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Universidade do Algarve

                  Escola Superior de Educação e Comunicação

                        Licenciatura em Educação Social

             Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais

                              2º Ano – 1º Semestre



                Análise Territorial
                 da Praia de Faro




                            RELATÓRIO
Docentes:
Bernardete Sequeira e Vanessa Sousa
Discentes:
Ana Abreu, aluna n.º 1757; Ricardo da Palma, aluno n.º 43043; Rita Gonçalves,
aluna n.º 41807; Telvia Costa, aluna n.º 43728.

                       Faro e UAlg-ESEC, Janeiro de 2012
Análise de Contextos Profissionais                                                                                       Educação Social

             Índice
Introdução .......................................................................................................................................... 3

1.      Enquadramento.......................................................................................................................... 5

     1.1 Contextualização teórica .......................................................................................................... 5

2.      Caracterização ............................................................................................................................ 8

     2.1 Movimento Associativo .......................................................................................................... 10

3.      Metodologias ........................................................................................................................... 11

4.      Análise e Discussão ee Resultados ........................................................................................... 13

5. Considerações Finais .................................................................................................................... 16

     Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 18

     Guião de observação .................................................................................................................... 22

     Guião de Entrevista ...................................................................................................................... 24

     Diários de Campo ......................................................................................................................... 26

     Registos Fotográficos ................................................................................................................... 40
Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social




       Introdução
O presente trabalho enquadra-se no conteúdo programático da Unidade Curricular de
Análise de Contextos Profissionais, do 2º ano – 1.º semestre da Licenciatura de
Educação Social (pós laboral), orientada e coordenada pelas professoras Bernardete
Sequeira e Vanessa Sousa, onde foi proposto realizar um trabalho sobre um contexto
organizacional ou territorial. O nosso grupo optou pela análise de um contexto territorial,
tendo a escolha incidido sobre a Praia de Faro.
A escolha deste território teve a ver com o facto de todos os elementos do grupo
conhecerem e frequentarem este território, quer pelo sentimento de pertença para com a
mesma quer pelo facto de conhecermos a atual situação deste território, que se encontra
incluído num programa forte de reestruturação territorial e que de uma certa forma tem
condicionado as relações sociais inter/intra comunidade.
Assim sendo, a questão de partida deste trabalho de investigação empírica e que no
fundo também enuncia o seu principal objetivo é: Como está organizada territorialmente a
Praia de Faro?
A partir desta interrogação, outras mais específicas surgiram, tais como:

- Quais as características deste território?

- Qual a sua tipologia?

- Que problemas/oportunidades são sentidas no território?

- Quais as redes de sociabilidade?

Partindo desta problematização, traçamos como objetivo geral do retrato territorial da
Praia de Faro, em termos de infraestruturas, equipamentos e serviços, as atuais
condições de habitabilidade e ordenamento do território e o caracterizar das associações
que representam a ilha, sendo este último objetivo específico o que nos despertou maior
curiosidade no desenrolar da investigação e que oportunamente será justificado.
Numa perspectiva de futuros Educadores Sociais, onde o “traço” marcante é, sem dúvida,
a capacidade para saber encontrar e ajudar a percorrer caminhos que vão no sentido do
bem-estar da pessoa e da sociedade” (Cardoso, 2006:14), pretendemos, neste sentido,
analisar um território, indo ao encontro dos princípios da Educação Social, partindo de
uma análise temática e tentando perceber as redes de sociabilidade existentes.
Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

O presente trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos, incluindo o introdutório e
excetuando os anexos, que compõem todos os instrumentos de trabalho usados (diários
de campo, guião de observação, grelhas de análise do conteúdo, pesquisa documental,
conversas informais, entrevistas semi-estruturadas e registos fotográficos; o primeiro
capítulo: enquadramento do estudo, com referências teóricas de problematização sobre o
objeto de estudo; segundo capítulo: caracterização da Praia de Faro; terceiro capítulo:
metodologia de investigação; quarto capítulo: resultados (onde consta a apresentação
dos dados e discussão dos resultados mais significativos); quinto capítulo: considerações
finais (no qual é apresentado a reflexão final, as críticas a todo o desenrolar do estudo e
algumas pistas para novos estudos que consideramos importantes durante o percurso da
análise efetuada.
Análise de Contextos Profissionais                                       Educação Social

         1. Enquadramento

Atendendo à visão de Silvano (1997) quanto ao conceito de território, este vai para além
de um espaço físico. Não nos podemos confinar a pensá-lo apenas como um espaço
delimitado por fronteiras. Um território envolve as relações sociais, políticas e
representacionais e consiste na forma como o indivíduo se identifica com o espaço, como
revela as suas práticas e como o considera como um espaço de pertença e de referência.
A problematização teórica desta análise territorial representa o nosso compromisso,
enquanto pesquisadores do campo científico em que estamos inseridos, e, neste caso
concreto, na Praia de Faro. Segundo BONIN (2006, p. 27), “um trabalho alentado de
localização de conceitos e de proposições pertinentes para a compreensão do
problema/objeto”, logo, sobre a problematização teórica, deve-se compreender o que ela
representa de forma a balizar o estudo com obras de autores que abordam o tema. Neste
sentido, balizámos o presente capítulo no olhar sobre as relações entre a ruralidade
piscatória da Praia de Faro, recorrendo-nos do paralelismo referido por Campêlo (2000)
entre rural agrícola e piscatório, e a urbanidade, bem como a sua caracterização
territorial.


               1.1 Contextualização teórica
Consideramos o território da Praia de Faro, enquadrado no contexto tipológico, como
sendo um território rural, dado o seu cariz piscatório, em que a atividade principal (ainda)
deriva da pesca e dos recursos naturais deste espaço, mas em via de urbanização (Reis,
2001), ou seja, dadas as suas características estruturais (equipamentos, serviços,…) e
também dada a relação de proximidade, geográfica, social, económica e política,
existente entre este espaço rural, recorrendo-nos do paralelismo referido por Campêlo
(2000) entre o rural agrícola e rural piscatório, quer com o grande centro urbano que é a
cidade da Faro (capital de Distrito), quer com a capital de freguesia, à qual pertence,
Montenegro, bem como à grande infraestrutura sediada no limítrofe fronteiriço da sua
área que é o Aeroporto Internacional de Faro.
A processo de urbanização, relaciona-se, cada vez mais, com o estreitamento de
relações entre o rural e o urbano, onde o mundo rural depende, em certa medida, do
mundo urbano, e, vice-versa. E isto porque ambos são indissociáveis, quer pelo fator
económico, onde o mundo rural tem como função de suporte a produção de bens que
servem o centro urbano, quer pelo fator social onde parte da população rural migra para



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as cidades, fomentando desta forma o seu crescimento e desenvolvimento. Segundo
Ferrão (2000), a centralidade económica, social e simbólica do mundo rural arcaico veio a
perder fôlego com a chegada da Revolução Industrial no século XVIII.
O mesmo autor refere ainda que, após a 2ª Guerra Mundial e com a industrialização da
agricultura, surgiu uma nova dicotomia entre o meio rural: o rural moderno e o rural
tradicional, levando a que a oposição entre rural e urbano começasse a ser vista não
como a mais decisiva dada a “perda” da exclusividade do modernismo nas áreas
urbanas.
                 “A mudança operada nas relações cidade/campo, traduzida em alargamento e
                 diversificação,   era   acompanhada   pela   emergência   do   espaço   social
                 urbano/industrial, o qual, na sua lógica de afirmação e de inovação, se
                 guindava a posição dominante e subordinava a si o espaço social rural”
                 (Barros, 1990:46).

Barros (1990), refere que a revolução industrial veio trazer profundas mudanças no
mundo rural. A transferência das atividades para a cidade veio tornar a produção agrícola
do meio rural totalmente dependente da indústria da cidade e cada vez mais orientada
para a cidade e pela cidade. Não só o fator económico foi afetado. A nível social, quebra-
se a integração no espaço rural, levando ao êxodo, e deste modo ao rompimento do
espaço social rural.
Dentro do contexto em análise, e segundo Sampaio (2007), o Algarve é encarado, de
uma forma geral, como uma região em que a complementaridade entre o rural interior e o
urbano litoral se verifica na sua plenitude e no caso concreto da Praia de Faro, e de
acordo com o pensamento de Wirth (1928, cit. in Bógus, 2009), surge a ideia que o
urbano e o rural não são opostos, mas que na realidade estão em contacto permanente.
Ele afirma que o processo de urbanismo transpõe as fronteiras das cidades e que as
mesmas produzem características distintas no modo como os seus ocupantes se
organizam em agrupamentos. Remy e Voyé (1994), entende que, no processo de
urbanização existe uma dicotomia entre o relacionamento rural e urbano. Este autor
refere que os espaços são diferenciados numa perspetiva relacional e que as interações
sociais a vida quotidiana e as relações afetivas são individuais.
                 “Enquanto nos interessarmos pelo rural é porque nos interessamos pelas
                 pessoas, pelos territórios, pelas sociabilidades, pela proximidade relacional,




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                    pelas capacidades que originam ancoragens qualificantes dos processos de
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                    desenvolvimento”. (Reis, 2001:11) .

Esta perspetiva de Reis (2001), vai de encontro à reflexão de Ferrão (2000) quanto à
capacidade relacional de redescoberta do mundo rural, e reforça a ideia da valorizações
das pessoas e das suas competências, motivando-as a encarar o território como
património. O reaproveitamento e valorização do território, centrado na renaturalização –
conservação e proteção da natureza; a procura de autenticidade – com vista a criar
identidade própria e privilegiar a conservação e proteção do património histórico, com
capacidade de suportar as tendências atuais da globalização; e a comercialização das
paisagens – valorizando as atividades de turismo e lazer, num sentido de resposta à
expansão de novas práticas de consumo, são medidas que, não só promovem o território
em si, tornando-o multifuncional e com valor patrimonial, como fomentam a pluriatividade
das comunidades, levando a que estas contribuam na manutenção e expansão do mundo
rural, quer em termos económicos quer também em termos sociais e ambientais (Ferrão,
2000).
Contudo, esta comunidade mareante, tem sofrido fortes alterações nos últimos anos.
Quer numa perspectiva económica, dadas as políticas que se têm desenvolvido tenderem
a fragilizar este setor de atividade que ainda é o garante sustentável destas populações,
quer numa perspectiva social, dadas as transformações previstas para a Orla Costeira
em termos de demolições de habitações, que tendem a fomentar por si só a rutura destas
comunidades. E esta perspectiva social, de demolição de algumas habitações
construídas e realojamento dos seus habitantes, é vincadamente, o grande e atual
problema da comunidade da Praia de Faro.
Essas construções tinham sido consideradas pelo POOC (plano governamental
denominado Plano de Ordenamento da Orla Costeira) de destruição obrigatória parcial,
sendo o espaço atualmente ocupado submetido a uma futura renaturalização e
reestruturação territorial e são notórios vários problemas sociais, culturais e políticos,
derivados dos atuais programas. A POLIS LITORAL RIA FORMOSA2, definiu como
atividades estratégicas:



1
  Conferência no “Plenário Inicial” do 1º Congresso de Estudos Rurais - Território, Sociedade e Política:
Continuidades e Rupturas, da Sociedade Portuguesa de Estudos Rurais, 17 de Setembro, Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.
2
  (Sociedade para a Requalificação e Valorização da Ria Formosa) - constituída, pelo Decreto-Lei n.º
92/2008, de 3 de Junho, derivado da POLIS LITORAL - Resolução do Conselho de Ministros nº90/2008.


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                  “a preservação do património natural e paisagístico, através da protecção e
                  requalificação da zona costeira visando a prevenção de risco e da promoção da
                  conservação da natureza e biodiversidade no âmbito de uma gestão
                  sustentável; a qualificação da interface ribeirinha, através da requalificação e
                  revitalização das frentes de ria, da valorização de núcleos piscatórios e do
                  ordenamento e qualificação da mobilidade; a valorização dos recursos como
                  factor de competitividade, através da valorização das actividades económicas
                  ligadas aos recursos da ria suportada no seu património ambiental e cultural e
                  direccionados directamente para os realojamentos em curso“ (POLIS LITORAL,
                  2008).
Num primeiro olhar sobre a Praia de Faro, vários fatores se levantam. Trata-se de um
território dotado de um rico património histórico, cultural e identitário, construído por uma
comunidade mareante marcada pela forte identidade dos seus residentes com o espaço-
mar e ainda marcada pelo fato das suas situações económica e social, que não podem
nem de devem ser esquecidas (Campêlo, 2000), dependerem ainda dos recursos deste
território.
Para defesa do território da Praia de Faro, foram sendo criados ao longo dos anos vários
movimentos associativos, os quais, segundo Trindade (1986), têm como função promover
e recriar artificialmente comunidades que se encontram condenadas à desaparição e que
outrora foram agastadas, quer devido a fatores endógenos (pela rutura de relações
internas na comunidade) quer pela separação e dispersão motivada por fatores exógenos
(pelo êxodo rural). Esta autora, refere também “que embora no sentimento de pertença
seja mais idealizado do que traduzido por razões palpáveis, ele serve de motivação para
ocasiões de encontro, para a construção de melhorias e para enquadramento de
dispersos”.



         2. Caracterização
A praia de Faro ou ilha de Faro situa-se no Algarve, no município de Faro, freguesia de
Montenegro e é uma extensa língua de areia fina e branca, que em 1994 tinha
aproximadamente “10.5 quilómetros de comprimento e 100 a 300 metros de largura entre
o mar e a Ria Formosa” (Bettencourt cit in Pestana), tendo sofrido mutações ao longo dos
anos.
Esta faz parte do cordão dunar que forma a Ria Formosa e está inserida na Península do
Ancão, que constitui a unidade mais ocidental do sistema de ilhas-barreiras (Dias et al,
2004).


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Até aos anos 30 a Ilha de Faro era apenas habitada por pescadores, sendo que a partir
desta altura as pessoas que ali se deslocavam por lazer começaram também a construir
as suas casas de férias.
No princípio do século XX, as primeiras habitações que surgiram pertenciam aos
pescadores e eram barracas de junco com telhados de palha semelhantes aos
“Palheiros” existentes em território português (Viegas, in Lage 2009).
A proximidade com a capital regional, a acessibilidade por estrada justifica o facto de esta
praia ter sido das primeiras Ilhas da Ria Formosa a conter uma ocupação populacional
mais consistente de residência de veraneios (CCR, 1986). Pelo que este território até
1956 pertencia ao domínio público marítimo, passando posteriormente para domínio
privado do Estado (Viegas, in Lage 2009)
A ligação desta Ilha ao continente é artificial, e faz-se através de uma ponte rodoviária
construída em 1957 (Silva, com.pess.), que possibilita a passagem pedonal ou de alguns
veículos. O acesso à praia também pode ser feito por via marítima (barco), existe
também a possibilidade de se deslocarem de autocarro, tendo que proceder à passagem
da ponte a pé. E, com o aumento do número de pessoas nos meses de Verão provoca
um congestionamento no acesso à praia que também origina estacionamentos
sobrelotados (Lage, 2009)
Os recursos naturais são de grande importância e riqueza, conferem-lhe uma enorme
importância económica, destacando-se a fauna, flora e condições climatéricas (Muzavor
& Morenito, 1999)
A ilha de Faro tal como toda a Ria Formosa, para além de local de um abrigo, é também
uma zona distinta para a alimentação, reprodução e estadia de numerosas espécies
animais, desde os peixes aos invertebrados, incluindo moluscos e crustáceos, servindo
simultaneamente de suporte a uma avifauna diversificada.
Existe uma grande diversidade de fauna mas, as mais visíveis na praia de Faro são:
Himantopus himantopus (pernilongo), Tringa totanus (perna vermelha comun), Anãs
platyrhynchos (Pato real), ardea cinerea (Garça real), Egretta garzetta (Garça Branca),
Phoenicopterus ruber (flaminco), Larus cacchinans (Gaivota de pata amarela) (Musavor &
Pinto, 1994), Ruditapes decussatus (ameijoa boa), Cerastoderma edule (berbigão), Ensis
Siliqua (lingueirão) (Muzavor, 1991)
A Ilha de Faro apresenta alguns interesses em relação à flora: os sapais apresentam uma
vegetação halófita (vegetação que suporta elevados níveis salinos, carência de oxigénio
nos solos) e a flora dunar que está adaptada aos ventos fortes e que permite uma grande


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permeabilidade dos solos e que tem como espécies o Ammophila arenaria (Estorno),
Otanthus maritimus (Cordeirinhos da Praia), Spartina marítima (ICN) Os recursos naturais
são a base de apoio da atividade turística e são eles os fatores de motivação da procura
e desenvolvimento turístico, tendo estes que ser planeados e bem geridos. No entanto
nos meses de Verão a utilização dos recursos naturais existentes provoca a destruição
dos mesmos bem como a poluição no sistema (POLIS, sd).
Em relação ao “ Turismo é considerado como uma das atividades económicas de maior
importância nas áreas costeiras. No entanto, esta atividade tem sido associada à
emergência de fortes impactos negativos nestas mesmas áreas. Este é um dos motivos
que tem levado ao crescente interesse pelo turismo sustentável, já que o excesso de
actividade turística, em particular na época balnear, revela a existência de várias
pressões ambientais sobre essas áreas” (Pinho et al, sd).
No entanto o turismo de natureza está relacionado com os equipamentos de lazer
existentes nos espaços abertos, destinados aos residentes e ao turismo interno (Pestana,
1997).
A tipologia deste território é de carácter rural, com características urbanas. Rural dado o
seu cariz piscatório, sendo a pesca a atividade principal dos seus residentes e com
características urbanas uma vez que também é dotada de certas infraestruturas e
equipamentos (como parque de campismo, GNR, hotéis, restaurantes) e pela
proximidade relacional com os centros urbanos contíguos.

               2.1 Movimento Associativo
Na praia de Faro existem três associações que foram criadas para a defesa dos
moradores e/ou utentes.
A primeira Associação a ser constituída foi a Associação Para a Defesa e
Desenvolvimento da Praia de Faro (APRAFA) a 4 de Maio de 1990. Sendo esta uma
associação “sem fins lucrativos, não religiosa e apolítica” e fundada com o objectivo
“promoção e desenvolvimento da Praia de Faro, bem como de actividades desportivas e
culturais.” (Diário da República n.º 145,série III, 1990)
A Associação DUNA MAR, foi a segunda associação a ser formada na ilha de Faro e foi
fundada a 23 de Junho de 2005, segundo dados do Diário da República. Tem como
objectivo “defender os interesses dos residentes e utentes da Praia de Faro; Desenvolver
actividades no âmbito sócio - culturais, recreativas e desportivas; Preservação e
desenvolvimento da Praia de Faro” (Diário da República n.º 168,série III, 2005).



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A Associação Dos Utentes da Ilha de Faro (AUIF) surgiu a 7 de Abril de 2010, tendo
como principal objectivo defender os interesses tanto dos proprietários como utentes da
ilha. A associação emerge devido à preocupação dos proprietários e utentes da praia,
perante iniciativas da Câmara Municipal de Faro e da Polis em alterar o ordenamento
territorial da Ilha, levando a que muitas pessoas tenham que a abandonar. O objectivo
geral desta associação não se limita apenas à questão das demolições e realojamentos
mas, a todas as questões relacionadas com os utentes, ou seja, a quem frequenta a praia
e não só com quem lá reside, tais como o acesso à ilha, o estacionamento e o transporte.
(Cabeços, com.pess.).
Na praia de Faro existem três associações que foram criadas para a defesa dos
moradores e utentes.
A primeira Associação a ser constituída foi a Associação Para a Defesa e
Desenvolvimento da Praia de Faro (APRAFA) a 4 de Maio de 1990. Sendo esta uma
associação “sem fins lucrativos, não religiosa e apolítica” e fundada com o objetivo
“promoção e desenvolvimento da Praia de Faro, bem como de atividades desportivas e
culturais.” (Diário da República n.º 145,série III, 1990)
A Associação DUNA MAR, foi a segunda associação a ser formada na ilha de Faro e foi
fundada a 23 de Junho de 2005, segundo dados do Diário da República. Tem como
objetivo “defender os interesses dos residentes e utentes da Praia de Faro; Desenvolver
actividades no âmbito sócio - culturais, recreativas e desportivas; Preservação e
desenvolvimento da Praia de Faro” (Diário da República n.º 168,série III, 2005).
A Associação Dos Utentes da Ilha de Faro (AUIF) surgiu a 7 de Abril de 2010, tendo
como principal objectivo defender os interesses tanto dos proprietários como utentes da
ilha. A associação emerge devido à preocupação dos proprietários e utentes da praia,
perante iniciativas da Câmara Municipal de Faro e da Polis em alterar o ordenamento
territorial da Ilha, levando a que muitas pessoas tenham que a abandonar. O objectivo
geral desta associação não se limita apenas à questão das demolições e realojamentos
mas, a todas as questões relacionadas com os utentes, ou seja, a quem frequenta a praia
e não só com quem lá reside, tais como o acesso à ilha, o estacionamento e o transporte.
(Cabeços, com.pess.).


       3. Metodologias
Em qualquer trabalho em ciências sociais é necessário recorrer a métodos, técnicas, e
estratégias específicas consoante o assunto em questão (Albarello et al, 1995). Segundo



                                                                                     11
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Ander-Egg (1987) a metodologia é “entendida como a disciplina que se ocupa dos
métodos e suas inter-relações” e será a organização crítica das práticas de investigação
(Almeida & Pinto, 1982). O trabalho de investigação no campo é flexível e sem
procedimentos rígidos e a metodologia está constantemente a ser adaptada e redefinida
pelo investigador (Burgess, 1997). Segundo Bell (1997) e Pérez Serrano (1994), a
observação é uma das técnicas fundamentais utilizadas no processo de investigação em
Ciências Sociais. E pode tornar-se numa técnica poderosa. Aplicado a um determinado
contexto social, fazem parte da observação direta, entre outros, os diários de campo, os
guias de observação e as notas de campo, (Burgess, 1997; Machado, 2004; Pérez
Serrano, 1994). Segundo Quivy & Campenhoudt (1998), na observação direta, procede-
se diretamente à recolha de informação, incidindo num guião de observação onde devem
estar presentes os indicadores pertinentes para o estudo em questão.

Por outro lado, diz Machado (2004), que a observação direta com a realização de um
diário de campo permite um contacto mais direto com as pessoas para uma melhor
perceção da vida quotidiana. Diários de campo são documentos espontâneos que
permitem ao investigador fazer o registo dos acontecimentos, perceções, intuições que
depois irão ajudar a orientar o trabalho durante o seu percurso. O investigador deve
sempre registar dia, hora local e as dificuldades sentidas Os registos diários devem ser
regularmente escritos e conter informações sobre as pessoas e infraestruturas (Burgess,
1997).
Já as conversas Informais permitem recolha de dados muito significativos e serve para
aprofundarmos a observação. Estas conversas devem ser utilizadas na fase preliminar da
investigação para ajudar às questões pertinentes para o estudo. Sempre que possível as
conversas informais devem ser registadas no diário de campo (Duarte, 2002).
Por fim, a análise de conteúdo é uma técnica documental que utiliza a análise dos
documentos escritos, nomeadamente ao comparar e inferir os dados recolhidos e retirar
as informações mais significativas (Bardin, 1977; Guerra, 2006).
Segundo Poirier et al, (1983) “ … a análise de conteúdo é sempre um trabalho ingrato,
longo, paciente, que requer, simultaneamente, um trabalho minucioso de análise e uma
passagem delicada à síntese”.
Neste estudo, iniciámos o trabalho de observação direta não participante, com a
elaboração dos diários de campo que optámos por ser feita individualmente para melhor
riqueza de recolha de dados. As observações foram efetuadas durante os meses de
Outubro e Novembro. Posteriormente, e já em grupo foram recolhidos registos



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Análise de Contextos Profissionais                                     Educação Social

fotográficos. Neste território, procurámos saber como está organizado, quer a nível
funcional - comércio, equipamentos, infraestruturas, espaço residencial e lazer e também
quer a nível de ocupação - quem são os moradores, quem utiliza este espaço, quem são
os líderes e representantes da população. Neste último caso, e considerando a
importância das associações neste território foram realizadas: uma conversa informal
com o presidente da associação APRAFA, e outra com o presidente da associação
Nascente Duna Mar e uma entrevista semi-estruturada por escrito (via email) com o
presidente da AUIF. Foi também realizada uma conversa informal com um comerciante
da Ilha de Faro, sócio fundador da Associação APRAFA.
Foi construído um Guião de observação com os aspetos que nos foram parecendo
importantes registar e que foi sendo reestruturado à medida que o trabalho se foi
desenvolvendo. A pesquisa documental acerca da Ilha de Faro e das 3 associações foi
também realizada.


       4. Análise e Discussão ee Resultados
       4.1 - Ordenamento territorial

             4.1.1 - Tipologia
Como constatámos na caracterização a tipologia deste território é de carácter rural, com
características urbanas. Rural dado o seu cariz piscatório, sendo a pesca a atividade
principal dos seus residentes e com características urbanas uma vez que também é
dotada de certas infraestruturas e equipamentos (como parque de campismo, GNR,
hotéis, restaurantes) e pela proximidade relacional com os centros urbanos contíguos.

             4.1.2 - Acessibilidade
A acessibilidade à praia é restrita, uma vez que só pode ser feita por via marítima ou
através de uma ponte estreita com uma só via onde a circulação do trânsito é dirigida por
semáforos.
O aumento da população nos meses de Verão, devido à restrita acessibilidade provoca
“congestionamentos de trânsito com grandes consumos de combustível e emissões
desproporcionadas de ruído e de gases poluentes em pleno Parque Natural da Ria
Formosa” (Lage, 2009:162).

             4.1.3 - Estacionamento
Das pesquisas documentais, sabemos que existe precisamente 1061 lugares para
estacionamento (incluindo estacionamento para deficientes) e 306 lugares desordenados,
que totalizam 1367 lugares (Lage, 2009:24).


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No entanto, a ilha de Faro acolhe durante a época de Verão cerca de 4000 pessoas,
lotando por completo os mais de mil lugares de estacionamento e entupindo desta forma,
todos os lugares de estacionamento assim como toda a estrada longitudinal de alcatrão
que atravessa a praia. (Lage, 2009:161).

“Por estes motivos, esta praia é um dos maus exemplos de ordenamento do litoral
algarvio e do país e um dos locais que maior risco ambiental apresenta”. (Lage,
2009:161).

             4.1.4 - Habitabilidade
Constatámos uma grande dicotomia entre as construções e condições de habitabilidade
das residências existentes nos extremos da ilha, onde as artérias não são pavimentadas,
e as que se situam no espaço imediatamente contíguo às Avenidas Nascente e Poente
(que percorrem toda a ilha, até certo ponto), ou seja, verificou-se que as habitações dos
extremos pertencem aos residentes “a tempo inteiro” (pescadores e mariscadores) e são
habitações precárias. No contexto oposto, isto é, as habitações existentes nas duas
avenidas são maioritariamente de segunda habitação, construídas em alvenaria e
algumas de vários pisos.

       4.2 – Meio envolvente
             4.2.1 - Infra-estruturas e serviços
Possuí: 5 restaurantes, 2 bares, 6 cafetarias, 1 escola primária, 1 hotel, 1 parque de
campismo, 1 posto de saúde, 1 clube náutico, 1 clube de surf, 1 multibanco, 4 cabines
telefónicas, 3 associações, 4 instalações sanitárias, 1 posto da GNR, diversos parques de
estacionamento (inclusive para deficientes), 2 cais de embarque, 1 parque infantil, 1
paragem de autocarros, 1 estação de tratamento de águas, 1 colónia de férias, 2 mini
mercados e 1 chuveiro público.
Das conversas informais que mantivemos ao longo do trabalho e dos dados recolhidos
das observações, consideramos que a praia de Faro está dotada de equipamentos e
infra-estruturas adequados tendo em conta o número de residentes e de utentes. No
entanto, o posto da GNR e o posto médico de saúde (inserido no parque de campismo),
apenas estão em funcionamento durante a época balnear. Embora consideremos que
estes são dois serviços essenciais no território da praia, tivemos a perceção que os
moradores não os consideram tão relevantes, pois tem facilidade de se deslocar tanto a
Faro como ao Montenegro.




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De outro modo, o presidente da AUIF considera que a nível de infraestruturas podiam ser
mais adequadas tendo vista, “o lazer, a exploração turística do espaço e o seu bem estar”
(com. pess. Cabeços).

       4.3 - Organização social

            4.3.1 - População
Segundo dados da Junta de Freguesia de Montenegro, atualmente residem cerca de 700
pessoas, das quais só estão recenseadas aproximadamente 400.
De acordo com Viegas (2003), a população residente na Praia de Faro durante o Verão é
de cerca de 4000, no entanto, a praia é frequentada nos meses de Verão por vários
visitantes, chega atingir uma média diária de 5.800, dividindo-se pela manhã cerca de
2800 visitantes e 3000 visitantes, sendo a sua “capacidade de carga” (o número de
pessoas que um território pode receber sem danificar as suas características).
Na pesquisa efetuada apenas conseguimos obter informação de que a população em
2001 era de 381 habitantes. (INE)
Elaboramos pesquisas no sentido de apurar resultados mais precisos acerca da
população através do site do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), apurando apenas
dados do concelho de Faro e do qual não foram significantes para a nossa análise.
Para refinar e apurar dados acerca da população também foi contactado pessoalmente o
INE de Faro e telefonicamente o INE de Lisboa. Não respondendo estes às nossas
expectativas, uma vez que pretendíamos obter dados acerca do número de residentes,
género, faixa etária, atividade profissional e fluxo migratório. Consultamos ainda a carta
educacional do Concelho de Faro, mas a mesma não continha dados específicos da
praia de Faro.

            4.3.2 - Relações de sociabilidade
Dos dados recolhidos, e, através da análise dos diários de campo, guião de observação e
conversas informais, verifica-se que as relações internas entre a comunidade da praia de
Faro não têm quaisquer barreiras, sendo dotadas de espontaneidade e de tranquilidade e
que marcam afinidade entre todas as pessoas da ilha. Os comportamentos e vida
quotidiana manifestam-se essencialmente na atividade derivada do mar. Contudo, é
também de referir que foram observadas algumas tensões centradas na problemática do
realojamento, e acessibilidade à ilha, em que o interesse em comum centra-se na
melhoria de condições para a pesca e habitabilidade, e no combate à desertificação e
abandono.



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De uma forma geral as relações de sociabilidades entre os moradores são favoráveis e
os seus interesses são comuns, a qualidade de vida é razoável, as condições de
habitabilidade dos moradores é fraca, as casas são feitas na maioria de madeira, sem
condições de grande segurança.

             4.4 – Turismo
Através das conversas informais, fomos informados que os moradores consideram o
Turismo existente durante a época balnear de extrema importância, para o
desenvolvimento das atividades económicas. Mas a atividade turística para além de
benefício que dá ao território, também “provoca fortes impactos negativos” a nível
ambiental. (Pinho et al, sd).

             4.5 – Património
Quanto aos recursos de valor económico existentes neste território e dos quais
dependem os moradores da Praia, salientamos o que nos foi transmitido pelo presidente
da Associação Duna Mar que referiu que, cada vez mais, o número e diversidade de
espécies é menor, que a ria formosa está muito assoreada e poluída e que a barra está
quase fechada.



   5. Considerações Finais
Os argumentos de “refuncionalização” por os espaços rurais serem considerados
inferiores em relação aos urbanos vão sendo acompanhados pela diminuição das
possibilidades de um mundo com características centradamente rurais, aquelas que lhe
garantiram sustentabilidade ao longo de centenas de anos e que ainda hoje são
determinantes nos modos de vida daqueles que sempre aí habitaram. O conjunto de
elementos de um modelo de desenvolvimento, ou de não desenvolvimento, tem
conduzido ao abandono continuado dos espaços rurais e à sua desvalorização social e
económica.
A ilha de Faro encontra-se intensamente urbanizada e manifesta um grave
desordenamento estrutural, devido a não obedecer a princípios estéticos e urbanísticos,
onde o forte aglomerado de construções destinadas a vários fins, das quais para a pesca,
para a habitação e para o comércio não coadunam com o ambiente natural (Lage, 2009).
A origem do grande problema da ilha de Faro desde os últimos 40 anos advém de uma
série de erros de gestão costeira, principalmente no que diz respeito à construção de
casas onde não é aceitável num sistema litoral, assim como a construção da estrada,



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estruturas desportivas, parque de campismo e de estacionamento, o que levou
consequentemente a recuar o sistema dunar.
Os recursos naturais são a base de apoio da atividade turística e são eles os fatores de
motivação da procura e desenvolvimento turístico, tendo estes que ser planeados e bem
geridos. No entanto nos meses de Verão a utilização dos recursos naturais existentes
provoca a destruição dos mesmos bem como a poluição no sistema.
Em relação ao Turismo é de realçar o turismo de natureza e dos equipamentos de lazer
existentes nos espaços abertos, destinados aos residentes e para o turismo interno.
O espaço da Ilha/Praia de Faro é um território carregado de forte identidade cultural, o
que, pelo seu simbolismo e representação social, possui grandes características
marcadamente patrimoniais, quer pelo seu cariz natural e relação muito próxima com o
espaço mar quer pela atividade dominante da sua comunidade: a pesca. E é essa
identidade própria que esta mesma comunidade não quer e exige não perder!
É dentro destes conceitos de território e de valorização patrimonial, que todos os atores
(associações locais com objetivos claros de desenvolvimento da comunidade) e todos os
seus agentes (comunidade em geral) sociais devem basear os seus esforços.
O movimento associativo verificado na Praia de Faro, é um tanto ou quanto caricato. E
isto devido ao fato de, numa área com uma extensão tão diminuta e com uma densidade
populacional tão reduzida, existirem 3 Associações, ditas de apoio e desenvolvimento à
própria Praia e aos seus utentes. As associações são instrumentos ativos e operadores
do espírito regionalista, traduzindo em ações concretas os desejos teóricos de um
sentimento difuso de inclusão/afinidade, oriundo de uma conterraneidade anterior.
Sendo o associativismo, aparentemente, um plano de união, deveria, neste caso concreto
da Praia de Faro, acabar por dar origem a novas relações de coexistência e de
compatibilidade entre formas de viver e de atuar afastadas e diversas. Ora, tal não
acontece nesta comunidade. Só o fato de existirem por si só 3 Associações já gera
alguma polémica, demonstra uma clara desunião entre as pessoas e leva a crer que tudo
não passa de interesses pessoais, e políticos, e não do que se pretendia que fosse.




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                                                                                      20
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                             ANEXOS




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                             Guião de observação
               Dimensão                              Registo da observação
Ordenamento territorial:                  Trata-te de um território rural mas com
    Localização                          características urbanas. Situa-se a 8 km da
    Tipologia                            cidade de Faro, na direção do aeroporto por
    Acessibilidade                       uma extensa língua de areia onde o acesso se
    Estacionamento                       faz por uma ponte.
    Habitabilidade                       A ilha de Faro manifesta um grave
                                          desordenamento territorial, pelo fato de não
                                          obedecer a princípios estéticos urbanísticos e
                                          ecológicos. Os aglomerados de construções
                                          destinam-se principalmente para as atividades
                                          piscatórias, habitação e comércio local.
                                          A habitação é permanente nos extremos
                                          poentes     e     nascente,  ocupada     pelos
                                          pescadores/mariscadores, sendo ocasional
                                          nas épocas de veraneio e de clima propício;
                                          existem também habitações destinadas para
                                          férias e aluguer.
                                          O estacionamento automóvel é suficiente
                                          durante todo o ano, exceto nos meses de
                                          Julho, Agosto e Setembro, em que a
                                          população é ampliada em números bastante
                                          consideráveis (cerca de 5000).
Meio envolvente:                          Possui 5 restaurantes, 2 bares, 6 cafetarias, 1
    Recursos                             escola primária, 1 Hotel, 1 parque de
    Equipamentos                         campismo, 1 posto de saúde, 1 clube de
    Serviços                             náutico, 1 clube de surf, 1 multibanco, 4
    Limpeza                              cabines telefónicas, 3 associações, 4
    Paisagem                             instalações sanitárias públicas, 1 posto de
                                          GNR, parques de estacionamento para
                                          deficientes, 2 cais de embarque, 1 parque
                                          infantil, 1 paragem de autocarros, 1 depósito
                                          de água, 1 colónia de férias, 2 mini mercados,
                                          1 chuveiro público e 1 marco de correio.
                                          O território de forma geral encontra-se limpo.
                                          O extremo nascente e poente do areal, as
                                          edificações de veraneio são substituídas pelas
                                          pitorescas     casas    dos    pescadores      e
                                          mariscadores, e as dunas e o sapal vão
                                          dominando a paisagem.
Organização social:                       Os     residentes    são     maioritariamente
    População        (Quem      são os   pescadores e mariscadores, que vivem nos
      residentes, estrutura por sexos,    extremos da ilha, e minoritariamente
      grupos     etários,     níveis de   comerciantes, com idades entre os 40 e 60
      escolaridade, profissões)           anos de idade, os níveis de escolaridade são
    Modos de vida (comportamentos,       baixos e as profissões centram-se na pesca e
      vida quotidiana, interesse em       restauração. (Exceto os filhos de alguns
      comum, tensões.)                    pescadores que tem profissões fora da ilha,



                                                                                    22
Análise de Contextos Profissionais                                    Educação Social

       Relações de sociabilidade (quais     precisamente no aeroporto)
       as    condições    de    vida  dos    As relações espontâneas e de tranquilidade
       residentes?       condições     de    marcam afinidade entre as pessoas da ilha. Os
       habitabilidade; perfil demográfico,   comportamentos        e     vida    quotidiana
       identidade local)                     manifestam-se essencialmente na pesca;
                                             observaram-se algumas tensões centradas na
                                             problemática do realojamento, e acessibilidade
                                             à ilha, em que o interesse em comum centra-
                                             se na melhoria de condições para a pesca e
                                             habitabilidade, e no combate à desertificação e
                                             abandono.
                                             De uma forma geral as relações de
                                             sociabilidades entre os moradores são
                                             favoráveis e os seus interesses são comuns, a
                                             qualidade de vida é razoável, as condições de
                                             habitabilidade dos moradores é fraca, as
                                             casas são feitas na maioria de madeira, sem
                                             condições de grande segurança.
Património cultural (bens imóveis       e O       património     natural     centra-se
móveis; bens imateriais) e natural.       maioritariamente na sua paisagem em que
                                          podemos observar a fauna e flora.
                                          O património cultural é reduzido, apenas se
                                          traduzem em bens móveis: gastronomia e
                                          artes de pesca; bens imateriais: linguagem
                                          própria e costumes.
Turismo:                                     O movimento turístico é sazonal, possui
    Atividades económicas                   excelentes condições para a prática de
    Desporto e lazer                        desportos náuticos (canoagem, remo, jetski,
                                             surf, windsurf, vela...)
                                             As atividades económicas centram-se no
                                             comércio e as atividades de lazer centram-se
                                             maioritariamente       na pesca   desportiva,
                                             passeios de barco, pedestre ou de bicicleta e
                                             banhos na praia.
Associações:                                 Existem 3 associações com o objetivo de
    Líderes                                 defender o desenvolvimento dos moradores e
    Quantas existem                         utentes, as quais se representam por lideres
    Existem há quanto tempo                 locais (nos casos da APRAFA e DUNAMAR) e
    Objetivos                               por um dos utentes da Ilha de Faro (no caso
                                             da AUIF);
                                             Associação Aprafa (1990); Dunamar (1995);
                                             AUIF (2010).




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Análise de Contextos Profissionais                                     Educação Social

                                Guião de Entrevista
Apresentação e Objetivos da Entrevista

Estamos a contactá-lo no sentido de nos conceder uma entrevista (escrita – via e-mail),
tendo como alvo a análise territorial da Praia de Faro, a qual consiste em obtermos dados
suscetíveis de análise, sob o ponto de vista geral, sobre os movimentos associativos
deste território, relações de sociabilidade entre associações existentes, e específico
sobre a associação que representa – Associação de Utentes da Ilha de Faro (AUIF).

1 – Surgimento da AUIF?

              1.1 - Como surgiu?

              1.2 - Em que ano?

              1.3 - Quem a fundou?

2 – Na sua opinião porquê 3 associações na ilha de Faro?

              2.2 – Como é o relacionamento entre todas?

              2.3 – Defendem os mesmos interesses?

              2.4 – Indique, cronologicamente, as suas criações?

3 – Quais as necessidades, atuais, sentidas pelos moradores?

4 – Qual o maior problema na Ilha?

5 – Na sua opinião, qual seria a solução para resolver o problema?

       Dados resultantes da entrevista efetuada ao Sr. Alberto Cabeços:

1 – “Surgiu como resultado de uma preocupação dos proprietários e dos utentes da Ilha
de Faro perante iniciativas da Câmara Municipal de Faro em alterar o ordenamento da
Ilha de Faro, com a cobertura e verbas da Polis Ria Formosa, sem que existisse por parte
dos utentes e moradores um órgão seu representante que pudesse manifestar a sua
opinião e posição na defesa dos interesses da Ilha de Faro e dos seus utentes.

1.2 – 2010

1.3 – Um grupo de elementos dos actuais órgãos da AUIF.

2 – Na verdade não são 3 mas 4. As duas primeiras foram fundadas essencialmente por
pessoas ligadas ao mar, pescadores e mariscadores, que talvez por localização
geográfica, una a Nascente e outros a Poente fundaram as suas Associações tendo em


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Análise de Contextos Profissionais                                   Educação Social

vista a defesa dos seus interesses específicos relacionados com a sua actividade
profissional assim como na defesa das suas habitações onde muitos deles nasceram.
A 3ª Associação foi fundada pelos utentes do parque de campismo.
Por último surgiu a AUIF com a finalidade de defender s interesses não só dos moradores
mas também de todos os utentes da Ilha de Faro.

2.2 – A AUIF já por várias vezes estabeleceu contacto com as outras Associações tendo
em vista uma união de todos os esforços a fim de melhor obter resultados satisfatórios
para todos mas apenas tem obtido uma resposta colaborante por parte da Associação do
Utentes do Parque de Campismo, as outras duas recusam-se ao dialoga.

2.3 – De uma forma geral os interesses são comuns e que se traduzem numa melhor Ilha
que não seja dotada ao abandono e à desertificação.

2.4 – Já respondido

3 – As necessidades dos moradores são as mesmas que qualquer aglomerado urbano
deverá ser dotado, neste caso específico por estar exposto às intempéries do mar
deverão ser implementadas medidas urgentes tendo em vista a defesa da Ilha pela forte
erosão a que está submetida. É preocupação da AUIF a continuação das pessoas neste
espaço magnífico e dotá-lo de infraestruturas adequadas aos nossos tempos tendo em
vista o lazer, a exploração turística do espaço e o seu bem estar.

4 – O maior problema da Ilha de Faro é o estado de total abandono a que foi submetido
pelas sucessivas “ câmaras “; carece de ordenamento urbano conciliado com a protecção
da costa.

5 – A solução passa por implementar trabalhos de protecção costeira que minimizem a
energia das ondas mas que, ao mesmo tempo, não sejam invasivas a ponto de ter de
retirar os moradores. Existem novas técnicas que permitem fazê-lo, é apenas questão de
as entidades responsáveis e que sabemos serem conhecedoras dessas novas técnicas
as queiram implementar.”




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Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

                                   Diários de Campo
       1 – Ricardo

O presente diário de campo enquadra-se no âmbito da Unidade Curricular de Análise de
Contextos Profissionais, o qual consistiu numa observação/recolha de dados da
Ilha/Praia de Faro.

Inserido num grupo composto por mim e pelas minhas colegas Ana Abreu, Telvia Costa e
Rita Gonçalves, e, dentro de um contexto territorial, procedemos à observação da Praia
de Faro, optando por efetuarmos observações individuais para melhor riqueza na recolha
de dados.

Assim, nos dias 20, 23, 25 e 27 Outubro do corrente ano, procedi à observação dos
fatores, de uma forma geral, que considerei mais importantes, dos quais dei maior
relevância aos fatores físicos (ao nível de equipamentos) e sociais (relações entre a
comunidade local).

No entanto, sendo do meu conhecimento (e de todos) que a Praia de Faro se trata de um
território “virado” para a vertente económica/comercial - turismo e diversão noturna - e,
com uma maior afluência de pessoas em épocas estivais (verão e épocas de clima mais
quente), a observação foi ligeiramente condicionada por estes aspetos, uma vez que a
afluência à ilha nesta época do ano é reduzida (somente aos fins de semana e em dias
que o clima seja favorável).

Mas, por partes… No dia 20 de Outubro, cerca das 16H00, desloquei-me à Ilha/Praia de
Faro, tendo percorrido toda a ilha. Numa primeira análise geral visual, pude verificar que
ainda antes da ponte que dá acesso à ilha, local este determinante no meu ponto de
vista, uma vez que possui um terminal rodoviário de autocarros, existe um ecoponto, que
inicialmente achei pouco estético devido ao impacto ambiental que causa, mas que
posteriormente vim a considerar que o mesmo fora estrategicamente ali colocado, e logo
de extrema utilidade, dado ser o ponto de maior confluência de pessoas que se deslocam
para a praia de Faro através de transportes públicos e também porque ao longo da ilha
existem poucos (somente contei 2) ecopontos. Ainda de uma maneira geral, considero a
tipologia da Ilha de Faro como sendo de carácter rural, mas com características urbanas.
Rural, uma vez que uma das principais funções dos habitantes (comunidade residente)
da ilha é a pesca e a principal atividade económica dominante é o comércio (mais local,
ao nível da restauração). Tem como grupo social de referência a família piscatória, com
modos de vida, hábitos, costumes e comportamentos próprios e muito característicos e


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Análise de Contextos Profissionais                                    Educação Social

articulados quer à paisagem marítima quer ao equilíbrio existente entre a natureza e as
atividades humanas desenvolvidas. E com características urbanas uma vez que possui
certas infraestruturas e equipamentos de referência, dos quais uma estação de
tratamento de águas; escola primária, com alunos do 1º ciclo residentes da ilha;
associações/centros sociais (3); polos de férias; posto policial (GNR); posto clínico,
embora estes últimos somente funcionais nas épocas estivais, e um parque de
campismo/caravanismo que atualmente somente funciona como caravanismo e até
mesmo como 1ª habitação para os habitantes que entretanto irão ser realojados (devido
ao programa POLIS) e onde se situa o depósito de água potável da FAGAR. Nesta
observação, achei caricato o parque de campismo (como era inicialmente tipificado e
para o qual foi criado) servir para “hospedar” autocaravanas uma vez que é proibido a
entrada na ilha deste tipo de veículos automóveis e que está devidamente sinalizado.

Consegui também observar que a ilha de Faro dispõe de 1 hotel, 5 restaurantes, 2 bares,
6 cafetarias, 2 minimercados, com condições físicas e de higiene bastante aceitáveis, e
alguns locais (mesmo particulares) de venda de peixe e marisco, os quais promovem o
comércio local e dinamizam a economia da própria comunidade da ilha. Observei ainda
que a ilha dispõe de boas estradas, embora o acesso por via terrestre somente se faça
por uma única ponte, razoável sinalização e boa iluminação.

No dia 23 de Outubro, pelas 10H30, fui observar a Associação para o Desenvolvimento
da Praia de Faro (APRAFA), sita na Avenida Poente – Lota, no extremo do lado direito da
ilha, a Associação dos Utentes da Ilha de Faro (AUIF), sem sede própria, sendo que os
membros se reúnem e debatem assuntos da ilha num dos estabelecimentos
(Naucatrineta), informação esta obtida neste mesmo estabelecimento em conversa
informal com a responsável, e a DUNAMAR, localizada na Avenida Nascente, junto à
Escola Primária e Parque de Campismo, sendo que não foi possível no momento da
observação visitar as instalações e até mesmo realizar qualquer entrevista ou conversa
informal com algum membro/sócio uma vez que estavam encerradas (APRAFA e
DUNAMAR) e não foi possível identificar qualquer membro (AUIF).

No dia 25 de Outubro, pelas 18H00, fui observar a ilha ao nível dos equipamentos: 1
multibanco (ATM), 5 restaurantes, 8 cafés/bares/cafetarias e 1 Hotel, tendo inclusive
neste último realizado uma conversa com o proprietário, o qual fora um dos
impulsionadores e criadores da associação APRAFA, mas que de momento se encontra
“desligado” dessa atividade. Durante a conversa, fui tomando algumas notas, as quais



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Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

considerei mais relevantes. Foi-me referido por este indivíduo que não considera a
ilha/praia de Faro como uma praia turística mas sim uma praia que serve a/para
comunidade local. Que é um território que conta com uma comunidade de cerca de 400
residentes fixos (supostamente referindo-se aos recenseados) e que as relações sociais
entre todos os residentes (fixos e ocasionais) é francamente agradável (…”todos se dão
com todos…”). Que possuem bons serviços de transportes públicos e equipamentos, de
uma maneira geral, e que os que não dispõem na ilha (como agências bancárias por
exemplo) é com facilidade que se deslocam ao Montenegro (sede de freguesia da qual
faz parte a ilha) para concretizar as suas intenções. Questionei-o sobre a necessidade de
ali existirem fisicamente alguns equipamentos/organizações/instituições, tais como
departamentos da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal ou Agências Bancárias,
das quais obtive resposta negativa dada a proximidade geográfica com a sede de
Freguesia. Contudo, e desde logo achei muito curioso, o facto de ser referido pelo
mesmo que existia a lacuna de um táxi, e, apenas um. Curioso, por ser só um táxi, e,
também por existir essa lacuna. Foi-me explicado que os táxis existentes no aeroporto
não se deslocam à ilha de Faro para efetuarem qualquer tipo de serviço, uma vez que o
serviço não é viável financeiramente e também pela delonga na deslocação derivado às
filas de trânsito em certas épocas do ano, o que fundamentou a minha curiosidade. O
grande problema, em género de inferência da conversa, é o ordenamento rodoviário da
ilha bem como os estacionamentos para automóveis uma vez que a ilha dispõe de cerca
de 1000 lugares para estacionamento e este número na época estival chega a duplicar, o
que provoca de certa maneira demasiada “confusão” e por vezes alterações e logo
conflitos entre as pessoas.

Obtive ainda a informação que quanto a hábitos, costumes e práticas sociais, existe
apenas uma tradição comum nesta comunidade, que é na véspera de Natal à noite, onde
ali se deslocam várias pessoas (também não residentes) para efetuar o lançamento de
“balões de velas”, sem qualquer cariz religioso e sem me conseguir explicar como iniciou,
e que por hábito (referindo que já é tradição) nas noites em que se realiza a concentração
de motos (meados de Julho), os motards deslocam-se para a ilha para demonstrarem
algumas habilidades e acrobacias com as motos.

No dia 27 de Outubro, pelas 12H00, procedi à observação dos espaços físicos
(habitações) em toda a ilha. Verifiquei que após terminar a estrada de alcatrão, em
ambos os extremos das Avenidas Nascente e Poente, onde residem maioritariamente os



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Análise de Contextos Profissionais                                       Educação Social

habitantes da ilha, existem ainda em ambos os extremos e já em zona de dunas/areal um
significativo aglomerado de casas térreas, em madeira, que servem de residência fixa de
várias pessoas. Contudo, estas mesmas pessoas, embora se encontrem ligeiramente
(geograficamente), separadas, deu para verificar, enquanto permaneci num café
existente num dos extremos, que as relações sociais são muito próximas com os
restantes residentes (que habitam em casas ditas normais) e que não há qualquer
barreira social entre os mesmos.

       2   – Ana

1ª Dia de Observação – Sábado, 29/10/2011 (9h.30m - 11h.30m)

O acesso à ilha de Faro faz-se através de uma ponte estreita onde a circulação do
trânsito é dirigida por semáforos. Antes de se entrar na ponte existe um pequeno largo,
onde se situa a paragem de autocarros e também um ponto de recolha seletiva de
resíduos (papel, plástico e metais, vidro e óleos). À entrada da ilha, logo à saída da ponte
(lado direito) existe um posto da Guarda Nacional Republica que estava fechado.

Neste dia, a Ilha de Faro foi percorrida de uma ponta a outra de carro, por duas vezes.

À entrada da ilha, existe um largo com vários lugares de estacionamento, e um
entroncamento em que para a esquerda situa-se a Avenida Nascente (mais extensa) e
para o lado direito a Avenida Poente.

Na primeira volta de carro, verifiquei que, devido ao temporal a estrada da Avenida
Nascente estava cheia de areia e encontrava-se uma máquina retroescavadora das
pequenas a proceder à limpeza, observando-se já nas bermas amontoados de areia. Na
Avenida Poente a estrada estava limpa, aparentemente este lado da ilha não sofreu
efeitos do temporal que se tinha feito sentir durante a semana. Nesta primeira volta,
observei algum movimento na ilha, com várias pessoas a passear, a maior parte das
casas (sobretudo as térreas) tinham as janelas abertas. As casas comerciais e de
serviços estavam todas abertas. Provavelmente por ser Sábado.

Constatei também que existe em abundância caixotes de lixo e que as ruas estavam
limpas de resíduos. Existem à disposição das pessoas sacos de lixo para recolha de
dejetos de cão.

Quer na Avenida Nascente quer na Avenida Poente existem habitações com mais de 1 e
2 pisos.



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Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

Na 2ª volta de carro, optei por fazer uma lista de tudo relacionada com serviços, comércio
e outras estruturas existentes. Assim sendo, registei:

      1 Multibanco

      1 parque infantil

      1 parque de campismo (aqui dentro situa-se o depósito de água da FAGAR)

      Escola primária

      1 marco de correio

      3 cabines telefónicas (2 do lado nascente, 1 do lado poente)

      1 campo de jogos

      Parques de estacionamento ao longo de toda a ilha

      Clube de surf de Faro

      Clube Náutico

      2 minimercados (lado nascente)

      4 casas de banho públicas

      1 Pensão (onde se vende jornais e revistas)

      Apartamentos Barracuda para Alugar

      Cafés, Snack-Bar, Restaurantes (20)

      1 cais (lado esquerdo da Ilha)

      - Associação APRAFA

      - Associação DUNAMAR

2º Dia de Observação – Domingo, 29/10/2011 (10h.30m – 12.h.45m)

Foi efetuada uma caminhada pelo lado nascente da ilha desde o ponto onde acaba a
Avenida Nascente até à barra. Essa caminhada foi feita através de um passadiço de




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Análise de Contextos Profissionais                                    Educação Social

madeira construído através de um programa de reabilitação do cordão dunar, tal como é
informado numa placa à entrada.

Nesta parte da ilha e ao longo de todo o passadiço registei cerca de 60 casas térreas, a
maior parte de construção precária. Pude constatar que este passadiço de madeira é
usado também por motas e bicicletas. Existe também, do lado da ria, apoios para os
pecadores colocarem as suas artes de pescas.        Em pelo menos duas habitações,
observei galinheiros, com galinhas, patos, pombos e gansos.
Durante a observação, contei cerca de 30 pessoas a mariscarem na ria formosa e
algumas a pescar com cana do lado do mar. O passadiço é também utilizado para as
pessoas fazerem exercício físico.
Quer do lado da ria quer do lado do mar junto à água, observei algumas pessoas a
caminhar.
De regresso ao ponto de partida, entrei no café “A Nau Catrineta”, onde observei um
placard de cortiça com informações importantes, desde horários de barcos a
comunicação sobre as alturas de proibições de pesca e de mariscar.
Do lado Nascente da Ilha, observei que os parques de estacionamento tinham muitos
carros.

3º Dia de Observação – Quinta feira, 03/11/2011 (14h30m – 15h30m)

Relativamente aos dois primeiros dias de observação, via-se muito menos gente na rua e
os parques de estacionamento estavam vazios. A escola primária, parecia ainda ter
alunos dentro, pois tinha as luzes acesas. O portão estava fechado e por isso não pude
entrar. Aqui perto fica a Associação Dunamar que estava fechada. De resto, todos os
serviços/comercio estavam abertos (restaurantes, cafés (excepto 2 à entrada da ilha),
Associação APRAFE, clube de Surf, Clube Náutico, Parque de Campismo) alguns vazios
e outros com poucas pessoas. Observei que continuam a remoção das areias com a
retroescavadora na Avenida Nascente.

4ª dia de Observação – Domingo, 05/11/2011 (11h- 13h)

Neste dia foi efetuada uma caminhada para o lado poente da ilha após o fim da estrada
de alcatrão, ou seja da Avenida Poente, que acaba numa espécie de largo. Neste largo,
estava estacionada uma carrinha de venda de produtos de mercearia que abastece os
moradores deste lado da ilha, que estão mais distantes dos mini mercados que se situam
do lado nascente. É também neste largo que se encontra uma das cabines telefónicas.
Após a estrada de Alcatrão, existe uma estrada mais estreitinha que nos leva às casas


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Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

dos pescadores e mariscadores. Existem muito mais casas nesta zona e ao contrário das
casas situadas ao longo do passadiço do lado nascente, estas estão amontoadas e não
tão dispersas.

Efetuou-se uma conversa informal com uma residente (D. Isabel) que vive na ilha há 52
anos. Esta senhora referiu que deste lado as casas estão todas ocupadas por moradores,
mas que têm vivido estes últimos anos na expectativa/receio de serem realojados no
Montenegro. Referiu também que é um sítio muito calmo de se viver, e que só custa um
pouco no Inverno. Nota mais insegurança agora do que há uns anos atrás.

De seguida, visitei a sede da Associação APRAFA (que tem também um café) e estando
lá o seu presidente, senhor Carlos Flor, conversámos um pouco acerca da ilha, tendo eu
feito algumas perguntas informais. O Sr. Carlos Flor referiu que a sua Associação e a
Associação Dunamar fazem parte do grupo de trabalho, juntamente com as entidades
oficiais, de requalificação da Ilha de Faro. Afirmou que não se importam de ser realojados
mas “os senhores das casas do alcatrão (referindo-se às casa que se situam nas
avenidas poente e nascente) têm também que ter as suas casas demolidas. Informou-me
que os apoios de praia situados na parte nascente (observados no 2º dia) eram
propriedade da APRAFA assim como uma carrinha frigorífica que dá apoio a todos os
moradores (verifiquei depois que têm lugar de estacionamento próprio). Informou que
existem 112 casas de moradores.

       3 – Telvia

No âmbito da Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais, foi proposto ao
grupo, composto por mim, Rita, Ricardo e Ana, analisar um determinado contexto
organizacional ou territorial.
Optamos por um contexto territorial, precisamente a Ilha de Faro, com o objetivo de
perceber as dimensões e os tipos de mobilidade que existem na mesma. Para tal tornou-
se imprescindível a elaboração do presente diário da Ilha de Faro, efetuou-se de forma
individual por cada um dos elementos dos grupos de forma a obter uma recolha de dados
mais rica em informação.
Consistiu em observar o território de forma indireta e não participante, com o objetivo de
perceber o tipo de mobilidade que existe, a nível do sistema social, cultural e de
personalidade.




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Análise de Contextos Profissionais                                    Educação Social

27 De Outubro de 2011 - 11h30
A Ilha de Faro ou a Praia de Faro como também é conhecida, situa-se em território rural,
sendo que a principal atividade económica dos moradores (residentes nos extremos da
ilha), é a pesca.
A atividade económica centra-se também no comércio local, essencialmente na
restauração e no turismo. Por outro lado apresenta também características urbanas, pelo
facto de possuir algumas infraestruturas como um Hotel e uma Pensão, um depósito de
água que pertence à Fagar (empresa municipal que tem como função gerir, explorar e
manter os sistemas públicos de distribuição de águas, drenagem de águas residuais
domésticas e pluviais, recolha e transporte de RSU e limpeza urbana, numa perspectiva
de sustentabilidade económica, financeira, técnica, social e ambiental), associações
locais, um posto da GNR, 1 parque de campismo, uma escola primária, 1 multibanco e
vários restaurantes, bares, e cafés.
Antes da ponte da Ilha de Faro também percebemos de imediato que existe o clube
náutico (na entrada, antes da ponte, tem uma bandeira com as actividades que lá se
podem fazer) onde praticam alguns desportos como vela, surf, windsurf, canoagem, entre
outros.
O acesso está facilitado por uma pequena e estreita ponte, dirigida por uns semáforos,
cujo acesso pode ser feito de carro, a pé ou bicicleta (no entanto na ilha não existe
ciclovia, nem no caminho antes de chegar a ponte, quem faz esse caminho de bicicleta,
fá-lo na berma da estrada).
A Ilha de Faro é constituída pelo mar, pela ria formosa, (onde se vê vários barcos
atracados, e o fato de não haver ondulação torna-se ideal para os desportos náuticos que
ali praticam) e pela barrinha, uma zona tranquila que pode ser acedida a partir da Praia
de Faro por um longo passadiço, e observar a flora e as imensas aves (a maioria são
cegonhas).
Antes da ponte à entrada da Praia de Faro, encontra-se um sinal de paragem de
autocarro, ao contrário do que se vê, a paragem de autocarro é mais a frente, cerca de
1km a seguir, mesmo antes da entrada da ponte que dá acesso a entrada da praia.
Reparei ainda que existe um sinal a dizer que é proibida a pesca naquela zona, no
entanto, várias pessoas pescam ali! No mesmo local também existe um outro sinal que
indica a proibição de estacionamento para Caravanas, no entanto mais a frente, no
parque de campismo, (continua a ser proibido o estacionamento das mesmas) estão
várias caravanas no parque.



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Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

A seguir à ponte, encontra-se um posto da GNR, que penso funcionar nos meses de
Verão, as vezes que lá fui de Inverno não se encontrava nenhum agente nesse posto.
Na entrada da ilha encontra-se um grande parque de estacionamento, onde se
encontram apenas alguns carros, no entanto no Verão o estacionamento torna-se
bastante limitado (apesar de existir estacionamentos por toda a ilha), talvez pelo fato de
existir apenas um acesso a entrada de praia (que dificulta bastante o trânsito no Verão,
chegam a ver-se km de fila para entrar na praia.) e também pelo fato desta ser a única
Praia em Faro.
Em direção à Avenida Poente (no lado direito) existem dois dos restaurantes por onde
passei, via-se as empregadas na rua, umas a conversar com o empregado do outro
restaurante que estava em frente, outras a fumar.
No momento exato em que passo fez-se silêncio, talvez porque perceberam que andava
ali a observar de papel e caneta na mão, não me questionaram porque nessa altura foi no
momento que começou a chover e voltei para o carro, (penso que se tivesse ficado mais
cinco minutos a olhar para o restaurante, teriam questionado sobre o que ali fazia, foi
essa a sensação que fiquei!).
O que reflete sobre o fato de existir alguma desconfiança, notava-se que estavam
incomodadas com o que se poderia andar a fazer no seu território, apresentaram uma
postura defensiva, o que pode significar alguns problemas mal resolvidos.
Notou-se que fez ali muito mau tempo, a ilha estava praticamente deserta, os vários
bares e restaurantes estavam encerrados, a estrada estava completamente cheia de
areia, nem se via as passadeiras com lombas que lá existem, havia monte de areia nos
parques de estacionamento que ficam junto a praia! Durante todo o caminho observava-
se o mesmo, tudo fechado e não se via ninguém nas ruas, ou seja, um silêncio absoluto,
a não ser claro o bater das ondas, o mar estava alto.
No final da outra ponta da ilha, do lado esquerdo, já na Avenida Nascente, estava apenas
um minimercado aberto, os restantes estabelecimentos, estavam quase todos fechados,
a exceção de dois ou três. Durante todo o percurso de uma ponta a outra da ilha não se
via ninguém na rua, com a exceção das empregadas do restaurante e a senhora que
estava a porta do mini mercado.
Durante a semana no Inverno é muito raro ver pessoas ali a passear, faz muito frio,
quando chove as pessoas tem medo, e como os bares e restaurantes estão fechados são
muito poucos os que ali se encontram. O que significa que uma temperatura amena é um




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Análise de Contextos Profissionais                                    Educação Social

fator favorável e fundamental na Ilha de Faro, tanto para o comércio, como para os
pescadores e para o turismo.


30 De Outubro de 2011 - 15h30
Na Ilha de Faro, percebe-se de imediato que o tempo na praia de Faro faz maravilhas,
estavam os cafés, bares, restaurantes todos abertos, o que se torna ótimo para o
comércio.
Depois do Havana, onde se situam vários bares, (é lá que se centram o maior número de
pessoas) estavam de facto as esplanadas cheias, estrangeiros, motoqueiros (quem tem
motas junta-se bastante ali) pessoas mais jovens com amigos, famílias com filhos, e
estava uma família especialmente animada (ouvia-se pelas esplanadas todas, cantaram
a tarde inteira, com castanholas e palmas para todos).
Desde as 15h30 até as 18h30, fiquei mesmo ao lado dessa família, logo que cheguei já
cantavam, pareciam-me bem animados, bebiam cerveja e sangria, era um grupo de cerca
de 8 pessoas.
Deu para perceber que vinham do Bairro da Atalaia (um bairro um pouco problemático de
Faro), e estavam ali porque era o aniversário de uma dessas pessoas, então a praia de
Faro tinha sido o sítio escolhido para festejar (as empregadas tinham um grande à
vontade com esse mesmo grupo, e tratavam-se todos de forma bastante informal).
Durante toda a tarde manteve-se o mesmo espírito, quem se destacava era este grupo,
pedindo sempre umas cervejas e sangrias enquanto ali estiveram, cantando com muita
alegria, eram pessoas com os seus 70 anos, e duas jovens com cerca de 30 anos, ali não
havia distinção entre homens e mulheres, todos bebiam, todos cantavam e todos diziam
as suas piadas, mas era na voz das mulheres que se ouvia mais gargalhadas.
Entretanto chegavam motas, enquanto uns chegavam também alguns abalavam, estes
que abalavam faziam questão de acelerar a mota parada para fazer ruído, quase que
numa questão de competição, para além disso pareciam-me pessoas bastante calmas.
Numa outra mesa chega uma família de estrangeiros (talvez inglesa), que pediu também
umas cervejas, mas enquanto os portugueses pediam tremoços para acompanhar a
cerveja, os estrangeiros pediam batata frita caseira! Estes também eram animados,
notava-se que queriam interagir com o grupo do bairro da atalaia, pelos gestos e
expressões, levantavam os braços no ar, enquanto o outro grupo cantava e riam-se no
bom sentido. Esses mesmos estrangeiros estiveram ali talvez meia hora, assim que o
grupo do bairro da Atalaia abalou, fizeram o mesmo (parecia que já não tinha piada estar



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Análise de Contextos Profissionais                                    Educação Social

ali)! Em certo momento em que uma senhora do grupo do bairro da Atalaia vai embora,
diz mais uma piada em alta e boa voz, (quase que a falar para todas as pessoas que ali
estavam, “é preciso pagar alguma coisa pelo barulho?”, a empregada respondeu, não!) o
grupo do bairro da Atalaia tinham um Mercedes, penso que 220, (neste momento penso
que pelo aspeto que tinham, pelas roupas que vestiam e da forma que se expressavam,
o que fariam para ter um Mercedes destes?!) e os estrangeiros foram embora de barco,
(estava atracado na ria fica mesmo junto aos bares, acessível por uma pequena ponte).
As pessoas que vivem na ilha têm características e comportamentos muito próprios,
percebia-se perfeitamente quem eram as pessoas que vivem nas comunidades
piscatórias, e as que não vivem na ilha pelo modo como falavam, como se vestem entre
outras, no entanto as características das pessoas do Bairro da Atalaia e das pessoas das
comunidades piscatórias são muito semelhantes, especialmente pelo espírito de
companheirismo.


06 De Novembro 16h30
Uma tarde maravilhosa, um bom motivo para voltar à Praia de Faro novamente, (a
questão da temperatura é bastante importante na ilha no sentido de ser rentável para o
comercio, está uma boa temperatura, o turismo aumenta.) quase a chegar vê-se alguns
vendedores de laranjas na berma da estrada, é costume naquela zona. Na estrada
existem uns semáforos que estão sempre avariados, (ainda não percebi porquê se não
funcionam), o motivo de ali estarem deveria ser para controlar o trânsito que vai para a
Praia e para o parque de estacionamento construído recentemente para facilitar o
estacionamento na Ilha!
Em toda a ilha só encontrei um multibanco que pertence a Caixa Agrícola e duas cabines
telefónicas, uma delas fica na ponta da ilha onde praticamente ninguém passa, o que não
significa que esta não seja útil mas está mal posicionada.
Estão espalhadas pela ilha várias casas de banho, parques de estacionamento, e em
quase todos eles tem sempre um ou dois lugares para deficientes, os bares estão abertos
e restaurantes também, quem lá vai pode também observar que todos os bares são feitos
em madeira, em quase todos tem um balde do lixo grande no lado exterior ao pé do
balcão.
Não me parecem muito bem posicionados e nem é higiénico o fato de os baldes ficarem
mesmo ao lado das mesas de esplanada onde as pessoas se sentam.




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Análise de Contextos Profissionais                                     Educação Social

Existe um único ecoponto no largo antes da ponte da entrada da praia, não me parece
bem situado, ainda fica longe para quem precisa de se deslocar fazer até ele, penso que
os restaurantes nem o fazem, pelo fato de ficar longe (existem uns baldes do lixo com
ecoponto mesmo na areia, mas esses são pequenos e nem devem ser utilizados e
recolhidos nos meses de Inverno).
A Ilha de Faro é um local apelativo para atividades de lazer, vê-se várias pessoas com
filhos, casais a namorar sentados em cima do muro que fica entre o mar e os bares,
apenas a observar o mar, a jogar badmington, futebol entre outras, de facto é agradável e
é costume as pessoas se sentarem lá.
Na Ilha de Faro não existe posto de saúde, existe um posto da cruz vermelha que se
encontra dentro do parque de campismo, estando este inativo (apenas funciona nos
meses de época balnear) torna-se inacessível para as pessoas que necessitam de
cuidados médicos, as mesmas tem que se deslocar até a freguesia do Montenegro que é
onde se encontra o Centro de Saúde mais próximo.
Existem três associações, a APRAFA - associação para defesa e desenvolvimento da
Praia de Faro, que fica um pouco escondida, num pequeno acesso a praia, na Av.
Poente, uma outra associação AUIF - associação dos Utentes da Ilha e a DUNAMAR –
associação nascente Duna Mar, que fica ao lado da escola primária, na Av. Nascente.
Questiono-me sobre o fato de existirem três associações numa comunidade desta
dimensão, talvez por existirem relações de conflito?! Porquê a necessidade de existirem
3 associações? Provavelmente descontentamento com o desenvolvimento das mesmas,
ou a falta de resposta às necessidades dos habitantes da Ilha de Faro, supostamente
deveriam agir todas em defesa do desenvolvimento da ilha, talvez fosse mais útil a união
das mesmas, (o que não acontece) parece-me que defendem os interesses da própria
associação e não dos habitantes em prol do desenvolvimento da própria Ilha.


       4   – RITA
No âmbito da Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais foi proposto a
análise de um contexto. O meu grupo é constituído por mim, pelo Ricardo, Ana e Telvia,
escolhemos como contexto a analisar a praia de Faro mais conhecida por Ilha de Faro,
devido a não existir muita informação acerca da mesma e nos suscitar interesse.
A ilha de Faro pertence à junta de freguesia de Monte Negro que é do distrito e concelho
de Faro. Esta têm uma área de aproximadamente 2365 hectares, situa - se a 8 km de
Faro, onde o acesso se faz através de uma ponte, que nela para além do acesso pedonal



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Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

poderá também ser feito por bicicleta ou automóvel. Segundo dados do INE a ilha de
Faro em 2001 tinha cerca de 5336 habitantes
Para poder recolher informações desloquei me à ilha de Faro no dia 27 de Novembro
pelas 11 horas e 15 minutos mas, antes de passar a ponte para entrar na ilha
propriamente dita vi que existe uma paragem de autocarros mas, lá não estava mais
ninguém a não ser a motorista do autocarro. Observei que existe um posto de reciclagem
no entanto acho estranho estar antes da ponte. Antes de entrar na ponte de acesso
existe uns semáforos e um símbolo informado que é proibida a passagem de caravanas.
Ao passar a ponte desloquei me para o lado direito da ilha e durante a caminhada
observei alguns snack bares e restaurantes que se encontravam vazios, dando a
impressão que só lá estavam os empregados. Perto de um dos restaurantes estava uma
senhora que aparentava ser cozinheira do restaurante porque tinha toca branca e um
avental, esta senhora olhou para mim de forma desconfiada e ficou algum tempo na rua
suponho que me estava a observar. Devido a fazer muito vento e começar a chover não
pode continuar a fazer o trajecto a pé, tive que o fazer de carro. Pela rua vi apenas outro
carro em movimento que era o de um senhor que estava a descarregar bebidas para um
dos restaurantes, que nem se admirou de eu por ali passar. Ao chegar ao final da estrada
não pode seguir pelo areal devido ao mau tempo mas, vi que existiam mais algumas
casas. No entanto vi algumas casas durante o percurso mas a maioria pareceu me que
estavam desabitadas pois, tinham as e janelas todas fechadas. Existe alguns parques de
estacionamento automóvel mas grande parte estavam livres. Depois, desloquei me para
a parte esquerda da ilha e vi que existia um parque infantil e um multibanco junto a um
aglomerado de snack bares mas, estes encontravam se encerrados.
Devido ao mau tempo que se tinha vindo a sentir nos últimos dias a estrada encontrava
coberta de areia que tapava por completo a estrada e mal se conseguia ver as
passadeiras. Os “montões” de areia que estavam nas bermas da estrada aparentava que
ali já tinha andado uma máquina que arrastava a areia para as bermas e fazia aqueles
“montões”. Um dos snack bares que estava junto a estrada tinha para além dos
empregados também alguns clientes que se encontravam a comer. Ao lado do snack-bar
está o parque de campismo e logo ao lado um mini mercado, não consegui ver se estava
alguém no parque de campismo mas, reparei que estava uma senhora no mini mercado.
Não consegui encostar o carro para lhe perguntar se para além daquele existia outro
supermercado, porque ali não dava para estacionar pois os parques de estacionamento
estavam com “montões” de areia. Prossegui caminho mas apenas encontrei 3 carros e



                                                                                        38
Análise de Contextos Profissionais                                      Educação Social

não vi ali ninguém a andar a pé, passei pelo clube náutico que não aparentava ter
movimento nenhum e os bares estavam encerrados. Os “montões” de areia era uma
constante ao longo da estrada até chegar a uma parte em que só existia casas de um
lado e de outro, aí já vi algumas pessoas nos quintais das casas. Ao chegar ao final da
estrada encontrei um snack-bar com algumas pessoas e vi que existia uma passadeira e
“barracas” que supôs serem dos pescadores e mariscadores mas, como estava muito
vento e chuva, voltei para trás para tentar ir falar com a senhora do primeiro minimercado
e conseguir obter a informação que pretendia. Chegando perto do mini mercado a
mesma senhora encontrava se na à porta do mesmo e cumprimentei a e de seguida
perguntei se ali existia outro supermercado a mesma disse que sim e que era no final
daquela estrada em sentido contrário ao que eu estava. Com esta informação supôs que
o outro mini mercado seria perto do último snack-bar onde a estrada termina mas, devido
ao mau tempo não voltei para trás. Ao lado do minimercado encontra se o parque de
campismo que têm um posto da cruz vermelha e qual não é o meu espanto que reparei
que dentro do parque existia algumas caravanas. Se ao entrar para a ilha existe um sinal
de estrada indicando que é proibido a passagem de caravanas, porque é que as mesmas
se encontravam lá?
Segui caminho mas, conseguia ver as caravanas dentro do parque de campismo e
também vi um grande posto da FAGAR. Durante todo o trajecto não vi mais nenhum
posto de reciclagem a não ser o que se encontrava logo antes da entrada na ilha, nem vi
mais nenhum multibanco que de inverno poderá não fazer falta mas, de verão seria
necessário. Assim, terminou a observação nesse dia na ilha de Faro.
Devido a ter encontrado a ilha muito vazia, regressei lá no dia 29 de Novembro pelas
11h45 m e já encontrava movimento no caminho para a mesma. Isso podia ter
acontecido porque no dia 27 estava mau tempo e era um dia de semana e dia 29 era fim
de semana e estava um dia com muito sol.




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Análise de Contextos Profissionais   Educação Social

      Registos Fotográficos




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Análise Territorial da Praia de Faro

  • 1. Universidade do Algarve Escola Superior de Educação e Comunicação Licenciatura em Educação Social Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais 2º Ano – 1º Semestre Análise Territorial da Praia de Faro RELATÓRIO Docentes: Bernardete Sequeira e Vanessa Sousa Discentes: Ana Abreu, aluna n.º 1757; Ricardo da Palma, aluno n.º 43043; Rita Gonçalves, aluna n.º 41807; Telvia Costa, aluna n.º 43728. Faro e UAlg-ESEC, Janeiro de 2012
  • 2. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Índice Introdução .......................................................................................................................................... 3 1. Enquadramento.......................................................................................................................... 5 1.1 Contextualização teórica .......................................................................................................... 5 2. Caracterização ............................................................................................................................ 8 2.1 Movimento Associativo .......................................................................................................... 10 3. Metodologias ........................................................................................................................... 11 4. Análise e Discussão ee Resultados ........................................................................................... 13 5. Considerações Finais .................................................................................................................... 16 Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 18 Guião de observação .................................................................................................................... 22 Guião de Entrevista ...................................................................................................................... 24 Diários de Campo ......................................................................................................................... 26 Registos Fotográficos ................................................................................................................... 40
  • 3. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Introdução O presente trabalho enquadra-se no conteúdo programático da Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais, do 2º ano – 1.º semestre da Licenciatura de Educação Social (pós laboral), orientada e coordenada pelas professoras Bernardete Sequeira e Vanessa Sousa, onde foi proposto realizar um trabalho sobre um contexto organizacional ou territorial. O nosso grupo optou pela análise de um contexto territorial, tendo a escolha incidido sobre a Praia de Faro. A escolha deste território teve a ver com o facto de todos os elementos do grupo conhecerem e frequentarem este território, quer pelo sentimento de pertença para com a mesma quer pelo facto de conhecermos a atual situação deste território, que se encontra incluído num programa forte de reestruturação territorial e que de uma certa forma tem condicionado as relações sociais inter/intra comunidade. Assim sendo, a questão de partida deste trabalho de investigação empírica e que no fundo também enuncia o seu principal objetivo é: Como está organizada territorialmente a Praia de Faro? A partir desta interrogação, outras mais específicas surgiram, tais como: - Quais as características deste território? - Qual a sua tipologia? - Que problemas/oportunidades são sentidas no território? - Quais as redes de sociabilidade? Partindo desta problematização, traçamos como objetivo geral do retrato territorial da Praia de Faro, em termos de infraestruturas, equipamentos e serviços, as atuais condições de habitabilidade e ordenamento do território e o caracterizar das associações que representam a ilha, sendo este último objetivo específico o que nos despertou maior curiosidade no desenrolar da investigação e que oportunamente será justificado. Numa perspectiva de futuros Educadores Sociais, onde o “traço” marcante é, sem dúvida, a capacidade para saber encontrar e ajudar a percorrer caminhos que vão no sentido do bem-estar da pessoa e da sociedade” (Cardoso, 2006:14), pretendemos, neste sentido, analisar um território, indo ao encontro dos princípios da Educação Social, partindo de uma análise temática e tentando perceber as redes de sociabilidade existentes.
  • 4. Análise de Contextos Profissionais Educação Social O presente trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos, incluindo o introdutório e excetuando os anexos, que compõem todos os instrumentos de trabalho usados (diários de campo, guião de observação, grelhas de análise do conteúdo, pesquisa documental, conversas informais, entrevistas semi-estruturadas e registos fotográficos; o primeiro capítulo: enquadramento do estudo, com referências teóricas de problematização sobre o objeto de estudo; segundo capítulo: caracterização da Praia de Faro; terceiro capítulo: metodologia de investigação; quarto capítulo: resultados (onde consta a apresentação dos dados e discussão dos resultados mais significativos); quinto capítulo: considerações finais (no qual é apresentado a reflexão final, as críticas a todo o desenrolar do estudo e algumas pistas para novos estudos que consideramos importantes durante o percurso da análise efetuada.
  • 5. Análise de Contextos Profissionais Educação Social 1. Enquadramento Atendendo à visão de Silvano (1997) quanto ao conceito de território, este vai para além de um espaço físico. Não nos podemos confinar a pensá-lo apenas como um espaço delimitado por fronteiras. Um território envolve as relações sociais, políticas e representacionais e consiste na forma como o indivíduo se identifica com o espaço, como revela as suas práticas e como o considera como um espaço de pertença e de referência. A problematização teórica desta análise territorial representa o nosso compromisso, enquanto pesquisadores do campo científico em que estamos inseridos, e, neste caso concreto, na Praia de Faro. Segundo BONIN (2006, p. 27), “um trabalho alentado de localização de conceitos e de proposições pertinentes para a compreensão do problema/objeto”, logo, sobre a problematização teórica, deve-se compreender o que ela representa de forma a balizar o estudo com obras de autores que abordam o tema. Neste sentido, balizámos o presente capítulo no olhar sobre as relações entre a ruralidade piscatória da Praia de Faro, recorrendo-nos do paralelismo referido por Campêlo (2000) entre rural agrícola e piscatório, e a urbanidade, bem como a sua caracterização territorial. 1.1 Contextualização teórica Consideramos o território da Praia de Faro, enquadrado no contexto tipológico, como sendo um território rural, dado o seu cariz piscatório, em que a atividade principal (ainda) deriva da pesca e dos recursos naturais deste espaço, mas em via de urbanização (Reis, 2001), ou seja, dadas as suas características estruturais (equipamentos, serviços,…) e também dada a relação de proximidade, geográfica, social, económica e política, existente entre este espaço rural, recorrendo-nos do paralelismo referido por Campêlo (2000) entre o rural agrícola e rural piscatório, quer com o grande centro urbano que é a cidade da Faro (capital de Distrito), quer com a capital de freguesia, à qual pertence, Montenegro, bem como à grande infraestrutura sediada no limítrofe fronteiriço da sua área que é o Aeroporto Internacional de Faro. A processo de urbanização, relaciona-se, cada vez mais, com o estreitamento de relações entre o rural e o urbano, onde o mundo rural depende, em certa medida, do mundo urbano, e, vice-versa. E isto porque ambos são indissociáveis, quer pelo fator económico, onde o mundo rural tem como função de suporte a produção de bens que servem o centro urbano, quer pelo fator social onde parte da população rural migra para 5
  • 6. Análise de Contextos Profissionais Educação Social as cidades, fomentando desta forma o seu crescimento e desenvolvimento. Segundo Ferrão (2000), a centralidade económica, social e simbólica do mundo rural arcaico veio a perder fôlego com a chegada da Revolução Industrial no século XVIII. O mesmo autor refere ainda que, após a 2ª Guerra Mundial e com a industrialização da agricultura, surgiu uma nova dicotomia entre o meio rural: o rural moderno e o rural tradicional, levando a que a oposição entre rural e urbano começasse a ser vista não como a mais decisiva dada a “perda” da exclusividade do modernismo nas áreas urbanas. “A mudança operada nas relações cidade/campo, traduzida em alargamento e diversificação, era acompanhada pela emergência do espaço social urbano/industrial, o qual, na sua lógica de afirmação e de inovação, se guindava a posição dominante e subordinava a si o espaço social rural” (Barros, 1990:46). Barros (1990), refere que a revolução industrial veio trazer profundas mudanças no mundo rural. A transferência das atividades para a cidade veio tornar a produção agrícola do meio rural totalmente dependente da indústria da cidade e cada vez mais orientada para a cidade e pela cidade. Não só o fator económico foi afetado. A nível social, quebra- se a integração no espaço rural, levando ao êxodo, e deste modo ao rompimento do espaço social rural. Dentro do contexto em análise, e segundo Sampaio (2007), o Algarve é encarado, de uma forma geral, como uma região em que a complementaridade entre o rural interior e o urbano litoral se verifica na sua plenitude e no caso concreto da Praia de Faro, e de acordo com o pensamento de Wirth (1928, cit. in Bógus, 2009), surge a ideia que o urbano e o rural não são opostos, mas que na realidade estão em contacto permanente. Ele afirma que o processo de urbanismo transpõe as fronteiras das cidades e que as mesmas produzem características distintas no modo como os seus ocupantes se organizam em agrupamentos. Remy e Voyé (1994), entende que, no processo de urbanização existe uma dicotomia entre o relacionamento rural e urbano. Este autor refere que os espaços são diferenciados numa perspetiva relacional e que as interações sociais a vida quotidiana e as relações afetivas são individuais. “Enquanto nos interessarmos pelo rural é porque nos interessamos pelas pessoas, pelos territórios, pelas sociabilidades, pela proximidade relacional, 6
  • 7. Análise de Contextos Profissionais Educação Social pelas capacidades que originam ancoragens qualificantes dos processos de 1 desenvolvimento”. (Reis, 2001:11) . Esta perspetiva de Reis (2001), vai de encontro à reflexão de Ferrão (2000) quanto à capacidade relacional de redescoberta do mundo rural, e reforça a ideia da valorizações das pessoas e das suas competências, motivando-as a encarar o território como património. O reaproveitamento e valorização do território, centrado na renaturalização – conservação e proteção da natureza; a procura de autenticidade – com vista a criar identidade própria e privilegiar a conservação e proteção do património histórico, com capacidade de suportar as tendências atuais da globalização; e a comercialização das paisagens – valorizando as atividades de turismo e lazer, num sentido de resposta à expansão de novas práticas de consumo, são medidas que, não só promovem o território em si, tornando-o multifuncional e com valor patrimonial, como fomentam a pluriatividade das comunidades, levando a que estas contribuam na manutenção e expansão do mundo rural, quer em termos económicos quer também em termos sociais e ambientais (Ferrão, 2000). Contudo, esta comunidade mareante, tem sofrido fortes alterações nos últimos anos. Quer numa perspectiva económica, dadas as políticas que se têm desenvolvido tenderem a fragilizar este setor de atividade que ainda é o garante sustentável destas populações, quer numa perspectiva social, dadas as transformações previstas para a Orla Costeira em termos de demolições de habitações, que tendem a fomentar por si só a rutura destas comunidades. E esta perspectiva social, de demolição de algumas habitações construídas e realojamento dos seus habitantes, é vincadamente, o grande e atual problema da comunidade da Praia de Faro. Essas construções tinham sido consideradas pelo POOC (plano governamental denominado Plano de Ordenamento da Orla Costeira) de destruição obrigatória parcial, sendo o espaço atualmente ocupado submetido a uma futura renaturalização e reestruturação territorial e são notórios vários problemas sociais, culturais e políticos, derivados dos atuais programas. A POLIS LITORAL RIA FORMOSA2, definiu como atividades estratégicas: 1 Conferência no “Plenário Inicial” do 1º Congresso de Estudos Rurais - Território, Sociedade e Política: Continuidades e Rupturas, da Sociedade Portuguesa de Estudos Rurais, 17 de Setembro, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real. 2 (Sociedade para a Requalificação e Valorização da Ria Formosa) - constituída, pelo Decreto-Lei n.º 92/2008, de 3 de Junho, derivado da POLIS LITORAL - Resolução do Conselho de Ministros nº90/2008. 7
  • 8. Análise de Contextos Profissionais Educação Social “a preservação do património natural e paisagístico, através da protecção e requalificação da zona costeira visando a prevenção de risco e da promoção da conservação da natureza e biodiversidade no âmbito de uma gestão sustentável; a qualificação da interface ribeirinha, através da requalificação e revitalização das frentes de ria, da valorização de núcleos piscatórios e do ordenamento e qualificação da mobilidade; a valorização dos recursos como factor de competitividade, através da valorização das actividades económicas ligadas aos recursos da ria suportada no seu património ambiental e cultural e direccionados directamente para os realojamentos em curso“ (POLIS LITORAL, 2008). Num primeiro olhar sobre a Praia de Faro, vários fatores se levantam. Trata-se de um território dotado de um rico património histórico, cultural e identitário, construído por uma comunidade mareante marcada pela forte identidade dos seus residentes com o espaço- mar e ainda marcada pelo fato das suas situações económica e social, que não podem nem de devem ser esquecidas (Campêlo, 2000), dependerem ainda dos recursos deste território. Para defesa do território da Praia de Faro, foram sendo criados ao longo dos anos vários movimentos associativos, os quais, segundo Trindade (1986), têm como função promover e recriar artificialmente comunidades que se encontram condenadas à desaparição e que outrora foram agastadas, quer devido a fatores endógenos (pela rutura de relações internas na comunidade) quer pela separação e dispersão motivada por fatores exógenos (pelo êxodo rural). Esta autora, refere também “que embora no sentimento de pertença seja mais idealizado do que traduzido por razões palpáveis, ele serve de motivação para ocasiões de encontro, para a construção de melhorias e para enquadramento de dispersos”. 2. Caracterização A praia de Faro ou ilha de Faro situa-se no Algarve, no município de Faro, freguesia de Montenegro e é uma extensa língua de areia fina e branca, que em 1994 tinha aproximadamente “10.5 quilómetros de comprimento e 100 a 300 metros de largura entre o mar e a Ria Formosa” (Bettencourt cit in Pestana), tendo sofrido mutações ao longo dos anos. Esta faz parte do cordão dunar que forma a Ria Formosa e está inserida na Península do Ancão, que constitui a unidade mais ocidental do sistema de ilhas-barreiras (Dias et al, 2004). 8
  • 9. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Até aos anos 30 a Ilha de Faro era apenas habitada por pescadores, sendo que a partir desta altura as pessoas que ali se deslocavam por lazer começaram também a construir as suas casas de férias. No princípio do século XX, as primeiras habitações que surgiram pertenciam aos pescadores e eram barracas de junco com telhados de palha semelhantes aos “Palheiros” existentes em território português (Viegas, in Lage 2009). A proximidade com a capital regional, a acessibilidade por estrada justifica o facto de esta praia ter sido das primeiras Ilhas da Ria Formosa a conter uma ocupação populacional mais consistente de residência de veraneios (CCR, 1986). Pelo que este território até 1956 pertencia ao domínio público marítimo, passando posteriormente para domínio privado do Estado (Viegas, in Lage 2009) A ligação desta Ilha ao continente é artificial, e faz-se através de uma ponte rodoviária construída em 1957 (Silva, com.pess.), que possibilita a passagem pedonal ou de alguns veículos. O acesso à praia também pode ser feito por via marítima (barco), existe também a possibilidade de se deslocarem de autocarro, tendo que proceder à passagem da ponte a pé. E, com o aumento do número de pessoas nos meses de Verão provoca um congestionamento no acesso à praia que também origina estacionamentos sobrelotados (Lage, 2009) Os recursos naturais são de grande importância e riqueza, conferem-lhe uma enorme importância económica, destacando-se a fauna, flora e condições climatéricas (Muzavor & Morenito, 1999) A ilha de Faro tal como toda a Ria Formosa, para além de local de um abrigo, é também uma zona distinta para a alimentação, reprodução e estadia de numerosas espécies animais, desde os peixes aos invertebrados, incluindo moluscos e crustáceos, servindo simultaneamente de suporte a uma avifauna diversificada. Existe uma grande diversidade de fauna mas, as mais visíveis na praia de Faro são: Himantopus himantopus (pernilongo), Tringa totanus (perna vermelha comun), Anãs platyrhynchos (Pato real), ardea cinerea (Garça real), Egretta garzetta (Garça Branca), Phoenicopterus ruber (flaminco), Larus cacchinans (Gaivota de pata amarela) (Musavor & Pinto, 1994), Ruditapes decussatus (ameijoa boa), Cerastoderma edule (berbigão), Ensis Siliqua (lingueirão) (Muzavor, 1991) A Ilha de Faro apresenta alguns interesses em relação à flora: os sapais apresentam uma vegetação halófita (vegetação que suporta elevados níveis salinos, carência de oxigénio nos solos) e a flora dunar que está adaptada aos ventos fortes e que permite uma grande 9
  • 10. Análise de Contextos Profissionais Educação Social permeabilidade dos solos e que tem como espécies o Ammophila arenaria (Estorno), Otanthus maritimus (Cordeirinhos da Praia), Spartina marítima (ICN) Os recursos naturais são a base de apoio da atividade turística e são eles os fatores de motivação da procura e desenvolvimento turístico, tendo estes que ser planeados e bem geridos. No entanto nos meses de Verão a utilização dos recursos naturais existentes provoca a destruição dos mesmos bem como a poluição no sistema (POLIS, sd). Em relação ao “ Turismo é considerado como uma das atividades económicas de maior importância nas áreas costeiras. No entanto, esta atividade tem sido associada à emergência de fortes impactos negativos nestas mesmas áreas. Este é um dos motivos que tem levado ao crescente interesse pelo turismo sustentável, já que o excesso de actividade turística, em particular na época balnear, revela a existência de várias pressões ambientais sobre essas áreas” (Pinho et al, sd). No entanto o turismo de natureza está relacionado com os equipamentos de lazer existentes nos espaços abertos, destinados aos residentes e ao turismo interno (Pestana, 1997). A tipologia deste território é de carácter rural, com características urbanas. Rural dado o seu cariz piscatório, sendo a pesca a atividade principal dos seus residentes e com características urbanas uma vez que também é dotada de certas infraestruturas e equipamentos (como parque de campismo, GNR, hotéis, restaurantes) e pela proximidade relacional com os centros urbanos contíguos. 2.1 Movimento Associativo Na praia de Faro existem três associações que foram criadas para a defesa dos moradores e/ou utentes. A primeira Associação a ser constituída foi a Associação Para a Defesa e Desenvolvimento da Praia de Faro (APRAFA) a 4 de Maio de 1990. Sendo esta uma associação “sem fins lucrativos, não religiosa e apolítica” e fundada com o objectivo “promoção e desenvolvimento da Praia de Faro, bem como de actividades desportivas e culturais.” (Diário da República n.º 145,série III, 1990) A Associação DUNA MAR, foi a segunda associação a ser formada na ilha de Faro e foi fundada a 23 de Junho de 2005, segundo dados do Diário da República. Tem como objectivo “defender os interesses dos residentes e utentes da Praia de Faro; Desenvolver actividades no âmbito sócio - culturais, recreativas e desportivas; Preservação e desenvolvimento da Praia de Faro” (Diário da República n.º 168,série III, 2005). 10
  • 11. Análise de Contextos Profissionais Educação Social A Associação Dos Utentes da Ilha de Faro (AUIF) surgiu a 7 de Abril de 2010, tendo como principal objectivo defender os interesses tanto dos proprietários como utentes da ilha. A associação emerge devido à preocupação dos proprietários e utentes da praia, perante iniciativas da Câmara Municipal de Faro e da Polis em alterar o ordenamento territorial da Ilha, levando a que muitas pessoas tenham que a abandonar. O objectivo geral desta associação não se limita apenas à questão das demolições e realojamentos mas, a todas as questões relacionadas com os utentes, ou seja, a quem frequenta a praia e não só com quem lá reside, tais como o acesso à ilha, o estacionamento e o transporte. (Cabeços, com.pess.). Na praia de Faro existem três associações que foram criadas para a defesa dos moradores e utentes. A primeira Associação a ser constituída foi a Associação Para a Defesa e Desenvolvimento da Praia de Faro (APRAFA) a 4 de Maio de 1990. Sendo esta uma associação “sem fins lucrativos, não religiosa e apolítica” e fundada com o objetivo “promoção e desenvolvimento da Praia de Faro, bem como de atividades desportivas e culturais.” (Diário da República n.º 145,série III, 1990) A Associação DUNA MAR, foi a segunda associação a ser formada na ilha de Faro e foi fundada a 23 de Junho de 2005, segundo dados do Diário da República. Tem como objetivo “defender os interesses dos residentes e utentes da Praia de Faro; Desenvolver actividades no âmbito sócio - culturais, recreativas e desportivas; Preservação e desenvolvimento da Praia de Faro” (Diário da República n.º 168,série III, 2005). A Associação Dos Utentes da Ilha de Faro (AUIF) surgiu a 7 de Abril de 2010, tendo como principal objectivo defender os interesses tanto dos proprietários como utentes da ilha. A associação emerge devido à preocupação dos proprietários e utentes da praia, perante iniciativas da Câmara Municipal de Faro e da Polis em alterar o ordenamento territorial da Ilha, levando a que muitas pessoas tenham que a abandonar. O objectivo geral desta associação não se limita apenas à questão das demolições e realojamentos mas, a todas as questões relacionadas com os utentes, ou seja, a quem frequenta a praia e não só com quem lá reside, tais como o acesso à ilha, o estacionamento e o transporte. (Cabeços, com.pess.). 3. Metodologias Em qualquer trabalho em ciências sociais é necessário recorrer a métodos, técnicas, e estratégias específicas consoante o assunto em questão (Albarello et al, 1995). Segundo 11
  • 12. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Ander-Egg (1987) a metodologia é “entendida como a disciplina que se ocupa dos métodos e suas inter-relações” e será a organização crítica das práticas de investigação (Almeida & Pinto, 1982). O trabalho de investigação no campo é flexível e sem procedimentos rígidos e a metodologia está constantemente a ser adaptada e redefinida pelo investigador (Burgess, 1997). Segundo Bell (1997) e Pérez Serrano (1994), a observação é uma das técnicas fundamentais utilizadas no processo de investigação em Ciências Sociais. E pode tornar-se numa técnica poderosa. Aplicado a um determinado contexto social, fazem parte da observação direta, entre outros, os diários de campo, os guias de observação e as notas de campo, (Burgess, 1997; Machado, 2004; Pérez Serrano, 1994). Segundo Quivy & Campenhoudt (1998), na observação direta, procede- se diretamente à recolha de informação, incidindo num guião de observação onde devem estar presentes os indicadores pertinentes para o estudo em questão. Por outro lado, diz Machado (2004), que a observação direta com a realização de um diário de campo permite um contacto mais direto com as pessoas para uma melhor perceção da vida quotidiana. Diários de campo são documentos espontâneos que permitem ao investigador fazer o registo dos acontecimentos, perceções, intuições que depois irão ajudar a orientar o trabalho durante o seu percurso. O investigador deve sempre registar dia, hora local e as dificuldades sentidas Os registos diários devem ser regularmente escritos e conter informações sobre as pessoas e infraestruturas (Burgess, 1997). Já as conversas Informais permitem recolha de dados muito significativos e serve para aprofundarmos a observação. Estas conversas devem ser utilizadas na fase preliminar da investigação para ajudar às questões pertinentes para o estudo. Sempre que possível as conversas informais devem ser registadas no diário de campo (Duarte, 2002). Por fim, a análise de conteúdo é uma técnica documental que utiliza a análise dos documentos escritos, nomeadamente ao comparar e inferir os dados recolhidos e retirar as informações mais significativas (Bardin, 1977; Guerra, 2006). Segundo Poirier et al, (1983) “ … a análise de conteúdo é sempre um trabalho ingrato, longo, paciente, que requer, simultaneamente, um trabalho minucioso de análise e uma passagem delicada à síntese”. Neste estudo, iniciámos o trabalho de observação direta não participante, com a elaboração dos diários de campo que optámos por ser feita individualmente para melhor riqueza de recolha de dados. As observações foram efetuadas durante os meses de Outubro e Novembro. Posteriormente, e já em grupo foram recolhidos registos 12
  • 13. Análise de Contextos Profissionais Educação Social fotográficos. Neste território, procurámos saber como está organizado, quer a nível funcional - comércio, equipamentos, infraestruturas, espaço residencial e lazer e também quer a nível de ocupação - quem são os moradores, quem utiliza este espaço, quem são os líderes e representantes da população. Neste último caso, e considerando a importância das associações neste território foram realizadas: uma conversa informal com o presidente da associação APRAFA, e outra com o presidente da associação Nascente Duna Mar e uma entrevista semi-estruturada por escrito (via email) com o presidente da AUIF. Foi também realizada uma conversa informal com um comerciante da Ilha de Faro, sócio fundador da Associação APRAFA. Foi construído um Guião de observação com os aspetos que nos foram parecendo importantes registar e que foi sendo reestruturado à medida que o trabalho se foi desenvolvendo. A pesquisa documental acerca da Ilha de Faro e das 3 associações foi também realizada. 4. Análise e Discussão ee Resultados 4.1 - Ordenamento territorial 4.1.1 - Tipologia Como constatámos na caracterização a tipologia deste território é de carácter rural, com características urbanas. Rural dado o seu cariz piscatório, sendo a pesca a atividade principal dos seus residentes e com características urbanas uma vez que também é dotada de certas infraestruturas e equipamentos (como parque de campismo, GNR, hotéis, restaurantes) e pela proximidade relacional com os centros urbanos contíguos. 4.1.2 - Acessibilidade A acessibilidade à praia é restrita, uma vez que só pode ser feita por via marítima ou através de uma ponte estreita com uma só via onde a circulação do trânsito é dirigida por semáforos. O aumento da população nos meses de Verão, devido à restrita acessibilidade provoca “congestionamentos de trânsito com grandes consumos de combustível e emissões desproporcionadas de ruído e de gases poluentes em pleno Parque Natural da Ria Formosa” (Lage, 2009:162). 4.1.3 - Estacionamento Das pesquisas documentais, sabemos que existe precisamente 1061 lugares para estacionamento (incluindo estacionamento para deficientes) e 306 lugares desordenados, que totalizam 1367 lugares (Lage, 2009:24). 13
  • 14. Análise de Contextos Profissionais Educação Social No entanto, a ilha de Faro acolhe durante a época de Verão cerca de 4000 pessoas, lotando por completo os mais de mil lugares de estacionamento e entupindo desta forma, todos os lugares de estacionamento assim como toda a estrada longitudinal de alcatrão que atravessa a praia. (Lage, 2009:161). “Por estes motivos, esta praia é um dos maus exemplos de ordenamento do litoral algarvio e do país e um dos locais que maior risco ambiental apresenta”. (Lage, 2009:161). 4.1.4 - Habitabilidade Constatámos uma grande dicotomia entre as construções e condições de habitabilidade das residências existentes nos extremos da ilha, onde as artérias não são pavimentadas, e as que se situam no espaço imediatamente contíguo às Avenidas Nascente e Poente (que percorrem toda a ilha, até certo ponto), ou seja, verificou-se que as habitações dos extremos pertencem aos residentes “a tempo inteiro” (pescadores e mariscadores) e são habitações precárias. No contexto oposto, isto é, as habitações existentes nas duas avenidas são maioritariamente de segunda habitação, construídas em alvenaria e algumas de vários pisos. 4.2 – Meio envolvente 4.2.1 - Infra-estruturas e serviços Possuí: 5 restaurantes, 2 bares, 6 cafetarias, 1 escola primária, 1 hotel, 1 parque de campismo, 1 posto de saúde, 1 clube náutico, 1 clube de surf, 1 multibanco, 4 cabines telefónicas, 3 associações, 4 instalações sanitárias, 1 posto da GNR, diversos parques de estacionamento (inclusive para deficientes), 2 cais de embarque, 1 parque infantil, 1 paragem de autocarros, 1 estação de tratamento de águas, 1 colónia de férias, 2 mini mercados e 1 chuveiro público. Das conversas informais que mantivemos ao longo do trabalho e dos dados recolhidos das observações, consideramos que a praia de Faro está dotada de equipamentos e infra-estruturas adequados tendo em conta o número de residentes e de utentes. No entanto, o posto da GNR e o posto médico de saúde (inserido no parque de campismo), apenas estão em funcionamento durante a época balnear. Embora consideremos que estes são dois serviços essenciais no território da praia, tivemos a perceção que os moradores não os consideram tão relevantes, pois tem facilidade de se deslocar tanto a Faro como ao Montenegro. 14
  • 15. Análise de Contextos Profissionais Educação Social De outro modo, o presidente da AUIF considera que a nível de infraestruturas podiam ser mais adequadas tendo vista, “o lazer, a exploração turística do espaço e o seu bem estar” (com. pess. Cabeços). 4.3 - Organização social 4.3.1 - População Segundo dados da Junta de Freguesia de Montenegro, atualmente residem cerca de 700 pessoas, das quais só estão recenseadas aproximadamente 400. De acordo com Viegas (2003), a população residente na Praia de Faro durante o Verão é de cerca de 4000, no entanto, a praia é frequentada nos meses de Verão por vários visitantes, chega atingir uma média diária de 5.800, dividindo-se pela manhã cerca de 2800 visitantes e 3000 visitantes, sendo a sua “capacidade de carga” (o número de pessoas que um território pode receber sem danificar as suas características). Na pesquisa efetuada apenas conseguimos obter informação de que a população em 2001 era de 381 habitantes. (INE) Elaboramos pesquisas no sentido de apurar resultados mais precisos acerca da população através do site do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), apurando apenas dados do concelho de Faro e do qual não foram significantes para a nossa análise. Para refinar e apurar dados acerca da população também foi contactado pessoalmente o INE de Faro e telefonicamente o INE de Lisboa. Não respondendo estes às nossas expectativas, uma vez que pretendíamos obter dados acerca do número de residentes, género, faixa etária, atividade profissional e fluxo migratório. Consultamos ainda a carta educacional do Concelho de Faro, mas a mesma não continha dados específicos da praia de Faro. 4.3.2 - Relações de sociabilidade Dos dados recolhidos, e, através da análise dos diários de campo, guião de observação e conversas informais, verifica-se que as relações internas entre a comunidade da praia de Faro não têm quaisquer barreiras, sendo dotadas de espontaneidade e de tranquilidade e que marcam afinidade entre todas as pessoas da ilha. Os comportamentos e vida quotidiana manifestam-se essencialmente na atividade derivada do mar. Contudo, é também de referir que foram observadas algumas tensões centradas na problemática do realojamento, e acessibilidade à ilha, em que o interesse em comum centra-se na melhoria de condições para a pesca e habitabilidade, e no combate à desertificação e abandono. 15
  • 16. Análise de Contextos Profissionais Educação Social De uma forma geral as relações de sociabilidades entre os moradores são favoráveis e os seus interesses são comuns, a qualidade de vida é razoável, as condições de habitabilidade dos moradores é fraca, as casas são feitas na maioria de madeira, sem condições de grande segurança. 4.4 – Turismo Através das conversas informais, fomos informados que os moradores consideram o Turismo existente durante a época balnear de extrema importância, para o desenvolvimento das atividades económicas. Mas a atividade turística para além de benefício que dá ao território, também “provoca fortes impactos negativos” a nível ambiental. (Pinho et al, sd). 4.5 – Património Quanto aos recursos de valor económico existentes neste território e dos quais dependem os moradores da Praia, salientamos o que nos foi transmitido pelo presidente da Associação Duna Mar que referiu que, cada vez mais, o número e diversidade de espécies é menor, que a ria formosa está muito assoreada e poluída e que a barra está quase fechada. 5. Considerações Finais Os argumentos de “refuncionalização” por os espaços rurais serem considerados inferiores em relação aos urbanos vão sendo acompanhados pela diminuição das possibilidades de um mundo com características centradamente rurais, aquelas que lhe garantiram sustentabilidade ao longo de centenas de anos e que ainda hoje são determinantes nos modos de vida daqueles que sempre aí habitaram. O conjunto de elementos de um modelo de desenvolvimento, ou de não desenvolvimento, tem conduzido ao abandono continuado dos espaços rurais e à sua desvalorização social e económica. A ilha de Faro encontra-se intensamente urbanizada e manifesta um grave desordenamento estrutural, devido a não obedecer a princípios estéticos e urbanísticos, onde o forte aglomerado de construções destinadas a vários fins, das quais para a pesca, para a habitação e para o comércio não coadunam com o ambiente natural (Lage, 2009). A origem do grande problema da ilha de Faro desde os últimos 40 anos advém de uma série de erros de gestão costeira, principalmente no que diz respeito à construção de casas onde não é aceitável num sistema litoral, assim como a construção da estrada, 16
  • 17. Análise de Contextos Profissionais Educação Social estruturas desportivas, parque de campismo e de estacionamento, o que levou consequentemente a recuar o sistema dunar. Os recursos naturais são a base de apoio da atividade turística e são eles os fatores de motivação da procura e desenvolvimento turístico, tendo estes que ser planeados e bem geridos. No entanto nos meses de Verão a utilização dos recursos naturais existentes provoca a destruição dos mesmos bem como a poluição no sistema. Em relação ao Turismo é de realçar o turismo de natureza e dos equipamentos de lazer existentes nos espaços abertos, destinados aos residentes e para o turismo interno. O espaço da Ilha/Praia de Faro é um território carregado de forte identidade cultural, o que, pelo seu simbolismo e representação social, possui grandes características marcadamente patrimoniais, quer pelo seu cariz natural e relação muito próxima com o espaço mar quer pela atividade dominante da sua comunidade: a pesca. E é essa identidade própria que esta mesma comunidade não quer e exige não perder! É dentro destes conceitos de território e de valorização patrimonial, que todos os atores (associações locais com objetivos claros de desenvolvimento da comunidade) e todos os seus agentes (comunidade em geral) sociais devem basear os seus esforços. O movimento associativo verificado na Praia de Faro, é um tanto ou quanto caricato. E isto devido ao fato de, numa área com uma extensão tão diminuta e com uma densidade populacional tão reduzida, existirem 3 Associações, ditas de apoio e desenvolvimento à própria Praia e aos seus utentes. As associações são instrumentos ativos e operadores do espírito regionalista, traduzindo em ações concretas os desejos teóricos de um sentimento difuso de inclusão/afinidade, oriundo de uma conterraneidade anterior. Sendo o associativismo, aparentemente, um plano de união, deveria, neste caso concreto da Praia de Faro, acabar por dar origem a novas relações de coexistência e de compatibilidade entre formas de viver e de atuar afastadas e diversas. Ora, tal não acontece nesta comunidade. Só o fato de existirem por si só 3 Associações já gera alguma polémica, demonstra uma clara desunião entre as pessoas e leva a crer que tudo não passa de interesses pessoais, e políticos, e não do que se pretendia que fosse. 17
  • 18. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Referências Bibliográficas  ADMINISTRAÇÃO REGIONAL HIDROGRÁFICA DO ALGARVE, disponível em [URL]:http://www.arhalgarve.pt/site/parameters/arhalgarve/files/File/upload/Perfil_ Agua_Balnear/Perfis_Fichas/FAR_Faro_Mar.pdf, acedido em 22NOV11.  ALBARELLO, L.; DIGNEFFE, J.; MAROY, C.; RUQUOY, D. & SAINT-GEORGES, P. (1995), “Práticas e Métodos de Investigação em Ciências Sociais”. Gradiva, p. 244.  ALMEIDA, J.F. e PINTO, J.M. (1982), “A Investigação nas Ciências Sociais”, Presença, Lisboa.  Bardin, L. (1979), “Análise de Conteúdo”. Lisboa, Edições 70.  BARROS, A. (1990), “Sociologia Rural perante a problemática do espaço”, in Sociologia, Problemas e Práticas, nº 8, CIES- ISCTE.  BELL, J. (1997), "Como realizar um projecto de, investigação: um guia para a pesquisa em ciências sociais e da educação", Lisboa, Gradiva, - Colecção Trajectos; p.38.  BONIN, J. (2006), “Nos bastidores da pesquisa: a instância metodológica experenciada nos fazeres e nas processualidades de construção de um projeto.“ In: Metodologias de pesquisa em comunicação: olhares, trilhas e processos. Porto Alegre: Editora Sulina, 2006.  BURGESS, R. (1997). A Pesquisa de Terreno. Uma Introdução. Oeiras: Celta Editora.  CAMPÊLO, A. (2000), Congreso Virtual 2000, disponível em [URL]: http://www.naya.org.ar/congreso2000/ponencias/Alvaro_Campelo.htm, acedido em 20NOV11.  DIAS, J.; FERREIRA, Ó.; MOURA, D. (2004), II Reunião científica Reede Cyte- XVII - O sistema de Ilhas-Barreira da Ria Formosa.  FERRÃO, J. (2000), “Relações entre Mundo Rural e Mundo Urbano: Evolução Histórica, Situação Actual e Pistas para o Futuro in Sociologia”, in Problemas e Práticas, nº 33, CIES-ISCTE, pp.45-54.  DUARTE, R. (2002), “Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo”. Rio de Janeiro, Cadernos de Pesquisa, nº 115, pp. 139-154.  GUERRA, I. (2006), “Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdo. Sentidos e formas de uso”. Cascais, Principia Editora. 18
  • 19. Análise de Contextos Profissionais Educação Social  GUERRA, I. (2006), “Participação e Acção Colectiva – Interesses, Conflitos e Consensos”. Lisboa: Principia.  MACHADO, I. (2004), Sobre vivências urbanas: Estilos de vida e práticas sociais em contexto de requalificação urbana. Actas dos ateliers do Vº Congresso Português de Sociologia Sociedades Contemporâneas: Reflexividade e Acção. Atelier: Cidades, Campos e Territórios, p.53.  MILLS, C. (1975), “Do Artesanato Intelectual.” In: ___. A Imaginação Sociológica. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. p. 211-243.  MUZAVOR, S. (1991), “Roteiro Ecológico da Ria Formosa; I Moluscos Bivalves”, Editora Algarve em foco.  MUZAVOR, S. & PINTO, J. (1994), “Roteiro Ecológico da Ria Formosa; III-Aves”, Universidade do Algarve.  MUZAVOR, S. & MORENITO, P.(1999), “Roteiro Ecológico da Ria Formosa; IV- Moluscos Gatrópodos”, Universidade do Algarve.  PESTANA, M. (1997), “Abordagem à relação Turismo - Ambiente; O conceito de capacidade de carga aplicado à Ilha de Faro” (tese de mestrado).  PEREZ SERRANO, G. (1984), “Investigaciòn cualitativa / retos e interrogantes”. Aula Abierta.  PINHO, L; ALBUQUERQUE, H; MARTINS, F (sd), “Vozes do mar não chegam a terra – segunda residência em áreas de risco costeiro” disponível em [URL]: http://www.apdr.pt/siteRPER/numeros/RPER17/17.5.pdf, acedido em 09-01-2012.  QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L. (1998), “Manual de Investigação em Ciências Sociais”. Lisboa: Gradiva.  REIS, José (2001), “Observar a mudança: o papel dos estudos rurais”, CES, disponível em [URL]: http://www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/165/165.pdf, acedido em 07-01-2012.  RÉMY, J. e VOYÉ, L. (1994), “A cidade: rumo a uma nova definição?”. Porto: Edições Afrontamento.  SAMPAIO, D. (2007), “O papel do desenvolvimento rural para a coesão dos territórios: Novas Perspectivas para o meio Rural Algarvio.”, Universidade de Lisboa, FLUL.  SILVANO, F. (1997), “Territórios da Identidade”. Oeiras: Celta Editora, pp.1-20. 19
  • 20. Análise de Contextos Profissionais Educação Social  SOUZA, M. (1995), “O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento”, in CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. da C; CORRÊA, R. L. (orgs). Geografia: conceitos e temas – Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1995.  TRINDADE, M. (1986), “Do rural ao urbano: O associativismo como estratégia de sobrevivência”. Análise Social, vol. XXII (91), 1986-2.°, pp. 313-330. 20
  • 21. Análise de Contextos Profissionais Educação Social ANEXOS 21
  • 22. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Guião de observação Dimensão Registo da observação Ordenamento territorial: Trata-te de um território rural mas com  Localização características urbanas. Situa-se a 8 km da  Tipologia cidade de Faro, na direção do aeroporto por  Acessibilidade uma extensa língua de areia onde o acesso se  Estacionamento faz por uma ponte.  Habitabilidade A ilha de Faro manifesta um grave desordenamento territorial, pelo fato de não obedecer a princípios estéticos urbanísticos e ecológicos. Os aglomerados de construções destinam-se principalmente para as atividades piscatórias, habitação e comércio local. A habitação é permanente nos extremos poentes e nascente, ocupada pelos pescadores/mariscadores, sendo ocasional nas épocas de veraneio e de clima propício; existem também habitações destinadas para férias e aluguer. O estacionamento automóvel é suficiente durante todo o ano, exceto nos meses de Julho, Agosto e Setembro, em que a população é ampliada em números bastante consideráveis (cerca de 5000). Meio envolvente: Possui 5 restaurantes, 2 bares, 6 cafetarias, 1  Recursos escola primária, 1 Hotel, 1 parque de  Equipamentos campismo, 1 posto de saúde, 1 clube de  Serviços náutico, 1 clube de surf, 1 multibanco, 4  Limpeza cabines telefónicas, 3 associações, 4  Paisagem instalações sanitárias públicas, 1 posto de GNR, parques de estacionamento para deficientes, 2 cais de embarque, 1 parque infantil, 1 paragem de autocarros, 1 depósito de água, 1 colónia de férias, 2 mini mercados, 1 chuveiro público e 1 marco de correio. O território de forma geral encontra-se limpo. O extremo nascente e poente do areal, as edificações de veraneio são substituídas pelas pitorescas casas dos pescadores e mariscadores, e as dunas e o sapal vão dominando a paisagem. Organização social: Os residentes são maioritariamente  População (Quem são os pescadores e mariscadores, que vivem nos residentes, estrutura por sexos, extremos da ilha, e minoritariamente grupos etários, níveis de comerciantes, com idades entre os 40 e 60 escolaridade, profissões) anos de idade, os níveis de escolaridade são  Modos de vida (comportamentos, baixos e as profissões centram-se na pesca e vida quotidiana, interesse em restauração. (Exceto os filhos de alguns comum, tensões.) pescadores que tem profissões fora da ilha, 22
  • 23. Análise de Contextos Profissionais Educação Social  Relações de sociabilidade (quais precisamente no aeroporto) as condições de vida dos As relações espontâneas e de tranquilidade residentes? condições de marcam afinidade entre as pessoas da ilha. Os habitabilidade; perfil demográfico, comportamentos e vida quotidiana identidade local) manifestam-se essencialmente na pesca; observaram-se algumas tensões centradas na problemática do realojamento, e acessibilidade à ilha, em que o interesse em comum centra- se na melhoria de condições para a pesca e habitabilidade, e no combate à desertificação e abandono. De uma forma geral as relações de sociabilidades entre os moradores são favoráveis e os seus interesses são comuns, a qualidade de vida é razoável, as condições de habitabilidade dos moradores é fraca, as casas são feitas na maioria de madeira, sem condições de grande segurança. Património cultural (bens imóveis e O património natural centra-se móveis; bens imateriais) e natural. maioritariamente na sua paisagem em que podemos observar a fauna e flora. O património cultural é reduzido, apenas se traduzem em bens móveis: gastronomia e artes de pesca; bens imateriais: linguagem própria e costumes. Turismo: O movimento turístico é sazonal, possui  Atividades económicas excelentes condições para a prática de  Desporto e lazer desportos náuticos (canoagem, remo, jetski, surf, windsurf, vela...) As atividades económicas centram-se no comércio e as atividades de lazer centram-se maioritariamente na pesca desportiva, passeios de barco, pedestre ou de bicicleta e banhos na praia. Associações: Existem 3 associações com o objetivo de  Líderes defender o desenvolvimento dos moradores e  Quantas existem utentes, as quais se representam por lideres  Existem há quanto tempo locais (nos casos da APRAFA e DUNAMAR) e  Objetivos por um dos utentes da Ilha de Faro (no caso da AUIF); Associação Aprafa (1990); Dunamar (1995); AUIF (2010). 23
  • 24. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Guião de Entrevista Apresentação e Objetivos da Entrevista Estamos a contactá-lo no sentido de nos conceder uma entrevista (escrita – via e-mail), tendo como alvo a análise territorial da Praia de Faro, a qual consiste em obtermos dados suscetíveis de análise, sob o ponto de vista geral, sobre os movimentos associativos deste território, relações de sociabilidade entre associações existentes, e específico sobre a associação que representa – Associação de Utentes da Ilha de Faro (AUIF). 1 – Surgimento da AUIF? 1.1 - Como surgiu? 1.2 - Em que ano? 1.3 - Quem a fundou? 2 – Na sua opinião porquê 3 associações na ilha de Faro? 2.2 – Como é o relacionamento entre todas? 2.3 – Defendem os mesmos interesses? 2.4 – Indique, cronologicamente, as suas criações? 3 – Quais as necessidades, atuais, sentidas pelos moradores? 4 – Qual o maior problema na Ilha? 5 – Na sua opinião, qual seria a solução para resolver o problema? Dados resultantes da entrevista efetuada ao Sr. Alberto Cabeços: 1 – “Surgiu como resultado de uma preocupação dos proprietários e dos utentes da Ilha de Faro perante iniciativas da Câmara Municipal de Faro em alterar o ordenamento da Ilha de Faro, com a cobertura e verbas da Polis Ria Formosa, sem que existisse por parte dos utentes e moradores um órgão seu representante que pudesse manifestar a sua opinião e posição na defesa dos interesses da Ilha de Faro e dos seus utentes. 1.2 – 2010 1.3 – Um grupo de elementos dos actuais órgãos da AUIF. 2 – Na verdade não são 3 mas 4. As duas primeiras foram fundadas essencialmente por pessoas ligadas ao mar, pescadores e mariscadores, que talvez por localização geográfica, una a Nascente e outros a Poente fundaram as suas Associações tendo em 24
  • 25. Análise de Contextos Profissionais Educação Social vista a defesa dos seus interesses específicos relacionados com a sua actividade profissional assim como na defesa das suas habitações onde muitos deles nasceram. A 3ª Associação foi fundada pelos utentes do parque de campismo. Por último surgiu a AUIF com a finalidade de defender s interesses não só dos moradores mas também de todos os utentes da Ilha de Faro. 2.2 – A AUIF já por várias vezes estabeleceu contacto com as outras Associações tendo em vista uma união de todos os esforços a fim de melhor obter resultados satisfatórios para todos mas apenas tem obtido uma resposta colaborante por parte da Associação do Utentes do Parque de Campismo, as outras duas recusam-se ao dialoga. 2.3 – De uma forma geral os interesses são comuns e que se traduzem numa melhor Ilha que não seja dotada ao abandono e à desertificação. 2.4 – Já respondido 3 – As necessidades dos moradores são as mesmas que qualquer aglomerado urbano deverá ser dotado, neste caso específico por estar exposto às intempéries do mar deverão ser implementadas medidas urgentes tendo em vista a defesa da Ilha pela forte erosão a que está submetida. É preocupação da AUIF a continuação das pessoas neste espaço magnífico e dotá-lo de infraestruturas adequadas aos nossos tempos tendo em vista o lazer, a exploração turística do espaço e o seu bem estar. 4 – O maior problema da Ilha de Faro é o estado de total abandono a que foi submetido pelas sucessivas “ câmaras “; carece de ordenamento urbano conciliado com a protecção da costa. 5 – A solução passa por implementar trabalhos de protecção costeira que minimizem a energia das ondas mas que, ao mesmo tempo, não sejam invasivas a ponto de ter de retirar os moradores. Existem novas técnicas que permitem fazê-lo, é apenas questão de as entidades responsáveis e que sabemos serem conhecedoras dessas novas técnicas as queiram implementar.” 25
  • 26. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Diários de Campo 1 – Ricardo O presente diário de campo enquadra-se no âmbito da Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais, o qual consistiu numa observação/recolha de dados da Ilha/Praia de Faro. Inserido num grupo composto por mim e pelas minhas colegas Ana Abreu, Telvia Costa e Rita Gonçalves, e, dentro de um contexto territorial, procedemos à observação da Praia de Faro, optando por efetuarmos observações individuais para melhor riqueza na recolha de dados. Assim, nos dias 20, 23, 25 e 27 Outubro do corrente ano, procedi à observação dos fatores, de uma forma geral, que considerei mais importantes, dos quais dei maior relevância aos fatores físicos (ao nível de equipamentos) e sociais (relações entre a comunidade local). No entanto, sendo do meu conhecimento (e de todos) que a Praia de Faro se trata de um território “virado” para a vertente económica/comercial - turismo e diversão noturna - e, com uma maior afluência de pessoas em épocas estivais (verão e épocas de clima mais quente), a observação foi ligeiramente condicionada por estes aspetos, uma vez que a afluência à ilha nesta época do ano é reduzida (somente aos fins de semana e em dias que o clima seja favorável). Mas, por partes… No dia 20 de Outubro, cerca das 16H00, desloquei-me à Ilha/Praia de Faro, tendo percorrido toda a ilha. Numa primeira análise geral visual, pude verificar que ainda antes da ponte que dá acesso à ilha, local este determinante no meu ponto de vista, uma vez que possui um terminal rodoviário de autocarros, existe um ecoponto, que inicialmente achei pouco estético devido ao impacto ambiental que causa, mas que posteriormente vim a considerar que o mesmo fora estrategicamente ali colocado, e logo de extrema utilidade, dado ser o ponto de maior confluência de pessoas que se deslocam para a praia de Faro através de transportes públicos e também porque ao longo da ilha existem poucos (somente contei 2) ecopontos. Ainda de uma maneira geral, considero a tipologia da Ilha de Faro como sendo de carácter rural, mas com características urbanas. Rural, uma vez que uma das principais funções dos habitantes (comunidade residente) da ilha é a pesca e a principal atividade económica dominante é o comércio (mais local, ao nível da restauração). Tem como grupo social de referência a família piscatória, com modos de vida, hábitos, costumes e comportamentos próprios e muito característicos e 26
  • 27. Análise de Contextos Profissionais Educação Social articulados quer à paisagem marítima quer ao equilíbrio existente entre a natureza e as atividades humanas desenvolvidas. E com características urbanas uma vez que possui certas infraestruturas e equipamentos de referência, dos quais uma estação de tratamento de águas; escola primária, com alunos do 1º ciclo residentes da ilha; associações/centros sociais (3); polos de férias; posto policial (GNR); posto clínico, embora estes últimos somente funcionais nas épocas estivais, e um parque de campismo/caravanismo que atualmente somente funciona como caravanismo e até mesmo como 1ª habitação para os habitantes que entretanto irão ser realojados (devido ao programa POLIS) e onde se situa o depósito de água potável da FAGAR. Nesta observação, achei caricato o parque de campismo (como era inicialmente tipificado e para o qual foi criado) servir para “hospedar” autocaravanas uma vez que é proibido a entrada na ilha deste tipo de veículos automóveis e que está devidamente sinalizado. Consegui também observar que a ilha de Faro dispõe de 1 hotel, 5 restaurantes, 2 bares, 6 cafetarias, 2 minimercados, com condições físicas e de higiene bastante aceitáveis, e alguns locais (mesmo particulares) de venda de peixe e marisco, os quais promovem o comércio local e dinamizam a economia da própria comunidade da ilha. Observei ainda que a ilha dispõe de boas estradas, embora o acesso por via terrestre somente se faça por uma única ponte, razoável sinalização e boa iluminação. No dia 23 de Outubro, pelas 10H30, fui observar a Associação para o Desenvolvimento da Praia de Faro (APRAFA), sita na Avenida Poente – Lota, no extremo do lado direito da ilha, a Associação dos Utentes da Ilha de Faro (AUIF), sem sede própria, sendo que os membros se reúnem e debatem assuntos da ilha num dos estabelecimentos (Naucatrineta), informação esta obtida neste mesmo estabelecimento em conversa informal com a responsável, e a DUNAMAR, localizada na Avenida Nascente, junto à Escola Primária e Parque de Campismo, sendo que não foi possível no momento da observação visitar as instalações e até mesmo realizar qualquer entrevista ou conversa informal com algum membro/sócio uma vez que estavam encerradas (APRAFA e DUNAMAR) e não foi possível identificar qualquer membro (AUIF). No dia 25 de Outubro, pelas 18H00, fui observar a ilha ao nível dos equipamentos: 1 multibanco (ATM), 5 restaurantes, 8 cafés/bares/cafetarias e 1 Hotel, tendo inclusive neste último realizado uma conversa com o proprietário, o qual fora um dos impulsionadores e criadores da associação APRAFA, mas que de momento se encontra “desligado” dessa atividade. Durante a conversa, fui tomando algumas notas, as quais 27
  • 28. Análise de Contextos Profissionais Educação Social considerei mais relevantes. Foi-me referido por este indivíduo que não considera a ilha/praia de Faro como uma praia turística mas sim uma praia que serve a/para comunidade local. Que é um território que conta com uma comunidade de cerca de 400 residentes fixos (supostamente referindo-se aos recenseados) e que as relações sociais entre todos os residentes (fixos e ocasionais) é francamente agradável (…”todos se dão com todos…”). Que possuem bons serviços de transportes públicos e equipamentos, de uma maneira geral, e que os que não dispõem na ilha (como agências bancárias por exemplo) é com facilidade que se deslocam ao Montenegro (sede de freguesia da qual faz parte a ilha) para concretizar as suas intenções. Questionei-o sobre a necessidade de ali existirem fisicamente alguns equipamentos/organizações/instituições, tais como departamentos da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal ou Agências Bancárias, das quais obtive resposta negativa dada a proximidade geográfica com a sede de Freguesia. Contudo, e desde logo achei muito curioso, o facto de ser referido pelo mesmo que existia a lacuna de um táxi, e, apenas um. Curioso, por ser só um táxi, e, também por existir essa lacuna. Foi-me explicado que os táxis existentes no aeroporto não se deslocam à ilha de Faro para efetuarem qualquer tipo de serviço, uma vez que o serviço não é viável financeiramente e também pela delonga na deslocação derivado às filas de trânsito em certas épocas do ano, o que fundamentou a minha curiosidade. O grande problema, em género de inferência da conversa, é o ordenamento rodoviário da ilha bem como os estacionamentos para automóveis uma vez que a ilha dispõe de cerca de 1000 lugares para estacionamento e este número na época estival chega a duplicar, o que provoca de certa maneira demasiada “confusão” e por vezes alterações e logo conflitos entre as pessoas. Obtive ainda a informação que quanto a hábitos, costumes e práticas sociais, existe apenas uma tradição comum nesta comunidade, que é na véspera de Natal à noite, onde ali se deslocam várias pessoas (também não residentes) para efetuar o lançamento de “balões de velas”, sem qualquer cariz religioso e sem me conseguir explicar como iniciou, e que por hábito (referindo que já é tradição) nas noites em que se realiza a concentração de motos (meados de Julho), os motards deslocam-se para a ilha para demonstrarem algumas habilidades e acrobacias com as motos. No dia 27 de Outubro, pelas 12H00, procedi à observação dos espaços físicos (habitações) em toda a ilha. Verifiquei que após terminar a estrada de alcatrão, em ambos os extremos das Avenidas Nascente e Poente, onde residem maioritariamente os 28
  • 29. Análise de Contextos Profissionais Educação Social habitantes da ilha, existem ainda em ambos os extremos e já em zona de dunas/areal um significativo aglomerado de casas térreas, em madeira, que servem de residência fixa de várias pessoas. Contudo, estas mesmas pessoas, embora se encontrem ligeiramente (geograficamente), separadas, deu para verificar, enquanto permaneci num café existente num dos extremos, que as relações sociais são muito próximas com os restantes residentes (que habitam em casas ditas normais) e que não há qualquer barreira social entre os mesmos. 2 – Ana 1ª Dia de Observação – Sábado, 29/10/2011 (9h.30m - 11h.30m) O acesso à ilha de Faro faz-se através de uma ponte estreita onde a circulação do trânsito é dirigida por semáforos. Antes de se entrar na ponte existe um pequeno largo, onde se situa a paragem de autocarros e também um ponto de recolha seletiva de resíduos (papel, plástico e metais, vidro e óleos). À entrada da ilha, logo à saída da ponte (lado direito) existe um posto da Guarda Nacional Republica que estava fechado. Neste dia, a Ilha de Faro foi percorrida de uma ponta a outra de carro, por duas vezes. À entrada da ilha, existe um largo com vários lugares de estacionamento, e um entroncamento em que para a esquerda situa-se a Avenida Nascente (mais extensa) e para o lado direito a Avenida Poente. Na primeira volta de carro, verifiquei que, devido ao temporal a estrada da Avenida Nascente estava cheia de areia e encontrava-se uma máquina retroescavadora das pequenas a proceder à limpeza, observando-se já nas bermas amontoados de areia. Na Avenida Poente a estrada estava limpa, aparentemente este lado da ilha não sofreu efeitos do temporal que se tinha feito sentir durante a semana. Nesta primeira volta, observei algum movimento na ilha, com várias pessoas a passear, a maior parte das casas (sobretudo as térreas) tinham as janelas abertas. As casas comerciais e de serviços estavam todas abertas. Provavelmente por ser Sábado. Constatei também que existe em abundância caixotes de lixo e que as ruas estavam limpas de resíduos. Existem à disposição das pessoas sacos de lixo para recolha de dejetos de cão. Quer na Avenida Nascente quer na Avenida Poente existem habitações com mais de 1 e 2 pisos. 29
  • 30. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Na 2ª volta de carro, optei por fazer uma lista de tudo relacionada com serviços, comércio e outras estruturas existentes. Assim sendo, registei:  1 Multibanco  1 parque infantil  1 parque de campismo (aqui dentro situa-se o depósito de água da FAGAR)  Escola primária  1 marco de correio  3 cabines telefónicas (2 do lado nascente, 1 do lado poente)  1 campo de jogos  Parques de estacionamento ao longo de toda a ilha  Clube de surf de Faro  Clube Náutico  2 minimercados (lado nascente)  4 casas de banho públicas  1 Pensão (onde se vende jornais e revistas)  Apartamentos Barracuda para Alugar  Cafés, Snack-Bar, Restaurantes (20)  1 cais (lado esquerdo da Ilha)  - Associação APRAFA  - Associação DUNAMAR 2º Dia de Observação – Domingo, 29/10/2011 (10h.30m – 12.h.45m) Foi efetuada uma caminhada pelo lado nascente da ilha desde o ponto onde acaba a Avenida Nascente até à barra. Essa caminhada foi feita através de um passadiço de 30
  • 31. Análise de Contextos Profissionais Educação Social madeira construído através de um programa de reabilitação do cordão dunar, tal como é informado numa placa à entrada. Nesta parte da ilha e ao longo de todo o passadiço registei cerca de 60 casas térreas, a maior parte de construção precária. Pude constatar que este passadiço de madeira é usado também por motas e bicicletas. Existe também, do lado da ria, apoios para os pecadores colocarem as suas artes de pescas. Em pelo menos duas habitações, observei galinheiros, com galinhas, patos, pombos e gansos. Durante a observação, contei cerca de 30 pessoas a mariscarem na ria formosa e algumas a pescar com cana do lado do mar. O passadiço é também utilizado para as pessoas fazerem exercício físico. Quer do lado da ria quer do lado do mar junto à água, observei algumas pessoas a caminhar. De regresso ao ponto de partida, entrei no café “A Nau Catrineta”, onde observei um placard de cortiça com informações importantes, desde horários de barcos a comunicação sobre as alturas de proibições de pesca e de mariscar. Do lado Nascente da Ilha, observei que os parques de estacionamento tinham muitos carros. 3º Dia de Observação – Quinta feira, 03/11/2011 (14h30m – 15h30m) Relativamente aos dois primeiros dias de observação, via-se muito menos gente na rua e os parques de estacionamento estavam vazios. A escola primária, parecia ainda ter alunos dentro, pois tinha as luzes acesas. O portão estava fechado e por isso não pude entrar. Aqui perto fica a Associação Dunamar que estava fechada. De resto, todos os serviços/comercio estavam abertos (restaurantes, cafés (excepto 2 à entrada da ilha), Associação APRAFE, clube de Surf, Clube Náutico, Parque de Campismo) alguns vazios e outros com poucas pessoas. Observei que continuam a remoção das areias com a retroescavadora na Avenida Nascente. 4ª dia de Observação – Domingo, 05/11/2011 (11h- 13h) Neste dia foi efetuada uma caminhada para o lado poente da ilha após o fim da estrada de alcatrão, ou seja da Avenida Poente, que acaba numa espécie de largo. Neste largo, estava estacionada uma carrinha de venda de produtos de mercearia que abastece os moradores deste lado da ilha, que estão mais distantes dos mini mercados que se situam do lado nascente. É também neste largo que se encontra uma das cabines telefónicas. Após a estrada de Alcatrão, existe uma estrada mais estreitinha que nos leva às casas 31
  • 32. Análise de Contextos Profissionais Educação Social dos pescadores e mariscadores. Existem muito mais casas nesta zona e ao contrário das casas situadas ao longo do passadiço do lado nascente, estas estão amontoadas e não tão dispersas. Efetuou-se uma conversa informal com uma residente (D. Isabel) que vive na ilha há 52 anos. Esta senhora referiu que deste lado as casas estão todas ocupadas por moradores, mas que têm vivido estes últimos anos na expectativa/receio de serem realojados no Montenegro. Referiu também que é um sítio muito calmo de se viver, e que só custa um pouco no Inverno. Nota mais insegurança agora do que há uns anos atrás. De seguida, visitei a sede da Associação APRAFA (que tem também um café) e estando lá o seu presidente, senhor Carlos Flor, conversámos um pouco acerca da ilha, tendo eu feito algumas perguntas informais. O Sr. Carlos Flor referiu que a sua Associação e a Associação Dunamar fazem parte do grupo de trabalho, juntamente com as entidades oficiais, de requalificação da Ilha de Faro. Afirmou que não se importam de ser realojados mas “os senhores das casas do alcatrão (referindo-se às casa que se situam nas avenidas poente e nascente) têm também que ter as suas casas demolidas. Informou-me que os apoios de praia situados na parte nascente (observados no 2º dia) eram propriedade da APRAFA assim como uma carrinha frigorífica que dá apoio a todos os moradores (verifiquei depois que têm lugar de estacionamento próprio). Informou que existem 112 casas de moradores. 3 – Telvia No âmbito da Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais, foi proposto ao grupo, composto por mim, Rita, Ricardo e Ana, analisar um determinado contexto organizacional ou territorial. Optamos por um contexto territorial, precisamente a Ilha de Faro, com o objetivo de perceber as dimensões e os tipos de mobilidade que existem na mesma. Para tal tornou- se imprescindível a elaboração do presente diário da Ilha de Faro, efetuou-se de forma individual por cada um dos elementos dos grupos de forma a obter uma recolha de dados mais rica em informação. Consistiu em observar o território de forma indireta e não participante, com o objetivo de perceber o tipo de mobilidade que existe, a nível do sistema social, cultural e de personalidade. 32
  • 33. Análise de Contextos Profissionais Educação Social 27 De Outubro de 2011 - 11h30 A Ilha de Faro ou a Praia de Faro como também é conhecida, situa-se em território rural, sendo que a principal atividade económica dos moradores (residentes nos extremos da ilha), é a pesca. A atividade económica centra-se também no comércio local, essencialmente na restauração e no turismo. Por outro lado apresenta também características urbanas, pelo facto de possuir algumas infraestruturas como um Hotel e uma Pensão, um depósito de água que pertence à Fagar (empresa municipal que tem como função gerir, explorar e manter os sistemas públicos de distribuição de águas, drenagem de águas residuais domésticas e pluviais, recolha e transporte de RSU e limpeza urbana, numa perspectiva de sustentabilidade económica, financeira, técnica, social e ambiental), associações locais, um posto da GNR, 1 parque de campismo, uma escola primária, 1 multibanco e vários restaurantes, bares, e cafés. Antes da ponte da Ilha de Faro também percebemos de imediato que existe o clube náutico (na entrada, antes da ponte, tem uma bandeira com as actividades que lá se podem fazer) onde praticam alguns desportos como vela, surf, windsurf, canoagem, entre outros. O acesso está facilitado por uma pequena e estreita ponte, dirigida por uns semáforos, cujo acesso pode ser feito de carro, a pé ou bicicleta (no entanto na ilha não existe ciclovia, nem no caminho antes de chegar a ponte, quem faz esse caminho de bicicleta, fá-lo na berma da estrada). A Ilha de Faro é constituída pelo mar, pela ria formosa, (onde se vê vários barcos atracados, e o fato de não haver ondulação torna-se ideal para os desportos náuticos que ali praticam) e pela barrinha, uma zona tranquila que pode ser acedida a partir da Praia de Faro por um longo passadiço, e observar a flora e as imensas aves (a maioria são cegonhas). Antes da ponte à entrada da Praia de Faro, encontra-se um sinal de paragem de autocarro, ao contrário do que se vê, a paragem de autocarro é mais a frente, cerca de 1km a seguir, mesmo antes da entrada da ponte que dá acesso a entrada da praia. Reparei ainda que existe um sinal a dizer que é proibida a pesca naquela zona, no entanto, várias pessoas pescam ali! No mesmo local também existe um outro sinal que indica a proibição de estacionamento para Caravanas, no entanto mais a frente, no parque de campismo, (continua a ser proibido o estacionamento das mesmas) estão várias caravanas no parque. 33
  • 34. Análise de Contextos Profissionais Educação Social A seguir à ponte, encontra-se um posto da GNR, que penso funcionar nos meses de Verão, as vezes que lá fui de Inverno não se encontrava nenhum agente nesse posto. Na entrada da ilha encontra-se um grande parque de estacionamento, onde se encontram apenas alguns carros, no entanto no Verão o estacionamento torna-se bastante limitado (apesar de existir estacionamentos por toda a ilha), talvez pelo fato de existir apenas um acesso a entrada de praia (que dificulta bastante o trânsito no Verão, chegam a ver-se km de fila para entrar na praia.) e também pelo fato desta ser a única Praia em Faro. Em direção à Avenida Poente (no lado direito) existem dois dos restaurantes por onde passei, via-se as empregadas na rua, umas a conversar com o empregado do outro restaurante que estava em frente, outras a fumar. No momento exato em que passo fez-se silêncio, talvez porque perceberam que andava ali a observar de papel e caneta na mão, não me questionaram porque nessa altura foi no momento que começou a chover e voltei para o carro, (penso que se tivesse ficado mais cinco minutos a olhar para o restaurante, teriam questionado sobre o que ali fazia, foi essa a sensação que fiquei!). O que reflete sobre o fato de existir alguma desconfiança, notava-se que estavam incomodadas com o que se poderia andar a fazer no seu território, apresentaram uma postura defensiva, o que pode significar alguns problemas mal resolvidos. Notou-se que fez ali muito mau tempo, a ilha estava praticamente deserta, os vários bares e restaurantes estavam encerrados, a estrada estava completamente cheia de areia, nem se via as passadeiras com lombas que lá existem, havia monte de areia nos parques de estacionamento que ficam junto a praia! Durante todo o caminho observava- se o mesmo, tudo fechado e não se via ninguém nas ruas, ou seja, um silêncio absoluto, a não ser claro o bater das ondas, o mar estava alto. No final da outra ponta da ilha, do lado esquerdo, já na Avenida Nascente, estava apenas um minimercado aberto, os restantes estabelecimentos, estavam quase todos fechados, a exceção de dois ou três. Durante todo o percurso de uma ponta a outra da ilha não se via ninguém na rua, com a exceção das empregadas do restaurante e a senhora que estava a porta do mini mercado. Durante a semana no Inverno é muito raro ver pessoas ali a passear, faz muito frio, quando chove as pessoas tem medo, e como os bares e restaurantes estão fechados são muito poucos os que ali se encontram. O que significa que uma temperatura amena é um 34
  • 35. Análise de Contextos Profissionais Educação Social fator favorável e fundamental na Ilha de Faro, tanto para o comércio, como para os pescadores e para o turismo. 30 De Outubro de 2011 - 15h30 Na Ilha de Faro, percebe-se de imediato que o tempo na praia de Faro faz maravilhas, estavam os cafés, bares, restaurantes todos abertos, o que se torna ótimo para o comércio. Depois do Havana, onde se situam vários bares, (é lá que se centram o maior número de pessoas) estavam de facto as esplanadas cheias, estrangeiros, motoqueiros (quem tem motas junta-se bastante ali) pessoas mais jovens com amigos, famílias com filhos, e estava uma família especialmente animada (ouvia-se pelas esplanadas todas, cantaram a tarde inteira, com castanholas e palmas para todos). Desde as 15h30 até as 18h30, fiquei mesmo ao lado dessa família, logo que cheguei já cantavam, pareciam-me bem animados, bebiam cerveja e sangria, era um grupo de cerca de 8 pessoas. Deu para perceber que vinham do Bairro da Atalaia (um bairro um pouco problemático de Faro), e estavam ali porque era o aniversário de uma dessas pessoas, então a praia de Faro tinha sido o sítio escolhido para festejar (as empregadas tinham um grande à vontade com esse mesmo grupo, e tratavam-se todos de forma bastante informal). Durante toda a tarde manteve-se o mesmo espírito, quem se destacava era este grupo, pedindo sempre umas cervejas e sangrias enquanto ali estiveram, cantando com muita alegria, eram pessoas com os seus 70 anos, e duas jovens com cerca de 30 anos, ali não havia distinção entre homens e mulheres, todos bebiam, todos cantavam e todos diziam as suas piadas, mas era na voz das mulheres que se ouvia mais gargalhadas. Entretanto chegavam motas, enquanto uns chegavam também alguns abalavam, estes que abalavam faziam questão de acelerar a mota parada para fazer ruído, quase que numa questão de competição, para além disso pareciam-me pessoas bastante calmas. Numa outra mesa chega uma família de estrangeiros (talvez inglesa), que pediu também umas cervejas, mas enquanto os portugueses pediam tremoços para acompanhar a cerveja, os estrangeiros pediam batata frita caseira! Estes também eram animados, notava-se que queriam interagir com o grupo do bairro da atalaia, pelos gestos e expressões, levantavam os braços no ar, enquanto o outro grupo cantava e riam-se no bom sentido. Esses mesmos estrangeiros estiveram ali talvez meia hora, assim que o grupo do bairro da Atalaia abalou, fizeram o mesmo (parecia que já não tinha piada estar 35
  • 36. Análise de Contextos Profissionais Educação Social ali)! Em certo momento em que uma senhora do grupo do bairro da Atalaia vai embora, diz mais uma piada em alta e boa voz, (quase que a falar para todas as pessoas que ali estavam, “é preciso pagar alguma coisa pelo barulho?”, a empregada respondeu, não!) o grupo do bairro da Atalaia tinham um Mercedes, penso que 220, (neste momento penso que pelo aspeto que tinham, pelas roupas que vestiam e da forma que se expressavam, o que fariam para ter um Mercedes destes?!) e os estrangeiros foram embora de barco, (estava atracado na ria fica mesmo junto aos bares, acessível por uma pequena ponte). As pessoas que vivem na ilha têm características e comportamentos muito próprios, percebia-se perfeitamente quem eram as pessoas que vivem nas comunidades piscatórias, e as que não vivem na ilha pelo modo como falavam, como se vestem entre outras, no entanto as características das pessoas do Bairro da Atalaia e das pessoas das comunidades piscatórias são muito semelhantes, especialmente pelo espírito de companheirismo. 06 De Novembro 16h30 Uma tarde maravilhosa, um bom motivo para voltar à Praia de Faro novamente, (a questão da temperatura é bastante importante na ilha no sentido de ser rentável para o comercio, está uma boa temperatura, o turismo aumenta.) quase a chegar vê-se alguns vendedores de laranjas na berma da estrada, é costume naquela zona. Na estrada existem uns semáforos que estão sempre avariados, (ainda não percebi porquê se não funcionam), o motivo de ali estarem deveria ser para controlar o trânsito que vai para a Praia e para o parque de estacionamento construído recentemente para facilitar o estacionamento na Ilha! Em toda a ilha só encontrei um multibanco que pertence a Caixa Agrícola e duas cabines telefónicas, uma delas fica na ponta da ilha onde praticamente ninguém passa, o que não significa que esta não seja útil mas está mal posicionada. Estão espalhadas pela ilha várias casas de banho, parques de estacionamento, e em quase todos eles tem sempre um ou dois lugares para deficientes, os bares estão abertos e restaurantes também, quem lá vai pode também observar que todos os bares são feitos em madeira, em quase todos tem um balde do lixo grande no lado exterior ao pé do balcão. Não me parecem muito bem posicionados e nem é higiénico o fato de os baldes ficarem mesmo ao lado das mesas de esplanada onde as pessoas se sentam. 36
  • 37. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Existe um único ecoponto no largo antes da ponte da entrada da praia, não me parece bem situado, ainda fica longe para quem precisa de se deslocar fazer até ele, penso que os restaurantes nem o fazem, pelo fato de ficar longe (existem uns baldes do lixo com ecoponto mesmo na areia, mas esses são pequenos e nem devem ser utilizados e recolhidos nos meses de Inverno). A Ilha de Faro é um local apelativo para atividades de lazer, vê-se várias pessoas com filhos, casais a namorar sentados em cima do muro que fica entre o mar e os bares, apenas a observar o mar, a jogar badmington, futebol entre outras, de facto é agradável e é costume as pessoas se sentarem lá. Na Ilha de Faro não existe posto de saúde, existe um posto da cruz vermelha que se encontra dentro do parque de campismo, estando este inativo (apenas funciona nos meses de época balnear) torna-se inacessível para as pessoas que necessitam de cuidados médicos, as mesmas tem que se deslocar até a freguesia do Montenegro que é onde se encontra o Centro de Saúde mais próximo. Existem três associações, a APRAFA - associação para defesa e desenvolvimento da Praia de Faro, que fica um pouco escondida, num pequeno acesso a praia, na Av. Poente, uma outra associação AUIF - associação dos Utentes da Ilha e a DUNAMAR – associação nascente Duna Mar, que fica ao lado da escola primária, na Av. Nascente. Questiono-me sobre o fato de existirem três associações numa comunidade desta dimensão, talvez por existirem relações de conflito?! Porquê a necessidade de existirem 3 associações? Provavelmente descontentamento com o desenvolvimento das mesmas, ou a falta de resposta às necessidades dos habitantes da Ilha de Faro, supostamente deveriam agir todas em defesa do desenvolvimento da ilha, talvez fosse mais útil a união das mesmas, (o que não acontece) parece-me que defendem os interesses da própria associação e não dos habitantes em prol do desenvolvimento da própria Ilha. 4 – RITA No âmbito da Unidade Curricular de Análise de Contextos Profissionais foi proposto a análise de um contexto. O meu grupo é constituído por mim, pelo Ricardo, Ana e Telvia, escolhemos como contexto a analisar a praia de Faro mais conhecida por Ilha de Faro, devido a não existir muita informação acerca da mesma e nos suscitar interesse. A ilha de Faro pertence à junta de freguesia de Monte Negro que é do distrito e concelho de Faro. Esta têm uma área de aproximadamente 2365 hectares, situa - se a 8 km de Faro, onde o acesso se faz através de uma ponte, que nela para além do acesso pedonal 37
  • 38. Análise de Contextos Profissionais Educação Social poderá também ser feito por bicicleta ou automóvel. Segundo dados do INE a ilha de Faro em 2001 tinha cerca de 5336 habitantes Para poder recolher informações desloquei me à ilha de Faro no dia 27 de Novembro pelas 11 horas e 15 minutos mas, antes de passar a ponte para entrar na ilha propriamente dita vi que existe uma paragem de autocarros mas, lá não estava mais ninguém a não ser a motorista do autocarro. Observei que existe um posto de reciclagem no entanto acho estranho estar antes da ponte. Antes de entrar na ponte de acesso existe uns semáforos e um símbolo informado que é proibida a passagem de caravanas. Ao passar a ponte desloquei me para o lado direito da ilha e durante a caminhada observei alguns snack bares e restaurantes que se encontravam vazios, dando a impressão que só lá estavam os empregados. Perto de um dos restaurantes estava uma senhora que aparentava ser cozinheira do restaurante porque tinha toca branca e um avental, esta senhora olhou para mim de forma desconfiada e ficou algum tempo na rua suponho que me estava a observar. Devido a fazer muito vento e começar a chover não pode continuar a fazer o trajecto a pé, tive que o fazer de carro. Pela rua vi apenas outro carro em movimento que era o de um senhor que estava a descarregar bebidas para um dos restaurantes, que nem se admirou de eu por ali passar. Ao chegar ao final da estrada não pode seguir pelo areal devido ao mau tempo mas, vi que existiam mais algumas casas. No entanto vi algumas casas durante o percurso mas a maioria pareceu me que estavam desabitadas pois, tinham as e janelas todas fechadas. Existe alguns parques de estacionamento automóvel mas grande parte estavam livres. Depois, desloquei me para a parte esquerda da ilha e vi que existia um parque infantil e um multibanco junto a um aglomerado de snack bares mas, estes encontravam se encerrados. Devido ao mau tempo que se tinha vindo a sentir nos últimos dias a estrada encontrava coberta de areia que tapava por completo a estrada e mal se conseguia ver as passadeiras. Os “montões” de areia que estavam nas bermas da estrada aparentava que ali já tinha andado uma máquina que arrastava a areia para as bermas e fazia aqueles “montões”. Um dos snack bares que estava junto a estrada tinha para além dos empregados também alguns clientes que se encontravam a comer. Ao lado do snack-bar está o parque de campismo e logo ao lado um mini mercado, não consegui ver se estava alguém no parque de campismo mas, reparei que estava uma senhora no mini mercado. Não consegui encostar o carro para lhe perguntar se para além daquele existia outro supermercado, porque ali não dava para estacionar pois os parques de estacionamento estavam com “montões” de areia. Prossegui caminho mas apenas encontrei 3 carros e 38
  • 39. Análise de Contextos Profissionais Educação Social não vi ali ninguém a andar a pé, passei pelo clube náutico que não aparentava ter movimento nenhum e os bares estavam encerrados. Os “montões” de areia era uma constante ao longo da estrada até chegar a uma parte em que só existia casas de um lado e de outro, aí já vi algumas pessoas nos quintais das casas. Ao chegar ao final da estrada encontrei um snack-bar com algumas pessoas e vi que existia uma passadeira e “barracas” que supôs serem dos pescadores e mariscadores mas, como estava muito vento e chuva, voltei para trás para tentar ir falar com a senhora do primeiro minimercado e conseguir obter a informação que pretendia. Chegando perto do mini mercado a mesma senhora encontrava se na à porta do mesmo e cumprimentei a e de seguida perguntei se ali existia outro supermercado a mesma disse que sim e que era no final daquela estrada em sentido contrário ao que eu estava. Com esta informação supôs que o outro mini mercado seria perto do último snack-bar onde a estrada termina mas, devido ao mau tempo não voltei para trás. Ao lado do minimercado encontra se o parque de campismo que têm um posto da cruz vermelha e qual não é o meu espanto que reparei que dentro do parque existia algumas caravanas. Se ao entrar para a ilha existe um sinal de estrada indicando que é proibido a passagem de caravanas, porque é que as mesmas se encontravam lá? Segui caminho mas, conseguia ver as caravanas dentro do parque de campismo e também vi um grande posto da FAGAR. Durante todo o trajecto não vi mais nenhum posto de reciclagem a não ser o que se encontrava logo antes da entrada na ilha, nem vi mais nenhum multibanco que de inverno poderá não fazer falta mas, de verão seria necessário. Assim, terminou a observação nesse dia na ilha de Faro. Devido a ter encontrado a ilha muito vazia, regressei lá no dia 29 de Novembro pelas 11h45 m e já encontrava movimento no caminho para a mesma. Isso podia ter acontecido porque no dia 27 estava mau tempo e era um dia de semana e dia 29 era fim de semana e estava um dia com muito sol. 39
  • 40. Análise de Contextos Profissionais Educação Social Registos Fotográficos 40
  • 41. Análise de Contextos Profissionais Educação Social 41
  • 42. Análise de Contextos Profissionais Educação Social 42
  • 43. Análise de Contextos Profissionais Educação Social 43
  • 44. Análise de Contextos Profissionais Educação Social 44