2. Desigualdade Social no Brasil
Desde os primórdios do processo de desenvolvimento brasileiro, o crescimento
econômico tem gerado condições extremas de desigualdades espaciais e sociais, que se
manifestam entre regiões, estados, meio rural e o meio urbano, entre centro e periferia e
entre as raças. Essa disparidade econômica se reflete especialmente sobre a qualidade
de vida da população: expectativa de vida, mortalidade infantil e analfabetismo, dentre
outros aspectos.
Em anos mais recentes, a desigualdade de renda no Brasil pode ser atribuída a fatores
estruturais sócio-econômicos, como a elevada concentração da riqueza mobiliária e
imobiliária agravada pelo declínio dos salários reais e à persistência dos altos juros. A
crise energética do País, anunciada em no mês de maio passado, juntamente com os
riscos de contágio da crise Argentina, afetam negativamente o potencial produtivo
brasileiro e reduzem a entrada investimentos externos , limitando ainda mais, as chances
de geração e de distribuição de emprego e renda no Brasil. A desigualdade se tornou a
marca maior da sociedade brasileira.
3. O relatório 2001 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre o
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 162 países, referente a 1988/99 - período em
que ocorreram recessões no Brasil, apontou que o País passou da 74a posição no ranking
mundial, em 1988, para o 69o lugar. Mesmo assim, o Brasil continuou atrás de seus principais
vizinhos sul-americanos: Argentina (34a) e Uruguai (37a). De acordo com o relatório, as
mudanças nos indicadores de melhoria de vida da população brasileira não têm mudado de
forma significativa, tendendo para a estabilidade. Por exemplo, em 2000, as políticas sociais
do País consumiam 23% do orçamento federal, sendo que pouco desse total chegava
efetivamente aos mais pobres. O relatório indica que, enquanto 9% da população vive com
menos de US$ 1 por dia, 46,7% da renda nacional está concentrada nas mãos de apenas 10%
da população. A expectativa de vida do brasileiro permaneceu praticamente inalterada desde o
último relatório, indicando a média de 67,2 anos de vida para a população.
Para entender a origem de tais disparidades no Brasil é necessário introduzir uma perspectiva
mais ampla, abrangendo o passado histórico, sem desconsiderar as dimensões continentais
do país. Podemos começar a explicar isso pelo fator mais evidente: a escravidão, que é o
paroxismo da exclusão: o Brasil importou o maior número de escravos da África dentre todas
as colônias no Novo Mundo e, como Cuba, foi um dos últimos países a libertá-los (em 1888).
Mesmo considerando-se os movimentos ascendentes na escala social - os imigrantes são um
exemplo eloqüente disso -, a grande massa não teve condições de impor às elites uma
distribuição menos desigual dos ganhos do trabalho. Nem logrou, eficazmente, exigir do
Estado o cumprimento de seus objetivos básicos, entre os quais se inclui, na primeira linha, a
educação. As seqüelas desse feito representam imenso obstáculo para uma repartição menos
níqua da riqueza e perduram até hoje.
4. A experiência brasileira é rica em programas e projetos para atenuar as desigualdades
regionais e sociais. Mesmo que a maioria delas não tenham obtido os resultados esperados,
há exemplos de políticas sociais que estão tendo impacto favorável: o salário mínimo, a
aposentadoria rural, a bolsa-escola, a renda mínima e a reforma agrária. No entanto, essas
iniciativas não tem sido suficientes para resolver os problemas das desigualdades no Brasil.
5. Desigualdade Social
A chamada classe social nada mais é que a divisão de pessoas feita a partir do seu status social e de
outros fatores ligados a ele. É resultado da forma com que as pessoas viviam desde o período da Idade
Média quando havia os estamentos, formação de camadas sociais, onde os senhores feudais e o clero
eram “os indivíduos da classe alta", os servos “os indivíduos da classe baixa”, porém adaptadas à situação
do seu momento histórico.
A divisão de indivíduos a partir das classes sociais demonstra a desigualdade existente em um mesmo
território, seja ela econômica, profissional e até mesmo de oportunidades. Como fato normal (como é
encarado na atualidade), pode-se perceber claramente em organizações a diferença entre pessoas de
classes sociais altas e baixas. São pessoas muito bem vestidas, atualizadas e portadoras de grande
conhecimento em oposição a pessoas mal instruídas que somente conseguem acatar ordens, sem ao
menos poder opinar sobre o resultado do trabalho a ser executado, por falta de conhecimento.
6. A chegada do capitalismo fez com que as diferenças entre pessoas ficassem em
evidência, pois as pessoas que tinham condições para estabelecer ordens e possuir
funcionários compunham a classe alta enquanto aqueles que recebiam e executavam as
ordens preenchiam a classe média e baixa de acordo com seu grau de instrução e sua
remuneração.
Dessa forma, pessoas que não conseguem estudar e melhorar suas condições de vida
infelizmente torna-se cada vez mais atrasadas, resultando na dificuldade em conseguir
emprego e renda, em contrapartida, as pessoas com grau de instrução melhor tende a
cada dia mais se atualizar e renovar seus conhecimentos, fazendo com que
suas oportunidades sejam mais amplas. É o que diz o velho ditado popular: “O rico cada
vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre.”
Fonte:
Por Gabriela Cabral