SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
CASOS CLÍNICOS DISCUSSÃO NEUROANATÔMICA
CASO 1:
Uma mulher com 34 anos acorda com dor surda continua na área retroauricular esquerda e,
no dia seguinte, observa que a face esquerda está caída. Durante as 24 horas seguintes, a
fraqueza facial torna-se proeminente; a saliva escorre do lado esquerdo da boca e os
alimentos acumulam-se entre os lábios e os dentes, à esquerda. Ela também acredita que
ruídos altos produzem desconforto no ouvido esquerdo. Ao exame, quatro dias depois, o
sulco nasolabial esquerdo está apagado. Fraqueza acentuada afeta os músculos faciais
esquerdos, incluindo o frontal e o platisma. Ela não consegue fechar o olho esquerdo e, ao
tentar fazê-lo, o globo se desvia para cima (fenômeno de Bell). A fraqueza facial inferior à
esquerda é evidente em tarefas voluntárias apertar os lábios ou mostrar os dentes e no
sorriso espontâneo. No teste com açúcar, a sensação gustativa no lado esquerdo da língua
anterior está diminuída. Com um estetoscópio nos seus ouvidos, ela afirma que a voz do
examinador soa mais alta à esquerda. Embora ela descreva transbordamento de lágrimas no
olho esquerdo, as comparações dos dois lados usando papel-filtro revelam uma redução da
produção de lágrimas à esquerda. Os canais auditivos externos e as membranas timpânicas
são normais bilateralmente, bem como os demais achados do exame neurológico.
CASO 1: Estrutura/Área lesada/síndrome/quadro clínico:
Lesão do Nervo Facial antes da emergência pelo forame estilomastoideo com
acometimento do Nervo Intermédio. Caracteriza a Paralisia Facial Periférica.
Os sintomas revelam uma denervação de toda a musculatura mímica do lado Esquerdo,
com perda da tonicidade desses músculos e flacidez na metade correspondente da face. A
incapacidade de fechamento do olho Esquerdo indica acometimento dos músculos da
porção superior da face, o que exclui a possibilidade de uma paralisia Facial Supranuclear,
a ausência de movimentos de riso espontâneo no lado afetado corrobora com essa
afirmação.
O acometimento do nervo intermédio torna-se claro quando o examinador detecta perda
gustativa homolateral nos 2/3 anteriores da língua e diminuição ipsilateral do
funcionamento da glândula lacrimal.
A hiperacusia indica que a lesão do nervo facial ocorreu antes da emergência do nervo para
o músculo estapedio.
COMENTÁRIO:
As demais alterações auditivas podem estar relacionadas com a porção coclear do nervo
vestíbulo coclear, que acompanha o Nervo facial e o Nervo intermédio no seu trajeto pelo
forame estilomastoideo.
CASO 2:
Um homem destro com 53 anos apresenta dificuldade súbita em falar e fraqueza no lado
direito. Hospitalizado algumas horas depois, ele apresenta hemiparesia direita, com a fala
limitada a gemidos inarticulados, mas compreensão da fala intacta, evidenciada pela
capacidade de seguir solicitações simples. Três dias depois ele recuperou alguma fala, e um
exame neurológico mais detalhado foi realizado. Ele está alerta, atento, cooperativo e
naturalmente ansioso. Sua fala não é fluente, tem um início tardio e trabalhoso e uma
produção de menos de uma dúzia de palavras por minuto. Com freqüência, ele repete frases
de uma ou duas palavras de maneira perseverante. Sua fala carece de melodia e ritmo, e é
mal articulada. As palavras consistem basicamente em substantivos e verbos, muitas vezes
construídos de modo incorreto (p. ex., um substantivo sem terminação no plural ou um
verbo no tempo errado); há uma ausência marcante das palavras funcionais (conjunções,
preposições, artigos, pronomes e adjetivos de relação), conferindo à sua fala um estilo de
telegrama. A compreensão da fala é normal quando testada com solicitações simples e
perguntas do tipo sim-não, mas ele comete erros quando solicitado a apontar vários objetos
em seqüência ou quando uma solicitação depende da estrutura gramatical. Após serem
mostrados diversos objetos, partes corporais e cores, ele denomina a maioria deles de
maneira correta, mas laboriosa. Para alguns objetos ele usa a palavra errada (p. ex., lápis em
vez de caneta), e para outras ele repete de maneira perseverante o nome do objeto anterior.
Ele é capaz de repetir palavras isoladas, mas não frases de duas ou mais palavras. Usando o
seu lado esquerdo não-paralisado, ele é capaz de escrever letras isoladas em um ditado, mas
elas são malformadas em um grau não explicado pelo uso de sua mão não-dominante, e ele
não consegue escrever palavras inteiras. A leitura em voz alta é trabalhosa, mas
basicamente correta; ele tem maior dificuldade na leitura em voz alta de letras separadas e
substantivos concretos do que de substantivos abstratos. A compreensão da leitura está um
pouco comprometida, sobretudo com frases gramaticalmente complexas. A fraqueza facial
direita poupa a fronte. O braço direito está paralisado e flácido; a perna direita exibe
fraqueza moderada proximalmente e leve distalmente. As sensações para dor, temperatura e
tato estão levemente reduzidas na face e no braço direitos e a propriocepção está reduzida
na mão direita. Os campos visuais são normais em um exame grosseiro à beira do leito. Os
reflexos tendíneos estão aumentados no braço direito, e a resposta plantar direita está
ausente.
O quadro clinico sugere acidente vascular cerebral na arteria cerebral média Esquerda.
Isso é indicado pela presença de afasia motora com sintomatologia de redução
(agramatismo, dificuldade na evocação de nomes, etc) em um individuo destro,
possivelmente com dominância E.
A presença de hemiparesia e diminuição da sensibilidade de dor e temperatura na metade
contralateral do corpo, com predomínio dos membros superiores e uma aparente agnosia
visual colaboram com essa hipótese.
Os sintomas decorrem de prejuízo do funcionamento de áreas cerebrais irrigadas pela
artéria cerebral Mediar Esquerda, tais como a área de BROCÁ, a área motora e
somestesica, principalmente a região relacionada com MMSS e face.
Comentário:
Devido a somatotopia presente nos giros pos e pré central, as áreas relacionadas com o
mmii se localizam na face superomedial do hemisferio cerebral o que explica a menor
gravidade dos sintomas nesse local, uma vez que a arteria cerebral anterior contribui
para irrigação dessa área crebral.
.

CASO 3:
Um homem hipertenso com 65 anos manifesta subitamente cefaléia occipital, vertigem,
náuseas, vômitos e dor em queimação na face e na fronte esquerdas. No pronto-socorro, ele
cai para a esquerda ao tentar permanecer em pé ou deambular, e o braço e a perna
esquerdos exibem dismetria nos testes dedo-nariz e calcanhar-tíbia e disdiadococinesia nos
movimentos sucessivos ou alternantes rápidos. Sua voz é rouca, e ele tem soluços
persistentes. Um nistagmo bilateral, horizontal e rotatório, presente em todas as direções do
olhar, é mais acentuado quando ele olha à direita. As pupilas reagem à luz, mas a esquerda
é 2mm menor que a direita; há ptose palpebral leve à esquerda, com ptose invertida da
pálbebra inferior esquerda. As sensações de dor e temperatura estão intensamente reduzidas
na face esquerda, com as bordas da perda correspondendo ao território do nervo trigêmeo,
incluindo o lado esquerdo da língua, gengivas e face interna da bochecha. O reflexo
corneopalpebral esquerdo está ausente. A sensação tátil na face é normal. O palato desviase para a direita, e o reflexo nauseoso está ausente à esquerda, embora ele sinta o estímulo
igualmente bem em ambos os lados da faringe. As sensações para dor e temperatura estão
reduzidas no couro cabeludo posterior, pescoço, braço, tronco e perna direitos. As
sensações tátil, vibratória e proprioceptiva são normais bilateralmente. O estado mental, a
força e os reflexos tendíneos e plantares são normais.
O quadro clinico sugere o diagnostico de Síndrome de Wallemberg, decorrente de
obstrução da artéria cerebelar inferior posterior E ou artéria vertebral E ocasionando infarto
na região dorsolateral E do bulbo.
A cefaléia occipital chama a atenção para o possível local primário da lesão.
Perda do equilíbrio/postura associado a vertigem, náuseas, vômitos e nistagmo podem ter
sido causadas por lesão do pedunculo cerebelar inferior com prejuízo das fibras que dos
núcleos vestibulares levam informação para o arquicerebelo através do corpo
justarestiforme e do trato espinocerebelar posterior.
A dismetria e a disdiadococinesia revela uma síndrome neocerebelar que pode ter sido
ocasionada por infartos do cerebelo decorrentes da ausência de fluxo na artéria cerebelar
inferior posterior.
A miose na pupila E, associada à ptose palpebral homolateral, indica lesão de fibras
descendentes, que do hipotálamo se dirigem para neurônios pré ganglionares do SN
simpático (situados na colona lateral da medula torácica alta T1 e T2), responsáveis pela
inervação da pupila homolateral. Isso caracteriza a síndrome de Horner.
A alteração na voz e desvio do palato provavelmente decorre de lesão do núcleo ambíguo E
com prejuízo da função de áreas inervadas pelos nervos vago e glossofaríngeo.
Perda da sensibilidade térmica e dolorosa na face E indica lesão do trato espinhal do
trigêmeo e seu núcleo do lado Ipsilateral.
A perda da sensibilidade de dor e temperatura na 1/2 heterolateral do corpo decorre de
lesão do trato espinotalamico Lateral
Comentário: A ausência do reflexo corneopalpebral, não é comum nesse quadro, uma vez
que mesmo com a lesão do núcleo do trato espinhal do trigêmeo, o núcleo sensitivo
principal do trigêmeo garantiria a presença desse reflexo.
CASO 4: Paixão Neuroanatômica (identifique as áreas - siglas sublinhadas - do sistema
nervoso referidas no texto)
Meu amor, desculpe-me pelo sono pesado. O Núcleo acumbens (ou Área Septal) e as
demais porções desejosas do córtex não conseguiram desativar as áreas sonolentas da
Formação Reticular! Até que a Área Pré Frontal tentou fazer os Núcleos da Base , a Área
Motora secundaria e a Área Motora primaria me jogarem sobre você, mas também não
conseguiu! Em compensação, quando acordei, o Sistema Limbico me fez sentir que eu te
amo muito mais do que ontem! Agora, a Área Pré Frontal, os Núcleos da Base , a Área
Motora secundaria , a Área motora primaria e o CereBelo me levaram para caminhar, mas o
HiPoCampo não para de ativar as áreas do córtex onde dá você! E aí, o HiPotalamo ativa o
Sistema Nervoso Visceral, meu plexo cardíaco faz a festa e sou só alegria! Meu amor por
você é maior do que a minha superfície cortical! Mil manifestações do meu nervo facial!
NA nucleo acumbens (??);
AS Area septal;
FR Formação reticular;
APF (Area pre frontal ?);
NB nucleos da base;
AM2 e AM1 areas motoras 2 e 1;
SL sistema limbico;
HPC hipocampo;
CB: Cerebelo
HP: Hipotalamo
SNV sistema nervoso Visceral;
VII par Nervo facial.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Transtornos mentais orgânicos
Transtornos mentais orgânicosTranstornos mentais orgânicos
Transtornos mentais orgânicosAroldo Gavioli
 
Contencao mecanica
Contencao mecanicaContencao mecanica
Contencao mecanicaF R
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonMauro Cunha Xavier Pinto
 
Saúde do Adulto I Estudo de caso iii com rede
Saúde do Adulto I Estudo de caso iii com redeSaúde do Adulto I Estudo de caso iii com rede
Saúde do Adulto I Estudo de caso iii com redeAngelica Reis Angel
 
Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental
 Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental
Processo histórico da psiquiatria e da saúde mentalLorena Albuquerque Vieira
 
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidadeSaúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidadeAroldo Gavioli
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Alzheimer
Aula - SNC - Tratamento da Doença de AlzheimerAula - SNC - Tratamento da Doença de Alzheimer
Aula - SNC - Tratamento da Doença de AlzheimerMauro Cunha Xavier Pinto
 
Transtornos mentais comuns e somatização
Transtornos mentais comuns e somatização Transtornos mentais comuns e somatização
Transtornos mentais comuns e somatização Inaiara Bragante
 
Doenças do sistema nervoso
Doenças do sistema nervoso Doenças do sistema nervoso
Doenças do sistema nervoso marronahelps
 
O diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mentalO diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mentalAroldo Gavioli
 
Introdução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptxIntrodução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptxLarissaCampos96
 

Mais procurados (20)

Transtornos mentais orgânicos
Transtornos mentais orgânicosTranstornos mentais orgânicos
Transtornos mentais orgânicos
 
Contencao mecanica
Contencao mecanicaContencao mecanica
Contencao mecanica
 
Epilepsia gabi ab
Epilepsia  gabi abEpilepsia  gabi ab
Epilepsia gabi ab
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
 
Saúde do Adulto I Estudo de caso iii com rede
Saúde do Adulto I Estudo de caso iii com redeSaúde do Adulto I Estudo de caso iii com rede
Saúde do Adulto I Estudo de caso iii com rede
 
Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental
 Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental
Processo histórico da psiquiatria e da saúde mental
 
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidadeSaúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Alzheimer
Aula - SNC - Tratamento da Doença de AlzheimerAula - SNC - Tratamento da Doença de Alzheimer
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Alzheimer
 
Epilepsia - Neuropsicologia
Epilepsia - NeuropsicologiaEpilepsia - Neuropsicologia
Epilepsia - Neuropsicologia
 
Sistema nervoso autonomo
Sistema nervoso autonomoSistema nervoso autonomo
Sistema nervoso autonomo
 
Transtornos mentais comuns e somatização
Transtornos mentais comuns e somatização Transtornos mentais comuns e somatização
Transtornos mentais comuns e somatização
 
Morte celular
Morte celularMorte celular
Morte celular
 
Doenças do sistema nervoso
Doenças do sistema nervoso Doenças do sistema nervoso
Doenças do sistema nervoso
 
Nocoes do-metodo-bobath reflexos primitivos
Nocoes do-metodo-bobath reflexos primitivosNocoes do-metodo-bobath reflexos primitivos
Nocoes do-metodo-bobath reflexos primitivos
 
Unidade do paciente
Unidade do pacienteUnidade do paciente
Unidade do paciente
 
Semiologia da dor
Semiologia da dorSemiologia da dor
Semiologia da dor
 
O diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mentalO diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mental
 
Mal de Parkinson(fisiopatologia)
Mal de Parkinson(fisiopatologia)Mal de Parkinson(fisiopatologia)
Mal de Parkinson(fisiopatologia)
 
Introdução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptxIntrodução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptx
 
Balanco hidrico
Balanco hidricoBalanco hidrico
Balanco hidrico
 

Destaque (20)

Neuroanatomia caso clinico
Neuroanatomia caso clinicoNeuroanatomia caso clinico
Neuroanatomia caso clinico
 
medula espinal, neuroanatomia casos clinicos
medula espinal, neuroanatomia casos clinicos medula espinal, neuroanatomia casos clinicos
medula espinal, neuroanatomia casos clinicos
 
Sistema nervoso autônomo reduzido
Sistema nervoso autônomo reduzidoSistema nervoso autônomo reduzido
Sistema nervoso autônomo reduzido
 
Caso neurología
Caso neurologíaCaso neurología
Caso neurología
 
Casosclinicosmodulosistemanervoso
CasosclinicosmodulosistemanervosoCasosclinicosmodulosistemanervoso
Casosclinicosmodulosistemanervoso
 
Neuropatias periféricas
Neuropatias periféricasNeuropatias periféricas
Neuropatias periféricas
 
Sindromes Medulares
Sindromes MedularesSindromes Medulares
Sindromes Medulares
 
Estudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
Estudo de Caso - Diagnóstico de EnfermagemEstudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
Estudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
 
Apresentação de caso clínico
Apresentação de caso clínicoApresentação de caso clínico
Apresentação de caso clínico
 
Aop t6 0005_0101
Aop t6 0005_0101Aop t6 0005_0101
Aop t6 0005_0101
 
Semiologia a1
Semiologia a1Semiologia a1
Semiologia a1
 
CASOS EM NEUROLOGIA
CASOS EM NEUROLOGIACASOS EM NEUROLOGIA
CASOS EM NEUROLOGIA
 
Polineu
PolineuPolineu
Polineu
 
Lesão medular
Lesão medularLesão medular
Lesão medular
 
44 hipodermóclise - aspectos gerais e indicações
44   hipodermóclise - aspectos gerais e indicações44   hipodermóclise - aspectos gerais e indicações
44 hipodermóclise - aspectos gerais e indicações
 
Mielite transversa
Mielite transversa Mielite transversa
Mielite transversa
 
dolor neuropatico
dolor neuropaticodolor neuropatico
dolor neuropatico
 
Casoclinicp3
Casoclinicp3Casoclinicp3
Casoclinicp3
 
Mielitis transversa
Mielitis transversaMielitis transversa
Mielitis transversa
 
Caso clinico de neurología
Caso clinico de neurologíaCaso clinico de neurología
Caso clinico de neurología
 

Último

COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......suporte24hcamin
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 

Último (20)

COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 

Caso clinico neuro

  • 1. CASOS CLÍNICOS DISCUSSÃO NEUROANATÔMICA CASO 1: Uma mulher com 34 anos acorda com dor surda continua na área retroauricular esquerda e, no dia seguinte, observa que a face esquerda está caída. Durante as 24 horas seguintes, a fraqueza facial torna-se proeminente; a saliva escorre do lado esquerdo da boca e os alimentos acumulam-se entre os lábios e os dentes, à esquerda. Ela também acredita que ruídos altos produzem desconforto no ouvido esquerdo. Ao exame, quatro dias depois, o sulco nasolabial esquerdo está apagado. Fraqueza acentuada afeta os músculos faciais esquerdos, incluindo o frontal e o platisma. Ela não consegue fechar o olho esquerdo e, ao tentar fazê-lo, o globo se desvia para cima (fenômeno de Bell). A fraqueza facial inferior à esquerda é evidente em tarefas voluntárias apertar os lábios ou mostrar os dentes e no sorriso espontâneo. No teste com açúcar, a sensação gustativa no lado esquerdo da língua anterior está diminuída. Com um estetoscópio nos seus ouvidos, ela afirma que a voz do examinador soa mais alta à esquerda. Embora ela descreva transbordamento de lágrimas no olho esquerdo, as comparações dos dois lados usando papel-filtro revelam uma redução da produção de lágrimas à esquerda. Os canais auditivos externos e as membranas timpânicas são normais bilateralmente, bem como os demais achados do exame neurológico. CASO 1: Estrutura/Área lesada/síndrome/quadro clínico: Lesão do Nervo Facial antes da emergência pelo forame estilomastoideo com acometimento do Nervo Intermédio. Caracteriza a Paralisia Facial Periférica. Os sintomas revelam uma denervação de toda a musculatura mímica do lado Esquerdo, com perda da tonicidade desses músculos e flacidez na metade correspondente da face. A incapacidade de fechamento do olho Esquerdo indica acometimento dos músculos da porção superior da face, o que exclui a possibilidade de uma paralisia Facial Supranuclear, a ausência de movimentos de riso espontâneo no lado afetado corrobora com essa afirmação. O acometimento do nervo intermédio torna-se claro quando o examinador detecta perda gustativa homolateral nos 2/3 anteriores da língua e diminuição ipsilateral do funcionamento da glândula lacrimal. A hiperacusia indica que a lesão do nervo facial ocorreu antes da emergência do nervo para o músculo estapedio. COMENTÁRIO: As demais alterações auditivas podem estar relacionadas com a porção coclear do nervo vestíbulo coclear, que acompanha o Nervo facial e o Nervo intermédio no seu trajeto pelo forame estilomastoideo.
  • 2. CASO 2: Um homem destro com 53 anos apresenta dificuldade súbita em falar e fraqueza no lado direito. Hospitalizado algumas horas depois, ele apresenta hemiparesia direita, com a fala limitada a gemidos inarticulados, mas compreensão da fala intacta, evidenciada pela capacidade de seguir solicitações simples. Três dias depois ele recuperou alguma fala, e um exame neurológico mais detalhado foi realizado. Ele está alerta, atento, cooperativo e naturalmente ansioso. Sua fala não é fluente, tem um início tardio e trabalhoso e uma produção de menos de uma dúzia de palavras por minuto. Com freqüência, ele repete frases de uma ou duas palavras de maneira perseverante. Sua fala carece de melodia e ritmo, e é mal articulada. As palavras consistem basicamente em substantivos e verbos, muitas vezes construídos de modo incorreto (p. ex., um substantivo sem terminação no plural ou um verbo no tempo errado); há uma ausência marcante das palavras funcionais (conjunções, preposições, artigos, pronomes e adjetivos de relação), conferindo à sua fala um estilo de telegrama. A compreensão da fala é normal quando testada com solicitações simples e perguntas do tipo sim-não, mas ele comete erros quando solicitado a apontar vários objetos em seqüência ou quando uma solicitação depende da estrutura gramatical. Após serem mostrados diversos objetos, partes corporais e cores, ele denomina a maioria deles de maneira correta, mas laboriosa. Para alguns objetos ele usa a palavra errada (p. ex., lápis em vez de caneta), e para outras ele repete de maneira perseverante o nome do objeto anterior. Ele é capaz de repetir palavras isoladas, mas não frases de duas ou mais palavras. Usando o seu lado esquerdo não-paralisado, ele é capaz de escrever letras isoladas em um ditado, mas elas são malformadas em um grau não explicado pelo uso de sua mão não-dominante, e ele não consegue escrever palavras inteiras. A leitura em voz alta é trabalhosa, mas basicamente correta; ele tem maior dificuldade na leitura em voz alta de letras separadas e substantivos concretos do que de substantivos abstratos. A compreensão da leitura está um pouco comprometida, sobretudo com frases gramaticalmente complexas. A fraqueza facial direita poupa a fronte. O braço direito está paralisado e flácido; a perna direita exibe fraqueza moderada proximalmente e leve distalmente. As sensações para dor, temperatura e tato estão levemente reduzidas na face e no braço direitos e a propriocepção está reduzida na mão direita. Os campos visuais são normais em um exame grosseiro à beira do leito. Os reflexos tendíneos estão aumentados no braço direito, e a resposta plantar direita está ausente. O quadro clinico sugere acidente vascular cerebral na arteria cerebral média Esquerda. Isso é indicado pela presença de afasia motora com sintomatologia de redução (agramatismo, dificuldade na evocação de nomes, etc) em um individuo destro, possivelmente com dominância E. A presença de hemiparesia e diminuição da sensibilidade de dor e temperatura na metade contralateral do corpo, com predomínio dos membros superiores e uma aparente agnosia visual colaboram com essa hipótese. Os sintomas decorrem de prejuízo do funcionamento de áreas cerebrais irrigadas pela artéria cerebral Mediar Esquerda, tais como a área de BROCÁ, a área motora e somestesica, principalmente a região relacionada com MMSS e face.
  • 3. Comentário: Devido a somatotopia presente nos giros pos e pré central, as áreas relacionadas com o mmii se localizam na face superomedial do hemisferio cerebral o que explica a menor gravidade dos sintomas nesse local, uma vez que a arteria cerebral anterior contribui para irrigação dessa área crebral. . CASO 3: Um homem hipertenso com 65 anos manifesta subitamente cefaléia occipital, vertigem, náuseas, vômitos e dor em queimação na face e na fronte esquerdas. No pronto-socorro, ele cai para a esquerda ao tentar permanecer em pé ou deambular, e o braço e a perna esquerdos exibem dismetria nos testes dedo-nariz e calcanhar-tíbia e disdiadococinesia nos movimentos sucessivos ou alternantes rápidos. Sua voz é rouca, e ele tem soluços persistentes. Um nistagmo bilateral, horizontal e rotatório, presente em todas as direções do olhar, é mais acentuado quando ele olha à direita. As pupilas reagem à luz, mas a esquerda é 2mm menor que a direita; há ptose palpebral leve à esquerda, com ptose invertida da pálbebra inferior esquerda. As sensações de dor e temperatura estão intensamente reduzidas na face esquerda, com as bordas da perda correspondendo ao território do nervo trigêmeo, incluindo o lado esquerdo da língua, gengivas e face interna da bochecha. O reflexo corneopalpebral esquerdo está ausente. A sensação tátil na face é normal. O palato desviase para a direita, e o reflexo nauseoso está ausente à esquerda, embora ele sinta o estímulo igualmente bem em ambos os lados da faringe. As sensações para dor e temperatura estão reduzidas no couro cabeludo posterior, pescoço, braço, tronco e perna direitos. As sensações tátil, vibratória e proprioceptiva são normais bilateralmente. O estado mental, a força e os reflexos tendíneos e plantares são normais. O quadro clinico sugere o diagnostico de Síndrome de Wallemberg, decorrente de obstrução da artéria cerebelar inferior posterior E ou artéria vertebral E ocasionando infarto na região dorsolateral E do bulbo. A cefaléia occipital chama a atenção para o possível local primário da lesão. Perda do equilíbrio/postura associado a vertigem, náuseas, vômitos e nistagmo podem ter sido causadas por lesão do pedunculo cerebelar inferior com prejuízo das fibras que dos núcleos vestibulares levam informação para o arquicerebelo através do corpo justarestiforme e do trato espinocerebelar posterior. A dismetria e a disdiadococinesia revela uma síndrome neocerebelar que pode ter sido ocasionada por infartos do cerebelo decorrentes da ausência de fluxo na artéria cerebelar inferior posterior. A miose na pupila E, associada à ptose palpebral homolateral, indica lesão de fibras descendentes, que do hipotálamo se dirigem para neurônios pré ganglionares do SN simpático (situados na colona lateral da medula torácica alta T1 e T2), responsáveis pela
  • 4. inervação da pupila homolateral. Isso caracteriza a síndrome de Horner. A alteração na voz e desvio do palato provavelmente decorre de lesão do núcleo ambíguo E com prejuízo da função de áreas inervadas pelos nervos vago e glossofaríngeo. Perda da sensibilidade térmica e dolorosa na face E indica lesão do trato espinhal do trigêmeo e seu núcleo do lado Ipsilateral. A perda da sensibilidade de dor e temperatura na 1/2 heterolateral do corpo decorre de lesão do trato espinotalamico Lateral Comentário: A ausência do reflexo corneopalpebral, não é comum nesse quadro, uma vez que mesmo com a lesão do núcleo do trato espinhal do trigêmeo, o núcleo sensitivo principal do trigêmeo garantiria a presença desse reflexo. CASO 4: Paixão Neuroanatômica (identifique as áreas - siglas sublinhadas - do sistema nervoso referidas no texto) Meu amor, desculpe-me pelo sono pesado. O Núcleo acumbens (ou Área Septal) e as demais porções desejosas do córtex não conseguiram desativar as áreas sonolentas da Formação Reticular! Até que a Área Pré Frontal tentou fazer os Núcleos da Base , a Área Motora secundaria e a Área Motora primaria me jogarem sobre você, mas também não conseguiu! Em compensação, quando acordei, o Sistema Limbico me fez sentir que eu te amo muito mais do que ontem! Agora, a Área Pré Frontal, os Núcleos da Base , a Área Motora secundaria , a Área motora primaria e o CereBelo me levaram para caminhar, mas o HiPoCampo não para de ativar as áreas do córtex onde dá você! E aí, o HiPotalamo ativa o Sistema Nervoso Visceral, meu plexo cardíaco faz a festa e sou só alegria! Meu amor por você é maior do que a minha superfície cortical! Mil manifestações do meu nervo facial! NA nucleo acumbens (??); AS Area septal; FR Formação reticular; APF (Area pre frontal ?); NB nucleos da base; AM2 e AM1 areas motoras 2 e 1; SL sistema limbico; HPC hipocampo; CB: Cerebelo HP: Hipotalamo SNV sistema nervoso Visceral;
  • 5. VII par Nervo facial.