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NOÇÃO CLÁSSICA
DE EPISTEME
Me. Victor Hugo
PRIMEIROS DIÁLOGOS
PLATÔNICOS
há várias perspectivas sobre
o conhecimento, que
constituem o que se poderia
designar pela teoriateoria
epistemológica da juventudeepistemológica da juventude
de Platão.de Platão.
DIÁLOGOS DA JUVENTUDE
parecem transmitir um programa proto-proto-
cépticocéptico, que se propõem refutar personagens
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MENON
(diálogo de transição)
Platão apresenta o
célebre "paradoxo
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SOLUÇÃO PLATÓNICA
todo o ensino e investigação não é senão
reminiscênciareminiscência de algo previamente conhecido
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não é mera "opinião verdadeira", mas
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TEETETO
O diálogo divide-se em três grandes definiçõestrês grandes definições:
• a ciência é SENSAÇÃO;
• a ciência é OPINIÃO VERDADEIRA;
• a ciência é opinião verdadeira acompanhada
de RAZÃO (logos).
CIÊNCIA-SENSAÇÃO
origina uma crítica na qual se debatem
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CRÍTICA A PROTÁGORAS
Se
tudo o que "aparece" é verdade (segundo
Protágoras),
então também
é verdade que nem tudo o que "aparece"
é verdade.
Segunda proposta de definição, “ciência-
opinião-verdadeira”: suscita uma elucidação
sobre o problema do erro e da opinião falsa,
EPISTEME é definida como:
"opinião verdadeira acompanhada
de uma razão"
"RAZÃO“
requerida para que a opinião verdadeira seja
ciência, corresponde à resposta à pergunta "O
que é x?", que leva Platão a dar uma
explicação em termos de análise dos
elementos últimos e originárioselementos últimos e originários que
constituem "x".
Platão pensa que:
• conhecer p significa conhecer a explicação, ou
a razão de p,
• ou seja conhecer p requer conhecer q, a
razão (logos) de p.
• por sua vez, conhecer q, exigirá conhecer a
razão de q, e assim sucessivamente.
• Para evitar um “infinito regresso”, parece
necessário admitir algumas verdades básicas:
• se a base de todo o conhecimento forem os
ELEMENTOS ÚLTIMOS, estes são desprovidosdesprovidos
de razãode razão (logos), portanto, incognoscíveis.
De facto o "sonho" de alcançar os elementos
simples e últimos de qualquer complexo
prevalece como uma ilusão da análise:
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• Esta definição revive hoje ainda como um
ponto de referência na formulação das
questões centrais da epistemologia: o
conhecimento é em geral apresentado nesta
"definição tripartida" como "crença
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JUSTIFICAÇÃO
pode exigir a aceitação de crenças básicas, que
não carecem por sua vez de mais justificação
porque:
• Ou são evidentes,
• Ou se auto-justificam,
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constrói toda a estrutura do sistema de crenças.
ARISTÓTELES
não centra a sua filosofia do conhecimento
numa indagação sobre a própria
possibilidade de conhecer, mas parte dos
estados cognitivos do sujeitoestados cognitivos do sujeito como dados.
II ANALÍTICOS
apresentam uma explanação das condições
necessárias e suficientes para a EPISTEMEEPISTEME
entendida como uma ciência exacta,
dedutivadedutiva (conhecimento científico).
• Não existe na obra aristotélica nada que se
possa assimilar a um discurso do método,
nem uma atenção centrada no problema da
fundamentação da experiência humana
como experiência de um mundo real e
objectivo.
PONTO DE PARTIDA:
a do sujeito agente e cognoscentesujeito agente e cognoscente numa
relação direta com o mundo real, através da
experiência e da ação.
Como se dá esta relaçãoComo se dá esta relação será um tópico
fulcral na teoria aristotélica da percepção e
do conhecimento em geral.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO (EPISTEME)
apresenta uma estrutura demonstrativaestrutura demonstrativa,
rigorosamente dedutiva.
partindo de premissas conhecidas, a dedução
(syllogismos) chega a uma conclusão.
CONHECIMENTO DEDUTIVO
o que é "previamente conhecido" são os
princípios da demonstraçãoprincípios da demonstração.
INDUÇÃO (epagoge),
conhece-se previamente a verdade dos casos
particulares a partir dos quais se deriva a
generalização indutivageneralização indutiva.
• Segundo Aristóteles, o que se conhece
previamente a qualquer demonstração são
os princípios da demonstraçãoprincípios da demonstração, que não
podem ser eles próprios objecto da episteme,
ou seja não pode haver demonstração dos
princípios (II Analíticos, I. 3).
• A apreensão dos princípios deve caber
ao nous.nous.
• O modo de alcançar o nous, enquanto
estado cognitivo de conhecimento dos
princípios, é a induçãoindução.
PRINCÍPIOS DEMONSTRATIVOS
• são conhecidos por indução através da
memóriamemória.
• as percepções sensíveis persistem em nós
depois do acto perceptivo e produzem
memória;
• e a reiteração da memória dá origem à
experiência (empeiria);
• A experiência, que não é senão a presença dopresença do
universal na psycheuniversal na psyche, como um todo, constitui
o ponto de partida da techne e da episteme:
techne, no domínio dos processos, episteme
no domínio dos factos (100a 5-15)
• Trata-se de um processo indutivo, no qual se
dá uma passagem directa da percepção àpassagem directa da percepção à
apreensão do universalapreensão do universal.
• Este é captado na ocasião de um encontro
singular, não por um processo de abstracção,
mas por uma progressiva clarificação da
noção do próprio singular.
• Poderia considerar-se a epistemologia
aristotélica um fundacionalismo com duas
frentes: a dos princípios da demonstração e a
da evidência da percepção sensível.
• Como reconciliar estas duas frentes, ou estas
duas formas de conhecimento imediato, que
se auto-justifica a si mesmo?
• O método que Aristóteles adopta é o dialéctico,
• Através de um exame e confronto das diversas
opiniões (endoxa), a investigação procede a
uma selecção das opiniões mais adequadas e a
uma rejeição daquelas que apresentam
incompatibilidades com o senso comum, ou com
o conjunto de opiniões mais prováveis:
• neste caso a argumentação releva sobretudo de
um critério de coerência.
• SOARES, M. L. C. A noção clássica de
Episteme. In: O que é conhecimento?
Questões de epistemologia. Lisboa, 2004,
pp.26-39.

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A nocao classica de episteme

  • 2. PRIMEIROS DIÁLOGOS PLATÔNICOS há várias perspectivas sobre o conhecimento, que constituem o que se poderia designar pela teoriateoria epistemológica da juventudeepistemológica da juventude de Platão.de Platão.
  • 3. DIÁLOGOS DA JUVENTUDE parecem transmitir um programa proto-proto- cépticocéptico, que se propõem refutar personagens que directa ou indirectamente apresentam pretensões fortes em relação ao conhecimento.
  • 4. MENON (diálogo de transição) Platão apresenta o célebre "paradoxo heurístico": como procurar algo que não se conhece de todo?
  • 5. SOLUÇÃO PLATÓNICA todo o ensino e investigação não é senão reminiscênciareminiscência de algo previamente conhecido (81d5, 86bc).
  • 6. CONHECIMENTO não é mera "opinião verdadeira", mas opinião verdadeira plus razõesrazões que fundamentam essa opinião
  • 7. TEETETO O diálogo divide-se em três grandes definiçõestrês grandes definições: • a ciência é SENSAÇÃO; • a ciência é OPINIÃO VERDADEIRA; • a ciência é opinião verdadeira acompanhada de RAZÃO (logos).
  • 8. CIÊNCIA-SENSAÇÃO origina uma crítica na qual se debatem argumentos que antecipam, de certo modo, toda a discussão em torno do fenomenalismofenomenalismo, da natureza das "aparências"
  • 9. CRÍTICA A PROTÁGORAS Se tudo o que "aparece" é verdade (segundo Protágoras), então também é verdade que nem tudo o que "aparece" é verdade.
  • 10. Segunda proposta de definição, “ciência- opinião-verdadeira”: suscita uma elucidação sobre o problema do erro e da opinião falsa, EPISTEME é definida como: "opinião verdadeira acompanhada de uma razão"
  • 11. "RAZÃO“ requerida para que a opinião verdadeira seja ciência, corresponde à resposta à pergunta "O que é x?", que leva Platão a dar uma explicação em termos de análise dos elementos últimos e originárioselementos últimos e originários que constituem "x".
  • 12. Platão pensa que: • conhecer p significa conhecer a explicação, ou a razão de p, • ou seja conhecer p requer conhecer q, a razão (logos) de p. • por sua vez, conhecer q, exigirá conhecer a razão de q, e assim sucessivamente.
  • 13. • Para evitar um “infinito regresso”, parece necessário admitir algumas verdades básicas: • se a base de todo o conhecimento forem os ELEMENTOS ÚLTIMOS, estes são desprovidosdesprovidos de razãode razão (logos), portanto, incognoscíveis.
  • 14. De facto o "sonho" de alcançar os elementos simples e últimos de qualquer complexo prevalece como uma ilusão da análise: • as “mónadas” de Leibniz, • os “objectos simples” de Wittgenstein, • os "indivíduos" de Russell, • a “pré-compreensão do ser” de Heidegger...
  • 15. • Esta definição revive hoje ainda como um ponto de referência na formulação das questões centrais da epistemologia: o conhecimento é em geral apresentado nesta "definição tripartida" como "crença verdadeira justificada".
  • 16. JUSTIFICAÇÃO pode exigir a aceitação de crenças básicas, que não carecem por sua vez de mais justificação porque: • Ou são evidentes, • Ou se auto-justificam, • Ou constituem os alicerces a partir dos quais se constrói toda a estrutura do sistema de crenças.
  • 17. ARISTÓTELES não centra a sua filosofia do conhecimento numa indagação sobre a própria possibilidade de conhecer, mas parte dos estados cognitivos do sujeitoestados cognitivos do sujeito como dados.
  • 18. II ANALÍTICOS apresentam uma explanação das condições necessárias e suficientes para a EPISTEMEEPISTEME entendida como uma ciência exacta, dedutivadedutiva (conhecimento científico).
  • 19. • Não existe na obra aristotélica nada que se possa assimilar a um discurso do método, nem uma atenção centrada no problema da fundamentação da experiência humana como experiência de um mundo real e objectivo.
  • 20. PONTO DE PARTIDA: a do sujeito agente e cognoscentesujeito agente e cognoscente numa relação direta com o mundo real, através da experiência e da ação. Como se dá esta relaçãoComo se dá esta relação será um tópico fulcral na teoria aristotélica da percepção e do conhecimento em geral.
  • 21. CONHECIMENTO CIENTÍFICO (EPISTEME) apresenta uma estrutura demonstrativaestrutura demonstrativa, rigorosamente dedutiva. partindo de premissas conhecidas, a dedução (syllogismos) chega a uma conclusão.
  • 22. CONHECIMENTO DEDUTIVO o que é "previamente conhecido" são os princípios da demonstraçãoprincípios da demonstração. INDUÇÃO (epagoge), conhece-se previamente a verdade dos casos particulares a partir dos quais se deriva a generalização indutivageneralização indutiva.
  • 23. • Segundo Aristóteles, o que se conhece previamente a qualquer demonstração são os princípios da demonstraçãoprincípios da demonstração, que não podem ser eles próprios objecto da episteme, ou seja não pode haver demonstração dos princípios (II Analíticos, I. 3).
  • 24. • A apreensão dos princípios deve caber ao nous.nous. • O modo de alcançar o nous, enquanto estado cognitivo de conhecimento dos princípios, é a induçãoindução.
  • 25. PRINCÍPIOS DEMONSTRATIVOS • são conhecidos por indução através da memóriamemória. • as percepções sensíveis persistem em nós depois do acto perceptivo e produzem memória; • e a reiteração da memória dá origem à experiência (empeiria);
  • 26. • A experiência, que não é senão a presença dopresença do universal na psycheuniversal na psyche, como um todo, constitui o ponto de partida da techne e da episteme: techne, no domínio dos processos, episteme no domínio dos factos (100a 5-15)
  • 27. • Trata-se de um processo indutivo, no qual se dá uma passagem directa da percepção àpassagem directa da percepção à apreensão do universalapreensão do universal. • Este é captado na ocasião de um encontro singular, não por um processo de abstracção, mas por uma progressiva clarificação da noção do próprio singular.
  • 28. • Poderia considerar-se a epistemologia aristotélica um fundacionalismo com duas frentes: a dos princípios da demonstração e a da evidência da percepção sensível. • Como reconciliar estas duas frentes, ou estas duas formas de conhecimento imediato, que se auto-justifica a si mesmo?
  • 29. • O método que Aristóteles adopta é o dialéctico, • Através de um exame e confronto das diversas opiniões (endoxa), a investigação procede a uma selecção das opiniões mais adequadas e a uma rejeição daquelas que apresentam incompatibilidades com o senso comum, ou com o conjunto de opiniões mais prováveis: • neste caso a argumentação releva sobretudo de um critério de coerência.
  • 30. • SOARES, M. L. C. A noção clássica de Episteme. In: O que é conhecimento? Questões de epistemologia. Lisboa, 2004, pp.26-39.