O documento discute as relações entre ciência e senso comum. Afirma que ambos compartilham processos como ideação, previsão e busca por ordem, e que a ciência se desenvolveu a partir do senso comum. Contrapõe a visão do cientista como figura superior intelectualmente às demais pessoas, defendendo que todos têm potencial para pensamento científico.
4. “todo mito é perigoso,
porque ele induz o
comportamento e inibe o
pensamento”.
5. “Se existe uma classe especializada em
pensar de maneira correta [a dos
cientistas], os outros indivíduos são
liberados da obrigação de pensar e podem
simplesmente fazer o que os cientistas
mandam”.
6. “Antes de mais nada é
necessário acabar com o
mito de que o cientista é
uma pessoa que pensa
melhor do que as outras”.
8. “No início pensava-se que tais
especializações produziriam,
miraculosamente, uma
sinfonia...
... Isto não ocorreu. O que ocorre,
freqüentemente, é que cada
músico é surdo para o que os
outros estão tocando”
9. “a ciência é uma
especialização,
um refinamento
de potenciais
comuns a todos”.
10. • “Quem usa um telescópio ou um
microscópio vê coisas que não poderiam
ser vistas a olho nu.
• Mas eles nada mais são que extensões do
olho.
• Não são órgãos novos”.
11. “A aprendizagem da ciência é um
processo de desenvolvimento progressivo do
senso comum”.
12. SENSO COMUM
é uma expressão que não foi inventada pelas
pessoas de senso comum
13. • “a expressão “senso comum” foi criada
por pessoas que se julgam acima do senso
comum, como uma forma de se
diferenciarem das pessoas que, segundo
seu critério, são intelectualmente
inferiores”.
14. • “pense no senso comum como as pessoas
comuns. E a ciência? Tome esta pessoa
comum e hipertrofie um dos seus órgãos,
atrofiando os outros. [...] A ciência é uma
metamorfose do senso comum. Sem ele,
ela não pode existir”
15. TESE DE RUBEM ALVES
SENSO COMUM CIÊNCIA
Uma compreensão uma compreensão
sem aprofundamento com aprofundamento
16. “... ser bom em ciência, como ser bom no
senso comum, não é saber soluções e
respostas já dadas. [...] Ser bom em ciência
e no senso comum é ser capaz de inventar
soluções”.
17. “O senso comum e a
ciência são expressões
da mesma necessidade
básica, a necessidade
de compreender...”
18. “E para aqueles que
teriam a tendência de
achar que o senso
comum é inferior à
ciência, eu só gostaria de
lembrar que, por
dezenas de milhares de
anos, os homens
sobreviveram sem coisa
alguma que se
assemelhasse à nossa
ciência”
19. “Antes de ser transformada em peças,
engrenagens, tubos, parafusos, ela [a
máquina] foi construída idealmente, na
imaginação, por pessoas que foram capazes
de simular o real.
20. “Nossos textos de ciência, no futuro, serão
provavelmente citados como superstições
primitivas”.
21. “Procedemos de forma ordenada porque
pressupomos que haja ordem [...] Porque
o problema é exatamente construir uma
ordem ainda invisível de uma desordem visível
e imediata”.
22. “O místico crê num Deus desconhecido.
“O pensador e o cientista crêem numa
ordem desconhecida.
É difícil dizer qual deles sobrepuja o outro
em sua devoção não racional”.
L. L. Whyte
23. CONCLUSÕES
• Há mais relações e semelhanças entre
ciência e senso comum que imaginamos
• As ações básicas tanto do senso comum
quanto das ciências (ideação. Previsão,
ordem…) são correspondentes
• O que distingue ambas é o caminho
adotado por cada uma…
24. REFERÊNCIAS
• ALVES, Rubem. Filosofia da ciência:
introdução ao jogo e suas regras. São
Paulo: Brasiliense, 1986, pp. 10-50.