O documento discute a criação do Universo e da Terra. De acordo com o texto, o Universo foi criado a partir de uma substância primordial que enche o espaço infinito. Através de forças naturais como a gravidade, essa matéria formou nebulosas que deram origem aos sóis, planetas e luas. Especificamente, o texto descreve como a Terra se formou a partir de uma nebulosa solar que se condensou em um disco, do qual se desprendeu a Lua.
2. Onde reconhecemos Deus?
• Em tudo, observando os efeitos é que se chega
ao conhecimento das causas.
• Axioma: todo efeito inteligente tem que
decorrer de uma causa inteligente.
• As obras da Natureza (sua providência, sua
sabedoria, sua harmonia)… desde que o
homem não as pode produzir, é que elas são
produto de uma inteligência superior à
Humanidade.
• A existência do relógio atesta a existência do
relojoeiro; a engenhosidade do mecanismo lhe
atesta a inteligência e o saber.
3. Onde está Deus?
A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda
parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que
consiste a ação providencial.
… figuremo-lo (o pensamento de Deus) sob a forma concreta de um fluido
inteligente que enche o universo infinito e penetra todas as partes da criação: a
Natureza inteira mergulhada no fluido divino… (donde) tudo está submetido à sua
ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude… havendo, pois, razão para
dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele,
como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. (Assim) as nossas preces, para
que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz
retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos
repercutem nele. Os nossos pensamentos são como os sons de um sino, que fazem
vibrar todas as moléculas do ar ambiente. Longe de nós a idéia de materializar a
Divindade… evidentemente não passa de uma comparação…
Análogo fenômeno(...): Deus está em toda parte, na Natureza, como o Espírito
está em toda parte, no corpo. (...) Um membro se agita: o Espírito o sente; uma
criatura pensa: Deus o sabe.
Daí se pode igualmente deduzir a solidariedade da matéria e da inteligência, (...)
de todos os seres de um mundo, a de todos os mundos e, por fim, de todas as
criações com o Criador.
4. Porque então não vemos a Deus?
• Os nossos órgãos materiais não podem perceber as coisas de essência espiritual.
Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do mundo
imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a perceção de Deus.
• (Ainda assim) a visão de Deus constitui privilégio das mais purificadas almas e bem poucas,
ao deixarem o envoltório terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessária
a tal efeito.
• Comparação: Uma pessoa que se ache no fundo de um vale, envolvido por densa
bruma, não vê o Sol mas percebe, pela luz difusa, que ele brilha. Se começa a subir a
montanha, e ainda não vendo o sol, à medida que vai ascendendo, o nevoeiro se irá
tornando mais claro, a luz cada vez mais viva. Só depois que se haja elevado acima da
camada brumosa e chegado a um ponto onde o ar esteja perfeitamente límpido, ela o
contemplará em todo o seu esplendor.
• O mesmo se dá com a alma. O envoltório perispirítico … verdadeira matéria se
espiritualiza, à proporção que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições da alma
são quais camadas nevoentas que lhe obscurecem a visão. Cada imperfeição de que
ela se desfaz é uma mácula a menos; todavia, só depois de se haver depurado
completamente é que pode perceber a essência Divina
• Pelo fato de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais
distantes dele do que os outros; (tudo e todos)se encontram mergulhados no fluido
divino… Desimpedida a visão espiritual eles o verão de todo lugar onde se achem... O
Espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em
cujo fundo deixa de cada vez algumas impurezas.
5. Reconheceu-se que os planetas são mundos semelhantes à Terra e, sem dúvida,
habitados, como esta; que as estrelas são inumeráveis sóis, prováveis centros de outros
tantos sistemas planetários... As estrelas passaram a estar irregularmente disseminadas
pelo espaço sem limites, a distâncias incomensuráveis umas das outras... Os grupos que
tomaram o nome de constelações mais não são do que agregados aparentes.
Quão grande é o Universo em face das mesquinhas proporções que nossos pais lhe
assinavam! Quanto é sublime a obra de Deus! Mas, também, quanto tempo, que de
esforços do gênio, que de devotamentos se fizeram necessários para descerrar os olhos
às criaturas ignorantes!
O espaço é infinito(…) Para o imaginarmos, suponhamos que, partimos da Terra para um
ponto qualquer do Universo, com a velocidade prodigiosa da centelha elétrica, que
percorre milhares de léguas por segundo… Se continuarmos durante anos, séculos,
milhares de séculos, milhões de períodos cem vezes seculares e sempre com a velocidade
do relâmpago, nem um passo igualmente teremos avançado, a partir desse grãozinho
invisível donde saímos e a que chamamos Terra. Eis aí o que é o espaço!
Como a palavra espaço, tempo é também um termo já por si mesmo definido. O tempo é a
sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas
ao infinito. Para lá da Terra, a eternidade permanece impassível e imóvel, embora o
tempo marche com relação a muitos outros mundos. Com o nascimento e fim dos
mundos, inicia-se e termina o tempo... efêmeras sucessões...
Entendendo a criação...
A Génese, cap.V
Imensidade sem limites e eternidade
sem limites, tais as duas grandes
propriedades da natureza universal.
Sendo o tempo apenas a relação das coisas transitórias e dependendo unicamente
das coisas que se medem, por mais milhares de séculos se pense não seriam mais
que um ponto na eternidade, do mesmo modo que milhares de léguas não dão
mais que um ponto na extensão…
A eternidade não é suscetível de medida alguma, do ponto de vista da duração;
para ela, não há começo, nem fim: tudo lhe é presente.
6.
7. Esperança: a grande teoria unificada…
4 forças moldam o universo:
• Eletromagnética – força de atração ou repulsão de qualquer
objeto com carga
• Gravidade – força de atração entre dois corpos que se atraem
de acordo com suas massas e distâncias criando uma distorção
espaço-tempo (defletindo o percurso da luz)
• Força nuclear forte – atua sobre os quarks para criar hadrões
como neutrões ou protões, unindo-os para formar os núcleos atómicos
• Força nuclear fraca – atua sobre léptons e quarks cindindo as
partículas (via bosões w e z), responsável pelo decaímento radioativo β
8. Toda a diversidade natural de elementos e compostos, de acordo com a composição
química, solidez, compressibilidade, peso e múltiplas propriedades dos corpos, entre os
gases atmosféricos e um filete de ouro, entre a molécula aquosa da nuvem e a do mineral
que forma a carcaça óssea do globo, o tecido químico das plantas e o dos animais na Terra
… é, de fato, apenas os modos diversos sob que a matéria se apresenta; variedades em que
ela se transforma sob a direção das forças inumeráveis que a governam.
...tão grande diversidade na matéria (deve-se ao...) número ilimitado as forças que hão
presidido às suas transformações e as condições em que estas se produziram (...)
indefinidamente variadas (...) são conhecidas na Terra sob os nomes de gravidade, coesão,
afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa. Noutros mundos, elas se apresentam
sob outros aspetos (...) numa escala inimaginável, cuja grandeza somos incapazes de avaliar
para apreender a universalidade dos fenômenos.
Assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas
diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei
universal diversificada em seus efeitos e que, pelos desígnios eternos, foi soberanamente
imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade. São eternas e universais,
como a criação. Pode-se formar uma série com essas forças, cuja resultante, confundindo-
se com a geratriz, é a lei universal. (…) preparando, dirigindo, conservando e destruindo os
mundos, governando e assegurando os maravilhosos trabalhos da Natureza.
não há, em todo o Universo, senão uma
única substância primitiva
A Natureza jamais se encontra em oposição
a si mesma: Uma só é a divisa do brasão do
Universo: unidade-variedade. (…) Desde o
último dos seres até Deus, patenteia-se a
grande lei de continuidade.
Entendendo a criação...
9.
10. O fluido etéreo, éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres, enche
o espaço e penetra os corpos. São-lhe inerentes todas as forças (...) as leis imutáveis e
necessárias que regem o mundo.
Desde que Deus existiu, suas perfeições eternas falaram, logo, o Universo... Antes que
houvessem nascido os tempos, a eternidade incomensurável recebeu a palavra divina e
fecundou o espaço, eterno quanto ela.
Também o Universo, no nascedouro, não se apresentou assente na sua virilidade e na
plenitude da sua vida (...) nasceu criança. Revestido das leis mencionadas acima e da
impulsão inicial inerente à sua formação mesma, a matéria Cósmica primitiva fez que
sucessivamente nascessem turbilhões, aglomerações desse fluido difuso, amontoados de
matéria nebulosa que se cindiram por si próprios e se modificaram ao infinito para gerar,
diversos centros de criações simultâneas ou sucessivas(...): uns, menos disseminados no
espaço e mais ricos em princípios e em forças atuantes, começaram desde logo a sua
particular vida astral; os outros, ocupando ilimitada extensão, cresceram com lentidão
extrema, ou de novo se dividiram em outros centros secundários.
Transportando-nos a alguns milhões de séculos somente(...) a nossa Terra ainda não existe;
(...) já esplêndidos sóis iluminam o éter; já (…) sob outros olhares, deixaram de existir
esplendores que muito antes fizeram palpitar o coração de outros mortais, sob o
pensamento da potência infinita!
Quando e Como?
12. A Génese, cap.VI
Sucedeu que, num ponto do Universo, perdido entre as miríades de mundos, a
matéria cósmica se condensou sob a forma de imensa nebulosa, animada esta
das leis universais que regem a matéria. Em virtude dessas leis, notadamente
da força molecular de atração, tomou ela a forma de um esferóide, a única que
pode assumir uma massa de matéria insulada no espaço.
O movimento circular produzido pela gravitação, rigorosamente
igual, de todas as zonas moleculares em direção ao centro, logo
modificou a esfera primitiva, a fim de a conduzir, de movimento em
movimento, à forma lenticular. Falamos do conjunto da nebulosa.
13. ... acelerando-se o movimento (de rotação), à medida que a nebulosa se
condensa, e aumentando o seu raio, à medida que ela se aproxima da
forma lenticular, a força centrífuga, incessantemente desenvolvida por
essas duas causas, predominou de pronto sobre a atração central.
Assim como um movimento demasiado rápido da funda lhe quebra a corda,
indo o projétil cair longe, também a predominância da força centrífuga
destacou o circo equatorial da nebulosa e desse anel uma nova massa se
formou, isolada da primeira, todavia, submetida ao seu império. Aquela
massa conservou o seu movimento equatorial que, modificado, se lhe
tornou movimento de translação em torno do astro solar. Ao demais, o seu
novo estado lhe dá um movimento de rotação em torno do próprio centro.A Génese, cap.VI
14. A nebulosa geratriz, que deu origem a esse novo mundo, condensou-se e
retomou a forma esférica; mas (... esse) fenômeno (...) se reproduzirá muitas
vezes e durante longo período, enquanto a nebulosa não se haja tornado (...
capaz de) oferecer resistência eficaz às modificações de forma (provocadas
pela sua rotação). Ela, pois, não terá dado nascimento a um só astro, mas a
centenas de mundos destacados do foco central(…)
A Génese, cap.VI
... cada um de seus mundos (…) gerará sucessivamente
novos globos que desde então lhe gravitarão em torno (...)
Cada um (será) centro de um turbilhão de planetas sucessivamente
destacados do seu equador (... que) receberão uma vida especial, particular,
embora dependente do astro que os gerou.
15. Um desses a Terra, antes de se resfriar e revestir de uma crosta sólida,
dará nascimento à Lua (...) A Génese, cap.VI
16. As condições em que se efetuou a desagregação da Lua pouco lhe permitiram
afastar-se da Terra e a constrangeram a (...) uma figura ovóide cujas partes mais
pesadas formaram a face inferior voltada para a Terra e as menos densas o vértice
oposto à Terra, o que faz que esse astro nos apresente sempre a mesma face.
A Génese, cap.VI
17. A Terra, doravante inscrita no livro da vida , berço de criaturas cuja
fraqueza as asas da divina Providência protege, vibra no concerto
universal dos mundos.
A Génese, cap.VI