecer. Todas as representações sociais dizem respeito a valores e percepções defendidas por determinados grupos, em determinados contextos. Quando falamos de per- cepções socialmente partilhadas por pessoas pertencentes a grupos diferentes, e que adquirem um carácter demasiado rígido e um alto nível de generalização, estamos já a falar de algo que, embora se relacione com as representações, se distingue delas, e que é o estereótipo – que possuindo uma componente afectiva muito forte supor- tam, muitas vezes, atitudes de discriminação social. É portanto ao nível dos estereótipos e mitos sobre a pobreza e a exclusão social, e sobre o que significa ser pobre ou excluído, que nos devemos preocupar. Porque, de facto, os estereótipos possuem já um carácter demasiado rígido, são extraordi- nariamente resistentes à mudança, mesmo quando a informação, a ciência e outras fontes os contradizem, chegando mesmo alguns actores a considerá-los irracionais. Enquanto que as representações sociais em geral cumprem algumas funções fun- damentais para a organização das sociedades e para a comunicação e relação entre os indivíduos, os estereótipos, sendo uma modalidade de representação social, e quando veiculam uma atitude desfavorável, constituem uma ameaça para a vida em sociedade, na medida em que remetem sempre para traços de personalidade e atributos pessoais dos elementos do grupo estereotipado que são sempre encarados como intrínsecos e internos aos indivíduos e não como resultado de determinados contextos e situações exteriores a eles. Conseguimos facilmente identificar como um risco os estereótipos que susten- tam as explicações para as causas da pobreza e exclusão social com base, predomi- nantemente, nas características pessoais de quem vive nessas situações, pois todos já sabemos que a pobreza assume um carácter multidimensional. Devemos esforçar- nos pela desconstrução de ideias preconcebidas que fazem das pessoas que vivem situações de pobreza vítimas não só dessas situações mas da própria forma como são entendidas pela sociedade em geral. Não podemos esquecer que os estereótipos se traduzem na linguagem que utilizamos, na forma como (re) agimos, nas rela- ções que estabelecemos, na forma como nos comportamos e nos muros que assim vamos construindo à nossa volta. É com base no reconhecimento de que os esquemas mentais do ser humano condicionam o seu próprio destino, que propomos uma intervenção nas escolas, ao
  • 18. 2. Mitos e Estereótipos 17 nível das representações sociais da pobreza e exclusão social, uma intervenção “não para os alunos”, mas sim “com os alunos” e, sempre que possível, com todos os actores da comunidade escolar, famílias, parceiros sociais e todo o meio envolvente. Os primeiros passos que podemos dar a este nível podem passar por diagnos- ticar as representações existentes nas crianças e jovens sobre este flagelo da nossa sociedade; reflectir sobre o tema, reforçar/valorizar as representações positivas, des- construir o que for menos positivo, com o objectivo de promover acções coerentes com os princípios que temos de defender enquanto seres humanos responsáveis pela construção de um mundo mais justo. No fundo, pretendemos com este pro- jecto, desenvolver a tarefa sempre inacabada de sensibilizar para a importância do envolvimento de “todos” na luta por um mundo livre de discriminação e pobreza, partindo dos cidadãos mais jovens que são os construtores do futuro e que têm nas mãos a grande missão de construírem pontes em vez de muros. Alguns exemplos de estereótipos mais comuns: Os pobres não querem trabalhar … São pobres porque são preguiçosos … Preferem receber o Rendimento Mínimo sem fazer nada …. Gostam de andar na rua e no café sem fazer nada …
  • 19.
  • 20. 19 3. Instrumentos e recursos para os professores As actividades que em seguida se apresentam devem ser entendidas como gui- ões ou pontos de partida para trabalhar a temática da pobreza e exclusão social e suas representações, sendo da responsabilidade de cada docente a sua adaptação às características da turma alvo de sensibilização e intervenção. Para cada actividade que apresentamos, é sugerida a faixa etária recomendada, bem como os objectivos, materiais necessários à sua execução, actividades e algumas sugestões e/ou indica- ções úteis. As actividades que impliquem um projecto de turma (ex: actividade 8) devem ser ajustadas aos interesses de cada grupo de alunos. Todos os materiais de apoio propostos nas actividades estão, regra geral, disponíveis nas escolas, o que é facilitador de futuras adaptações a novos e diferentes contextos escolares. A avaliação da eficácia das actividades deverá ficar a cargo do docente. Sugere- se, no entanto, uma avaliação do tipo qualitativo através do questionamento das crenças e representações dos alunos antes e após a realização das actividades. Esta avaliação deverá também incidir sobre os objectivos específicos de cada actividade.
  • 21.
  • 22. 21 4. Actividades em sala É importante criar uma atmosfera positiva na qual os alunos possam falar aber- tamente sobre o que pensam e sentem, sem recearem possíveis consequências. É importante que se sintam encorajados a partilhar as suas ideias e opiniões e que sintam que aquilo que dizem é valorizado. Uma escuta activa e atenta permite-nos perceber melhor aquilo que realmente querem saber, assim como aquilo que real- mente já sabem ou compreendem. No desenvolvimento de trabalhos de grupos, exercícios ou debates em sala, é fundamental estar sensível às diferenças individuais de cada aluno. Sugere-se, desde logo, a definição de um conjunto de orientações para as actividades em sala: • Estabelecer regras claras, percebidas por todos, nomeadamente, o direito à privacidade e respeito de cada um; • A utilização de uma linguagem clara que evite mal-entendidos ou assumpções sobre a vida e a experiência das crianças/jovens e da sua família; • A utilização de discussões despersonalizadas, role playing, histórias, desenhos, poemas e trabalho escrito. • Explorar os assuntos em diferentes perspectivas e sobretudo evitar que os alu- nos se sintam culpados pelas suas opiniões; • Ter consciência da nossa posição pessoal e da forma como ela se enquadra nos valores defendidos neste Guia; pensar no papel e responsabilidade profissional do professor na forma como pode promover e usar mensagens que foram refe- renciadas neste guia, no desenvolvimento do seu programa curricular. • Não pretender ter todas as respostas.
  • 23. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 22 Actividade 1 Imagens e Percepções: uma imagem vale mais do que mil palavras Faixa etária A partir dos 7 anos Objectivos • Estimular a discussão e a reflexão crítica que ajudará os alunos a compreender a natureza de um preconceito/estereótipo e a forma de o combater. • Fomentar o diálogo e o debate em grupo. Recursos necessários • Revistas, jornais, livros. • Papel, cola, tesoura. Actividade • A criança deve recortar algumas imagens que considerem bonitas e agradáveis e outras que considerem feias e desagradáveis; • Para cada imagem, a criança deve identificar um aspecto positivo e outro negativo; • Promover a discussão em grupo em torno das imagens e dos aspectos men- cionados; • Analisar o impacto que os diferentes aspectos têm nas nossas percepções de pobreza e exclusão; • Se encontrados alguns estereótipos, encorajar a reflexão conjunta para des- construí-los dando exemplos concretos e referindo aspectos alternativos. Sugestões (variações da actividade) a) Construção de um painel colectivo dos trabalhos realizados; b) Visionamento dos desenhos animados Ruca e Dora, a Exploradora: e se eles fossem pobres? Como seria o seu dia-a-dia?
  • 24. 4. Actividades em sala 23 Actividade 2 Os Ovos Misteriosos Faixa etária A partir dos 7 anos Objectivos • Promover valores de respeito pela diferença; • Promover situações de exploração da diversidade; • Promover sentimentos de empatia. Recursos necessários • Livro “Os Ovos Misteriosos” de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelas, Edi- ções Afrontamento. Actividade • Leitura do conto “Os Ovos Misteriosos”. • Analisar e discutir o conto com as crianças focando sentimentos, caracterís- ticas e tarefas desempenhadas pelos diferentes animais. Questionar sobre as dificuldades e vantagens de uma família composta por animais com caracterís- ticas diferentes. Transpor a mensagem do conto para a realidade, explorando o modo como as diferenças culturais estão relacionadas com diferentes formas de vida. • Discutir em conjunto o seguinte excerto do conto: – “Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. – Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos – aconselhava a perdiz. – Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles?” • Elaboração de desenhos referentes ao conto; • Dramatização deste conto pelas crianças:
  • 25. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 24 a) Visita à biblioteca. Explorar diferentes culturas e estabelecer relações com os diferentes habitats dos animais e das pessoas; b) Reconto da história pelas crianças: reflexão sobre sentimentos associados (entreajuda, amizade); c) Construção das máscaras dos animais pelas crianças; d) Elaboração de uma banda sonora para a dramatização. Actividade 3 Brainstorming sobre Pobreza e Exclusão Social Faixa etária A partir dos 10 anos Objectivos • Auscultar a opinião dos alunos sobre os temas da Pobreza e da Exclusão Social; • Diferenciar Pobreza e Exclusão Social. Recursos necessários Papel e lápis. Actividade 1. Solicitar aos alunos para registarem individualmente conceitos e/ou frases associadas ao tema da Pobreza e da Exclusão Social; 2. Apresentação das frases à turma; 3. Divisão da turma em dois grupos: – um deverá apresentar argumentos/dados que sustentem a existência de situações de pobreza na nossa sociedade; – o outro grupo deverá exemplificar situações de exclusão social; 4. Elaboração de um texto resumo das opiniões manifestadas; 5. Sintetizar e consolidar, em grupo, os conceitos de Pobreza e Exclusão Social de acordo com as seguintes características:
  • 26. 4. Actividades em sala 25 a) É inalterável (não muda com o tempo); b) É dinâmico (muda com o tempo); c) É construído pelas pessoas; d) É específico (varia de sociedade para sociedade de acordo com a cultura). Sugestão Pode optar por fazer a leitura e posterior comentário de um texto teórico em substituição do ponto 3. Actividade 4 Jogo: a Bola Faixa etária A partir dos 10 anos Objectivos • Consciencializar para as crenças e percepções individuais acerca de mitos e estereótipos sobre a pobreza e exclusão social; • Mostrar como essas percepções moldam as nossas definições do que é ser pobre e excluído. Recursos Necessários Uma bola, quadro e giz. Actividade 1. Pedir aos alunos para se colocarem em círculo. Uma pessoa coloca-se no centro com a bola. O jogador do centro começa o jogo dizendo em voz alta “Ser pobre/excluído é…” lançando ao mesmo tempo a bola para um dos elementos do círculo; 2. A pessoa que apanha a bola deve dizer imediatamente uma palavra que defina pobre/excluído. É importante que responda espontaneamente, sem reflectir sobre a questão. A bola é de novo atirada ao centro e o elemento que respondeu sai do círculo;
  • 27. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 26 3. O jogador que está no centro atira novamente a bola à sorte dizendo “Ser pobre/ excluído é…”; 4. Um voluntário deverá ir registando as respostas no quadro em duas colunas: pobre/ excluído; 5. Reflectir sobre as respostas dadas; Questões: Estas afirmações descrevem a imagem e características que toda a gente tem sobre o que é ser pobre/excluído? Será que todos os pobres/exclu- ídos têm as mesmas características? 6. Identificar e definir estereótipos; 7. Reflectir sobre como os estereótipos podem moldar as nossas percepções mesmo quando tendemos a não pensar sobre eles. Reflectir sobre o seu poder como meio de moldar e configurar as nossas opiniões e acções acerca do que é ser pobre/excluído. Actividade 5 Questionário sobre representações sociais Faixa etária A partir dos 12 anos Objectivos • Diagnosticar as representações sociais que existem sobre a pobreza e exclusão social; • Identificar grupos sociais mais vulneráveis; • Reflectir sobre as consequências das representações sociais. Recursos necessários • Computadores e exemplares do questionário. Actividade 1. Solicitar aos alunos o desenvolvimento de um pequeno estudo sobre algumas representações sociais;
  • 28. 4. Actividades em sala 27 2. Entregar o questionário (anexo 1) para ser preenchido pelo próprio aluno, seus familiares e restante comunidade escolar; 3. Recolhidos os questionários, os alunos deverão construir uma base de dados em Excel para inserir as respostas, utilizando os procedimentos adequados; 4. Fazer uma análise estatística dos dados recorrendo também à execução de gráficos ilustrativos; 5. Identificar as representações positivas e negativas sobre a pobreza e exclusão e reflectir sobre as consequências das mesmas na sociedade; 6. Elaborar as principais conclusões do estudo; 7. Organizar cartazes de divulgação dos dados para publicação junto da comu- nidade escolar. Sugestão Subdividir a turma em 2 grupos: um grupo analisa os resultados provenientes dos questionários respondidos pelas famílias dos alunos e o outro grupo analisa os restantes questionários da comunidade escolar. Na apresentação de resultados questionar se há diferenças significativas entre os resultados de cada um dos grupos. Indicações úteis O questionário é anónimo. Os alunos preenchem o questionário em sala de aula e devem garantir a entrega atempada do mesmo aos restantes voluntários no estudo. Actividade 6 Base Cultural dos Estereótipos: os Media Faixa etária A partir dos 10 anos Objectivos • Compreender a influência dos media nas representações sociais sobre pobreza e exclusão social;
  • 29. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 28 • Analisar como alguns suportes informativos criam, mantêm e reforçam alguns estereótipos. Recursos necessários • Jornais, revistas, fita-cola e tesouras. Actividade 1. Pedir aos alunos para trazerem para a aula jornais, revistas, catálogos…; 2. Pedir aos alunos para preencherem uma grelha de análise (anexo 2) com base em notícias/reportagens televisivas; 3. Organizar grupos e pedir aos alunos para recortarem notícias que remetam para situações de pobreza e de exclusão social; 4. Seleccionar 2 recortes e/ou grelhas de análise e colá-los na parede; 5. Reflectir em conjunto sobre as seguintes questões: - As notícias fazem alusão a que aspectos das pessoas? - De que forma são descritas as situações de pobreza e exclusão? - Que sentimentos/pensamentos são veiculados por essas notícias? - As pessoas de quem se fala nos anúncios são representativas de todos os pobres/excluídos? 6. Tentar reescrever algumas notícias. Actividade 7 O Recrutamento Profissional Faixa etária A partir dos 12 anos Objectivos • Compreender como actuam as representações sociais e os estereótipos enquanto mecanismos promotores da desigualdade no campo profissional;
  • 30. 4. Actividades em sala 29 • Reflectir sobre as causas que estão na origem de situações de pobreza e exclu- são social; • Exercitar a reflexão crítica dos alunos (através da dramatização, conforme é sugerido). Recursos Necessários • Quadro da sala, enunciado do exercício. Actividade 1. Distribuição de exemplares do enunciado aos alunos e colocá-los na situação de quem tem de recrutar duas pessoas para ocupar os locais indicados (anexo 3). 2. Questionar os alunos quanto às qualidades que valorizam nos candidatos. Em seguida, os alunos devem efectuar a selecção dos candidatos para os referidos lugares. 3. Pedir a cada aluno que justifique a sua escolha, levando-o a questionar-se sobre o peso de algumas representações sociais na sua decisão. 4. Concluir com um debate sobre as escolhas feitas, explorando os possíveis estereótipos que tenham surgido durante o processo e orientando para a refle- xão sobre os conceitos de pobreza e exclusão social. Sugestão Dividir a turma em grupos de 6 e distribuir os seguintes papéis: 5 candidatos e 1 entrevistador. Se sobrarem alunos, estes terão o papel de observadores e deverão registar os aspectos mais relevantes da entrevista. Fazer a simulação da entrevista de recrutamento. Cada candidato deve argu- mentar porque deve ser o escolhido e no final o entrevistador deve escolher dois e justificar a sua decisão.
  • 31. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 30 Actividade 8 Sessão pública destinada à comunidade escolar Faixa etária: A partir dos 12 anos Objectivos • Dar a conhecer à comunidade escolar alguns dados actuais sobre pobreza e exclusão social em Portugal; • Clarificar e distinguir os conceitos de pobreza e exclusão social; • Consciencializar para as representações sociais acerca destes temas e suas con- sequências; • Promover a construção de representações positivas sobre direitos e cidadania. Recursos Necessários • Material informático necessário para a projecção de um PowerPoint. Actividade 1. Preparar uma apresentação em PowerPoint sobre o tema da pobreza e exclu- são social em Portugal: a) Reunir informação e dados estatísticos actualizados que suportem a apre- sentação; b) Estruturar a apresentação a partir dos seguintes indicadores: 1. Definição dos conceitos de Pobreza e Exclusão Social; 2. Causas/factores geradores de pobreza e exclusão social; 3. Grupos sociais vulneráveis; 4. As representações sociais: mitos e estereótipos; 5. A luta contra a pobreza e exclusão social; c) Ilustrar a informação com estatísticas nacionais e divulgar os dados do questionário aplicado à comunidade escolar na actividade 5. d) Fazer uso de imagens ilustrativas;
  • 32. 4. Actividades em sala 31 e) Promover um debate final sobre o tema, para o qual poderão ser convi- dadas algumas entidades locais que trabalham na luta contra a pobreza e exclusão social. Actividade 9 Uma Fatia do Bolo Nota prévia: Este é sobretudo um jogo emocional. A exactidão matemática ou económica não é relevante para o efeito pretendido. Faixa etária A partir dos 15 anos Objectivos • Tomar consciência das assimetrias existentes nas sociedades contemporâneas. Não responsabilizar apenas os agentes políticos e económicos, mas assumir também a responsabilidade individual, não só pela consequência dos actos de cada um, mas também pelas opções e alternativas que podem contribuir para solucionar esta situação; • Contactar, na primeira pessoa, com a actual repartição da riqueza e do poder de decisão decorrente da posse da riqueza. As assimetrias deixam de estar dis- tantes para passarem a pertencer a mim, enquanto sujeito da acção. Recursos Necessários 5 cartazes que representam Cinco Grupos de Rendimento, marcadores colo- ridos, 1 bolo (o peso do bolo depende do nº de participantes), 1 faca e uma sala espaçosa com as mesas dispostas em U.
  • 33. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 32 5 Grupos de Rendimento A: até 500/ MÊS (20% da população=50000) B: 500-700/ MÊS (20% da população=50000) C: 700-900/ MÊS (30% da população=75000) D: 900-1000/ MÊS (20% da população=50000) E: + de 1000/ MÊS (10% da população=25000) Actividade 1. Distribuir os cartazes pelos grupos de rendimento (pelas mesas da sala, em U). Explicar ao grupo que, de uma forma simbólica, se vai mostrar como estão repartidas a população e a riqueza a nível local. Salientar que durante esta actividade teremos apenas duas variáveis em jogo: população e riqueza. 1.1. Numa primeira fase explica-se que cada participante representa X habi- tantes (ver Tabela) e que a sala representa o distrito. 1.2. O docente deve apresentar os dados e os participantes devem agora ser distribuídos aleatoriamente pelos vários grupos de rendimento de acordo com os valores indicados na Tabela. O docente deve acelerar o posiciona- mento dos participantes e não dar espaço para muito diálogo, para que a reflexão surja apenas no final e em função do impacto sentido. 1.3. Logo de seguida, o professor deve apresentar os dados correspondentes a cada grupo de rendimento. A riqueza do distrito é simbolicamente materializada num BOLO colocado no centro da sala, e que correspon- derá a x milhões de euros (ver Tabela). O educador faz a distribuição do BOLO pelos grupos de rendimento. Os participantes dividem assim a riqueza do distrito por cada grupo de rendimento. Nesta fase os participantes não devem ainda comer a sua fatia do bolo. Apenas no final os participantes poderão comer a respectiva fatia de bolo. Nota importante: deve ser perguntado aos participantes se consideram justa a distribuição das fatias depois de se proceder à divisão do BOLO. (ver fig. 1) 1.4. É pedido a cada grupo que escolha um porta-voz e prepare um dis- curso, para ser apresentado na CIM (Comunidade Inter Municipal), com o objectivo de discutir o que fazer com o bolo que sobrou. Neste momento pode ser proposta uma eleição de um administrador para as sobras do BOLO (simbolizando o Governo). O porta-voz de cada grupo deve tentar convencer o administrador eleito da sua necessidade em ficar com uma parte (ou a totalidade) do BOLO restante.
  • 34. 4. Actividades em sala 33 Nota: O educador deve referir que o tempo será atribuído consoante o poder político e económico de cada grupo de rendimento (ver Tabela 1). 1.5. O “tempo de antena” para cada grupo calcula-se dividindo o indica- dor da riqueza pelo indicador da população, respectivo a cada grupo. É importante que, durante os discursos, o educador não permita diálogo ou interrupções entre os participantes. Se algum representante não tiver nada para dizer o grupo deve ficar em silêncio, até que termine o seu tempo. 2. Plenário (30 min.) Objectivo: A ideia é que partindo do jogo e da reflexão se chegue à conclusão de que mesmo dentro do próprio grupo de rendimento poderá haver diferenciação e desigualdade. Discussão do jogo: depois do Jogo é importante que o grupo se coloque em círculo para em conjunto reflectir sobre as questões abordadas. Como linhas de orientação para conduzir a discussão, sugerimos as seguintes questões: 2.1. O que sentiram? Nota ao professor(a): a tendência dos participantes é muitas vezes saltar do “sentir” para as conclusões ou para achar que a dinâmica é muito simplista. Insistir na ideia do “Como se sentiram?”, antes mesmo de passar para outro nível de con- clusões. Se for complicado para os participantes analisarem a este nível o educador deve ajudar com perguntas do tipo “Como se sentiram? Como se sente quem não teve direito a nenhuma fatia de BOLO?”. 2.2. “Alguém se sentiu desconfortável no seu grupo? Como foi que se sen- tiram em relação aos outros grupos? Tiveram vontade de mudar de grupo?” 2.3. Reflexão sobre os discursos dos representantes de cada grupo. As solu- ções apresentadas referiam-se aos problemas globais (do distrito) ou cada grupo falou de si? 2.4. Será que as soluções propostas “serviriam” todos os grupos? E mesmo dentro de cada grupo, será que não existem divisões? 5 Grupos de Rendimento A: até 500/ MÊS (20% da população=50000) B: 500-600/ MÊS (20% da população=50000) C: 600-700/ MÊS (30% da população=75000) D: 700-800/ MÊS (20% da população=50000) E: + de 900/ MÊS (10% da população=25000)
  • 35. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 34 Nº participantes A (PESP) B REND. BAIXO C REND. MÉDIO BAIXO D REND. MÉDIO E REND. MÉDIO/ ALTO Cada participante representa (milhares habitantes) 12 2 2 5 2 1 20,83 13 2 2 6 2 1 19,23 14 2 2 7 2 1 17,85 15 2 2 8 2 1 16,66 16 2 2 9 2 1 15,62 17 2 2 10 2 1 14,70 18 2 2 11 2 1 13,88 19 2 2 12 2 1 13,15 20 3 2 12 2 1 12,50 21 3 3 12 2 1 11,90 22 3 3 13 2 1 11,36 23 3 3 14 2 1 10,86 24 3 4 14 2 1 10,41 25 3 4 15 2 1 10,00 26 3 4 15 3 1 9,61 27 4 4 15 3 1 9,25 28 4 4 16 3 1 8,92 29 4 4 17 3 1 8,62 30 4 4 17 3 2 8,33 Tabela 1: Distribuição dos Participantes segundo os grupos de rendimento do distrito
  • 36. 4. Actividades em sala 35 O PIB distrital é de 1957 milhões de euros (para facilitar arredondamos para 2.000 milhões/ano). Cálculos: 2.000 milhões/12, 13, 14,... Nº participantes A (PESP) B REND. BAIXO C REND. MÉDIO BAIXO D REND. MÉDIO E REND. MÉDIO/ ALTO Cada fatia representa (milhões/ano) 12 0 1 3 4 4 166,6 13 0 1 4 4 4 153,8 14 0 1 4 5 4 142,8 15 0 1 4 5 5 133,3 16 0 1 5 5 5 125 17 0 1 5 6 5 117,6 18 0 1 5 6 6 111,1 19 0 1 6 6 6 105,2 20 0 1 6 7 6 100 21 0 1 6 7 7 95,2 22 0 1 6 8 7 90,9 23 1 1 6 8 7 86,9 24 1 1 7 8 7 83,3 25 1 1 7 9 7 80 26 1 2 7 9 7 76,9 27 1 2 7 9 8 74,0 28 1 2 8 9 8 71,4 29 1 2 8 10 8 68,9 30 1 2 8 10 9 66,6 Tabela 2: Distribuição do BOLO segundo a repartição da riqueza pela população do distrito
  • 37. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 36 400 segundos no total Nº participantes A (PESP) B REND. BAIXO C REND. MÉDIO BAIXO D REND. MÉDIO E REND. MÉDIO/ ALTO 12 0 10 30 180 180 13 0 10 30 180 180 14 0 10 30 180 180 15 0 10 30 180 180 16 0 10 30 180 180 17 0 10 30 180 180 18 0 10 30 180 180 19 0 10 30 180 180 20 0 10 30 180 180 21 0 10 30 180 180 22 0 10 30 180 180 23 0 10 30 180 180 24 0 10 30 180 180 25 0 10 30 180 180 26 0 10 30 180 180 27 0 10 30 180 180 28 0 10 30 180 180 29 0 10 30 180 180 30 0 10 30 180 180 Tabela 3: Distribuição do TEMPO de DISCURSO segundo o rendimento (em segundos)
  • 38. 4. Actividades em sala 37 Notas ao professor(a) Para aprofundar as temáticas das Desigualdades e consequente desenvolvimento, aconselha-se que recorra ao “Relatório das Nações Unidas de 2007 – Pobreza Mun- dial” dados retirados do Banco Mundial (“Voices of the Poor Report, 2005”), “CIA World Factbook 2006”, “Global Poverty Mapping Project”, “Innovative Solutions to Global Poverty”. Quanto ao tema Desenvolvimento, pode sugerir aos partici- pantes a leitura do artigo “Chamar Desenvolvimento a um Suicídio Colectivo”, de Manfred Max-Neef. Sugestão Nota: Apesar de sobrar bolo, as duas pessoas do grupo A não recebem nenhuma fatia. São as pessoas em situação de extrema pobreza/exclusão social. Neste exercício destinado aos jovens optámos, por razões pedagógicas, por pre- ver a sobra de bolo de forma a permitir a discussão e a reflexão sobre o que fazer com a riqueza (o bolo) que sobejou após o consumo por parte da maioria das pes- soas. Em última análise pretendemos que se equacione a sua distribuição pelos que não tiveram possibilidades de comer. O bolo que sobrou pertence ao Estado e pode ser considerado o produto das contribuições/impostos. O desafio aos jovens passa também nesta última fase por Figura 1: Divisão do Bolo em fatias do bolo em fatias iguais por grupos de rendimento
  • 39. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 38 tentar saber que destino a dar ao que sobra, nomeadamente em termos de coo- peração com os países em vias de desenvolvimento ou distribuição às pessoas em situação de pobreza. No final pode ser pedido à turma que elabore um documento sobre a melhor forma de distribuir “as sobras”. Actividade 10 Visitas institucionais Faixa etária: A partir dos 15 anos Objectivo Proporcionar aos alunos o contacto com a realidade da pobreza e exclusão social, salientando a importância de fazer voluntariado, de ajudar aqueles que mais precisam. Recursos necessários • Base de dados com entidades que estão receptivas a ser visitadas; • Calendarização das visitas; • Aspectos logísticos: transporte dos alunos e divisão dos alunos por grupos. Actividade • Organizar visitas a instituições de solidariedade social que fazem apoio directo a pessoas em situação de pobreza para que possam avaliar a sua condição (ex: AMI, Centros Sociais, Centros de Dia, etc.); • Debater com os alunos em plenário aquilo que experimentaram, o que senti- ram. Se foi uma experiência agradável ou pelo contrário deprimente. Se gosta- riam de fazer voluntariado neste tipo de instituições.
  • 40. 4. Actividades em sala 39 Actividade 11 Visualização de filmes e vídeos Faixa etária A partir dos 13 anos Objectivo Promover a reflexão e o debate em torno de temas relacionados com a pobreza, exclusão social. Recursos Necessários Televisão, Vídeos e Computador. Actividade Debate /reflexão/ intercâmbio de perspectivas. Sugestão 1. “Partly cloudy” http://videos.sapo.pt/v5urAwzZwmpy4QRvV5rf Esta curta-metragem de animação está a ser passada juntamente com o filme “UP – Altamente” e pode ser uma boa lição sobre a aceitação da diferença dos outros, a tolerância, o valor da amizade,… 2. “Arena” Curta-metragem de João Salaviza, distinguido com a Palma de Ouro para Melhor Curta-Metragem do 62.º Festival de Cannes. João Salaviza explicou que “Arena” é um filme sobre violência urbana e juvenil, sobre bairros problemáticos que são verdadeiras “bombas-relógio”.
  • 41. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 40 3. “A Turma” De Laurent Cantet, também vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Retrata o quotidiano de um professor e da sua turma numa escola de um bairro problemático de Paris, espelhando a multietnicidade da população francesa e do convívio de culturas dos grandes centros urbanos de todo o mundo. Actividade 12 Jogo da Amizade Faixa etária A partir dos 7 anos Objectivos • Valorizar a importância da amizade e da solidariedade entre pares; • Orientar as suas atitudes pelo respeito por si e pelos outros; • Educar para a cidadania; • Preservar o ambiente. Recursos Necessários • Jogo que pode ser construído em papel de cenário (tipo Jogo da Glória); • Cartolinas A4 com imagens e regras do jogo que são coladas no papel de cená- rio e um dado (que pode ser feito em esponja). Actividade Formam-se grupos de 6 a 10 alunos que vão lançando o dado, tornando-se eles próprios os peões do jogo e que quando acertam numa casa com regras têm de ler para os restantes colegas. Avançam ou recuam conforme as regras do jogo. Ganha quem chegar à última casa em 1.º lugar.
  • 42. 4. Actividades em sala 41 Jogo
  • 43. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 42 Bateste num colega. Fugiste. Não queres pedir desculpa. Estás com cara de mau. casa 2 -10 pontos Ensinaste a todos lá em casa como separar o lixo. casa 5 +5 pontos Quando foste fazer compras, preferiste trazê-las em sacos já usados. casa 6 +5 pontos Na fila do refeitório não ultrapassaste ninguém. casa 7 +5 pontos No recreio da escola ficaste zangado. Deste um pontapé no caixote do lixo e foste embora. Voltas atrás 5 casas. casa 8 -5 pontos Ias na rua. Uma pessoa tropeçou e caiu mesmo à tua frente. Ajudaste a levantá- la. Perguntaste se precisava de ajuda. casa 9 +10 pontos Vais atrasado para a escola. Pedes à tua mãe que conduza mais depressa. Perdes uma vez de jogar. casa 11 -10 pontos Alguém perdeu um estojo. Está iden- tificado. Encontraste-o. Fizeste bem: entregaste o estojo à tua professora. casa 13 +5 pontos Em todo o dia não te zangaste com ninguém. Sorriste e cumprimentaste amigos, colegas e adultos. Falaste na tua vez e arrumaste as tuas coisas. Não percebeste o trabalho de casa e pediste ajuda. No caminho de volta ajudaste a trazer a mochila dum miúdo do 1.º ano. Já lanchaste e antes de ver televisão vais fazer os trabalhos de casa. Parabéns. Saltas para a penúltima casa. casa 14 +20 pontos Ai, ai! Isso faz-se? Acordaste mal disposto e já refilaste a propósito do pequeno-almoço e da roupa que hoje vais vestir. Com tanta chuva e queres levar sapatilhas de pano?! casa 15 -10 pontos Apetece-te chapinhar. A chuva faz lindas peças de água. E pronto: já estás todo molhadinho! Pareces um pinto. casa 17 -5 pontos Viste outro miúdo atirar pedras a um cão. Chamaste-o e conversaste com ele. Percebeste que ele não gosta de cães. Explicaste-lhe que o cão não tem nada com isso e pedes-lhe que não o volte a fazer. Ele percebeu a ideia! casa 18 +5 pontos Julgas-te o maior. As raparigas são umas tolas. Passaste por três miúdas no corre- dor e gritaste-lhes um disparate. casa 20 -5 pontos Estás na estrada com o teu pai. O teu pai gosta de acelerar. Falas com ele e dizes-lhe que o amas e por isso queres que faça uma condução mais segura. casa 21 +10 pontos Não percebes nada de futebol. Gostas é de carros! O teu melhor amigo tem que treinar pois tem um jogo no fim-de-se- mana. Pede-te ajuda. Aceitas jogar com ele, explicando que não é o teu jogo favorito. Afinal até foi divertido! casa 22 +10 pontos Sujaste a sala com papéis. Apanhaste-os todos assim que pudeste. casa 24 +5 pontos Regras do Jogo
  • 44. 4. Actividades em sala 43 Actividade 13 O que pensamos do Assunto Faixa etária Adaptável a qualquer idade a partir dos 9 anos. Objectivos • Dar aos participantes desde o início do trabalho, a ideia de que os seus conhe- cimentos e pontos de vista são tomados em conta. • Promover a escuta e a síntese dos pontos de vista dos colegas. • Dar ao monitor/ professor uma ideia dos conhecimentos e pontos de vista do grupo sobre o assunto que vai tratar. Recursos Necessários Nenhum. Actividade 1. Organizam-se os participantes em pares; 2. Pede-se aos participantes para realizarem uma entrevista ao seu par, sobre o tema da pobreza e da exclusão social (com temáticas que podem ser especí- ficas); 3. Dá-se instruções para que cada pessoa ouça a outra durante 5 minutos; 4. Dá-se a palavra a todos os participantes, devendo cada um apresentar o ponto de vista do seu parceiro; 5. Debate-se as várias ideias recolhidas.
  • 45.
  • 46. 45 5. Glossário Estereótipo – percepções socialmente partilhadas por pessoas pertencentes a grupos diferentes, e que adquirem um carácter demasiado rígido e um alto nível de generalização. Exclusão Social – processo de perda de integração ou participação na sociedade, aqui vista como o conjunto de sistemas sociais a que o indivíduo pertence, em um ou vários domínios: económico, político-legal e social. Limiar de pobreza – corresponde a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários líquidos equivalentes a nível de cada país. PESP – Pessoas em Situação de Pobreza. Pobreza – situação de privação resultante da insuficiência de recursos económicos, relacionando-a com as noções de subsistência e de necessidades básicas. Pobreza Absoluta – situação em que certos standards mínimos de vida (tais como a nutrição, educação, saúde ou habitação) não são alcançados. Pobreza relativa – utiliza-se para falar da existência de desigualdades e calcula-se por comparação com o nível de vida considerado standard para a população a que se refere. Significa que o indivíduo, por falta de recursos materiais, não participa dos hábitos e padrões de vida considerados normais na sociedade em que vive. Representação social – teorias implícitas acerca de objectos sociais relevantes e como tal constituem uma modalidade de conhecimento que serve a apreensão, qualificação e explicação da realidade. Risco de pobreza – calcula-se quando o nível de rendimento por adulto equivalente for inferior a 60 por cento do rendimento por adulto equivalente mediano.
  • 47. 46
  • 48. 47 6. Referências COHEN, Sue, et al., “Family diversity: a guide for teachers”, Nicosia, Cyprus, 2007. DESTAQUE – Rendimento e Condições de Vida – 2006, INE, Janeiro de 2008. DESTAQUE – Rendimento e Condições de Vida – 2008, INE, Julho de 2009. JODELET, D. (Ed.), “Les Représentations Sociales: un Domaine en Expansion”, Les Représentations Sociales, Paris, PUF, 1989. MOSCOVICI, S., “Social Representations”, Social Cognition, J. Forgas (Ed.), Lon- don, Academic Press, 1981. VALA, J., Monteiro, M. (Eds.), “Representações Sociais - Para Uma Psicologia Social do Pensamento Social”, Psicologia Social., Lisboa, Fundação Calouste Gul- benkian, 1993. VALA, J., “Sobre as Representações Sociais – Para uma Epistemologia do Senso Comum”, Cadernos de Ciências Sociais, nº 4, 1986: 5-30.
  • 49.
  • 50. 49 7. Sites úteis Rede Europeia Anti-Pobreza/ Portugal www.reapn.org Fórum Não Governamental para a Inclusão Social www.fngis.org Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social http://www.mtss.gov.pt/ Instituto da Segurança Social, IP www.seg-social.pt Conselho Económico e Social http://www.ces.pt/ Instituto Nacional de Estatística http://www.ine.pt Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural http://www.acidi.gov.pt/ Observatório das Desigualdades http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/ Amnistia Internacional Portugal http://www.amnistia-internacional.pt Nacionais
  • 51. 50 Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social - 2010 http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=encatId=637 Centro Informática de Aprendizagem e Recursos para a Inclusão Social http://www.ciaris.org Agência para os Direitos Fundamentais da União Europeia http://fra.europa.eu/fraWebsite/home/home_en.htm Organização das Nações Unidas http://www.un.org/pt European Anti Poverty Network www.eapn.eu Direcção Geral Emprego e Assuntos Sociais – Protecção Social e Inclusão Social http://ec.europa.eu/employment_social/spsi/index_en.htm Internacionais
  • 52. 51 8. Anexos ANEXO 1 – Representações Sociais Este é um breve questionário (anónimo) sobre representações sociais. Gostaríamos de saber a sua opinião relativamente às afirmações que se seguem: Para responder, assinale a sua resposta com um X e utilize a seguinte escala: 1 = discordo totalmente 2 = discordo 3= não concordo nem discordo 4 = concordo 5 = concordo totalmente 1 2 3 4 5 Os idosos não são afectados por situações de pobreza e exclusão Os pobres vivem geralmente em bairros sociais degradados Quem nasce pobre, viverá sempre pobre A presença de imigrantes é benéfica para o país Os muçulmanos são geralmente mais perigosos que os indivíduos de outras religiões Os pobres não querem trabalhar Existe igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no acesso ao mercado de trabalho Quem vive em bairros sociais tem comportamentos marginais A pobreza está na origem do aumento do n.º de crimes em Portugal Um ex-recluso deve ter os mesmos direitos que os restantes cidadãos As pessoas de etnia cigana são perigosas Quem recebe subsídios não precisa de trabalhar As pessoas com deficiência ou doenças crónicas são úteis ao mercado de trabalho Quem tem um emprego não é afectado por situações de pobreza e exclusão social Os índices de criminalidade são mais elevados entre os indivíduos de raça negra Acabar com a pobreza é da inteira responsabilidade de quem exerce cargos públicos Obrigado pela sua colaboração!
  • 53. Pobreza e Exclusão Social · Um Guia para Professores 52 ANEXO 2 – Grelha de Análise de notícias televisivas Notícia 1 Notícia 2 Notícia 3 Protagonistas Mensagem Destinatários Estereótipos veiculados ANEXO 3 – Recrutamento Profissional Vocês são os responsáveis por uma empresa de recrutamento. Todos os candida- tos possuem o mesmo nível de habilitações (9º ano) e estão na fase final de recru- tamento de dois profissionais. Estes são os 5 candidatos ao lugar: A. Maria, 50 anos, desempregada, 15 anos de experiência no sector, desem- pregada há 3 anos e doente crónica. B. João, 38 anos, desempregado, sem experiência no sector. C. Abdul, 30 anos, imigrante residente em Portugal há 5 anos, 10 anos de experiência no sector. D. Neuza, 24 anos, descendência africana, vários cursos de formação e alguma experiência profissional no sector. E. José, 40 anos, etnia cigana, beneficiário do Rendimento Social de Inser- ção, 15 anos de experiência no sector.
  • 54. 53