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RENASCIMENTO Termo usado pela primeira vez por Giorgio Vasari(1511-1574),  na obra “As Vidas dos mais Excelentes Arquitetos,  Pintores e Escultores Italianos desde Cimabue até ao Nosso Tempo”,  referindo-se a Giotto que fez renascer a coerência e a expressão formal da arte.
Giotto, Lamentação pela morte de Cristo, 1303-1306, Pádua, Capela degli Scrovegni Perspectiva marcada pela linha diagonal do rochedo. Esta é acompanhada pela inclinação progressiva das figuras. O movimento converge para o corpo de Cristo. Expressividade dos rostos confere intensidade dramática à cena.
árvore despida evoca  a morte de Cristo, a dor universal Virgem abraça o filho com ternura Maria Madalena  sustenta os pés de Cristo Nicodemos e  José de Arimateia depuseram o corpo de Cristo Sentadas de costas, acentuam o efeito ilusório do espaço real Dor e piedade Viva gestualidade dos anjos dá maior ênfase à cena – as criaturas celestes também sofrem com o momento
Giotto: o precursor da pintura do Renascimento Adoração dos Magos 1304-1306 Virgem e o Menino   1295-1297
Jan Van Eyck, A Virgem do Chanceler Rolin, c. 1435, Paris, Museu do Louvre A Virgem, coroada por um anjo, mostra o Menino ao encomendador da obra. Não existe diferença de dimensão entre a Virgem e a figura do chanceler. Tema sagrado transferido para uma dimensão terrena, retratada com rigor realista. Montanhas ao fundo, esfumadas. Pormenor no trabalho do panejamento. Chão de mosaicos acentua o efeito de perspectiva. Divide o espaço sagrado e o terreno.
Piero della Francesca, A Flagelação, 1460, têmpera sobre madeira Personagens que frequentam a corte de Urbino Cristo é flagelado numa estrutura arquitet ô nica clássica O corpo de Cristo funde-se com a coluna As correspondências na composição obedecem à fórmula da seção de ouro da Antiguidade.
Masaccio, O Pagamento do Tributo, c 1427, fresco da capela Brancacci, Florença Descrição pormenorizada e humanística das personagens. Perspectiva acentuada pela estrutura arquitetônica. História contada em 3 actos que começam no centro.
Pormenor da Obra – Pedro paga o tributo ao barqueiro. Descrição realista. Retrato físico e psicológico.
Andrea Mantegna, Cristo Morto, c. 1480 Trabalho escultórico e cores pálidas do panejamento acentuam a dramaticidade da cena. Sofrimento nos rostos realistas da Virgem e de São João. A obra é lida por um observador que se situa um pouco acima do plano dos pés feridos pelos pregos. A linguagem clássica surge renovada pelo realismo.
Beato Angelico, Anunciação, 1438-46, Florença A Virgem e o Arcanjo Gabriel saúdam-se, num gesto de origem bizantina. Estrutura arquitetônica pode ser um claustro, com elementos clássicos. Pormenor paisagístico. Profundidade conferida pela sucessão das arcadas. Luz clara constrói as figuras e exalta a cor.
Sandro Botticelli, Nascimento de Vénus, c. 1485, Florença
Os ventos levam Vênus para terra Flora aguarda-a com um manto Traço decorativo das ondas do mar Costa recortada em golfos e promontórios Nu, centro da composição,equilibrado e simétrico. Cores frias e claras acentuam a expressão poética da nudez divina. O Belo Idealizado
Albrecht Dürer, Auto-Retrato com Luvas, 1498, Museu do Prado Pintor alemão, esteve em Veneza, onde assimilou o classicismo. Respeitando a ideia de que “ um quadro é uma janela para o mundo”, coloca o seu braço sobre a moldura como se fosse o peitoril de uma janela – o que acentua a proximidade entre o observador e o modelo representado. Realismo e retrato psicológico.
Basílica de S. Pedro – Roma (1506-1626) CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA RENASCENTISTA: - Racionalidade -  Harmonia - Equilíbrio - Simetria - Predomínio das linhas horizontais sobre as verticais (típicas do gótico)
Frontão triangular Cúpula Igreja de Santa Maria, em Veneza,   de Andrea Palladio (1577) Pilastra
Capela dos Pazzi  de Brunelleschi (1430-1444) Cúpula Arco de volta perfeita Colunas ARQUITETURA RENASCENTISTA RECUPERA ELEMENTOS UTILIZADOS NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA Friso
Filippo Brunelleschi, Santa Maria del Fiore, Florença, 1418-36 Cúpula sem armação de madeira.  São os tijolos dispostos em espinha de peixe que conferem solidez à parede. A cúpula interior, menor, sustem a cúpula exterior. Brunelleschi foi um entusiasta da arte clássica que estudou pormenorizadamente. Encarou-a como um repositório de estímulos que lhe permitiu encontrar soluções sempre novas.
Filippo Brunelleschi, Capela dos Pazzi, a partir de 1430, Florença Pórtico com contrastes de zonas sombrias recuadas e superfícies iluminadas, mais salientes. Geometria da fachada é centrada pelo arco de volta perfeita que evoca o arco triunfal romano. Primeiro edifício do Renascimento, com exterior e interior concebidos em escala monumental
Leon Battista Alberti, Palácio Rucellai, 1446-1460, Florença  Silharia rusticada Aparelho almofadado
Donatello, David, bronze, 1430-40 Primeiro nu da arte ocidental desde o Império Romano. Evoca a escultura grega nas proporções idealizadas, no modulado dos volumes, na pose sensual. O corpo fala enquanto o rosto se mantém sereno e distante.
David  de Michelangelo – Florença (1504)
Porta do Paraíso, Santa Maria das Flores, Florença Lorenzo Ghiberti, 1425-52 (História de Salomão) ,relevo em bronze dourado
A Criação de Adão   Pintura do teto da Capela Sistina – Michelangelo (1508-1512)
Michelangelo, Criação de Adão, 1508-12, Roma, Pallazzi Vaticani, Capela Sistina
Capela Sistina – Michelangelo
Michelangelo, Sagrada Família, 1504-06, Florença Virgem representada no chão, imagem de humildade de origem medieval S. João Baptista (Idade do Antigo Testamento) separa o mundo pagão da Redenção Corpos trabalhados de forma escultórica Figuras centrais definem uma composição triangular que termina na cabeça de S. José
Rafael, Escola de Atenas, 1508-11, Roma, Palácio Vaticano
Platão aponta para o mundo das ideias Aristóteles aponta para a terra, valorizando a experiência Sócrates discute com os seus discípulos Heraclito com feições de Michelangelo Pitágoras concentrado a escrever
Bramante traça uma figura geométrica com um compasso  Rafael Enquadramento arquitetônico imita as basílicas da antiguidade Moldura do último arco e convergência das personagens que ladeiam o par central sublinham a sua importância no pensamento antigo e renascentista
Giorgione, A Tempestade, 1606-1508, Veneza Tema de difícil leitura significativa. O elemento que sobressai é a natureza – paisagem – e o relâmpago que rasga o céu, carregado de nuvens. Composição cuidada – com as duas personagens a ladearem a cena principal – a natureza. As linhas diagonais conduzem o olhar do observador para o espelho de água. Exame radiológico provou estar outra mulher nua sentada no sítio onde agora aparece o homem – liberdade inventiva do artista que trabalha sem temática preestabelecida.
Ticiano, Vénus de Urbino, 1538, Florença Contrastes cromáticos aumentam a expressividade da composição. A Vênus observa de forma provocadora o pintor. Mulher em pé equilibra a composição. O chão xadrez acentua a profundidade do quarto.
Ticiano, As Três Idades do Homem, 1512, Galeria Nacional da Escócia
Retrato da esposa do mercador Francesco del Giocondo. Leonardo da Vinci, Mona Lisa, 1503-1505, Paris, Museu do Louvre Captação de uma expressão inconstante, colocando-se o observador face a um sujeito vivo. O sfumato, com as variações de luz e cor, deixa as formas indeterminadas, misteriosas. Ao fundo, o movimento cíclico da água dos rios altera constantemente o rosto da terra. Tema principal da pintura  – o fluir da vida e as mutações que arrasta, das alterações humanas às naturais.
Leonardo da Vinci, Virgem com o Menino e Santa Ana, 1510, Paris, Museu do Louvre Sfumato Perspectiva aérea Jogo de claro-escuro Obra com forte simbologia: Do ventre de Ana nasceu Maria, do ventre desta nasceu Jesus. Deste irá renascer o mundo, na nova era cristã. O cordeiro simboliza o sacrifício a que será sujeito Jesus. A paisagem de fundo simboliza a permanente mudança da Natureza.
Madonna  de Rafael (1507) A representação da Virgem com o Jesus menino constitui um dos temas mais populares do Renascimento
A Última Ceia  – Leonardo da Vinci (1495-1497)
Hans Holbein, Os Embaixadores, 1533, Galeria Nacional , Londres O orgulho humanista é posto em causa por este pintor alemão. Aos pés dos dois dignitários, sob os símbolos das várias áreas do saber, está uma caveira “anamórfica” que recorda que tudo passa , mesmo as certezas racionais da época …
 
Projeto inicial de Bramante, terminado por Michelangelo. Terá dito Michelangelo, ao compará-la com a cúpula de Santa Maria das Flores: “ Maior poderá ser, mas não a mais bela”. Michelangelo, Cúpula da Basílica de S. Pedro, 1546
Andrea Palladio, Villa Rotonda, 1570-1572
Bramante, Tempietto de São Pedro de Montorio, 1502, Roma Encomenda do Rei de Espanha para assinalar o local onde São Pedro foi martirizado. Colunata dórica envolve a cela, encimada por uma cúpula hemisférica apoiada num tambor que se abre numa varanda. O círculo, metáfora da perfeição divina, fora usado por gregos e romanos em edifícios religiosos.
Michelangelo, Pietá do Vaticano, 1498-1501
Pietá  de Michelangelo Exemplo da composição em pirâmide utilizada no Renascimento
Detalhes da Pietà
Hieronymus Bosch, Jardim das Delícias. Inícios do século XVI.
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Hieronymus Bosch. Tentações de Santo Antão. Inícios século XVI.
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PORTUGAL – do Gótico Final ao Renascimento
Torre de Belém- Lisboa 1515 Cruz de Cristo Esfera armilar Colunas Elemento decorativo de inspiração marítima
Porta Lateral da Capela de S. Miguel – Universidade de Coimbra Arquitectos Marcos Pires e Diogo de Castilho (1517-1522) A arquitetura manuelina não se limitou a Lisboa. Surgem exemplos espalhados de norte e sul do País. Colunas torsas:  decoradas com motivos náuticos como as cordas dos navios Esfera armilar: símbolo do Mundo descoberto pelos Portugueses Cruz de Cristo ou Cruz do Infante (D. Henrique) Símbolo do poder régio: coroa e escudo nacional Motivo vegetalista
Claustro principal do Mosteiro de Santa Maria de Belém, começado por Diogo de Boutaca e terminado por João de Castilho e Diogo de Torralva. O Mosteiro dos Jerónimos, encomendado a Diogo Boutaca em 1517, é terminado por João de Castilho, a quem D. Manuel I encomendou muitas outras obras.
Janela da Casa do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar, é obra de Diogo de Arruda (1510-13).
João de Castilho, Ermida de Nossa Senhora da Conceição, 1550, Tomar
João de Castilho e Diogo Torralva, Claustro de D. João III, no Convento de Cristo, Tomar
Mandada construir em 1522 por Brás Albuquerque, filho de Afonso Albuquerque, a Casa dos Bicos é também conhecida por Casa dos Diamantes. Bastante afetada pelo terremoto de 1755, a sua reconstrução integral é realizada na década de 80 do Séc. XX.
Vasco Fernandes, Jesus em Casa de Marta e Maria, Museu de Grão–Vasco, Viseu Obra influenciada pela pintura do norte da Europa e por Dürer – realismo, ordenação racional e geométrica da composição, sensibilidade. Maria, num primeiro plano, está nostálgica e contemplativa. Simboliza a vida e está alheia do que se passa à sua volta.
A Adoração dos Magos  de Grão Vasco (1501-1506) A presença dos Descobrimentos na pintura portuguesa  ,[object Object],[object Object],[object Object]
A Última Ceia  de Mestre Henriques (início do século XVI)
Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, c. 1470-1480, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa (Painel do Arcebispo)
Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, c. 1470-1480, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Vasco Fernandes, S.Pedro Patriarca, c. 1529, óleo sobre madeira um ser retirado do bestiário antigo que sustenta o escudo onde figuram as chaves cruzadas da heráldica papal. S. Pedro olha fixamente o observador. Rigorosa simetria do trono (renascentista) e das janelas que deixam ver duas cenas da vida do Santo.
Agradecimentos às professoras Anabela Farinha e Ana Maltez da Escola Secundária Emídio Navarro, Almada – Portugal que fizeram a maior parte desta apresentação.

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  • 1. RENASCIMENTO Termo usado pela primeira vez por Giorgio Vasari(1511-1574), na obra “As Vidas dos mais Excelentes Arquitetos, Pintores e Escultores Italianos desde Cimabue até ao Nosso Tempo”, referindo-se a Giotto que fez renascer a coerência e a expressão formal da arte.
  • 2. Giotto, Lamentação pela morte de Cristo, 1303-1306, Pádua, Capela degli Scrovegni Perspectiva marcada pela linha diagonal do rochedo. Esta é acompanhada pela inclinação progressiva das figuras. O movimento converge para o corpo de Cristo. Expressividade dos rostos confere intensidade dramática à cena.
  • 3. árvore despida evoca a morte de Cristo, a dor universal Virgem abraça o filho com ternura Maria Madalena sustenta os pés de Cristo Nicodemos e José de Arimateia depuseram o corpo de Cristo Sentadas de costas, acentuam o efeito ilusório do espaço real Dor e piedade Viva gestualidade dos anjos dá maior ênfase à cena – as criaturas celestes também sofrem com o momento
  • 4. Giotto: o precursor da pintura do Renascimento Adoração dos Magos 1304-1306 Virgem e o Menino 1295-1297
  • 5. Jan Van Eyck, A Virgem do Chanceler Rolin, c. 1435, Paris, Museu do Louvre A Virgem, coroada por um anjo, mostra o Menino ao encomendador da obra. Não existe diferença de dimensão entre a Virgem e a figura do chanceler. Tema sagrado transferido para uma dimensão terrena, retratada com rigor realista. Montanhas ao fundo, esfumadas. Pormenor no trabalho do panejamento. Chão de mosaicos acentua o efeito de perspectiva. Divide o espaço sagrado e o terreno.
  • 6. Piero della Francesca, A Flagelação, 1460, têmpera sobre madeira Personagens que frequentam a corte de Urbino Cristo é flagelado numa estrutura arquitet ô nica clássica O corpo de Cristo funde-se com a coluna As correspondências na composição obedecem à fórmula da seção de ouro da Antiguidade.
  • 7. Masaccio, O Pagamento do Tributo, c 1427, fresco da capela Brancacci, Florença Descrição pormenorizada e humanística das personagens. Perspectiva acentuada pela estrutura arquitetônica. História contada em 3 actos que começam no centro.
  • 8. Pormenor da Obra – Pedro paga o tributo ao barqueiro. Descrição realista. Retrato físico e psicológico.
  • 9. Andrea Mantegna, Cristo Morto, c. 1480 Trabalho escultórico e cores pálidas do panejamento acentuam a dramaticidade da cena. Sofrimento nos rostos realistas da Virgem e de São João. A obra é lida por um observador que se situa um pouco acima do plano dos pés feridos pelos pregos. A linguagem clássica surge renovada pelo realismo.
  • 10. Beato Angelico, Anunciação, 1438-46, Florença A Virgem e o Arcanjo Gabriel saúdam-se, num gesto de origem bizantina. Estrutura arquitetônica pode ser um claustro, com elementos clássicos. Pormenor paisagístico. Profundidade conferida pela sucessão das arcadas. Luz clara constrói as figuras e exalta a cor.
  • 11. Sandro Botticelli, Nascimento de Vénus, c. 1485, Florença
  • 12. Os ventos levam Vênus para terra Flora aguarda-a com um manto Traço decorativo das ondas do mar Costa recortada em golfos e promontórios Nu, centro da composição,equilibrado e simétrico. Cores frias e claras acentuam a expressão poética da nudez divina. O Belo Idealizado
  • 13. Albrecht Dürer, Auto-Retrato com Luvas, 1498, Museu do Prado Pintor alemão, esteve em Veneza, onde assimilou o classicismo. Respeitando a ideia de que “ um quadro é uma janela para o mundo”, coloca o seu braço sobre a moldura como se fosse o peitoril de uma janela – o que acentua a proximidade entre o observador e o modelo representado. Realismo e retrato psicológico.
  • 14. Basílica de S. Pedro – Roma (1506-1626) CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA RENASCENTISTA: - Racionalidade - Harmonia - Equilíbrio - Simetria - Predomínio das linhas horizontais sobre as verticais (típicas do gótico)
  • 15. Frontão triangular Cúpula Igreja de Santa Maria, em Veneza, de Andrea Palladio (1577) Pilastra
  • 16. Capela dos Pazzi de Brunelleschi (1430-1444) Cúpula Arco de volta perfeita Colunas ARQUITETURA RENASCENTISTA RECUPERA ELEMENTOS UTILIZADOS NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA Friso
  • 17. Filippo Brunelleschi, Santa Maria del Fiore, Florença, 1418-36 Cúpula sem armação de madeira. São os tijolos dispostos em espinha de peixe que conferem solidez à parede. A cúpula interior, menor, sustem a cúpula exterior. Brunelleschi foi um entusiasta da arte clássica que estudou pormenorizadamente. Encarou-a como um repositório de estímulos que lhe permitiu encontrar soluções sempre novas.
  • 18. Filippo Brunelleschi, Capela dos Pazzi, a partir de 1430, Florença Pórtico com contrastes de zonas sombrias recuadas e superfícies iluminadas, mais salientes. Geometria da fachada é centrada pelo arco de volta perfeita que evoca o arco triunfal romano. Primeiro edifício do Renascimento, com exterior e interior concebidos em escala monumental
  • 19. Leon Battista Alberti, Palácio Rucellai, 1446-1460, Florença Silharia rusticada Aparelho almofadado
  • 20. Donatello, David, bronze, 1430-40 Primeiro nu da arte ocidental desde o Império Romano. Evoca a escultura grega nas proporções idealizadas, no modulado dos volumes, na pose sensual. O corpo fala enquanto o rosto se mantém sereno e distante.
  • 21. David de Michelangelo – Florença (1504)
  • 22. Porta do Paraíso, Santa Maria das Flores, Florença Lorenzo Ghiberti, 1425-52 (História de Salomão) ,relevo em bronze dourado
  • 23. A Criação de Adão Pintura do teto da Capela Sistina – Michelangelo (1508-1512)
  • 24. Michelangelo, Criação de Adão, 1508-12, Roma, Pallazzi Vaticani, Capela Sistina
  • 25. Capela Sistina – Michelangelo
  • 26. Michelangelo, Sagrada Família, 1504-06, Florença Virgem representada no chão, imagem de humildade de origem medieval S. João Baptista (Idade do Antigo Testamento) separa o mundo pagão da Redenção Corpos trabalhados de forma escultórica Figuras centrais definem uma composição triangular que termina na cabeça de S. José
  • 27. Rafael, Escola de Atenas, 1508-11, Roma, Palácio Vaticano
  • 28. Platão aponta para o mundo das ideias Aristóteles aponta para a terra, valorizando a experiência Sócrates discute com os seus discípulos Heraclito com feições de Michelangelo Pitágoras concentrado a escrever
  • 29. Bramante traça uma figura geométrica com um compasso Rafael Enquadramento arquitetônico imita as basílicas da antiguidade Moldura do último arco e convergência das personagens que ladeiam o par central sublinham a sua importância no pensamento antigo e renascentista
  • 30. Giorgione, A Tempestade, 1606-1508, Veneza Tema de difícil leitura significativa. O elemento que sobressai é a natureza – paisagem – e o relâmpago que rasga o céu, carregado de nuvens. Composição cuidada – com as duas personagens a ladearem a cena principal – a natureza. As linhas diagonais conduzem o olhar do observador para o espelho de água. Exame radiológico provou estar outra mulher nua sentada no sítio onde agora aparece o homem – liberdade inventiva do artista que trabalha sem temática preestabelecida.
  • 31. Ticiano, Vénus de Urbino, 1538, Florença Contrastes cromáticos aumentam a expressividade da composição. A Vênus observa de forma provocadora o pintor. Mulher em pé equilibra a composição. O chão xadrez acentua a profundidade do quarto.
  • 32. Ticiano, As Três Idades do Homem, 1512, Galeria Nacional da Escócia
  • 33. Retrato da esposa do mercador Francesco del Giocondo. Leonardo da Vinci, Mona Lisa, 1503-1505, Paris, Museu do Louvre Captação de uma expressão inconstante, colocando-se o observador face a um sujeito vivo. O sfumato, com as variações de luz e cor, deixa as formas indeterminadas, misteriosas. Ao fundo, o movimento cíclico da água dos rios altera constantemente o rosto da terra. Tema principal da pintura – o fluir da vida e as mutações que arrasta, das alterações humanas às naturais.
  • 34. Leonardo da Vinci, Virgem com o Menino e Santa Ana, 1510, Paris, Museu do Louvre Sfumato Perspectiva aérea Jogo de claro-escuro Obra com forte simbologia: Do ventre de Ana nasceu Maria, do ventre desta nasceu Jesus. Deste irá renascer o mundo, na nova era cristã. O cordeiro simboliza o sacrifício a que será sujeito Jesus. A paisagem de fundo simboliza a permanente mudança da Natureza.
  • 35. Madonna de Rafael (1507) A representação da Virgem com o Jesus menino constitui um dos temas mais populares do Renascimento
  • 36. A Última Ceia – Leonardo da Vinci (1495-1497)
  • 37. Hans Holbein, Os Embaixadores, 1533, Galeria Nacional , Londres O orgulho humanista é posto em causa por este pintor alemão. Aos pés dos dois dignitários, sob os símbolos das várias áreas do saber, está uma caveira “anamórfica” que recorda que tudo passa , mesmo as certezas racionais da época …
  • 38.  
  • 39. Projeto inicial de Bramante, terminado por Michelangelo. Terá dito Michelangelo, ao compará-la com a cúpula de Santa Maria das Flores: “ Maior poderá ser, mas não a mais bela”. Michelangelo, Cúpula da Basílica de S. Pedro, 1546
  • 40. Andrea Palladio, Villa Rotonda, 1570-1572
  • 41. Bramante, Tempietto de São Pedro de Montorio, 1502, Roma Encomenda do Rei de Espanha para assinalar o local onde São Pedro foi martirizado. Colunata dórica envolve a cela, encimada por uma cúpula hemisférica apoiada num tambor que se abre numa varanda. O círculo, metáfora da perfeição divina, fora usado por gregos e romanos em edifícios religiosos.
  • 42. Michelangelo, Pietá do Vaticano, 1498-1501
  • 43. Pietá de Michelangelo Exemplo da composição em pirâmide utilizada no Renascimento
  • 45. Hieronymus Bosch, Jardim das Delícias. Inícios do século XVI.
  • 47. Detalhes de Bosch
  • 48. Hieronymus Bosch. Tentações de Santo Antão. Inícios século XVI.
  • 51. PORTUGAL – do Gótico Final ao Renascimento
  • 52. Torre de Belém- Lisboa 1515 Cruz de Cristo Esfera armilar Colunas Elemento decorativo de inspiração marítima
  • 53. Porta Lateral da Capela de S. Miguel – Universidade de Coimbra Arquitectos Marcos Pires e Diogo de Castilho (1517-1522) A arquitetura manuelina não se limitou a Lisboa. Surgem exemplos espalhados de norte e sul do País. Colunas torsas: decoradas com motivos náuticos como as cordas dos navios Esfera armilar: símbolo do Mundo descoberto pelos Portugueses Cruz de Cristo ou Cruz do Infante (D. Henrique) Símbolo do poder régio: coroa e escudo nacional Motivo vegetalista
  • 54. Claustro principal do Mosteiro de Santa Maria de Belém, começado por Diogo de Boutaca e terminado por João de Castilho e Diogo de Torralva. O Mosteiro dos Jerónimos, encomendado a Diogo Boutaca em 1517, é terminado por João de Castilho, a quem D. Manuel I encomendou muitas outras obras.
  • 55. Janela da Casa do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar, é obra de Diogo de Arruda (1510-13).
  • 56. João de Castilho, Ermida de Nossa Senhora da Conceição, 1550, Tomar
  • 57. João de Castilho e Diogo Torralva, Claustro de D. João III, no Convento de Cristo, Tomar
  • 58. Mandada construir em 1522 por Brás Albuquerque, filho de Afonso Albuquerque, a Casa dos Bicos é também conhecida por Casa dos Diamantes. Bastante afetada pelo terremoto de 1755, a sua reconstrução integral é realizada na década de 80 do Séc. XX.
  • 59. Vasco Fernandes, Jesus em Casa de Marta e Maria, Museu de Grão–Vasco, Viseu Obra influenciada pela pintura do norte da Europa e por Dürer – realismo, ordenação racional e geométrica da composição, sensibilidade. Maria, num primeiro plano, está nostálgica e contemplativa. Simboliza a vida e está alheia do que se passa à sua volta.
  • 60.
  • 61. A Última Ceia de Mestre Henriques (início do século XVI)
  • 62. Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, c. 1470-1480, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa (Painel do Arcebispo)
  • 63. Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, c. 1470-1480, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
  • 64. Vasco Fernandes, S.Pedro Patriarca, c. 1529, óleo sobre madeira um ser retirado do bestiário antigo que sustenta o escudo onde figuram as chaves cruzadas da heráldica papal. S. Pedro olha fixamente o observador. Rigorosa simetria do trono (renascentista) e das janelas que deixam ver duas cenas da vida do Santo.
  • 65. Agradecimentos às professoras Anabela Farinha e Ana Maltez da Escola Secundária Emídio Navarro, Almada – Portugal que fizeram a maior parte desta apresentação.