O documento discute como os professores podem reconstruir e transformar seu conhecimento por meio da aquisição de conhecimentos teóricos, novas experiências na prática docente refletida, e análise e reflexão sobre a prática. As atividades do EDUCONLE podem contribuir para o desenvolvimento cognitivo, social e cultural dos professores, além de desenvolver sua competência comunicativa.
3. Processo de reconstrução do
conhecimento do professor (Castro, 2002)
Aquisição de conhecimentos teóricos (Moita
Lopes,1996)
Novas experienciações da prática anterior
transformada (Castro, 2002; Celani, 1992;
Dewey, 1933; Stake, 1987; Schon, 1988;)
Análise e reflexão sobre e durante a prática
(Castro, 2002 ; Garcia, 1992; Magalhães,
1998; Schön,1988)
4. Como se dá o processo de
construção do conhecimento?
5. Níveis de desenvolvimento
Dois níveis de desenvolvimento
conquistas já efetivadas (desenvolvimento real)
relacionado às capacidades a serem construídas por ele
(desenvolvimento proximal)
Para Vygotsky, a aprendizagem depende da
participação repetida dos indivíduos em
atividades colaborativas. Nessas atividades, os
indivíduos têm a oportunidade de desenvolver a
ZDP
zona de desenvolvimento proximal, que é a distância
entre o desenvolvimento real e potencial, ou seja, é a
diferença entre o que uma pessoa pode alcançar
sozinha e o que ela pode fazer quando recebe a ajuda
de alguém mais experiente ou de um outro recurso
cultural (LANTOLF, 2000, p. 17).
“A mediação é a chave para a construção do
conhecimento”. (Lantolf , 2000, p. 17),
6. Ponto de Vista cognitivo
(Teoria dos Modelos Mentais)
Quando aprendemos algo, construímos em nosso
sistema cognitivo modelos mentais das situações com
as quais interagimos (MOURA, 2002).
Esses modelos constituem-se por ocasião de cada
interação concreta sendo assim dinâmicos (JOHNSON-
LAIRD, 1983).
O processo “constrói-se em um cenário espaço-
temporal”, com pessoas que ativam conhecimentos sob
determinadas condições e formas de interação.
Nesse sentido, “para mudar as concepções na mente
das pessoas, é preciso intervir no cenário situacional em
que estas se constroem” (RODRIGO; CORREA, 2004, p.
92).
7. Processo de reconstrução do
conhecimento do professor (Castro, 2002)
Aquisição de conhecimentos
teóricos (Moita Lopes (1996)
Novas experienciações da prática anterior
transformada (Castro, 2002; Celani, 1992;
Dewey, 1933; Stake, 1987; Schon, 1988;)
Análise e reflexão sobre e durante a
prática (Castro, 2002 ; Garcia, 1992;
Magalhães, 1998; Schön,1988)
8. Papel das atividades desenvolvidas no
EDUCONLE no desenvolvimento do professor?
Desenvolvimento cognitivo, social e cultural
Conscientização das estratégias de
aprendizagem
Desenvolvimento da competência
comunicativa
Competência comunicativa é o
conhecimento consciente e inconsciente da
língua alvo e de outros aspectos referentes
ao uso dessa língua, bem como a habilidade
de utilizar esses conhecimentos de forma
funcional (Canale, 1983, p.66).
9. Competência comunicativa
A competência gramatical ou
lingüística, refere-se ao
conhecimento de vocabulário,
regras de formação de palavras e
sentenças, semântica, pronúncia
e grafia.
10. Competência comunicativa
A competência sócio-lingüística é o
conhecimento das regras sociais
do uso da língua,
11. Competência comunicativa
A competência discursiva ou textual,
é a capacidade de se conectar uma
série de frases para formar um texto
que tenha significado
conhecimento de mundo
familiaridade com o contexto
o leitor / o falante / o ouvinte.
12. Competência comunicativa
Por fim, a competência estratégica
refere-se às estratégias que usamos
para a comuicação
Estratégias de comunicação
Durante a leitura adivinhar através das
pistas textuais das frases e dos
parágrafos.
13. Processo de reconstrução do
conhecimento do professor (Castro, 2002)
Aquisição de conhecimentos teóricos
(Moita Lopes (1996)
Novas experienciações da prática anterior
transformada (Castro, 2002; Celani, 1992;
Dewey, 1933; Stake, 1987; Schon, 1988;)
Análise e reflexão sobre e durante a
prática (Castro, 2002 ; Garcia, 1992;
Magalhães, 1998; Schön,1988)
14. "Aprender? Certamente mas, primeiro, viver e aprender pela vida, na vida."
John Dewey
http://coragemdeser.blogspot.com/2007/03/coragem-de-aprender.html Acesso 22/2/2010
15. Como utilizar nossa experiência
para o aprimoramento da
abordagem de ensinar?
Nossa abordagem de ensinar é “um
construto teórico que se compõe de
bases de conhecimentos informais
(crenças), de capacidade de ação e
deliberação sobre como agir na sala
de aula” (Almeida Filho, 2006, p. 11)
16. Competências de professores de
Língua Estrangeira (Almeida Filho, 1993)
Competência
Implícita
Competência
Lingüístico-
Comunicativa
Competência
Teórico-
aplicada
Competência
ProfissionalEnsino
e
Aprendizagem
Disponível em: http://www.apario.com.br/index/boletim39/artigocompetenciasv.f.doc
17. Competência Implícita
constituída de intuições, crenças e experiências
vivenciadas ao longo do processo de ensino e
aprendizagem. Tal competência não é suficiente
para que o professor seja capaz de assumir uma
prática de ensino crítica e engajada (Almeida
Filho, 1993).
Competência que abrange duas das fontes de
teorias práticas do professor
as experiências de vida, incluindo as experiências enquanto
aluno e professor de LE adquiridas ao longo do cotidiano
escolar
valores adquiridos socialmente, abrangendo as crenças sobre
o processo de ensino e aprendizagem de línguas (Zeichner &
Liston, 1996; Vieira-Abrahão, 2001, p. 153),.
18. Competência Lingüístico-
Comunicativa
relacionada com a compreensão e com a
capacidade de uso da língua-alvo,
envolvendo conhecimento sobre a sua
estrutura e seu funcionamento enquanto
código lingüístico e código social para
produção e interpretação de sentidos.
19. Competência Teórico-Aplicada
concepções teóricas de ensinar e aprender
línguas que capacita o professor a ensinar
de acordo com o que sabe
conscientemente (subcompetência teórica)
e que lhe permite explicar teoricamente
porque ensina da maneira que ensina e
porque obtém os resultados que obtém.
(Almeida Filho, 1993, p. 21)
20. Competência profissional
favorece a conscientização do professor
de seus deveres, potencial e importância
social no exercício do magistério (Almeida
Filho, 1993, p. 21).
“capacidade de mobilização, avaliação de
recursos e intervenção nas outras
competências a partir de um conjunto de
conhecimentos/concepções e a capacidade
de ação e atitudes de um professor
reflexivo” (Almeida filho, 2006:12).
22. Formas de desenvolver as
competências
Usar de diferentes formas de acessar o
conhecimento prévio, relacionar a experiência
prévia com as novas permitindo a elaboração de
múltiplas representações da realidade escolar.
Criar instrumentos para a compreensão, avaliação
e aperfeiçoamento da abordagem de ensinar;
Refletir sobre novas formas de fazer uma
determinada tarefa docente;
Associar teoria e prática com a finalidade de criar
estruturas de conhecimento mais amplos;
OBJETIVO: Enriquecimento, ajuste ou
reestruturação da abordagem de ensinar
existente;
24. PESQUISA QUALITATIVA
Estudo de caso
PARTICIPANTES:
Professora participante do Projeto de Educação
Continuada de Professores de Línguas
Estrangeiras - EDUCONLE
Kênia Sidon Sirianni
Pesquisadora
Shirlene Bemfica de Oliveira
25. Fases Perguntas de pesquisa
Fase 1
Preliminar
1. Como a professora compreende o processo interacional que
promove em sala de aula antes da fase colaborativa da
pesquisa?
Fase 2
Colaborativa
2. De que forma a professora discute sobre o que é interação
baseando-se nos textos sugeridos pela pesquisadora e pelos
instrumentos geradores de reflexão?
Fase 3
Coleta tardia
3. Em que medida a pesquisa influenciou ou promoveu
movimentos de mudança no uso da linguagem em sala de aula
e nas ações da professora para promover diferentes padrões
interacionais?
4. De que modo os modelos mentais se modificaram a partir
das ações propostas?
26. FASE 1:
fichas de cadastro e narrativas
questionário
observação diagnóstica (2 meses) e filmagem de aulas (3 aulas)
FASE 2:
sessão para discussões
aulas filmadas
textos teóricos
construção e análise de mapas conceituais
FASE 3:
observação de ações (ao longo do processo)
filmagem de aulas (3 aulas no final do projeto)
questionário
mapas conceituais
COLETA DE DADOS
28. 1. Como a professora compreende o
processo interacional que promove
em sala de aula antes da fase
colaborativa da pesquisa?
29. Análise do conceito de processo interacional
(Início do projeto)
Exemplo 1:
O que é interação para você? “Processo contínuo
onde nos colocamos na posição de
pesquisadores do próprio trabalho; interagir é
estar aberto a assumir diferentes realidades;
é nos colocarmos no lugar do aprendiz para
saber o que as dificuldades deles nos pedem.”
Por que a interação é um fator de relevância para
o ensino de língua inglesa? “Porque é preciso
ouvir o que os alunos dizem e o que “não
dizem”, quando amadurecemos uma relação de
confiança que eles devem sentir quando
percebem que você gosta do que faz.”
(Kênia, Perguntas 1e 2 do questionário)
31. As aulas
Preâmbulo: Momento de
descontração e alegria
“Good Morning! How are you feeling
today?”
“I feel good today!”
Alunos e professora cantam em inglês
32. As aulas
Aula propriamente dita
Valorização do desenvolvimento das habilidades de
compreensão e produção oral na língua-alvo
Trabalhos individuais, pares e grupos
Alunos sentados em círculo
Comunicativo X Tradicional
Desenvolvimento de técnicas e atividades que são
típicas de abordagens tradicionais valorizando a
estrutura gramatical (uso de metalinguagem para
explicações, atividades para completar com verbos no
passado e presente simples)
repetição (repetir listas de palavras, repetir todas as
falas de um diálogo em coro).
33. As aulas
Rito de partida:
marcado pelo sinal que toca durante as
atividades e os avisos da professora em
relação ao que será proposto na aula
subsequente
34. Conclusões da fase preliminar
Modelos mentais de interação
papel do professor
afetividade
Companherismo
Abordagem
Comunicativa: cria situações para engajar alunos
no uso da língua, usa a língua inglesa em sala de
aula, coloca alunos em pares e grupos
Tradicional:
IRA iniciação, resposta e avaliação
Atividades de comunicação com foco na gramática
36. 2. De que forma a professora discute
sobre o que é interação baseando-se
nos textos sugeridos pela
pesquisadora e pelos instrumentos
geradores de reflexão?
37. Sessão de visionamento
Temas para ação colaborativa (OLIVEIRA, 2006)
Impressões da professora sobre a filmagem
Desejos de mudança
Fatores que desestimulam o professor
Uso da língua inglesa em sala de aula
Organização dos trabalhos em grupos
Solicitação de ideias para melhorar o gerenciamento dos
trabalhos em grupos
Problemas no gerenciamento da aula
Necessidade da professora em ser mais dinâmica
38. Sessão de visionamento
“movimentos discursivos capazes de
engendrar o debate colaborativo” e a
reflexão (OLIVEIRA, 2006, p. 58).
Sequências dialogais corroboraram
algumas das fases do processo de reflexão
propostas por Bartlett (1990): mapear,
informar, contestar, avaliar e agir.
39. Sessão de visionamento
Elementos que puderam expandir o olhar
da professora com relação à sua prática
docente.
O instrumento não é suficiente para a
construção de modelos mentais
satisfatórios para a mudança conceitual e
prática.
O contexto discursivo pode permitir a
ancoragem para a construção de novos
conhecimentos.
40. Sessão de discussão
Leitura teórica
“- aprende-se a LI usando-a para se comunicar na LI;
- a comunicação deve ser significativa e simular situações do
mundo real;
- o material usado em sala de aula deve ser autêntico;
- a fluência na LI é uma das dimensões da comunicação;
- as habilidades (leitura, compreensão oral, produção escrita e
fala) devem refletir o uso real da língua e devem ser
utilizadas de forma integrada na sala de aula;
- a aprendizagem envolve a criação construtiva da
comunicação em LI através de tentativas e erros nas
interações e trocas de informações;
- os aprendizes precisam se conhecer e aprender a aprender a
LI”.
(MARQUES, 2007, p. 24)
41. Sessão de discussão
TAC: Avaliação de uma unidade didática
Análise dos princípios comunicativos da aula
dada
Qual a diferença em focar na forma e na
função comunicativa?
Como a professora desenvolveu a atividade em
pares?
Como foi a produção de textos?
42. Análise dos princípios comunicativos da
aula dada
153
154
155
K: a fluência da língua estrangeira também é uma das dimensões da
comunicação né, mas isso aqui está relacionado a quê? O aluno ou o
professor na aula?/ Pedido de esclarecimento
156
157
158
P: os dois né olha só nesse conceito de comunicação a fluência da língua
estrangeira foi utilizada? (...) você conversou com os alunos na língua
inglesa? Pedido de esclarecimento
159 K: naquela atividade que eu fiz com eles, eles fizeram sim (+) réplica mínima
160
161
P: então a única coisa que não foi utilizada foi o material autêntico? Então/
Pedido de esclarecimento
162
163
K: e isso aqui? Eles é eles trocaram né eles trocaram informações em inglês
naquela atividade/ complemento da asserção
(Sessão de discussão 5: linhas 153-163)
43. 120
121
K: (...) eu coloquei eles em dupla e essa atividade aqui é mais comunicativa descrição dos eventos da
aula
122 P: aí eles fizeram? pedido de esclarecimento
123
124
125
K: fizeram (+) aí quando chegou aqui, eles ficaram interessados em fazer rapidamente (risos) porque a
entrevista era comigo descrição dos eventos da aula
126
127
P: você vê que são situações comunicativas (mostrando as atividades) olha pra você ver tem um
contexto que é apresentado né reflexão
128
129
130
131
132
K: exatamente, aí lá caiu também dentro do assunto aí eles fizeram tranquilamente e eu mostrei pra eles
que existem diversas situações aqui (+) eles foram selecionados porque quando eles vão escrever alguma
coisa pra mim rola muito isso, não é decoreba, é uso descrição dos eventos da aula gera reflexão
133 P: uso comunicativo complementação da asserção
134
135
136
137
K: uso comunicativo, aí fizeram aquilo e aí na hora que chega aqui tanto é que chega aqui olha é simple
present de novo wh- questions when do you sleep? assim por diante né (+) e aí vem esse reading e esse
writing (...) descrição dos eventos da aula
138 P: aham (concordando) réplica simples: concordância
139
140
141
142
K: que veio caiu exatamente dentro da estrutura que eles estão estudando os meninos me deram as
cartinhas e eu recolhi (...)eu acredito que tenha saído um pouco mais comunicativo (...) eu pedi que
fizessem cartas mesmo pra me entregar descrição e reflexão sobre os eventos da aula
143
144
P: bacana (+) você percebe que eles estão produzindo algo que é comunicativo? pedido de
esclarecimento
145
146
147
148
K: eu acho que essa aula ficou melhor do que a que você gravou (...) eu mudei algumas coisas (...) eu
sempre fui reflexiva, mas eu estou pensando diferente no porquê. Eu acho que eu me identifiquei com o
que o livro falou (se referindo ao que foi lido Marques, 2007) reflexão
(Sessão de discussão final, linhas 120-148)
44. Conclusões da fase colaborativa
A discussão pode levar a reflexão. Isso
pode implicar na construção de uma
rede conceitual em que o conteúdo
(língua inglesa), o contexto (sala de
aula) e a estrutura se articulem e
possam esclarecer a dinâmica do
raciocínio e consequentemente,
promover mudanças na formação
docente (SCRIPTORI, 2006, p. 1).
46. 3. Em que medida a pesquisa influenciou
ou promoveu movimentos de mudança
no uso da linguagem em sala de aula e
nas ações da professora para promover
diferentes padrões interacionais?
4. De que modo os modelos mentais se
modificaram a partir das ações
propostas?
48. Análise do conceito de processo
interacional (Final do projeto)
Exemplo 2
O que é interação para você? “Promover o ensino
participando e adaptando a aula a cultura
presente naquele momento. Interação é
envolver e seduzir.” (pergunta 1: questionário
sobre interação fase 3)
Por que a interação é um fator de relevância para
o ensino de língua inglesa? “Porque sem
interação é impossível proporcionar sentido
ao ensino da língua. O público alvo necessita se
sentir motivado para trazer o uso da língua
inglesa para a sua cultura. (Pergunta 2:
questionário sobre interação fase 3)
49. As aulas
Apresentação do planejamento para os alunos
(objetivos e plano de ações)
Preâmbulo: Ela manteve o clima descontraído, mas
não tão rígido como nas primeiras aulas filmadas.
A professora entrou na sala, cumprimentou os alunos
em inglês “Good Morning! How are you feeling
today?”, e eles responderam de forma diferenciada
“I feel good today! Hi teacher! Good Morning!”
Uso de warm up para ativar o conhecimento prévio
dos alunos
Perguntas abertas que motivavam o uso da língua
inglesa
50. Considerações finais
Acréscimo de elementos na abordagem:
preocupação em solicitar as informações prévias dos
alunos
seguir as fases de uma aula
deixar os alunos mais livres durantes alguns momentos
da aula para interagirem
imaginar alternativas e procedimentos mais eficientes
para sua sala de aula
Atribuímos isso ao fato de ela ter tido, durante a
capacitação e a participação na pesquisa,
modelos alternativos que a ajudaram a entender
o funcionamento de sua sala e promover
mudanças.
51. Considerações finais
O que o professor é em sala de aula
tem relação com seus modelos
mentais, com a forma como ele
define os problemas e com as ações
que ele vai tomar para o
gerenciamento da sala de aula. Ele
usa aquilo que conhece expandir,
dependendo da atitude que ele tem
no contexto de atuação e na
capacitação.
52. “Muito já foi feito e mudado para adaptar
as aulas à realidade cotidiana e a
interação, provavelmente, foi a principal
chave dessas mudanças. Só quem
pesquisa seu próprio trabalho promove
interação. Ser um professor etnográfico
contribui muito para provocar fortes
mudanças. Ainda continuo tentando. A
etnografia é uma excelente proposta
realizada durante o Projeto EDUCONLE.
Todo professor precisa abrir este
parêntese” (Kênia).
53. Bibliografia
ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. 1ª. ed. Campinas: Pontes. 75
pgs, 1993.
____________________. “Conhecer e desenvolver a competência Profissional dos professores de LE”.
In: Contexturas: Ensino Crítico de Língua Inglesa. São Paulo: APLIESP, n.9. p.9-19. 2006.
MARQUES, A. L. P. O papel da percepção consciente de conectivos concessivos na produção escrita e
na reformulação da interlíngua. 2007. f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada pelo
Programa de Pós Graduação Em Estudos Linguísticos) - Faculdade de Letras. Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
OLIVEIRA, A. L. A. M. Hermes e bonecas russas: Um estudo colaborativo para compreender a relação
teoria-prática na formação docente. 2006. 247 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) -
Faculdade de Letras. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
OLIVEIRA, S. B. Compreendendo o processo interacional na sala de aula de língua inglesa: visões de
professores e alunos. 2004. 163 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Faculdade de
Letras. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.
RODRIGO, M. J.; CORREA, N. Representação e processos cognitivos: Esquemas e modelos mentais.
In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (Orgs.) Desenvolvimento psicológico e educação. Porto
alegre: Artmed, 2004. 472 p.
VIEIRA-ABRAHÃO, M. H. “Uma abordagem reflexiva na formação e no desenvolvimento do professor
de língua estrangeira”. In: Contexturas: Ensino Crítico de Língua Inglesa. Indaiatuba: APLIESP, n.
5. p 153-159. 2000/2001.
VYGOTSKY, L. S. Mind in society. The development of higher psychological processes. Cambridge, MA:
Havard University Press, 1978.
_______________. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
_______________. Pensamento e linguagem. Trad. Jeferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins
Fontes, 1987.
Notas do Editor
Objetivo:
- Relato da experiência docente
Impacto do EDUCONLE na vida profissional dos participantes
Apresentar os resultados da pesquisa de doutorado: Construindo e transformando os processos conceituais: Ações para o desenvolvimento do professor.
Iniciarei a fala com uma pergunta para refletirmos sobre os conhecimentos e competências envolvidas na prática docente. Como reconstruir, transformar o conhecimento do professor de línguas e desenvolver uma prática renovada?
Nesse processo de reconstrução do conhecimento do professor devem estar envolvidas:
- a Aquisição de conhecimentos teóricos (Moita Lopes (1996)
- Novas experienciações da prática anterior transformada (Stake, 1987; Schon, 1988; Dewey, 1933; Celani, 1992; Castro, 2002)
- Análise e reflexão sobre e durante a prática (Garcia, 1992; Schön,1988; Magalhães, 1998; Castro, 2002)
Para responder a esta pergunta nos pautamos em dois teóricos Vygotsky e Johnson-Laird. Utilizamos os dois autores para contemplar o desenvolvimento do professor nos âmbitos sócio-histórico culturais e cognitivo.
o desenvolvimento do indivíduo está localizado no discurso e nas atividades socioculturais que ele desempenha (HALL; VERPLAETSE, 2000, p. 7). Sendo assim, durante a participação no EDUCONLE, a interação com os colegas de turma, com os professores, com os pesquisadores, e também com seus alunos em sala de aula tem papel crucial. Além disso, as leituras podem fomentar um amadurecimento e enriquecimento conceitual.
Para Vygotsky, a aprendizagem e o aprimoramento dependem da participação repetida dos indivíduos em atividades colaborativas. Nessas atividades, vocês têm a oportunidade de desenvolver a ZDP (zona de desenvolvimento proximal), que é a distância entre o desenvolvimento real e potencial, ou seja, é a diferença entre o que vocês podem alcançar sozinhos e o que podem fazer quando recebem a ajuda de alguém mais experiente ou de um outro recurso cultural (LANTOLF, 2000, p. 17).
A pessoa mais experiente ou o recurso serve como andaime para que o outro se desenvolva. Quando o “andaime” ocorre, há a evidência de que se está trabalhando ou desenvolvendo a ZDP. Segundo Lantolf (2000, p. 17), a “mediação é a chave para a construção do conhecimento”.
Quando aprendemos algo, construímos em nosso sistema cognitivo modelos mentais das situações com as quais interagimos (MOURA, 2002).
Esses modelos constituem-se por ocasião de cada interação concreta sendo assim dinâmicos (JOHNSON-LAIRD, 1983).
O processo, “por mais abstrato e conceitual que seja, constrói-se em um cenário espaço-temporal”, com pessoas que ativam conhecimentos sob determinadas condições e formas de interação. É por isso que não podemos determinar qual será nossa reação perante uma mesma situação repetidas vezes.
Nesse sentido, “para mudar as concepções na mente das pessoas, é preciso intervir no cenário situacional em que estas se constroem” (RODRIGO; CORREA, 2004, p. 92).
Durante a aprendizagem a leitura auxilia o professor a se desenvolver cognitivo, social e culturalmente. No contexto de ensino de LE, ele pode ter a oportunidade de desenvolver sua competência comunicativa e de se tornar mais consciente das estratégias que utiliza para aprender.
A Competência comunicativa é o conhecimento consciente e inconsciente da língua alvo e de outros aspectos referentes ao uso dessa língua, bem como a habilidade de utilizar esses conhecimentos de forma funcional (Canale, 1983, p.66).
Ela é composta de sub-competências, a saber: gramatical, sócio-lingüística, discursiva e estratégica.
Para a discussão do papel da experiência em nossas vidas, trago uma imagem para reflexão. Aprender partindo da experiência prévia que temos, mas construir experiências renovadas de forma prática e consciente.
Atualmente, linhas de pesquisa focadas na formação de professores valorizam a experiência prévia do professor como elementos constitutivos da abordagem de ensinar.
A partir dessa competência, o professor pode reconhecer sua necessidade de desenvolvimento profissional contínuo e permanente, propondo alternativas que viabilizam uma postura consciente e reflexiva de professores de LE
EDUCONLE
Ele atendia, na época da pesquisa (2007 e 2008) professores de inglês das redes públicas de ensino e foi neste contexto que coletei os dados para a minha pesquisa. Na época da coleta era composto dos eixos de desenvolvimento: lingüístico, metodológico e reflexivo por meio de aulas de metodologia, de língua e de oficinas para resolução de problemas e pesquisa-ação
O curso perfazia um total de trezentas horas (300 h) dividido em dois anos
O projeto utiliza diversos instrumentos durante as aulas que objetivam o desenvolvimento da competência docente.
Os resultados que apresentarei a seguir são da minha pesquisa de doutorado que visava mapear o desenvolvimento de uma das participantes do ponto de vista prático e discursivo.
Ler
A definição e justificativa remetem à preocupação dela com o seu papel em sala de aula de assumir posições que a levem a manter uma boa relação com os alunos para facilitar a aprendizagem deles.
A metáfora das múltiplas faces do professor foi escolhida pela pesquisadora para mapear a visão do papel de Kassiana em sala de aula. Ela assume diversos papéis e usa de diferentes vozes para promover interação em sala de aula. Ela é o professor, o pesquisador, o aprendiz, falante e o ouvinte em sala de aula.
Outra metáfora escolhida é a metáfora do professor companheiro, amigo que é aquele que ouve o aluno, conhece suas dificuldades e estabelece uma relação de confiança com ele.
No entanto, neste primeiro momento, a definição de interação da professora é generalizante. Ela não faz menção direta à interação teoricamente informada como um meio propício à compreensão e modificação do input, à produção, à negociação de sentido, e ao fato de a interação ser um meio para o aluno atentar para a forma da língua alvo
que demonstra que a professora sabe da importância de o aluno receber insumos compreensíveis na língua-alvo para o seu desenvolvimento linguístico e de produzi-los em contextos comunicativos (BREEN; CANDLIN, 1980; BROWN, 1994; SAVIGNON, 1997; WIDDOWSON, 1978).
Análise da unidade
Reflexão sobre a aula
Percebemos que as professoras foram alem de discutir o texto teórico.
Elas conseguiram relacionar os temas a sua prática docente trazendo exemplos, narrativas e sugestões para o aprimoramento do grupo.
define e justifica interação como o meio de promover o ensino de LE de forma participativa e envolvente que leve à mudança da cultura do contexto e que atenda às necessidades dos alunos
A menção ao uso da língua inglesa em sala corrobora os pressupostos da abordagem comunicativa que demonstram que as técnicas de ensino de língua devem objetivar o engajamento dos alunos nos usos pragmáticos, autênticos e funcionais da língua.
o construto interação, que era anteriormente um fator afetivo, passa a agregar elementos como: a participação e o envolvimento do aluno, a motivação ao uso da LE na cultura do educando.
na primeira fase discutiu o “lado afetivo das interações em sala de aula” e o concebeu “como forma de desenvolvimento das habilidades orais” (SCHUMANN 1997). Na fase final primou pela “dinamicidade”, participação e envolvimento para o desenvolvimento da interlíngua do aluno (MELO; DUTRA, 2004, p.73).
Em nosso estudo, assim como Mello e Dutra (2004), percebemos também que a professora utilizou-se de domínios metafóricos diferenciados para conceituar o processo interacional, havendo uma concentração maior nas noções de dinamicidade, afetividade e socialização e se mostrou consciente desse conceito como uma estratégia de desenvolvimento de habilidades integradas em sala de aula.