2. Introdução
Acúmulo de líquido no espaço pleural
Etiologia variada
TRANSUDATOS
EXSUDATOS
FONTE: http://www.knowyourbody.net/wp-
content/uploads/2012/04/Parietal-pleura-Image.jpg
FONTE: Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitala da EPM-UNIFESP: Pneumologia – 2ª EDIÇÃO
3. Membranas Pleurais
Parede simples
Células Mesoteliais
Não há contato entre a pleura parietal e visceral
Quantidade de líquido estimada no espaço
pleural: 0,1 a 0,2 ml/kg
Equilíbrio de influxo e efluxo: 1 litro/dia
FONTE: Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitala da EPM-UNIFESP: Pneumologia – 2ª EDIÇÃO
4. Fisiologia do Espaço Pleural
O líquido pleural normal,
surge a partir dos vasos
localizados em ambas as
pleuras.
O LP flui através das
membranas pleurais até
a cavidade pleural e sai
do espaço pleural através
dos vasos linfáticos da
pleura parietal Deste
modo, o espaço pleural é
análogo a outros espaços
intersticiais do corpo
FONTE: Murray &Nadels. Textbook of Respiratory Medicine. 5ª edição
5. Mecanismos
Aumento da pressão hidrostática
em capilares e linfáticos (transudatos)
Diminuição da pressão oncótica
Aumento da permeabilidade
capilar (exsudatos)
Aumento da pressão negativa no
espaço pleural
FONTE: Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitala da EPM-UNIFESP: Pneumologia – 2ª EDIÇÃO
FONTE: http://www.lnni.org/images/filtration_image.jpg
6. Quadro Clínico
Sintomas podem ser causados pela doença de
base.
Sintomas pela presença do líquido:
Dor torácica
Dispnéia
Tosse
Limitação da expansibilidade pulmonar
7. Achados ao Exame Físico
Inspeção:
- Abaulamento do hemitórax comprometido e de seus espaços
intercostais; desvio do ictus cordis e da traquéia, redução da
expansibilidade torácica
Palpação:
- Redução ou ausência do frêmito tóraco-vocal
Percussão:
- Macicez ou submacicez sobre a região com líquido
Ausculta:
- Redução ou abolição do MV; atrito pleural (na fase de pleurite ,
no início do processo ou em sua fase de resolução)
9. Radiografia de tórax
Opacificação do recesso costofrênico
Má ou nenhuma visualização da cúpula diafragmática
Opacificação homogênea com linha côncava voltada para o mediastino
10. NO DECÚBITO LATERAL, LÂMINAS DE LÍQUIDO > 1CM SÃO
CONSIDERADAS COMO SIGNIFICATIVAS.
11. ULTRASSONOGRAFIA DE PAREDE TORÁCICA:
NOS CASOS ONDE O ESTUDO RADIOLÓGICO SIMPLES DEIXA
DÚVIDAS QUANTO À PRESENÇA OU LOCALIZAÇÃO DO DP
12. NA TC DE TÓRAX É MELHOR VISUALIZADO NA JANELA DE
MEDIASTINO .
ÚTIL PARA QUANTIFICAÇÃO DO ESPESSAMENTO PLEURAL E
DE PLACAS PLEURAIS CALCIFICADAS, ALÉM DE LOCULAÇÕES.
13. Apresentações Atípicas do DP
no RX de Tórax
Derrame infra-pulmonar ou subpulmonar: grandes
volumes de líquido podem ser manter sob os pulmões
Derrame loculado: o líquido pleural pode manter-se capsulado
em qualquer ponto dos campos pleuropulmonares
Loculação entre as cisuras (tumor fantasma): o LP pode
manter-se encapsulado na cisura horizontal ou oblíquia, formando
uma imagem compatível com uma massa na projeção em PA, mas,
em geral, com conformação elíptica na projeção lateral
16. Como realizar a investigação?
Estudo do líquido a partir de coleta por toracocentese
Biópsia pleural (em alguns casos)
Shinto, RA. Am J Med 1990;88:230-4.
17. Quando indicar a
toracocentese diagnóstica?
DP unilateral > 1 cm em RX de tórax em decúbito
lateral
DP bilateral com doença de base compatível (ex:
ICC), afebril e sem dor torácica é recomendável
observar e promover diurese antes de optar pela
toracocentese.
OBS: Se o derrame persistir por mais de três dias, é
indicado toracocentese.
Light, RW. N Engl J Med, Vol. 346, No. 25
18. Quando indicar toracocentese
de alívio
Derrames pleurais volumosos.
Paciente com dispneia em repouso.
Evitar remover mais que 1500 mL
**Risco de edema de reexpansão**
20. Diferenciação entre Exsudato
e Transudato
Transudato: ocorre quando se acumula líquido
pleural devido a um desequilíbrio entre as
pressões hidrostáticas e oncótica.
Principais causas- ICC, cirrose, e embolia
pulmonar.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
21. Diferenciação entre Exsudato
e Transudato
Exsudatos: Ocorrem quando os fatores locais que
influenciam o acúmulo de líquido pleural são
alterados.
As principais causas são: pneumonia, câncer, e
embolia pulmonar.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
22. Critérios de Light
A presença de qualquer um dos três critérios de exsudato é
suficiente para sua caracterização e a presença dos três critérios de
transudato é necessária para sua caracterização.
Parâmetros Transudatos Exsudatos
Relação entre
proteína do líquido
pleural e sérica
< 0,5 > 0,5
Relação entre DHL do
líquido pleural e
sérica
< 0,6 > 0,6
DHL no líquido
pleural >2/3 do limite
superior no soro
Não Sim
23. Limitação dos Critérios de
Light
Podem classificar alguns transudatos como
exsudatos.
Quando há forte suspeita de se tratar de
transudato, solicitar o gradiente entre albumina
sérica e pleural. Resultado maior que 1,2 g/dl,
trata-se de transudato.
24. Diagnóstico Diferencial dos
Derrames Pleurais
Fonte: http://www.medicinanet.com.br/imagens/20131211101656.jpg
http://amaprod.silverchaircdn.com/data/Journals/JAMA/4448/m
_jpg0121f1.jpeg
29. Odor do Derrame Pleural
O odor do líquido pleural também fornece
informações úteis.
Um cheiro pútrido indica que
provavelmente há infecção por anaeróbios.
Um odor de urina indica provável
urinotórax.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
30. Citometria
Transudatos apresentam celularidade
inferior a 1.000/mm3 e os exsudatos, níveis
superiores
Nº de células superior a 10.000/mm3 é mais
frequentemente encontrado no empiema,
mas pode ocorrer também na tuberculose,
pancreatite, embolia, lúpus.
31. Citometria Diferencial
Predomínio de neutrófilos (PMN):
Parapneumônico,
Empiema,
Fases iniciais da tuberculose pleural e das colagenoses,
Pancreatite
Embolia pulmonar (pode ocorrer)
33. Citometria Diferencial
Predomínio de eosinófilos: neoplasias, derrame induzido por
drogas, parasitoses, exposição ao asbesto, quando há sangue ou ar
no espaço pleural, pneumonia eosinofílica.
Predomínio de linfócitos: se >50%: tuberculose (quase 100%),
neoplasias (cerca de 60%), pós cirurgia de revascularização do
miocárdio.
Células mesoteliais: reduzidas na tuberculose
Plasmócitos: mieloma múltiplo
34. pH do Líquido Pleural
Justificado na suspeita de derrame parapneumônico
ou neoplásico.
pH < 7,20 em um paciente com derrame pleural
parapneumônico indica a necessidade de drenagem
do fluido.
Um pH <7,20 em um paciente com derrame pleural
neoplásico indica péssimo prognóstico.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
35. Glicose
A presença de baixos níveis de glicose no fluido pleural
(< 60 mg/dL), indica um derrame parapneumônico ou
neoplásico.
Causas menos comuns são:
• Hemotórax,
• Tuberculose,
• Pleurite reumatóide
• Síndrome de Churg-Strauss,
• Pleurite lúpica.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
36. Desidrogenase Lática (DHL) no
Líquido Pleural
O nível de DHL no líquido pleural correlaciona-se com o grau de
inflamação pleural e deve ser medido toda vez que uma nova
amostra for colhida.
Aumento progressivo de DHL sugere piora inflamatória,
devendo um diagnóstico definitivo ser agressivamente
pesquisado.
Inversamente, se o nível de DHL diminui, uma abordagem
menos agressiva diagnóstico pode ser considerada.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
37. Testes oncológicos no Líquido
Pleural
Forma rápido, eficiente e minimamente invasiva
para auxiliar no diagnóstico de câncer.
A análise citológica em bloco e em esfregaço
aumenta a sensibilidade.
A análise citológica pode estabelecer diagnóstico
em até 70% dos casos de adenocarcinoma
metastático para pleura.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
38. Marcadores de Tuberculose
no Líquido Pleural
Uma vez que < 40% dos pacientes com pleurite tuberculosa
tem cultura positiva, meios alternativos são utilizados para
estabelecer o diagnóstico.
Biópsia de pleura mandatória na suspeita.
Adenosina desaminase (ADA > 40 U/L)
Interferon-g (>140 pg/L.)
Reação em cadeia da polimerase (PCR) para DNA de micobactérias.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
39. Amilase
Níveis elevados são vistos em pacientes com doença pancreática e
ruptura esofágica.
Deve ser medida se houver sintomas clínicos ou se a história sugestiva
Não solicita-se rotineiramente.
Light, RW. Arch Intern Med 1973;132:854-60.
40. Recomendações
Se após essa avaliação não houver diagnóstico
evidente é necessário avaliar a possibilidade de
embolia pulmonar .
•Se o diagnóstico permanece incerto, considerar testes
invasivos:
• Toracoscopia,
• biópsia da pleura por agulha
• biópsia pleural aberta.
41. Derrame Pleural de Causa
Indeterminada
Em até ¼ dos casos o DP pode ficar sem
dianóstico etiológico. Rotulados como
pleurite inespecífica.
Esquema mostra o turnover do líquido pleural normal. O filtrado microvascular inicial na pleura parietal e visceral é parcialmente reabsorvido (setas tracejadas). O líquido pleural restante, pobre em proteínas flui através dos orifícios das camadas mesoteliais até o espaço pleural. O líquido pleural sai do espaço pleural através dos estômatos linfático pleural parietal.