Terapia Ocupacional no contexto das Disfunções Neurológicas
1. Terapia Ocupacional no Contexto
das Disfunções Neurológicas
1-Mielomeningocele
2- Hidrocefalia
3-Anencefalia
4-Paralisia cerebral
2. 1 - Mielomeningocele ou Espinha Bífida
Segundo Malagon (2005) a Espinha Bífida é um
conjunto de deformidades que se distingue por uma falha
embrionária do desenvolvimento do arco vertebral
posterior, e às vezes, toda a vértebra, a qual acorre
associada à presença de uma displasia de medula espinal e
meninges e de complicações inerente a transtornos
neuromusculares que a deformidade espinal determina.
3. FORMAS DE ESPINHA BÍFIDA:
Subsistem várias formas e graus de lesão, tendo como as mais relatadas
a : oculta, meningocele e mielomeningocele.
CAUSAS DA ESPINHA BÍFIDA
Até hoje, inda não se conhece muito bem a causa da Espinha Bífida,
mas deriva de uma série de fatores, alguns mais importantes que outros que
parecem influenciar na génese das malformações do tubo neural. Uma grande
parte dos autores reconhece que os mecanismos responsáveis têm origem
multifatorial, destacando a importância dos fatores genéticos e ambientais.
TRATAMENTO
Cirurgia: Colocar o tecido nervoso dentro do canal vertebral, cobrir o
defeito espinhal e realizar o fechamento da bolsa. ( Primeiras 24h)
O tratamento varia dependendo do nível da paralisia e a presença de
anormalidades concomitantes com a hidrocefalia.
4. ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL
Buscar atividades que melhorem a resposta ao endireitamento e
de equilíbrio da cabeça e do tronco;
Estimular a posição da cabeça na linha média: olho-mão e a
simetria;
Estimular a consciência corporal, percepção do corpo;
Estimulação sensorial;
Estimular aspectos cognitivos e de aprendizagem: atenção,
concentração, memória, percepção figura-fundo.
Estimular habilidades manuais por meio do brincar, que é agente
motivador para tal;
Estimular questões visuais sempre que necessário;
5. Fortalecer musculatura de tronco;
Orientar o posicionamento adequado em casa, no carrinho, no colo,
preservando deformidades;
Favorecer o brincar para o crescimento e desenvolvimento normal da
criança;
Estimular as atividades de vida diária, de lazer, educacionais, e de
trabalho;
Adequação do tônus muscular;
Prescrever adaptações e ou orientações sobre o espaço físico
disponível para a mobilidade;
Orientar e treinar as AVD sempre que necessário;
Estimular a coordenação motora ampla e fina, a preensão e a
coordenação olho-mão;
7. 2- HIDROCEFALIA
No interior do cérebro existem espaços chamados de ventrículos
que são cavidades naturais que se comunicam entre si e são preenchidas
pelo líquido cefalorraquidiano ou simplesmente liquor, como também é
conhecido.
O termo hidrocefalia refere-se a uma condição na qual a
quantidade de líquor aumenta dentro da cabeça. Este aumento anormal
do volume de líquido dilata os ventrículos e comprime o cérebro contra
os ossos do crânio provocando uma série de sintomas que devem ser
sempre rapidamente tratados para prevenir danos mais sérios.
Muitas vezes pode ser detectada antes mesmo do nascimento,
quando se emprega o exame de ultra-som no acompanhamento da
gravidez.
8. TRATAMENTO
O tratamento da hidrocefalia depende de sua causa.
Ocasionalmente, são usados medicamentos para reduzir a
velocidade de produção do líquido cérebro-espinhal por
um tempo. Porém, isto não tem êxito no tratamento a
longo prazo. A maioria dos casos requer drenagem do
líquido em excesso.
Um tubo chamado “Derivação” é inserido em uma das
cavidades do cérebro por um buraco no crânio. A
derivação é inserida debaixo da pele da cabeça fazendo o
percurso do cérebro até o abdome, levando o fluido
cérebro-espinhal onde possa ser absorvido – Derivação
Ventrículo-Peritonial.
A derivação pode precisar ser substituída
periodicamente quando a criança cresce ou se o paciente
desenvolve uma infecção ou ainda se a derivação ficar
obstruída.
9. Algumas pessoas podem ser tratadas de
Hidrocefalia Obstrutiva com uma técnica
chamada Ventriculostomia no qual um
neurocirurgião faz uma incisão no local do
bloqueio para permitir que o líquido cérebro-espinhal
seja drenado.
Os neurocirurgiões também estão
experimentando um reparo cirúrgico de
hidrocefalia congênita enquanto o feto ainda
está dentro da mãe.
11. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA
HIDROCEFALIA?
Nas crianças pequenas (abaixo de 2 anos), os ossos do crânio não estão
soldados ainda e a hidrocefalia se torna óbvia. A cabeça cresce e a fontanela
(moleira) pode estar tensa ou mesmo abaulada. O couro cabeludo parece
esticado e fino e com as veias muito visíveis. Palpando-se a cabeça, é possível
perceber um aumento do espaço entre os ossos do crânio.
A criança pode parecer incapaz de olhar para cima, com os olhos sempre
desviados para baixo e podendo ainda apresentar vômitos, irritabilidade,
sonolência e convulsões. Nas crianças maiores (acima de 2 anos), como os ossos
já se soldaram, o excesso de liquor levará a um aumento da pressão dentro da
cabeça o que pode ocasionar cefaléia, náuseas, vômitos, distúrbios visuais,
incoordenação motora, alterações na personalidade e dificuldade de
concentração.
Outro sinal comum é uma piora gradual no desempenho escolar. Tais
sintomas exigem avaliação médica imediata. Se houver alargamento dos
ventrículos cerebrais, ele poderá ser facilmente observado por ultra-sonografia,
tomografia ou ressonância magnética.
12. A HIDROCEFALIA NA MIELOMENINGOCELE
Ocorre em 90% dos casos, a maioria
decorrente da síndrome de Arnold Chiari,
provocadas pelas amígdalas cerebelares ao
“obstruírem” o forame magno e dificultarem a
passagem da circulação do líquor, a
“hidrocefalia do tipo obstrutiva”.
13. Na Mielomeningocele, a hidrocefalia é
uma das principais causas de óbito durante o
primeiro ano de vida.
A interferência na circulação e absorção
desse líquor gera um aumento na pressão
intracraniana que pode resultar em um retardo
do desenvolvimento neuromotor, problemas
visuais e auditivos, alterações da fala,
alterações cognitivas e da função dos membros
superiores.
14. INTERVENÇÕES DA TERAPIA
OCUPACIONAL
• Estimular e melhorar as aquisições das habilidades de vida diária
(hábitos de higiene, alimentação, vestuário, escrita) e de vida
prática, para objetivar de tornar o indivíduo independente no seu
dia- a- dia seja na escola, no lar, no trabalho ou lazer.
• Aprimorar a capacidade cognitiva, perceptiva, sensorial e motora
através do treinamento das habilidades globais dos membros
superiores e destrezas manuais grossas e finas, o desenvolvimento
da coordenação visomotora, da dinâmica bimanual e unimanual, da
força segmentar de membros superiores e a transferência de
dominância manual. E caso seja necessário, confeccionar órteses
e/ou adaptações que facilitem o desempenho do indivíduo no seu
ambiente, com acompanhamento domiciliar, escolar ou no trabalho,
se necessário.
16. Definições:
• ausência congênita da calvária, com perda ou redução dos
hemisférios cerebrais a pequenas massas presas à base do
Crânio (O Dorland’s Illustrated Medical Dictionary).
• malformação pela ausência parcial ou total das estruturas
cerebrais e da calvária e pelo desenvolvimento
anormal da base do crânio. (CALZOLARI et al)
•defeito congênito do tubo neural, no qual a maior parte do
encéfalo não se desenvolve. (PURVES et al)
•Na anencefalia o cérebro e o cerebelo estão reduzidos ou
ausentes, mas o bulbo está presente. (BEST)
17. •O cerebelo, o tronco cerebral e os nervos
ópticos podem estar malformados.
•O hipotálamo está tipicamente ausente, as adrenais
são sempre hipoplásicas.
•Parcelas significativas do crânio estão ausentes,
estando também comumente afetados os ossos
frontal, temporais e occipital.
•A ausência da calvária dá a impressão de que os
olhos estão edemaciados e o pescoço ausente.
•O defeito do crânio pode se estender até ao nível do
forame magno e comprometer a coluna cervical.
18.
19. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
-Ultrassonografia no pré-natal
(confiabilidade aprox. 100%)
Aqui deveria estar sendo
formado o Encéfalo.
Fonte: noticias.r7.com/saude/noticias/entenda-o-
que-e-um-bebe-anencefalo-que-motivara-discussao-
sobre-aborto-no-stf-20120410.html
20. →Suplementação com ácido fólico nos três meses antes
da mulher engravidar e nos primeiros três meses de
gestação.
→O suplemento é ingerido em forma de pílulas e
complexos vitamínicos específicos para gestantes.
→Organização Mundial da Saúde (OMS) e Medicina
recomendam 0,4 mg/dia
→ Ácido Fólico: previne defeitos do tubo neural.
21. A OMS recomenta NÃO ressuscitar a criança em
caso de parada cardiorrespiratória.
A conduta médica é ainda variável, alguns optam
por usar ventilação mecânica para o bebê respirar
melhor, enquanto vivo.
22. Em abril de 2012 - O Supremo Tribunal de Justiça
(STJ) durante votação foi aprovado o aborto em
gestantes de fetos anencéfalos.
23. Publicado no Diário Oficial da União – seção 1 -
n°96 - 22 de maio de 2014 – p.61
24. 4- Paralisia Cerebral
O conceito de paralisia cerebral (PC) mais comum
atualmente é de encefalopatia crônica não progressiva
da infância.
MELLO, Raquel; ICHISATO, Sueli Mutsumi Tsukuda and MARCON, Sonia Silva.
Percepção da família quanto à doença e ao cuidado fisioterapêutico de pessoas com paralisia
cerebral.Rev. bras. enferm. [online]. 2012, vol.65, n.1, pp. 104-109.
25. Como ocorre...
Uma lesão no cérebro, antes dos dois primeiros
anos de vida, provocada pela falta de oxigenação
das células cerebrais, e, dependendo da localização
e extensão dessa lesão, diferentes partes do corpo
são afetadas.
26. Consequências
• Dificuldades funcionais para coordenar
movimentos;
• Presença de espasticidade;
• Crises convulsivas;
• Alterações do equilíbrio, tônus e postura;
• Comprometimento da fala, da visão e da audição;
• Comprometimento cognitivo.
27. Causas da lesão
• Pré-natal (ocorrem antes do nascimento)
-Diabetes;
-Pressão alta;
-Infecções virais (rubéola, toxoplasmose,
citomegalo-vírus, sífilis);
-Intoxicações (álcool, drogas e tabaco);
-Radiação ;
-Fatores maternos (idade, desnutrição).
28. Causas da lesão
• Peri-natais (começo do trabalho de parto até 6
horas após o nascimento)
-Asfixia;
-Prematuridade;
-Baixo peso;
-Trabalho de parto muito demorado.
29. Causas da lesão
• Pós-natais (até os 2 anos de idade)
-Infecções (meningite);
-Traumas cranianos e tumores;
- Parada cardiorrespiratória ;
- Quase-afogamento .
30. Tipos de Paralisia Cerebral
• ESPÁSTICA (lesão do sistema piramidal causa hipertonia
pela espasticidade caracterizada pelo aumento dos reflexos
tendíneos e resistência ao estiramento)
-Hemiplégica: déficit motor e espasticidade
em um hemicorpo;
-Diplégica: predomínio comprometimento dos
membros inferiores;
-Quadriplégica: comprometimento dos quatro
membros, déficit do controle de cabeça e
tronco.
31.
32. • ATETOSE (a lesão dos gânglios da base responsáveis pelo
controle do movimento e equilíbrio)
-Discinética: dificuldade de manter a postura,
executar movimentos voluntários e coordenar os
movimentos automáticos pelas alterações do tônus
muscular e falha na coordenação motora;
-Distônica: movimentos voluntários amplos e fixos,
posturas que envolvem o tronco ou um membro,
presença de movimentação involuntária ao realizar
mudanças lentas nessa postura.
33. • ATAXIA (lesão no cerebelo)
Problemas de equilíbrio e incapacidade de manter
posturas firmes, incoordenação motora, tremor
intencional e dismetria.
34. Terapia Ocupacional
• “Faz-se necessário que o profissional da
reabilitação conheça as características dos
diferentes ambientes (casa,escola e comunidade) de
forma a identificar e modificar, quando necessário,
os aspectos que funcionam como barreiras ou
facilitadores ao desempenho funcional da criança.”
GUERZONI, Vanessa Pio Diniz; BARBOSA, Adriane Provesano; BORGES, Ana Cristina Chama;
CHAGAS, Paula Silva de Carvalho; GONTIJO, Ana Paula Bensemann; ETEROXICK, Fernanda;
MANCINI, Marisa Cotta.
Análise das intervenções de terapia ocupacional no desempenho das atividades de vida
diária em crianças com paralisia cerebral: uma revisão sistemática da literatura.
Rev. Bras. Saude Mater. Infant. (online). vol.8 no.1 Recife Jan./Mar. 2008
35. • Estimula as áreas de desenvolvimento que
estejam defasadas nos aspectos motor, cognitivo,
sensorial, social e/ou emocional;
• Essa atuação se dá por meio da análise e
adaptação das atividades do cotidiano;
• A atividade para a criança é percebida como
a forma de conhecer o mundo, adquirir habilidades;
• Ela recebe informações sensoriais, integra-os e
age sobre o ambiente de forma a apreendê-lo.
39. Dentre as patologias as que observamos:
Paralisia Cerebral
Síndrome de ROBERTS (RBS)- atraso no crescimento pré e
pós-natal, defeito de redução grave e simétricos dos membros,
anomalias craniofaciais e atraso mental grave.
40. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
→CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia Ocupacional: fundamentação
& prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 29, 2007
→Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. Disponível em:
<http://www.paralisiacerebral.org.br/saibamais05.php > Acesso em 23 set.
2014.
Caderno de Terapia Ocupacional da UFSCAR, 2001, v. 2, n. 9.
→VALADARES,F. W.; LORENTZ M. N., TSA; HEYDEN,E. G. III; FILHO, J.
A. C. V. Anestesia para ventriculostomia por via endoscópica para
tratamento de hidrocefalia. Relato de casos. Rev. Brasileira de
Anestesiologia. vol.57, n.1 , Campinas – SP, Jan./Feb. 2007. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0034-
70942007000100009&script=sci_arttext > . Acesso: 24 set 2014
→MASSUD, Munir. Anencefalia numa perspectiva ética. Rev. Bras. Saúde
Matern. Infant., Recife, 10 (Supl. 2): S263-S270 dez., 2010
41. • SINTRA, L. Acolher o aluno de Spina Bífida – Guia para o
professor. Gabinete de apoio psicossocial da ASBIHP. Lisboa,
2005.
• http://terapiaoculpacional.blogspot.com.br/2011/07/hidrocefali
a-terapia-ocupacional.html
• http://www.hidrocefalia.com.br/saiba_mais.htm#hidro
• Google Imagens
• http://www.minhavida.com.br/saude/temas/anencefalia
• http://egolegal.blogspot.com.br/2012/08/anencefalia.html
• http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data
=22/05/2014&jornal=1&pagina=61&totalArquivos=104