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BURLE-MARX, Roberto (1909-1994). Nascido em São Paulo (SP) e falecido no Rio de
Janeiro. Radicando-se com a família no Rio de Janeiro, aos quatro anos de idade, seguiu para
a Alemanha em 1928, demorando-se cerca de dois anos. Foi nas estufas do Jardim Botânico
de Dahlem, Berlim, que paradoxalmente teve a revelação da opulenta flora tropical brasileira.
Retornando em 1929 ao Rio de Janeiro, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, que
freqüentou por pouco tempo:

- Quanto a Leo Putz, quando foi contratado por Lúcio Costa para ser professor da Escola de
Belas Artes, muitas vezes servi de intérprete, porque não sabia falar o português. A primeira
grande lição que tive com ele, foi quando fizemos uma viagem a Angra dos Reis. Leo Putz, que
pintava de uma maneira expressionista alemã, da Escola de Munique, diante da minha
surpresa ante uma interpretação do que ele via e do que ele pintava, me disse que a natureza
era um pretexto para se fazer as divagações pictóricas da cor.

Se Leo Putz assim o entusiasmou, outra é contudo sua opinião sobre o tipo de ensinamento
artístico que recebeu na Escola:

- As lições que tive na Escola de Belas Artes eram lições acadêmicas, com professores
medíocres, a começar pelo Bracet. Quando cheguei da Europa - fui em 1928 e voltei em 1929 -
nos últimos dias que passei em Berlim fui a uma galeria e vi pela primeira vez um Picasso.
Levei um choque! Vi também Paul Klee, Matisse, Picasso da fase cor-de-rosa e outros. Aquilo
foi como um soco que recebi, e não poderia deixar de guardar; eu queria me desfazer dessas
impressões, mas era aquilo que me chamava a atenção. Quando me matriculei para as aulas
de pintura na Escola de Belas Artes, Bracet depois me expulsou de aula, porque eu falava de
Gauguin e ele dizia que eu estava pervertendo os alunos. Ele dava receita de como se deve
pintar: pele branca, carmim, ocre, como se com isso se resolvesse o problema colorístico.

Quando, com a exoneração de Lúcio Costa da direção da Escola, Leo Putz e os demais
professores de orientação moderna se retiraram do corpo docente, Burle-Marx abandonou o
curso e se inscreveu na aula particular do escultor Celso Antônio, com quem aliás não
experimentou progressos; ao contrário, muito aprendeu com o botânico Melo Barreto,
orientando-se desde então cada vez mais para o paisagismo. Em 1933 criou seu primeiro
jardim, para uma casa projetada por Lúcio Costa; no ano seguinte seria nomeado diretor de
Parques e Jardins de Recife, desenhando para a capital pernambucana uma série de praças e
jardins públicos e nela criando, em 1937, o primeiro parque ecológico nacional. Por volta de
1935, tornou-se aluno de Portinari na Universidade do Distrito Federal, sofrendo, como tantos
jovens pintores da época, a influência do mestre, que a recente consagração nos Estados
Unidos da América, transformara numa espécie de artista oficial do Brasil. Alternando sempre,
a partir de então, suas atividades entre a pintura e o paisagismo, participou, logo em seguida,
da equipe incumbida da edificação do Ministério da Educação, para o qual desenhou os jardins.
Faria nos próximos 50 anos numerosíssimos projetos paisagísticos - para a Pampulha em Belo
Horizonte (1940), o Largo do Machado no Rio de Janeiro (1945), o Parque Ibirapuera em São
Paulo (1954), o Museu de Arte Moderna e a Praia de Botafogo no Rio de Janeiro (1955), o eixo
monumental de Brasília (1958), o Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro (1959), o Centro
Cívico de Curitiba (1966) etc., além de numerosos projetos para o Exterior; por outro lado,
nunca deixou de encarar a pintura como atividade paralela mas não necessariamente
subjugada pela de paisagista, em que mais se consagrou, inclusive internacionalmente. Como
pintor, como desenhista, como litógrafo e como designer têxtil ou de jóias, com efeito, tem
mostrado seus trabalhos em numerosíssimas ocasiões, desde 1941, quando exibiu pinturas no
Palace Hotel do Rio de Janeiro. Citem-se, entre as principais exposições de suas obras: a de
1954, Arquitetura Paisagística no Brasil: Roberto Burle-Marx, organizada em várias cidades
norte-americanas pela União Pan-americana; a de 1956, no Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro; a de 1963, no Commercial Museum de Filadélfia, Estados Unidos da América; a sala
especial na XXXV Bienal de Veneza, em 1970; a retrospectiva 43 Anos de Pintura, em 1972,
no Museu de Arte de Belo Horizonte; as grandes mostras de 1973 na Fundação Gulbenkian,
em Lisboa, e no Museu Galliera, em Paris; as exposições de 1974 no Museu de Arte Moderna
de São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea de Curitiba e no Teatro Castro Alves de
Salvador; a do Museu de Caracas, em 1977, a do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de
Janeiro, em 1978, a do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, em 1979, e a do
MAC-USP, em 1997, entre tantas outras.
Originalmente calcada em raízes e treinamento europeus, a pintura de Burle-Marx viu-se
enriquecida logo em seguida por fortes ingredientes telúricos, em razão do profundo interesse
que o artista demonstrou desde a mocidade pela riquíssima flora brasileira, que converteu em
leit-motiv de toda a sua produção. A natureza tropical, com efeito, é quem dá seiva e alento à
arte de Burle-Marx, servindo-lhe, mais que de tema, de inspiração e pretexto para profundas
pesquisas formais e de expressão. Mário Barata bem compreendeu essa síntese admirável, ao
escrever recentemente:

- Na arte de Roberto dos anos recentes a forma europeizada e a vivência tropical estão
conjugadas em uma adequação de boa forma e integração perfeita de técnica e visão. O artista
reelaborou o vegetal no plano do pictórico e do desenho, com qualidade, em nível em que o
pessoal se funde ao conhecimento. (...) Sua arte atual - na pintura, desenho e litografia - tem,
pois, a contribuição da sua particular experiência, de sua percuciente visão caldeada pelos
núcleos e formas de articulação vegetal, permanentemente observados por ele. Sentiu-os de
perto, quase milimetricamente, através do que eu chamo a penetração burleana da natureza: o
esplendor do interior da matéria (apud Joaquim Cardoso) e do entrelaçado das estruturas
exteriorizadas do vegetal.

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Burle marx, roberto

  • 1. BURLE-MARX, Roberto (1909-1994). Nascido em São Paulo (SP) e falecido no Rio de Janeiro. Radicando-se com a família no Rio de Janeiro, aos quatro anos de idade, seguiu para a Alemanha em 1928, demorando-se cerca de dois anos. Foi nas estufas do Jardim Botânico de Dahlem, Berlim, que paradoxalmente teve a revelação da opulenta flora tropical brasileira. Retornando em 1929 ao Rio de Janeiro, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, que freqüentou por pouco tempo: - Quanto a Leo Putz, quando foi contratado por Lúcio Costa para ser professor da Escola de Belas Artes, muitas vezes servi de intérprete, porque não sabia falar o português. A primeira grande lição que tive com ele, foi quando fizemos uma viagem a Angra dos Reis. Leo Putz, que pintava de uma maneira expressionista alemã, da Escola de Munique, diante da minha surpresa ante uma interpretação do que ele via e do que ele pintava, me disse que a natureza era um pretexto para se fazer as divagações pictóricas da cor. Se Leo Putz assim o entusiasmou, outra é contudo sua opinião sobre o tipo de ensinamento artístico que recebeu na Escola: - As lições que tive na Escola de Belas Artes eram lições acadêmicas, com professores medíocres, a começar pelo Bracet. Quando cheguei da Europa - fui em 1928 e voltei em 1929 - nos últimos dias que passei em Berlim fui a uma galeria e vi pela primeira vez um Picasso. Levei um choque! Vi também Paul Klee, Matisse, Picasso da fase cor-de-rosa e outros. Aquilo foi como um soco que recebi, e não poderia deixar de guardar; eu queria me desfazer dessas impressões, mas era aquilo que me chamava a atenção. Quando me matriculei para as aulas de pintura na Escola de Belas Artes, Bracet depois me expulsou de aula, porque eu falava de Gauguin e ele dizia que eu estava pervertendo os alunos. Ele dava receita de como se deve pintar: pele branca, carmim, ocre, como se com isso se resolvesse o problema colorístico. Quando, com a exoneração de Lúcio Costa da direção da Escola, Leo Putz e os demais professores de orientação moderna se retiraram do corpo docente, Burle-Marx abandonou o curso e se inscreveu na aula particular do escultor Celso Antônio, com quem aliás não experimentou progressos; ao contrário, muito aprendeu com o botânico Melo Barreto, orientando-se desde então cada vez mais para o paisagismo. Em 1933 criou seu primeiro jardim, para uma casa projetada por Lúcio Costa; no ano seguinte seria nomeado diretor de Parques e Jardins de Recife, desenhando para a capital pernambucana uma série de praças e jardins públicos e nela criando, em 1937, o primeiro parque ecológico nacional. Por volta de 1935, tornou-se aluno de Portinari na Universidade do Distrito Federal, sofrendo, como tantos jovens pintores da época, a influência do mestre, que a recente consagração nos Estados Unidos da América, transformara numa espécie de artista oficial do Brasil. Alternando sempre, a partir de então, suas atividades entre a pintura e o paisagismo, participou, logo em seguida, da equipe incumbida da edificação do Ministério da Educação, para o qual desenhou os jardins. Faria nos próximos 50 anos numerosíssimos projetos paisagísticos - para a Pampulha em Belo Horizonte (1940), o Largo do Machado no Rio de Janeiro (1945), o Parque Ibirapuera em São Paulo (1954), o Museu de Arte Moderna e a Praia de Botafogo no Rio de Janeiro (1955), o eixo monumental de Brasília (1958), o Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro (1959), o Centro Cívico de Curitiba (1966) etc., além de numerosos projetos para o Exterior; por outro lado, nunca deixou de encarar a pintura como atividade paralela mas não necessariamente subjugada pela de paisagista, em que mais se consagrou, inclusive internacionalmente. Como pintor, como desenhista, como litógrafo e como designer têxtil ou de jóias, com efeito, tem mostrado seus trabalhos em numerosíssimas ocasiões, desde 1941, quando exibiu pinturas no Palace Hotel do Rio de Janeiro. Citem-se, entre as principais exposições de suas obras: a de 1954, Arquitetura Paisagística no Brasil: Roberto Burle-Marx, organizada em várias cidades norte-americanas pela União Pan-americana; a de 1956, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; a de 1963, no Commercial Museum de Filadélfia, Estados Unidos da América; a sala especial na XXXV Bienal de Veneza, em 1970; a retrospectiva 43 Anos de Pintura, em 1972, no Museu de Arte de Belo Horizonte; as grandes mostras de 1973 na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, e no Museu Galliera, em Paris; as exposições de 1974 no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea de Curitiba e no Teatro Castro Alves de Salvador; a do Museu de Caracas, em 1977, a do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1978, a do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, em 1979, e a do MAC-USP, em 1997, entre tantas outras.
  • 2. Originalmente calcada em raízes e treinamento europeus, a pintura de Burle-Marx viu-se enriquecida logo em seguida por fortes ingredientes telúricos, em razão do profundo interesse que o artista demonstrou desde a mocidade pela riquíssima flora brasileira, que converteu em leit-motiv de toda a sua produção. A natureza tropical, com efeito, é quem dá seiva e alento à arte de Burle-Marx, servindo-lhe, mais que de tema, de inspiração e pretexto para profundas pesquisas formais e de expressão. Mário Barata bem compreendeu essa síntese admirável, ao escrever recentemente: - Na arte de Roberto dos anos recentes a forma europeizada e a vivência tropical estão conjugadas em uma adequação de boa forma e integração perfeita de técnica e visão. O artista reelaborou o vegetal no plano do pictórico e do desenho, com qualidade, em nível em que o pessoal se funde ao conhecimento. (...) Sua arte atual - na pintura, desenho e litografia - tem, pois, a contribuição da sua particular experiência, de sua percuciente visão caldeada pelos núcleos e formas de articulação vegetal, permanentemente observados por ele. Sentiu-os de perto, quase milimetricamente, através do que eu chamo a penetração burleana da natureza: o esplendor do interior da matéria (apud Joaquim Cardoso) e do entrelaçado das estruturas exteriorizadas do vegetal.