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                                        Departamento de Enfermagem Básica
                                     Disciplina Administração em Enfermagem I
                                   TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM
                                                                                                  Greco, Rosangela Maria
                                                                                          Prof. Associado do Depto. EBA.

Objetivo 




            Compreender e desenvolver o processo decisório fundamentado em conhecimentos, habilidades, valores
            pessoais e éticos como subsídio para a prática profissional.

O que tem de especial e porque estudar o processo de tomada de decisão?
         O ato de tomar decisões faz parte da vida, todos os dias, a todo o momento estamos tomando decisões das mais
simples as mais complexas, como: que roupa vestir, que ônibus tomar, se pego ou não carona, se faço ou não determinada
disciplina do curso, se namoro ou não determinado garoto ou garota, se participo ou não da 16º Feira Hospitalar, quais
empresas seleciono para o meu roteiro de visita, enfim nossa vida é permeada de escolhas.
         No âmbito pessoal e individual o processo de tomada de decisão tem certa dimensão, ele serve para traçar e
orientar os caminhos que nós iremos seguir, ele influenciará as nossas vidas pessoais. Portanto, o processo de tomada de
decisão de alguns temas e assuntos não pode ser feito de modo ingênuo ou através, por exemplo, de cara ou coroa, par ou
impar, sorteio, melhor de três, entre outras “técnicas”.
         E quando falamos profissionalmente o processo de tomada de decisão ganha outra dimensão. Em um serviço
pessoas diferentes compartilham situações que podem ser complexas, necessitando na maioria das vezes que se tome
alguma atitude. Ao se fazer escolhas é necessário que se tenha a exata compreensão do que elas poderão significar sendo
importante que as decisões não sejam tomadas empiricamente, mas sim de modo sistematizado para que se obtenha o
melhor resultado possível, em cada situação, pois com certeza as escolhas irão influenciar a vida de muitas outras pessoas,
e neste caso não temos o direito de sermos superficiais (CIAMPONE 1991).
         Assim sendo, frente a situações complexas, no processo de trabalho, não podemos simplesmente arriscar tomando
decisões, orientados pelo processo de acerto ou erro (CIAMPONE; MELLEIRO, 2005).

O que é o processo decisório
         Decidir-se por algo, em outras palavras, significa fazer uma escolha.
         Na gestão de serviços ou de setores específicos a tomada de decisão é uma atividade inerente ao processo de
planejamento, ou seja, quando se define “onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que
seqüência” está-se tomando uma decisão (KWASNICKA, 1991; CHIAVENATO, 1993).
         A ação de planejar anda de mãos dadas com a ação de tomar decisões. E nesta perspectiva Ciampone; Melleiros
(2005, p. 38) definem o planejamento como sendo a “a arte de fazer escolhas e de elaborar planos para favorecer um
processo de mudança”.
         Em relação ao significado e a definição de processo decisório CIAMPONE (1991 p. 192), pesquisando autores e
literaturas diversas, chegou às seguintes definições: “decidir significa ir além do momento da escolha, da decisão em si“;
“decidir significa necessariamente escolher entre uma ou mais alternativas ou opções, com vistas a alcançar um resultado
desejado”.
         A tomada de decisão, portanto, é um processo que envolve aspectos individuais e sociais, sendo necessário que se
tenha uma meta, um objetivo ao qual se pretende chegar, para que então se escolha uma ou mais alternativas para o
alcance da proposição.
         Ainda segundo CUNHA (1991 p. 34), “a tomada de decisão é uma atitude que requer consciência da situação
como um todo, seja durante uma fração de segundos, seja num período mais longo” pois o processo decisório começa
antes do momento da decisão e termina depois dela.
         Estudiosos sobre o processo de tomada de decisão afirmam que “as melhores decisões são tomadas quando
percorremos todas as fases do processo decisório, de modo sistemático, e que podemos aprender a fazer isso, adquirindo
maior segurança” (CIAMPONE, MELLEIRO, 2005, p. 38).
Vejamos então quais são as fases desse processo.

       Antes de estudarmos as fases do processo decisório é importante compreender que quando os membros de um
   grupo podem conversar abertamente sobre os problemas e dificuldades, discutindo as propostas de solução, estas
   poderão ter uma implementação mais efetiva.
        Diante de uma situação crítica, se o impulso e a energia de todos puderem ser canalizados para um esforço no
   sentido de se superar a situação, deixando de lado as tendências individualistas e competitivas, com certeza se estará
   caminhando para a melhor solução possível.
As fases do processo decisório são semelhantes as do Método de Solução de Problemas, do planejamento
    administrativo em enfermagem sendo elas: Identificação do problema; coleta de dados; análise dos dados; descrição de
    soluções alternativas; escolha ou decisão; implementação e avaliação.
    Vejamos então o que significa cada uma delas:
    Identificação do problema - significa descrever objetivamente a situação que se considera como problema do modo
¡




    como ela é percebida, tentando definir o problema a partir da listagem das supostas causas, a descrição da situação
    por escrito auxilia na compreensão da situação;
    Coleta de dados - consiste em se colher e levantar informações que permitam o exame da situação para isso deve-se
¡




    ouvir todas as pessoas envolvidas na situação e faz-se um estudo de opiniões do grupo de trabalho;
    Análise dos dados - procura-se chegar às causas e aos determinantes da situação com objetivo de visualizar o
¡




    problema de diferentes ângulos. Deve-se buscar relacionar as forças restritivas que causam e mantém o problema,
    resistindo à sua solução (as forças negativas) e as forças impulsoras, que contribuem para a solução do problema
    (forças positivas);
    Descrição de Soluções Alternativas – consiste em se listar as várias propostas de soluções alternativas, considerando
¡




    a viabilidade e os efeitos prováveis de cada uma, ou seja, o impacto e as conseqüências. Deve-se ter o cuidado para
    não atacar sintomas ao invés de problemas, nessa fase pode-se utilizar as experiências, hábitos e rotinas já existentes,
    como se pode fazer uso de bibliografias, consulta a especialistas, registros e explorar as opiniões dos envolvidos na
    situação através de dinâmica de grupo;
    Escolha ou decisão – é o momento em que após ter-se feito o estudo da situação, das causas e das possíveis
¡




    alternativas, faz-se uma escolha, opta-se por uma determinada solução, considerando-se as que melhor atendam aos
    objetivos estabelecidos e às circunstâncias presentes;
    Implementação - consiste em aplicar a solução escolhida, esta fase depende da anterior, pois a tomada de decisão por
¡




    consenso do grupo leva a pouca ou nenhuma dificuldade na implementação, já as decisões baseadas em um único
    elemento são mais difíceis de serem implementadas, pois depende desse indivíduo convencer todo o grupo a aceitar a
    decisão;
    Avaliação – consiste em olhar para todo o processo verificando se conseguiu resolver o problema e quais as
¡




    conseqüências da decisão tomada, para fundamentar futuras intervenções (CIAMPONE 1991; KRON ; GRAY, 1994).
         Como já vimos anteriormente, vivemos tomando decisões e podemos ou não seguir as etapas acima, mas o estudo
dessas fases e de como as decisões são tomadas podem contribuir para que se faça uma previsão e que se evite tomar
decisões importantes sem uma análise de todo o processo a ser percorrido, levando assim a escolha da melhor alternativa.
         As decisões podem ir das mais simples onde as opções por uma determinada alternativa surgem de modo fácil e
espontâneo e as fases do processo ocorrem de modo inconsciente, até as mais complexas onde as teorias desenvolvidas
têm o papel de ajudar a identificar, descrever, explicar, prever, solucionar e corrigir os problemas envolvidos nas diversas
fases do processo decisório (CARVALHAL, 1981 apud CIAMPONE, 1991).

A enfermagem e o processo de tomada de decisão
         Na enfermagem não atuamos isoladamente, trabalhamos com outros profissionais, temos que estruturar o nosso
trabalho, a nossa ação juntamente com esses trabalhadores.
         Nosso trabalho tem como finalidade o cuidar, que deve ser entendido como um estar junto, fazer o melhor
possível pelo outro, compreendendo procedimentos técnicos, mas também demonstrações de afetividade, paciência,
carinho e respeito, dentro de uma concepção ética, valorizando princípios e valores humanos, enfatizando os aspectos
criativos, emocionais e intuitivos; se operacionalizando através das dimensões desse cuidar – assistir, gerenciar, ensinar e
investigar (WALDOW, 1998).
         O cuidar envolve fazer escolhas, tomar decisões, seja na dimensão assistir, gerenciar, ensinar ou investigar, assim
a todo o momento nós enfermeiros nos vemos frente a situações que exigem um posicionamento.
         Apesar da tomada de decisão no gerenciamento em enfermagem fazer parte do cotidiano de trabalho do
enfermeiro, muitas vezes as decisões são circunstanciais, pouco fundamentadas, baseadas apenas em hábitos ou rotinas
sem explorar variáveis diferenciadas e criativas.
         Esse fato, segundo Ciampone (1991 p. 194) “causa angustias, inseguranças e inquietação que, somadas às
ansiedades geradas pelo próprio ambiente de trabalho, levam o profissional a vivenciar situações de permanentes conflitos
e insatisfações”.
         A tomada de decisão em enfermagem é influenciada por padrões, normas e diretrizes, no entanto é importante que
estes não sejam seguidos cegamente, usar o pensamento crítico para tomar uma decisão é essencial no momento de
reconhecer quando a situação requer soluções criativas.
         A capacidade para tomar decisões prontamente e de forma adequada não deve ser compreendida como uma
habilidade nata, ela pode e deve ser desenvolvida, o que pode ser feito através de exercícios que estimulam a capacidade
de tomar decisões (KRON; GRAY, 1994).
         Nesse sentido, as técnicas e jogos grupais, uma vez que facilitam a participação do grupo, possibilitam a tomada
de decisões criativas, elas são um meio para que o grupo possa trabalhar melhor, porém elas devem estar inseridas como
parte da filosofia de trabalho do serviço de enfermagem (CIAMPONE , 1991).
Vejamos então algumas dessas técnicas.
Técnicas de tomada de decisão
        De modo esquemático as técnicas que auxiliam ao processo de tomada de decisão podem ser classificadas em
técnicas tradicionais e modernas, que poderão ser utilizadas nas decisões programadas ou não-programadas conforme o
quadro esquemático adaptado de Ciampone (1991, p.203).

Decisões                            Técnicas Tradicionais           Técnicas Modernas
Programadas
   1. Repetitivas, de rotina.          1. Hábito                       1. Pesquisa operacional (observação
   2. Decisões tomadas através dos     2. Rotina (procedimentos            participante e visão sistêmica do
       processos da organização,           padrões)                        problema)
       onde é possível percorrer as    3. Estrutura organizacional:    2. Técnicas grupais
       fases da teoria.                    expectativa     comum;      3. Processamento de dados
                                           canais de informação
                                           bem definidos.
Não-programadas
   1. Decisões       de    momento     1. Julgamento por intuição.     1. Técnica heurística de solução de
       (considerando a urgência)       2. Regras empíricas.                problemas (deixar que as pessoas
   2. Decisões que envolvem            3. Atribuição de crença na          busquem a melhor solução)
       mudanças não previstas na           autoridade do pessoal de    2. Exploração das          alternativas
       estrutura                           1ª linha – chefes e             disponíveis e conseqüências com
                                           supervisores                    incentivo à criatividade do grupo
                                                                           envolvido na decisão

Tendências e perspectivas – do modelo gerencial tradicional para o modelo de decisão compartilhada
        Nas décadas de 80 e 90, as organizações de modo geral passaram por mudanças e reestruturações. As estruturas
de verticais passaram para horizontais entre outras transformações, forçando os líderes a partilharem as informações com
seu grupo de trabalho, descentralizando a tomada de decisão.
        Os serviços de saúde de modo geral e como parte deles os serviços de enfermagem vem acompanhando essa
tendência através da implantação do modelo de tomada de decisão descentralizada, que tem como referência o modelo de
Administração Participativa.
        Segundo Bork et al (2003, p. 74), “esse modelo é definido como um processo de descentralização que possibilita
ao enfermeiro o controle sobre sua prática e ambiente de trabalho, pautado em ações que requerem autoridade com
responsabilidade”, tendo como alvos a serem alcançados: “a autonomia do enfermeiro na tomada de decisão, os níveis
elevados de satisfação no trabalho, a maior eficiência e efetividade da prática de enfermagem, o melhor cuidado ao
paciente e a menor rotatividade de profissionais”.
        Ainda segundo esses autores, a decisão compartilhada tem como pilares sete princípios que são:
             1. Parceria – consiste no envolvimento de todos na busca dos melhores resultados, através do
                 reconhecimento da interdependência das ações e da contribuição de cada um no resultado.
             2. Autoridade com responsabilidade – consiste em garantir ao profissional autonomia, autoridade e
                 controle sobre determinada atividade. Entendendo-se autonomia como sendo o direito a tomada de
                 decisão; autoridade como o poder para a tomada de decisão e o controle como a habilidade e a capacidade
                 para a tomada de decisão.
             3. Equidade – consiste em valorizar a todos, permitindo a participação dos diversos representantes no
                 processo de tomada de decisão, estando relacionado ao reconhecimento do valor ético e os princípios de
                 conduta que orientam as relações interpessoais.
             4. Propriedade – consiste no comprometimento do trabalho de cada um com a meta da organização.
             5. Eficiência, eficácia e efetividade – neste caso a eficiência consiste no empenho dos profissionais para o
                 alcance dos resultados; a eficácia consiste nas ações objetivas e assertivas para o resultado e a efetividade
                 no alcance do resultado esperado.
             6. Aprendizado contínuo – todos os membros da equipe devem investir no aprendizado contínuo, buscando
                 ações e decisões embasadas na melhor informação.
             7. A pessoa certa no lugar certo – “a melhor decisão não é a mais popular ou da maioria, mas sim aquela
                 respaldada pela melhor informação” assim sendo, deve-se garantir que a pessoa certa esteja no lugar certo
                 para que tenha as melhores informações e assim possa tomar as melhores decisões.
        Optar por uma mudança de modelo do tradicional para o de Decisão Compartilhada não é simples e deve ser
pautada e fundamentada em uma escolha consciente.
        Em relação à enfermagem Bork e et al (2003, p.76) afirmam que: “é fundamental que a decisão de mudança do
modelo de gestão de um Sistema de Enfermagem seja aprovada pela liderança do Serviço de Saúde, que deve
compreender que o processo de implantação de um novo modelo envolve uma mudança cultural, sendo, portanto,
necessário investir tempo adequado para a obtenção de resultados, uma vez que estes não são imediatos”
Estes autores afirmam ainda que “o primeiro passo para escolha do modelo de decisão compartilhada é um amplo
estudo, que envolva uma busca bibliográfica, eventuais visitas a instituições em que este já fora implantado. E,
logicamente, deve ser viável dentro da realidade da instituição e do país”.

A título de conclusão
         Tomar decisões envolve juízo de fatos e de valores, sendo algo complexo, principalmente quando nossas decisões
irão influenciar a vida de muitas outras pessoas.
         Entretanto no processo de trabalho do enfermeiro ele certamente terá que utilizar “conhecimentos, habilidades e
atitudes coerentes, precisas e imparciais para uma tomada de decisão que venha ao encontro de seus valores pessoais e
éticos e ao mesmo tempo em que atenda aos objetivos e metas da organização” (CIAMPONE, 1991).
         Assim sendo, é necessário que o enfermeiro desenvolva: “capacidade de caracterização objetiva da situação,
sensibilidade para problemas de relações humanas, descontentamento construtivo (inconformismo com a rotina) e,
sobretudo, autodeterminação para solucionar problemas” (CIAMPONE, 1991).
         Além disso, é importante ressaltar ainda que no processo de tomada de decisão não deve haver um distanciamento
entre os que tomam decisões os que colocam em prática as soluções e alternativas do que foi decidido, este processo tem
que ser participativo e contar, sempre que possível com a colaboração e o envolvimento de todos os envolvidos, em todas
as fases.


Referencias

BORK, et al . Da teoria para o dia a dia – a estrutura de decisão compartilhada do sistema de enfermagem. In: Bork. A. M.
T.; Minatel V. de F. Enfermagem de Excelência: da visão à ação. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2003.

CIAMPONE, M. H. T. Tomada de decisão em enfermagem. In: KURCGANT, P. Administração em enfermagem. São
Paulo, EPU, 1991, p.191-206.

CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993.

CUNHA, M. F. N. da. A pedagogia holística face às exigências de uma nova educação. Rio de Janeiro, Téc. Educ. v.20,
p.34-7, 1991.

KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. São Paulo, Atlas, 1991.

KRON, T.; GRAY, A. Administração dos cuidados de enfermagem ao paciente: colocando em ação as habilidades de
liderança. Rio de Janeiro, Interlivros, 1994.

SILVA, G. B. da. Enfermagem Profissional: análise crítica. São Paulo, Cortez, 1989.

WALDOW, V. R. Cuidado Humano: o resgate necessário. Porto Alegre. Sagra Luzzato. 1998.

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Processo decisório em enfermagem

  • 1. Aulatomadec1sem2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM Departamento de Enfermagem Básica Disciplina Administração em Enfermagem I TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM Greco, Rosangela Maria Prof. Associado do Depto. EBA. Objetivo  Compreender e desenvolver o processo decisório fundamentado em conhecimentos, habilidades, valores pessoais e éticos como subsídio para a prática profissional. O que tem de especial e porque estudar o processo de tomada de decisão? O ato de tomar decisões faz parte da vida, todos os dias, a todo o momento estamos tomando decisões das mais simples as mais complexas, como: que roupa vestir, que ônibus tomar, se pego ou não carona, se faço ou não determinada disciplina do curso, se namoro ou não determinado garoto ou garota, se participo ou não da 16º Feira Hospitalar, quais empresas seleciono para o meu roteiro de visita, enfim nossa vida é permeada de escolhas. No âmbito pessoal e individual o processo de tomada de decisão tem certa dimensão, ele serve para traçar e orientar os caminhos que nós iremos seguir, ele influenciará as nossas vidas pessoais. Portanto, o processo de tomada de decisão de alguns temas e assuntos não pode ser feito de modo ingênuo ou através, por exemplo, de cara ou coroa, par ou impar, sorteio, melhor de três, entre outras “técnicas”. E quando falamos profissionalmente o processo de tomada de decisão ganha outra dimensão. Em um serviço pessoas diferentes compartilham situações que podem ser complexas, necessitando na maioria das vezes que se tome alguma atitude. Ao se fazer escolhas é necessário que se tenha a exata compreensão do que elas poderão significar sendo importante que as decisões não sejam tomadas empiricamente, mas sim de modo sistematizado para que se obtenha o melhor resultado possível, em cada situação, pois com certeza as escolhas irão influenciar a vida de muitas outras pessoas, e neste caso não temos o direito de sermos superficiais (CIAMPONE 1991). Assim sendo, frente a situações complexas, no processo de trabalho, não podemos simplesmente arriscar tomando decisões, orientados pelo processo de acerto ou erro (CIAMPONE; MELLEIRO, 2005). O que é o processo decisório Decidir-se por algo, em outras palavras, significa fazer uma escolha. Na gestão de serviços ou de setores específicos a tomada de decisão é uma atividade inerente ao processo de planejamento, ou seja, quando se define “onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que seqüência” está-se tomando uma decisão (KWASNICKA, 1991; CHIAVENATO, 1993). A ação de planejar anda de mãos dadas com a ação de tomar decisões. E nesta perspectiva Ciampone; Melleiros (2005, p. 38) definem o planejamento como sendo a “a arte de fazer escolhas e de elaborar planos para favorecer um processo de mudança”. Em relação ao significado e a definição de processo decisório CIAMPONE (1991 p. 192), pesquisando autores e literaturas diversas, chegou às seguintes definições: “decidir significa ir além do momento da escolha, da decisão em si“; “decidir significa necessariamente escolher entre uma ou mais alternativas ou opções, com vistas a alcançar um resultado desejado”. A tomada de decisão, portanto, é um processo que envolve aspectos individuais e sociais, sendo necessário que se tenha uma meta, um objetivo ao qual se pretende chegar, para que então se escolha uma ou mais alternativas para o alcance da proposição. Ainda segundo CUNHA (1991 p. 34), “a tomada de decisão é uma atitude que requer consciência da situação como um todo, seja durante uma fração de segundos, seja num período mais longo” pois o processo decisório começa antes do momento da decisão e termina depois dela. Estudiosos sobre o processo de tomada de decisão afirmam que “as melhores decisões são tomadas quando percorremos todas as fases do processo decisório, de modo sistemático, e que podemos aprender a fazer isso, adquirindo maior segurança” (CIAMPONE, MELLEIRO, 2005, p. 38). Vejamos então quais são as fases desse processo. Antes de estudarmos as fases do processo decisório é importante compreender que quando os membros de um grupo podem conversar abertamente sobre os problemas e dificuldades, discutindo as propostas de solução, estas poderão ter uma implementação mais efetiva. Diante de uma situação crítica, se o impulso e a energia de todos puderem ser canalizados para um esforço no sentido de se superar a situação, deixando de lado as tendências individualistas e competitivas, com certeza se estará caminhando para a melhor solução possível.
  • 2. As fases do processo decisório são semelhantes as do Método de Solução de Problemas, do planejamento administrativo em enfermagem sendo elas: Identificação do problema; coleta de dados; análise dos dados; descrição de soluções alternativas; escolha ou decisão; implementação e avaliação. Vejamos então o que significa cada uma delas: Identificação do problema - significa descrever objetivamente a situação que se considera como problema do modo ¡ como ela é percebida, tentando definir o problema a partir da listagem das supostas causas, a descrição da situação por escrito auxilia na compreensão da situação; Coleta de dados - consiste em se colher e levantar informações que permitam o exame da situação para isso deve-se ¡ ouvir todas as pessoas envolvidas na situação e faz-se um estudo de opiniões do grupo de trabalho; Análise dos dados - procura-se chegar às causas e aos determinantes da situação com objetivo de visualizar o ¡ problema de diferentes ângulos. Deve-se buscar relacionar as forças restritivas que causam e mantém o problema, resistindo à sua solução (as forças negativas) e as forças impulsoras, que contribuem para a solução do problema (forças positivas); Descrição de Soluções Alternativas – consiste em se listar as várias propostas de soluções alternativas, considerando ¡ a viabilidade e os efeitos prováveis de cada uma, ou seja, o impacto e as conseqüências. Deve-se ter o cuidado para não atacar sintomas ao invés de problemas, nessa fase pode-se utilizar as experiências, hábitos e rotinas já existentes, como se pode fazer uso de bibliografias, consulta a especialistas, registros e explorar as opiniões dos envolvidos na situação através de dinâmica de grupo; Escolha ou decisão – é o momento em que após ter-se feito o estudo da situação, das causas e das possíveis ¡ alternativas, faz-se uma escolha, opta-se por uma determinada solução, considerando-se as que melhor atendam aos objetivos estabelecidos e às circunstâncias presentes; Implementação - consiste em aplicar a solução escolhida, esta fase depende da anterior, pois a tomada de decisão por ¡ consenso do grupo leva a pouca ou nenhuma dificuldade na implementação, já as decisões baseadas em um único elemento são mais difíceis de serem implementadas, pois depende desse indivíduo convencer todo o grupo a aceitar a decisão; Avaliação – consiste em olhar para todo o processo verificando se conseguiu resolver o problema e quais as ¡ conseqüências da decisão tomada, para fundamentar futuras intervenções (CIAMPONE 1991; KRON ; GRAY, 1994). Como já vimos anteriormente, vivemos tomando decisões e podemos ou não seguir as etapas acima, mas o estudo dessas fases e de como as decisões são tomadas podem contribuir para que se faça uma previsão e que se evite tomar decisões importantes sem uma análise de todo o processo a ser percorrido, levando assim a escolha da melhor alternativa. As decisões podem ir das mais simples onde as opções por uma determinada alternativa surgem de modo fácil e espontâneo e as fases do processo ocorrem de modo inconsciente, até as mais complexas onde as teorias desenvolvidas têm o papel de ajudar a identificar, descrever, explicar, prever, solucionar e corrigir os problemas envolvidos nas diversas fases do processo decisório (CARVALHAL, 1981 apud CIAMPONE, 1991). A enfermagem e o processo de tomada de decisão Na enfermagem não atuamos isoladamente, trabalhamos com outros profissionais, temos que estruturar o nosso trabalho, a nossa ação juntamente com esses trabalhadores. Nosso trabalho tem como finalidade o cuidar, que deve ser entendido como um estar junto, fazer o melhor possível pelo outro, compreendendo procedimentos técnicos, mas também demonstrações de afetividade, paciência, carinho e respeito, dentro de uma concepção ética, valorizando princípios e valores humanos, enfatizando os aspectos criativos, emocionais e intuitivos; se operacionalizando através das dimensões desse cuidar – assistir, gerenciar, ensinar e investigar (WALDOW, 1998). O cuidar envolve fazer escolhas, tomar decisões, seja na dimensão assistir, gerenciar, ensinar ou investigar, assim a todo o momento nós enfermeiros nos vemos frente a situações que exigem um posicionamento. Apesar da tomada de decisão no gerenciamento em enfermagem fazer parte do cotidiano de trabalho do enfermeiro, muitas vezes as decisões são circunstanciais, pouco fundamentadas, baseadas apenas em hábitos ou rotinas sem explorar variáveis diferenciadas e criativas. Esse fato, segundo Ciampone (1991 p. 194) “causa angustias, inseguranças e inquietação que, somadas às ansiedades geradas pelo próprio ambiente de trabalho, levam o profissional a vivenciar situações de permanentes conflitos e insatisfações”. A tomada de decisão em enfermagem é influenciada por padrões, normas e diretrizes, no entanto é importante que estes não sejam seguidos cegamente, usar o pensamento crítico para tomar uma decisão é essencial no momento de reconhecer quando a situação requer soluções criativas. A capacidade para tomar decisões prontamente e de forma adequada não deve ser compreendida como uma habilidade nata, ela pode e deve ser desenvolvida, o que pode ser feito através de exercícios que estimulam a capacidade de tomar decisões (KRON; GRAY, 1994). Nesse sentido, as técnicas e jogos grupais, uma vez que facilitam a participação do grupo, possibilitam a tomada de decisões criativas, elas são um meio para que o grupo possa trabalhar melhor, porém elas devem estar inseridas como parte da filosofia de trabalho do serviço de enfermagem (CIAMPONE , 1991). Vejamos então algumas dessas técnicas.
  • 3. Técnicas de tomada de decisão De modo esquemático as técnicas que auxiliam ao processo de tomada de decisão podem ser classificadas em técnicas tradicionais e modernas, que poderão ser utilizadas nas decisões programadas ou não-programadas conforme o quadro esquemático adaptado de Ciampone (1991, p.203). Decisões Técnicas Tradicionais Técnicas Modernas Programadas 1. Repetitivas, de rotina. 1. Hábito 1. Pesquisa operacional (observação 2. Decisões tomadas através dos 2. Rotina (procedimentos participante e visão sistêmica do processos da organização, padrões) problema) onde é possível percorrer as 3. Estrutura organizacional: 2. Técnicas grupais fases da teoria. expectativa comum; 3. Processamento de dados canais de informação bem definidos. Não-programadas 1. Decisões de momento 1. Julgamento por intuição. 1. Técnica heurística de solução de (considerando a urgência) 2. Regras empíricas. problemas (deixar que as pessoas 2. Decisões que envolvem 3. Atribuição de crença na busquem a melhor solução) mudanças não previstas na autoridade do pessoal de 2. Exploração das alternativas estrutura 1ª linha – chefes e disponíveis e conseqüências com supervisores incentivo à criatividade do grupo envolvido na decisão Tendências e perspectivas – do modelo gerencial tradicional para o modelo de decisão compartilhada Nas décadas de 80 e 90, as organizações de modo geral passaram por mudanças e reestruturações. As estruturas de verticais passaram para horizontais entre outras transformações, forçando os líderes a partilharem as informações com seu grupo de trabalho, descentralizando a tomada de decisão. Os serviços de saúde de modo geral e como parte deles os serviços de enfermagem vem acompanhando essa tendência através da implantação do modelo de tomada de decisão descentralizada, que tem como referência o modelo de Administração Participativa. Segundo Bork et al (2003, p. 74), “esse modelo é definido como um processo de descentralização que possibilita ao enfermeiro o controle sobre sua prática e ambiente de trabalho, pautado em ações que requerem autoridade com responsabilidade”, tendo como alvos a serem alcançados: “a autonomia do enfermeiro na tomada de decisão, os níveis elevados de satisfação no trabalho, a maior eficiência e efetividade da prática de enfermagem, o melhor cuidado ao paciente e a menor rotatividade de profissionais”. Ainda segundo esses autores, a decisão compartilhada tem como pilares sete princípios que são: 1. Parceria – consiste no envolvimento de todos na busca dos melhores resultados, através do reconhecimento da interdependência das ações e da contribuição de cada um no resultado. 2. Autoridade com responsabilidade – consiste em garantir ao profissional autonomia, autoridade e controle sobre determinada atividade. Entendendo-se autonomia como sendo o direito a tomada de decisão; autoridade como o poder para a tomada de decisão e o controle como a habilidade e a capacidade para a tomada de decisão. 3. Equidade – consiste em valorizar a todos, permitindo a participação dos diversos representantes no processo de tomada de decisão, estando relacionado ao reconhecimento do valor ético e os princípios de conduta que orientam as relações interpessoais. 4. Propriedade – consiste no comprometimento do trabalho de cada um com a meta da organização. 5. Eficiência, eficácia e efetividade – neste caso a eficiência consiste no empenho dos profissionais para o alcance dos resultados; a eficácia consiste nas ações objetivas e assertivas para o resultado e a efetividade no alcance do resultado esperado. 6. Aprendizado contínuo – todos os membros da equipe devem investir no aprendizado contínuo, buscando ações e decisões embasadas na melhor informação. 7. A pessoa certa no lugar certo – “a melhor decisão não é a mais popular ou da maioria, mas sim aquela respaldada pela melhor informação” assim sendo, deve-se garantir que a pessoa certa esteja no lugar certo para que tenha as melhores informações e assim possa tomar as melhores decisões. Optar por uma mudança de modelo do tradicional para o de Decisão Compartilhada não é simples e deve ser pautada e fundamentada em uma escolha consciente. Em relação à enfermagem Bork e et al (2003, p.76) afirmam que: “é fundamental que a decisão de mudança do modelo de gestão de um Sistema de Enfermagem seja aprovada pela liderança do Serviço de Saúde, que deve compreender que o processo de implantação de um novo modelo envolve uma mudança cultural, sendo, portanto, necessário investir tempo adequado para a obtenção de resultados, uma vez que estes não são imediatos”
  • 4. Estes autores afirmam ainda que “o primeiro passo para escolha do modelo de decisão compartilhada é um amplo estudo, que envolva uma busca bibliográfica, eventuais visitas a instituições em que este já fora implantado. E, logicamente, deve ser viável dentro da realidade da instituição e do país”. A título de conclusão Tomar decisões envolve juízo de fatos e de valores, sendo algo complexo, principalmente quando nossas decisões irão influenciar a vida de muitas outras pessoas. Entretanto no processo de trabalho do enfermeiro ele certamente terá que utilizar “conhecimentos, habilidades e atitudes coerentes, precisas e imparciais para uma tomada de decisão que venha ao encontro de seus valores pessoais e éticos e ao mesmo tempo em que atenda aos objetivos e metas da organização” (CIAMPONE, 1991). Assim sendo, é necessário que o enfermeiro desenvolva: “capacidade de caracterização objetiva da situação, sensibilidade para problemas de relações humanas, descontentamento construtivo (inconformismo com a rotina) e, sobretudo, autodeterminação para solucionar problemas” (CIAMPONE, 1991). Além disso, é importante ressaltar ainda que no processo de tomada de decisão não deve haver um distanciamento entre os que tomam decisões os que colocam em prática as soluções e alternativas do que foi decidido, este processo tem que ser participativo e contar, sempre que possível com a colaboração e o envolvimento de todos os envolvidos, em todas as fases. Referencias BORK, et al . Da teoria para o dia a dia – a estrutura de decisão compartilhada do sistema de enfermagem. In: Bork. A. M. T.; Minatel V. de F. Enfermagem de Excelência: da visão à ação. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2003. CIAMPONE, M. H. T. Tomada de decisão em enfermagem. In: KURCGANT, P. Administração em enfermagem. São Paulo, EPU, 1991, p.191-206. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993. CUNHA, M. F. N. da. A pedagogia holística face às exigências de uma nova educação. Rio de Janeiro, Téc. Educ. v.20, p.34-7, 1991. KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. São Paulo, Atlas, 1991. KRON, T.; GRAY, A. Administração dos cuidados de enfermagem ao paciente: colocando em ação as habilidades de liderança. Rio de Janeiro, Interlivros, 1994. SILVA, G. B. da. Enfermagem Profissional: análise crítica. São Paulo, Cortez, 1989. WALDOW, V. R. Cuidado Humano: o resgate necessário. Porto Alegre. Sagra Luzzato. 1998.