2. • Os sentimentos são conquistas nobres do
processo da evolução do ser.
• Desenvolvendo-se dos instintos, libertam-se dos
atavismos fisiológicos automatistas para se
transformarem em emoções que alcançam a
beleza, a estesia (sensibilidade), a essência das
coisas e da vida, quando superiores,
• ou as expressões remanescentes do período
primário como a cólera, o ciúme, as paixões
perturbadoras.
3. • Na fase inicial do desenvolvimento, o ser
possui as sensações em predomínio no
comportamento, que o vinculam ao
primitivismo, exteriorizando-se na forma de
dor e prazer, de satisfação e de desgosto...
• As manifestações psicológicas somente a
pouco a pouco se expressam, rompendo a
cadeia das necessidades físicas para se
apresentarem como emoções.
4. • Nesse processo, o ser é prisioneiro dos desejos imediatos e
grosseiros da sobrevivência, com insight de percepção da
harmonia, do equilíbrio, das alegrias que não decorrem do
estômago ou do sexo.
• O largo trânsito pelos impulsos do instinto deixa condicionamentos
que devem ser reprogramados, a fim de que as emoções superem
as cargas dos desejos e do utilitarismo ancestrais.
• O primeiro, e certamente o mais importante, sentimento a romper
o presídio dos instintos, é o amor.
• De começo, mediante a vinculação atávica com os genitores, os
familiares, o grupo social que o protege, as pessoas que lhe
propiciam o atendimento das necessidades fisiológicas.
5. • Logo depois, embora o desenvolvimento se faça
inevitável, apresenta-se egoístico, retributivo,
ainda vinculado aos interesses em jogo.
• Somente quando canalizado pela mente e pelo
conhecimento, agiganta-se, constituindo-se
objetivo do mecanismo existencial, capaz de se
libertar dos efeitos rigorosos dos instintos.
• Face à própria historiografia, externa-se como
desejo de posse, na ambição pessoal para a
eleição do parceiro sexual, fraternal, amigo.
6. • Em razão disso, confunde-se, ainda hoje, o amor com
os jogos do sexo, em tormentosos conúbios, nos quais
sobressaem as sensações que os entorpecem e
exaurem com facilidade.
• O amor é o alicerce mais vigoroso para a construção
de uma personalidade sadia,
• por ser gerador de um comportamento equilibrado,
• por propiciar a satisfação estética das aspirações
• e porque emula (rivaliza) ao desenvolvimento das
faculdades de engrandecimento espiritual que
dormem nos tecidos subtis do eu profundo.
7. • Se desperta paixões subalternas como
– o ciúme,
– o azedume,
– a inveja,
– a ira,
– a insegurança que fomenta o medo,
• ainda se encontra no primarismo dos instintos em
prevalência,
• Somente quando é capaz de embelezar a existência,
proporcionando vida psíquica e emocional
enriquecedora, é que se faz legítimo, com os recursos
que o libertam do ego
8. • Predominando na fase de transição - do instinto para o
sentimento - o ego é o ditador que comanda as
aspirações, que se convertem em conflitos, por
direcionamento inadequado das forças Íntimas.
• Sendo um dínamo gerador de energia criativa e
reparadora, o amor-desejo pode tornar-se, pela
potencialidade que possui,
– instrumento sórdido de escravidão,
– de transtornos emocionais,
– de compromissos perturbadores.
A necessidade de controlá-lo, educando as emoções, é o
passo decisivo para alcançar-lhe a meta felicitadora.
9. • Toda vez que gera tormento de qualquer
natureza, insatisfação e posse, prejudica
aquele que o experimenta.
• Para libertar-se dessa constrição faz-se
imprescindível racionalizá-lo,
descondicionando o subconsciente, retirando
os estratos nele armazenados e substituindo-
os por ideias otimistas, aspirações éticas.
• Como?
10. • Gerar pensamentos de autoconfiança e gravá-los pela
repetição;
• estabelecer programas de engrandecimento moral e fixá-
los;
• corrigir os hábitos viciosos de utilizar as pessoas como
coisas, tendo-as como descartáveis;
• valorizar a experiência e vivenciar,
– evitando a autocompaixão,
– a subestima pessoal,
• que escondem um mecanismo de inveja em referência às pessoas
felizes,
• constituem técnicas valiosas para chegar ao patamar das
emoções gratificantes.
11. • O amor é o grande bem a conquistar, em cujo
empenho todos devem aplicar os mais valiosos
recursos e esforços.
• Não obstante, a larga transição no instinto pode
transformá-lo em adversário, pelos prejuízos que se
originam quando se apresenta em desorganizada
manifestação.
• Possuidor de uma pluralidade de interesses,
– expande-se em relação à Natureza,
– ao próximo,
– a si mesmo
– e ao Poder Criador, abrangendo o Cosmo...
12. • Quando alcança a plenitude,
• irradia-se em forma co-criadora, em
intercâmbio com as energias divinas que
mantêm o equilíbrio universal:
• o sentimento de amor cresce e subtiliza-se de
tal forma que o Espírito identifica-se
plenamente com a Vida, fruindo; fruindo a
paz e a integração nela.
13. • A REVELEÇÃO ESPIRITUAL CONTA COM TRÊS
ETAPAS
– MOISÉS
– JESUS
– ESPIRITO DA VERDADE (CONSOLADOR)
A PRIMEIRA REVELAÇÃO ASSENTA NUM PRESSUPOSTO
– LEI DE TALIÃO (OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE)
JESUS
- A LEI DO AMOR
14. • o Evangelho de Jesus sofreu, através dos tempos,
adulterações e interpolações
• a herança que d’Ele possuímos é caracterizada pelas
interferências maldosas e desonestas dos tradutores,
teólogos e demais pessoas interessadas na
manutenção da ignorância, para melhor dominar as
mentes incultas e desconhecedoras dos Seus
postulados de amor.
• restam-nos os conteúdos soberanos que não puderam
ser alterados e vêm atravessando os milénios como
verdadeiro desafio para a humanidade
15. • as Suas lições morais independem das
formulações em que se apresentam, valendo
pelo sentido profundo e revolucionário de que
se revestem.
• Não há como adulterar-se o ensinamento - Amar
a Deus acima de todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo
• ou fazer ao próximo tudo aquilo que desejaria
lhe fosse feito.
• Essas duas máximas encerram toda uma filosofia
ético-moral de reflexos espirituais inamovíveis
16. • No amor, fonte inesgotável para todas as necessidades, a
criatura
• dessedenta-se,
• reabastece-se de esperança e alegria,
• a fim de continuar a áspera caminhada de aperfeiçoamento
moral, enfrentando vicissitudes e confrontos,
interiormente em paz.
• Nessa trilogia proposta,
• amar a Deus,
• ao próximo,
• porém, de forma análoga àquele que se devota a si
mesmo, encontramos o convite sem disfarces para o auto-
amor como formulação terapêutica para a felicidade
17. • Através desse valioso recurso que se reveste de
auto-estima e autovalorização,
• sem as nefastas expressões do egoísmo, da
vaidade, da presunção,
• está embutido o convite ao melhoramento
interior, ao enriquecimento espiritual, à luta
contra as paixões inferiores,
• de forma que se torne sempre mais bem
equipado de tesouros morais para a superação
dos conflitos e das perturbações inerentes aos
condicionamentos perversos
18. • Envolvido pelo sentimento de amor a si mesmo,
o indivíduo encontra-se investido de meios que o
levam a amar ao seu próximo,
• sendo menos exigente para com as suas
deficiências por identificá-las em si mesmo,
• sabendo quanto é difícil essa batalha sem
tréguas, assim compreendendo-lhe as torpezas e
auxiliando-o a tornar-se mais fraterno e gentil
• Graças a esse labor, passa a amar a Deus, nele
próprio e no seu irmão de jornada.
19. • O Mestre acentuou com sabedoria que se
alguém não ama aquilo que vê, como poderá
amar ao Pai a Quem nunca viu?
• Nos relacionamentos objetivos e emocionais
entre duas ou mais pessoas
• que se estimam ou se amam,
• tolerando-se e ajudando-se, apesar das
diferenças existentes,
• muito mais fácil se torna a dilatação do
sentimento que se dirige a Deus, o Magnânimo
Pai.
20. • Ao exegeta torna-se indispensável saber
• o texto,
• a circunstância
• e o lugar onde foi enunciado,
• a fim de o examinar sob vários pontos de vista, desde
a etimologia de cada palavra até o conjunto geral.
• Certamente ninguém há-de esperar que aqueles que
ouviram as sublimes palavras do Mestre as hajam
memorizado com rigor, de forma a retransmiti-las
exatamente conforme foram enunciadas.
21. • Mas o fenómeno é geral,
• havendo acontecido com os grandes pensadores
• cujas ideias e ensinamentos foram apresentados
não necessariamente conforme expressos,
• mas de acordo com o entendimento de cada
qual, sem que houvessem perdido o seu
significado profundo e a sua característica
portadora da qualidade de quem assim os
ofereceu aos discípulos, adversários ou apenas
ouvintes...
22. • Não se pode negar, no entanto, que os biógrafos
de Jesus,
• Seus discípulos Mateus e João,
• assim como aqueles que ouviram as
testemunhas dos Seus feitos,
• Marcos e Lucas,
• estiveram inspirados por Ele mesmo, a fim de que
as gerações do futuro recebessem o sustento
nutriente para os momentos severos da jornada
evolutiva.
23. • Da mesma forma, os tradutores dos textos, quais S.
Jerónimo com a Vulgata Latina
• e outros que o sucederam e a aprimoraram, ou a
modificaram, adaptando-a
• aos interesses de castas,
• de imperadores presunçosos
• e teólogos fátuos,
• certamente estiveram também sob direcionamento da
Espiritualidade, evitando que as mutilações se
tornassem tão graves que excluíssem o Sentido
libertador da revolução moral que Ele trouxe à Terra.
24. • Assim, importa mergulhar a mente e a emoção
• nos enunciados insubstituíveis do Sermão da
Montanha,
• das parábolas ricas de significado e de sentido de
vida,
• dos diálogos e pregações,
• de forma que sempre estará rutilante como
pérola engastada na coroa dos Seus
ensinamentos o amor que felicita e pode
conduzir a humanidade ao seu fanal.
25. • Ademais, se todos os ensinos verbais
empalidecessem ante os revestimentos
grosseiros que os cobririam,
• os Seus atos,
• a Sua dedicação,
• a Sua vida
• e a Sua morte
• seriam suficientes para apresentar a mais segura
diretriz de paz e espiritualização de que se tem
notícia.
26. • A extraordinária mensagem do amor é a mais
poderosa de que se tem conhecimento.
– Vence o ódio,
– o desespero,
– a angústia,
– a guerra,
– a servidão,
• encorajando o ser a avançar cada vez mais no grande
rumo para o encontro com a plenitude.
• Foi o amor que levou mais de um milhão de homens,
mulheres, crianças e idosos ao martírio em clima de
entusiasmo
27. • Tão prodigiosa a sua força,
• que o temor desaparecia ante as injunções mais
cruéis e desumanas.
• Cantando, quase sempre, aqueles que seguiam
ao holocausto fortaleciam-se na compaixão para
com os seus algozes impenitentes,
• perdoando-os
• mesmo antes de lhes sofrerem a raivosa
perseguição.
• O amor é de inspiração divina porque
Procedente de Deus.
28. • Temos compromisso com o amor desde o
momento em que abraçámos a doutrina de
Jesus, pouco importando sob qual
denominação se nos apresente.
• O amor é o veículo de sustentação da
caridade, sem cujo combustível não poderia
exercer o seu ministério Socorrista.
• O amor é luz que esparze claridade onde se
apresenta.
29. • Ama, portanto, sempre que te seja possível,
cultivando a piedade fraternal em relação
àqueles que se comprazem em ser-te
inamistosos ou mesmo adversários. Eles ainda
não conhecem a alegria de amar, e por isso
obstinam-se em criar embaraços àqueles que
estão fascinados pela força irresistível do amor.
• Um dia, também eles, os teus inimigos, cederão
a esses impulsos sublimes que resultam do
amor.
30. • Nascente de Bênçãos
• Autodescobrimento – uma busca interior
• Joanna de Angelis
• Divaldo Pereira Franco