O documento descreve o livro "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec, publicado em 1865, que explora a vida após a morte segundo a doutrina espírita. O livro discute tópicos como a ausência de preocupação com a morte uma vez que a alma é imortal, as diferentes condições dos espíritos no além-vida, e a rejeição das penas eternas em favor da expiação e progresso espiritual através de reencarnações sucessivas.
1. 150 anos de
“O Céu e o Inferno”
ou a Justiça Divina
segundo o Espiritismo
2. No prelo, para aparecer em 1º de agosto:
O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina
segundo o Espiritismo, por Allan Kardec. 1
grosso vol. In-12. Preço: 3 fr. 50c.; pelo
correio: 4 fr.
(Allan Kardec)
Revista Espírita, julho de 1865
3. objetivo
“(...) Ali reunimos todos os elementos próprios
para esclarecer o homem sobre o seu destino.
Como nos nossos outros escritos sobre a
Doutrina Espírita, aí nada introduzimos que
seja produto de um sistema preconcebido, ou
de uma concepção pessoal, que não teria
nenhuma autoridade; tudo aí é deduzido da
observação e da concordância dos fatos.”
(Allan Kardec)
Revista Espírita, setembro de 1865
4. “Estava dado o golpe de misericórdia nos
dogmas fundamentais da teologia do
cristianismo formalista, tipo inegável de
sincretismo religioso com que o Cristianismo
verdadeiro, essencial e não formal, conseguira
penetrar na massa impura do mundo e levedá-la
à custa de enormes sacrifícios.”
(J. Herculano Pires)
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec – Notícia Sobre o Livro, LAKE
5. conteúdo
“Lendo-se este livro com atenção, vê-se que a sua
estrutura corresponde a um verdadeiro processo de
julgamento. Na primeira parte temos a exposição dos
fatos que o motivaram e a apreciação judiciosa, sempre
serena, dos seus vários aspectos, com a devida acentuação
dos casos de infração da lei; na segunda parte o
depoimento das testemunhas.”
(J. Herculano Pires)
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec – Notícia Sobre o Livro, LAKE
6. I – o porvir e o nada
“ – Nós vivemos, nós pensamos, nós agimos – eis o
que é positivo. E nós morremos – o que não é menos
certo. Mas ao deixar a Terra para onde vamos? No
que nos transformamos? Estaremos melhor ou pior?
Seremos ainda nós mesmos ou não mais o seremos? Ser
ou não ser – essa é a alternativa. Ser para todo o
sempre ou nunca mais ser. Tudo ou nada.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
7. II – a preocupação com a morte
“A preocupação com a morte está ligada à
insuficiência de noções sobre a vida futura.
Por isso, quanto mais ela se liga à necessidade
de viver, mais aumenta o temor da destruição
do corpo como o fim de tudo. Ela é assim
provocada pelo secreto desejo de
sobrevivência da alma, ainda velada pela
incerteza.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
8. “Para os espíritas a alma não é mais uma abstração. Ela
possui um corpo etéreo que a torna um ser definido, que
podemos conceber pelo pensamento. Isso é o suficiente
para nos esclarecer quanto à sua indicação, suas aptidões
e suas percepções.(...) A dúvida sobre o futuro já não
tendo mais lugar, a preocupação com a morte deixa de ter
razão. Esperamo-la tranquilamente, como uma
libertação, como a porta da vida e não como a do nada.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
9. III – o céu
“A felicidade dos Espíritos, sendo
inerentes às suas qualidades, eles
gozam por toda parte, onde quer
que se encontrem, na face da Terra,
entre os encarnados ou no espaço.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
10. IV – o inferno
“Jesus nunca
pronunciou contra
quem quer que
fosse a condenação
irremissível.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
13. V – o purgatório
“O purgatório não é, portanto, uma
ideia vaga incerta: é uma realidade
material que vemos, tocamos e
sofremos. Ele se encontra nos
mundos de expiação e a Terra é um
deles.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
14. “É pois nas encarnações sucessivas que a alma
se liberta pouco a pouco das suas imperfeições,
que ela se purga, numa palavra, até que se
torne bastante pura para merecer libertar-se
dos mundos de expiação e ir para os mundos
mais felizes, deixando esses mais tarde para
gozar da felicidade suprema.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
15. V I – doutrina das penas eternas
“Quanto mais próximos do estado
primitivo, mais materializados são os
homens. O senso moral é o que se
desenvolve mais tardiamente. Por isso
mesmo só podem fazer uma ideia muito
imperfeita de Deus e de seus atributos, e
igualmente vaga da vida futura.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
16. “Se Jesus ameaçou os culpados com o
fogo eterno, também os ameaçou de
serem lançados na Geena. Mas o que era
a Geena? Um lugar nas cercanias de
Jerusalém, o depósito de lixo da cidade.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
17. V II – as penas futuras segundo
o espiritismo
“Desculpar-se dos seus defeitos com a
fraqueza da carne é, pois, lançar mão de
um sofisma para escapar à
responsabilidade. A carne é fraca quando
o Espírito é fraco, o que inverte a questão
e deixa o Espírito a responsabilidade de
todos os seus atos.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
18. “A justiça de Deus sendo infinita, todo o mal e
todo o bem são rigorosamente levados em
conta. Se não há uma única ação má, um só
pensamento que não tenha consequências
fatais, também não há uma única ação boa,
um só movimento da alma, numa palavra mais
ligeiro mérito que fique perdido. E isso, mesmo
entre os mais perversos, porque representam
um começo de progresso.”
“O Céu e o Inferno”, (Código Penal da Vida Futura) Allan Kardec
19. “Os anjos são, pois, as almas dos
homens que atingiram o grau de
perfeição acessível à criatura e gozam
da felicidade prometida. Antes de haver
atingido o grau supremo, gozam de
uma felicidade relativa ao seu
adiantamento, mas essa felicidade não
é a do prazer ocioso.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
V III – os anjos
20. “Não houve pois necessidade da criação de seres
privilegiados, isentos de encargos. Todos, antigos
ou novos, conquistaram a sua elevação através da
luta e pelos próprios méritos. Todos, enfim, são
filhos de suas próprias obras. Assim se cumpre
igualmente a soberana justiça de Deus.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
21. IX – os demônios
“Segundo o Espiritismo, nem os anjos
nem os demônios são seres à parte: a
criação dos seres inteligentes é uma.
Ligados a corpos materiais, esses seres
constituem a humanidade que povoa a
Terra e os outros planetas habitados; sem
esses corpos, constitui o mundo espiritual
ou dos Espíritos, que povoam os
espaços.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
22. X – intervenção dos demônios
nas manifestações modernas
“Quando chega o tempo de uma descoberta, os
Espíritos encarregados de produzirem o seu
aparecimento procuram o homem capaz de a realizar,
inspirando-lhe as ideias necessárias, mas deixando-
lhe todo o mérito da sua efetivação. Essas ideias, ele
as têm de elaborar para pô-las em prática. Assim
acontece com todas as grandes realizações da
inteligência humana.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
23. X I– da proibição de evocar os
mortos
“Moisés, portanto, tinha razão de proibir estas
práticas, dizendo que Deus as considerava
abomináveis. Aliás, essas práticas supersticiosas
sobreviveram até a Idade Média, mas hoje a
razão as afugentou e o Espiritismo veio
demonstrar que as relações além-túmulo têm
um sentido exclusivamente moral, consolador e
portanto religioso.”
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec
24. 2ª parte - exemplos
A transição
Espíritos felizes
Espíritos em condições medianas
Espíritos sofredores
26. “A importância deste livro é maior do que realmente se
pensa. No tocante à Teologia, (...) O Céu e o Inferno
antecipou de mais de um século as transformações que ora
se operam no seio das várias igrejas. Se os teólogos, que
pretendem ser homens mais do que os homens, como
Descartes os classificou, pudessem ter a humildade
suficiente para consulta-lo, encontrariam nestas páginas a
solução dos seus mais angustiantes problemas.”
(J. Herculano Pires)
“O Céu e o Inferno”, Allan Kardec – Notícia Sobre o Livro, LAKE