O documento discute a história do cinema, seu uso no ensino e análise de um curta-metragem. Apresenta os irmãos Lumière como pioneiros do cinema e Georges Méliès como primeiro a usá-lo como arte. Também aborda escolas cinematográficas e o potencial didático dos filmes, além de fornecer perguntas para análise crítica do curta "Ilha das Flores".
2. Um breve histórico
sobre o cinema
• 1895- Irmãos Lumière criam o Cinematógrafo – Objeto de cunho
científico. (Primeiro filme da história, o trem saindo da estação).
• 1902- Primeiro filme produzido como espetáculo, como arte,
apresentando uma história e não apenas o cotidiano
apresentado pelos irmãos Lumière- Viagem a Lua- Georges
Méliès.
5. 1920- EUA surge como potência cinematográfica – Grandes
estúdios em Hollywood.
Charles Chaplin – Levou ao extremo as possibilidades
narrativas do cinema mudo, graças ao enorme talento de
sua expressão facial e corporal, além da habilidade única em
narrar situações que mesclavam humor e crítica social.
6. Características da Produção
Cinematográfica
• Processo de manipulação que vale não só para a ficção como também
para o documentário, e que torna ingênua qualquer interpretação do
cinema como reprodução do real;
• A significação depende essencialmente da relação que se estabelece
com outros elementos ( Imagem, Som, História, Efeitos Visuais);
• Mercadoria Abstrata- Subjetivismo;
• A Necessidade de lucro tende a homogeneizar os produtos e público-
Sistema Capitalista na produção cinematográfica.
7. • Star- System- Condicionar os enredos dos filmes ao
ator principal, formando trajetórias individuais-heróis
– Relação com a História – Sempre grandes
nomes- Não há mercado para obras com
“personagem coletivo”;
• Reações emocionadas criadas na imagem.
Marilyn Monroe – Ícone do
cinema dos anos 50
8. Escolas cinematográficas
clássicas
• Naturalismo “ Holliwoodiano”- Naturalização, identificação com
espectador, Alienação do produto- Produto de massa;
• Surrealismo- Não “explica” o real pela continuidade lógica racional;
• Cinema Épico Soviético- Manipula os vários pontos de vista para que o
espectador busque uma verdade, questionamento, Dialética, busca de um
realismo crítico;
9. • Neo – realismo Italiano – Manter o “ tempo real do sofrimento”
representado no filme, exposição extensiva da realidade com
mínimo de corte, espaços abertos “ reais” para a cena;
• Expressionismo Alemão- Camêra não registra o real e sim cria
visões com bases nas angustias humanas;
• Nova onda Francesa- Liberdade narrativa;
• Cinema Novo Brasileiro- Liberdade narrativa, imagens com poucos
movimentos e corte, diálogos longos e refletidos , preferência por
temas sociais e políticos.
10. • Em princípio não há tema que seja vedado ao cinema, que deixa de ser um
meio exclusivo de contar estórias para se tornar também um meio de
reflexão, política, estética, ética, religiosa, sociólogica.” ( pág. 105).
Jean- Claude Bernardet.
“Nós não apenas contamos, com também recortamos nossas histórias. E
recortar quase sempre significa adaptar- “ajustar” as histórias para que
agradem ao seu novo público.”
Linda Hutcheon – Uma teoria da Adaptação
12. Adequação e abordagem do filme na escola:
• possibilidades técnicas e organizativas;
• articulação com currículo/conteúdo, habilidades
e conteúdos;
• abordagem conforme a faixa etária e etapa de
aprendizagem.
13. Três Faixas Etárias / Etapas De Aprendizagem:
• o cinema na educação infantil e nos primeiros ciclos do ensino
fundamental (cinco a dez anos): narrativa, método operacional e
formação de valores;
• o cinema na pré-adolescência (11 aos 13 anos): percepção e
curiosidade sobre o mundo;
• o cinema na adolescência e no ensino médio (14 aos 18 anos):
interpretação e senso critico.
14. O Uso Didático-pedagógico Do Cinema: Possibilidades
E Armadilhas:
• conteúdo: fonte/ texto-gerador;
• linguagem: educando o olhar do espectador/
interagindo com outras linguagens
• técnicas: na filmagem...
15. Planejamento Das Atividades E Procedimentos
Básicos:
Fase 1: Planejando As Atividades:
# pense no emprego do filme dentro de um
planejamento geral.
# antes de trabalhar com o filme em sala de aula,
procure algumas informações básicas.
16. Fase 2: Analisando O Filme
# não inicie o trabalho de analise exibindo o
filme em classe;
# forneça um roteiro de analise para os alunos;
# selecione se for preciso, textos de apoio.
17. Fase 3: O trabalho em sala de aula
# articulação com o conteúdo trabalhado em
classe
18. Cinema no
ensino de História
1 - Utilizar cinema como recurso pedagógico;
• Assistir ao filme e preparar a aula- Primeira
atitude do professor realmente engajado com a
aprendizagem de seus alunos
19. • É necessário uma apresentação prévia antes
da exibição do filme;
• O filme deve constituir-se em um instrumento
de reflexão.
20. 2- Postura do professor historiador frente ao objeto
de estudo:
• Entendemos que ao historiador não cabe a
função de contemplação às imagens, mas sim de
adentrar os limites que a obra revela.
21. 3- A produção fílmica não aborda o contexto histórico em
si, apenas faz alusão ou coloca como plano de fundo. O
interesse primordial é comercialização;
• Cabe ao professor diferenciar os elementos
apresentados, levando o espectador a um
questionamento, uma reflexão sobre as alterações no
filme e o que os documentos escritos nos apontam.
22. Documentários
• Este tópico tem por objetivo refletirmos sobre
o vídeo documentário como instrumento de
aprendizagem no ensino de História.
23. • Com o advento da Escola Nova, inicialmente nos Estados Unidos
e na Europa, educadores e estudiosos da Psicologia da
Aprendizagem começaram a confrontar às práticas pedagógicas
consideradas tradicionais.
24. • Eles defendiam uma educação que pudesse
integrar o indivíduo na sociedade, ampliando,
assim, a democratização do acesso à escola.
Nesse mesmo período histórico, os teóricos da
Escola de Annales iniciavam o processo de
renovação da produção historiográfica
25. • Considera-se que a potencialidade do cinema em sala de aula
não tem sido plenamente explorada, tendo em vista que,
apesar de toda a aceitação de sua importância para o
conhecimento escolar, algumas visões equivocadas ainda
persistem.
26. • Olhar como conteúdo unicamente verdadeiro
( evitar a assimilação como verdade absoluta);
• Intencionalidade na produção;
• Documentários Históricos revelam posturas diante do passado;
• Visões ideológicas e políticas diferentes;
• Direcionamento da visão do espectador para uma perspectiva.
27. DESENHOS ANIMADOS
• Alerta sobre a neutralidade do conteúdo
( pois mesmo sendo direcionado ao público
infantil, possui intencionalidade);
• Disney- Narrativas fabulosas;
• Dream Works- Conteúdos sociais ou
históricos.
28. • Por exemplo, ao incorporar filmes em suas aulas,
acredita-se, muitas vezes, que o professor não está
dando aula e o filme “é para passar o tempo”. Tal
visão preconceituosa pode advir tanto dos alunos
como de seus colegas e do grupo gestor.
29. Análise do curta
ILHA DAS FLORES
• Objetivo: Questionar as problemáticas sociais,
ambientais, econômicas acarretadas pelo
sistema capitalista, através da reprodução do
documentário Ilha das Flores
30. FICHA TÉCNICA
• Diretor: Jorge Furtado
• Elenco: Júlia Barth, Paulo José, Ciça
Reckziegel.
• Produção: Nora Goulart, Monica Schmiedt
• Roteiro: Jorge Furtado
• Fotografia: Sergio Amon, Roberto Henkin
• Trilha Sonora: Geraldo Flach
• Duração: 13 min.
• Ano: 1989
• País: Brasil
• Gênero: Documentário
• Cor: Colorido
• Distribuidora: Não definida
• Estúdio: Casa de Cinema de
Porto Alegre
31. Questionário para Reflexão
1- Quais as classe sociais presentes no documentário?
2- Quais os problemas acarretados pelo capitalismo que foi apresentado
no filme?
3- Qual a dinâmica sócio espacial apresentada no filme Ilha das Flores.
4- O que vocês entendem como liberdade de acordo com a frase final
do filme?
5- O que podemos absorver através desse documentário diante da
realidade em que vivemos.
32. FRASE FINAL
“ A diferença entre os seres humanos sem dinheiro e os
porcos é que os primeiros têm liberdade.” “LIBERDADE: essa
palavra que o sonho humano alimenta e que não há ninguém
que explique e ninguém que não entenda”
Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência)
33. Referências Bibliográficas
• BERNARDET, Jean- Claude- O que é cinema / Jean- Claude Bernardet- São Paulo:
Brasiliense, 2000. Coleção Primeiros Passos.
• NAPOLITANO, Marcos. Como Usar o Cinema em Sala de Aula , 4 ed- São Paulo: Contexto,
2008.
• FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História. São Paulo: Papirus,
2003.
• pesquisefilmesdidaticos.blogspot.com.br