O documento discute a depressão, incluindo suas estatísticas, causas, sintomas e tratamentos. De acordo com a ONU, uma em cada dez pessoas terá depressão ao longo da vida, sendo 60% mulheres e 40% homens. A depressão pode ter causas genéticas, ambientais, emocionais ou espirituais e é caracterizada por sintomas emocionais, cognitivos, físicos e comportamentais. O tratamento eficaz envolve tanto medicação para restaurar os níveis de neurotransmissores quanto psicoterap
2. De acordo com a ONU,
uma em cada dez
pessoas terá depressão
ao longo da vida. Desse
total, 60% serão
mulheres, e 40%,
homens. De cada dez
pacientes que se
recuperarem, apenas
um não sofrerá recaída.
3. A Organização Mundial de
Saúde apontou a
depressão como a quarta
enfermidade mais comum
no planeta. Também
previu que ela será o
principal problema de
saúde global em 2020. Até
lá, o número anual de
suicídios saltará dos atuais
593.000 para 995.000.
4. A depressão é um estado emocional ao qual todos os
seres humanos estão sujeitos. Pode acometer-nos em
qualquer idade, e pelas mais variadas razões. Nas
páginas da Bíblia, encontram-se homens e mulheres de
fé que lutaram contra um sentimento de tristeza
asfixiante – uma verdadeira depressão.
5. A depressão vai além da
simples tristeza. Pessoas
tristes podem ser
alegradas pelas
circunstâncias ou pelo
apoio dos amigos.
Indivíduos deprimidos,
por outro lado, nunca
são afetados pelas coisas
boas da vida.
6. Quando estamos tristes,
conservamos nosso amor-
próprio, voltamos a nos sentir
bem depois que choramos, e
somos ajudados por palavras
de consolo. Mas, quando
alguém está em depressão
severa sua autoestima
desaparece. Chorar não
adianta nada e o que os
amigos dizem só causa
irritação.
7. As pessoas próximas parecem não entender o que
acontece, e o deprimido, por sua vez, não se sente com
a mínima vontade de explicar.
8. A experiência de sentir
desânimo ou
esmorecimento é comum
a todas as pessoas, em
qualquer cultura. É apenas
quando essas emoções
passam a ser
incapacitantes que as
consideramos um
problema.
9. O QUE É DEPRESSÃO?
• Documentada, há mais de 2000 anos (como
melancolia), por Babilônios, egípcios, gregos e judeus.
• Na Antiguidade associaram-na à inteligência,
criatividade.
10. • Na Idade Média, à covardia, incredulidade, preguiça.
• Na Modernidade tornou-se uma questão de saúde.
• Atualmente é considerada uma doença constando nos
manuais internacionais de saúde.
11. Define-se depressão como
uma combinação de aflição e
mal-estar, que ocorre
espontaneamente ou que
excede, em duração e
intensidade, a reação normal
a qualquer desastre e
infortúnio.
Ou seja afeta o indivíduo
tanto física quanto
psicologicamente.
13. DEPRESSÃO LEVE X DEPRESSÃO GRAVE
Todos nós, de
tempos em tempos,
formamos uma
imagem negativa
sobre nós mesmos
ou desenvolvemos
uma sensação de
desamparo.
14. No caso da depressão grave, algumas vezes não
conseguimos de imediato especificar o que a provocou,
além de ela se arrastar por meses a fio e nos deixar
incapacitados.
15. DEPRESSÃO UNIPOLAR X DEPRESSÃO BIPOLAR
(TRANSTORNO MANÍACO DEPRESSIVO)
• Unipolar: tristeza e prostração constantes
• Bipolar: períodos de abatimento intercalados com
episódios de agitação descontrolada
16. DEPRESSÃO REATIVA X DEPRESSÃO
ENDÓGENA
• Reativa: origem psicológica, surge como uma reação
emocional a episódios desagradáveis: luto, divórcio,
decepção, enfermidade.
• Endógena: origem orgânica, surgimento associado a
mudanças bioquímicas no corpo: alterações
hormonais, desnutrição, deficiência de
neurotransmissores e intoxicação.
17. • (Neurotransmissores são substâncias químicas
produzidas pelos neurônios, as células nervosas com a
função de biossinalização. Por meio delas, podem
enviar informações a outras células. Podem também
estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a
reação final no órgão ou músculo alvo.)
18. SINTOMAS DA DEPRESSÃO
Depressão é um
quadro clínico
identificado por um
conjunto de
sintomas. Um ou dois
sinais não bastam
para afirmarmos que
uma pessoa está com
depressão.
19. Esfera emocional: O que o deprimido sente?
•Desânimo
• Desgosto
• Tristeza
•Medo
•Apatia
•Inércia
• Solidão
20. Esfera cognitiva: O que o deprimido pensa?
Crê-se culpado pelo que está acontecendo e que seu
problema é insolúvel.
É perseguido por ideias de:
Inferioridade Derrotismo
Ressentimento Autoacusação Vergonha
Auto-piedade Indignidade
21. Deseja isolar-se, fugir de tudo
e de todos, desaparecer.
Coisas que normalmente
despertariam seu interesse,
tais como: trabalho, família,
sexo e relacionamentos,
perdem o encanto. Não quer
tomar decisões nem fazer
planos. Pode perder até a
vontade de viver.
22. Esfera vegetativa: o que o deprimido
experimenta em seu corpo
• Alterações do apetite
• Perturbações do sono
• Fadiga
• Semblante caído
• Corpo vergado
• Tensão muscular
• Distúrbios digestivos
•Sensação de peito
apertado
•Falta de ar
•Alterações cardíacas
•Flacidez
23. Esfera motora: como o deprimido age
• Lentidão
• Retardamento
• Dificuldade de mobilização
• Prostração
• Perda de espontaneidade
• Crises de inquietação, agitação
• Inibição motora
24. Quando encontramos todos os sintomas atrás ou a
maioria deles é muito provável estarmos diante de um
caso depressivo. A pessoa deve ser encaminhada a um
profissional. Um diagnóstico pode ser feito e o
tratamento iniciado. Os sintomas não surgem do dia
para a noite, mas vão se acumulando. O início da
manhã e o fim da tarde parecem ser as horas em que
os sintomas se mostram mais intensos.
26. Causas físico-genéticas
• Existe um fator hereditário na
depressão.
• Sabe-se também que a falta de
sono, uma alimentação
inadequada, a carência de
proteínas e a hipoglicemia
conduzem ao abatimento.
27. • A alteração de taxas hormonais pode originar um
quadro depressivo (razão porque as mulheres são
maioria)
• Intoxicação química, efeito de drogas, infecções
viróticas
28. Causas ambientais
• A convivência num ambiente familiar opressivo ou
num local de trabalho estressante pode com o tempo
levar à depressão
• Outros fatores externos que também podem
contribuir para um quadro depressivo: poluição
sonora, olfativa e visual; clima de animosidade, tensão
e competição; insegurança e imprevisibilidade
29. Causas emocionais
Traumas ou perdas significativas
na infância tornam maiores as
probabilidades de se cair em
depressão
Sentimentos de rejeição, culpa,
mágoa, autocomiseração
Pessoas de natureza
perfeccionista ou pessimista
30. Causas ocasionais
Enfermidades, desemprego,
separação, perda de entes queridos,
agressão, desapontamento e outras
situações sobre as quais não se tem
controle
Há também, quem fique deprimido
em datas especiais: natal, ano novo,
dia do aniversário
31. Causas existenciais
Levar um estilo de vida
inadequado à própria
personalidade, a longo prazo,
pode levar à depressão
Outra causa existencial é o
sentimento de impotência
que aflige o indivíduo que se
vê incapaz de mudar uma
realidade que lhe pareça
desagradável
32. Causas espirituais
A falta de intimidade
com Deus pode levar-
nos a uma
insatisfação crônica,
podendo, inclusive,
gerar sentimentos de
medo, ansiedade e
falta de propósito
33. Ademais, cristãos creem em influências sobrenaturais.
Porém, devemos considerar essa possibilidade com
cuidado, pois pessoas deprimidas impressionam-se
facilmente
34. Cuidados a se tomar em relação ao assunto
• Devemos evitar os preconceitos. Dizer ao deprimido
que seu estado resulta de frieza espiritual não vai
ajudá-lo.
• Devemos evitar a precipitação. Como as causas da
depressão são múltiplas não há uma receita para
tudo.
35. • Devemos evitar a auto medicação.
• Devemos evitar a ingenuidade. Poucas coisas
ofendem tanto a quem sofre quanto soluções
simplistas. Termos a serem evitados: “reaja”, “não se
sinta desse jeito”, “a vida é bela”, “existem coisas
piores”, etc
37. Medicação e terapia
De acordo com a
Organização Mundial de
Saúde, os melhores
resultados no tratamento
da depressão são aqueles
obtidos com a utilização
conjunta de medicação e
psicoterapia.
38. O estado de abatimento de humor, característico da
depressão, está associado à diminuição de certas
substâncias em nosso cérebro. Essas substâncias,
chamadas neurotransmissores, atuam no espaço
existente entre as células nervosas. São elas que
possibilitam a comunicação entre os neurônios.
39. Nas pessoas deprimidas, a quantidade de
neurotransmissores – principalmente a adrenalina, a
noradrenalina e a serotonina – apresenta-se abaixo do
normal. Os remédios antidepressivos atuam
justamente aí. Eles aumentam a concentração de
neurotransmissores.
40. Funções da adrenalina
Os efeitos da adrenalina sobre o sistema cardiovascular
são considerados os mais importantes, pois mantêm a
frequência cardíaca e pressão arterial adequada tanto
em repouso como em condições de estresse.
A adrenalina promove vasoconstrição periférica,
aumento da frequência cardíaca e da automaticidade
das regiões do coração.
41. Nos brônquios, a adrenalina permite a broncodilatação
e aumento da respiração, por isso é utilizada no
tratamento de bronquites. Pode estimular a secreção
de hormônios como insulina, glucagon, gastrina, etc.
Estimula o aumento da concentração de glicose no
plasma. Promove a fosforilação de proteínas no fígado,
envolvidas na regulação do metabolismo do glicogênio.
Participa da degradação de triacilgliceróis armazenados
no tecido adiposo.
42. Funções da noradrenalina
• Também chamada de noraepinefrina, ela influencia no
humor, ansiedade, sono e alimentação. É sintetizada
nas fibras nervosas. Suas principais ações no sistema
cardiovascular estão relacionadas ao aumento do
influxo celular do cálcio e a manter o pressão
sanguínea em níveis normais
43. Funções da serotonina
Regulação do sono, a transmissão ineficaz do
neurotransmissor pode levar depressão e outros
distúrbios de humor, pode ser aplicada no tratamento
da enxaqueca, conduz à saciedade e, ainda existe a
hipótese de que os sintomas da TPM (incluindo os
espasmos doloridos da cólica)também estejam ligados
à baixa transmissão de serotonina no cérebro.
44. Remédios antidepressivos não produzem efeitos
instantâneos, podem levar de dez a quinze dias para
que o paciente experimente alguma melhora. Além
disso cada organismo apresenta reações diferentes.
Isso significa que o médico terá, em alguns caos, de
fazer várias tentativas até acertar com a medicação
45. Somente a medicação não basta
Um psicólogo ou
conselheiro capacitado
será de grande ajuda para
a pessoa deprimida. Se
ela puder conversar com
alguém que entenda o seu
problema, sem emitir
juízos ou sugerir medidas
simplistas, perceberá que
encontrou um aliado na
sua luta.
46. A depressão, em última instância, é sempre um alerta
de que algo não vai bem. Talvez estejamos carentes de
proteínas, hormônios ou neurotransmissores. Pode ser
que precisemos simplesmente de repouso ou férias
regulares, perspectivas de vida, amizades sinceras ou
um relacionamento pessoal com Deus.
47. O exemplo do profeta Elias I Reis 19: 2 – 4
• Sintomas depressivos em Elias:
• Abatimento físico e emocional;
• Tendência ao isolamento;
• Alterações de sono e apetite;
• Elias deseja a morte.
• O Senhor tratou Elias em todas as áreas de sua vida:
física, espiritual, comunitária e emocional.
48. O que Deus providenciou para Elias
• Alimentação equilibrada
• Repouso regular
• Atividade física
• Terapia ocupacional
• Reestruturação da vida afetiva
• Crescimento espiritual
49. Finalmente
Passar por um episódio depressivo não é uma
experiência fácil. O deprimido tem a sensação de estar
em um deserto, castigado por tempestades de areia
que o machucam e o sufocam. Seus pés parecem
afundar. Seus olhos contemplam uma noite escura, sem
estrelas ou luar. Nossas sensações físicas, pensamentos
e emoções podem dizer-nos que não há saída. É o que
ocorre na depressão. Mas, se o Criador, em pessoa,
afirmar que ainda seremos felizes, temos razões para
crer e perseverar.
50. O AUTOR
O Pastor Marcelo Rodrigues de Aguiar formou-se
em teologia no ano de 1986 pelo Seminário
Teológico Batista do Sul do Brasil. Pastoreou a
Igreja Batista em Paul, na cidade de Vila Velha, por
catorze anos. Desde o dia 25 de abril de 2009, é o
pastor titular da Igreja Batista em Mata da Praia,
na cidade de Vitória. Formado em Psicologia pela
Universidade Federal do Espírito Santo, atua
também como escritor, tendo 12 livros publicados
pela Editora Betânia e pela Editora Vida. Casado
com Rosi Leia Ribeiro de Aguiar, é pai das gêmeas
Amanda e Beatriz.