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ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
1
AUTORES
Layon Oreste Demarchi | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa
Aline Lopes | Universidade Nilton Lins | Inpa
Aurélia Bentes Ferreira | Inpa
Maria Teresa Fernandez Piedade | Inpa
Identificação
Ecologia
e Guia de
Macrófitas aquáticas
do Lago Amazônico
AUTORES
Layon Oreste Demarchi | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa
Aline Lopes | Universidade Nilton Lins | Inpa
Aurélia Bentes Ferreira | Inpa
Maria Teresa Fernandez Piedade | Inpa
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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AUTORES
Layon Oreste Demarchi | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa
Aline Lopes | Universidade Nilton Lins | Inpa
Aurélia Bentes Ferreira | Inpa
Maria Teresa Fernandez Piedade | Inpa
EQUIPE DE APOIO À PESQUISA
Carlos Roberto Bueno
Rita de Cássia G. Mesquita
Denise Machado Duran Gutierrez
FOTOS
Layon Oreste Demarchi
Aline Lopes
Jefferson da Cruz
Copyright © 2018, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Michel Temer
MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Gilberto Kassab
DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA
Luiz Renato de França
Editora INPA - Editor: Mario Cohn-Haft. Produção editorial: Rodrigo Verçosa, Shirley
Ribeiro Cavalcante, Tito Fernandes. Bolsistas: Jasmim Barbosa, Júlia Figueiredo, Lucas
Souza e Natália Nakashima.
Projeto gráfico e editoração eletrônica: DeBrito Propaganda
E17 Ecologia e guia de identificação: macrófitas aquáticas do Lago
	 Amazônico / Layon Oreste Demarchi... [et.al.]. -- Manaus: Editora
	 INPA, 2018.
	 44 p.: il. color.
	 ISBN 978-85-211-0173-4
	 1. Plantas aquáticas. 2. Guia de identificação . I. Demarchi,
	 Layon Oreste.
CDD 581.76
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Amazonas (Fapeam) pelo
financiamento do PELD MAUA, aos técnicos
Elizabeth Rodrigues Rebouças, Valdeney
de Araújo Azevedo, Celso Rabelo Costa
e Mario Picanço Marinho e ao Grupo de
Pesquisas “Ecologia, Monitoramento e Uso
Sustentável de Áreas Úmidas – MAUA” pelo
suporte logístico.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
6
O Bosque da Ciência é uma área de aproximadamente
13 (treze) hectares, contíguo à sede principal do Inpa,
localizado no perímetro urbano da cidade de Manaus. O
Bosque oferece à população uma opção de lazer científico
e educacional, propiciando aos visitantes ter contato direto
com o meio ambiente, além de oferecer atrativos culturais
e entretenimento.
Um dos atrativos de fácil acesso ao público é o Lago
Amazônico, um ambiente seminatural onde podem
ser observados tartarugas, pássaros, peixes e espécies
residentes da fauna aquática (insetos aquáticos, anfíbios,
moluscos, etc.). O Lago Amazônico oferece ao visitante
um ambiente aberto, um espelho d’água habitado por
quelônios (tartarugas, iaçás e matamatás) e peixes
(tambaquis, tucunarés, pirarucus, entre outros), além
de inúmeras espécies de macrófitas aquáticas, que são
plantas características de lagos amazônicos. Além de ter
uma oportunidade de descanso e contemplação, que
permite ao visitante absorver os benefícios do contato
direto com a natureza, também é possível o aprendizado
pela observação atenta das espécies ali presentes.
Na floresta secundária em avançado estágio de sucessão
que circunda o Lago Amazônico, e nas ilhas de bambus e
palmeiras que se formaram em seu entorno, não é raro
ao observador atento vislumbrar macacos, pássaros,
borboletas, ou representantes especiais da flora do Bosque,
como trepadeiras, orquídeas e bromélias.
Este “Guia de Identificação das Macrófitas Aquáticas do
Lago Amazônico” vai permitir ao visitante a construção de
novos conhecimentos e esperamos que estimule em todos
a curiosidade por conhecer melhor este grupo de plantas
tão diverso e com adaptações únicas que as permitem ter
sucesso na colonização das águas na Amazônia. Associadas
a elas existem comunidades inteiras de pequenos animais,
e, assim, este é um ótimo e didático exemplo da intricada
teia de relações que existe nos ecossistemas amazônicos.
Que o ambiente reflexivo do Lago Amazônico e a
diversidade de espécies apresentada neste guia despertem
nossa responsabilidade e compromisso cidadão com o uso
e cuidado com a natureza, que permite melhor qualidade
de vida para quem sabe apreciá-la.
APRESENTAÇÃO
O Lago Amazônico
oferece ao visitante
um ambiente
aberto, um espelho
d’água habitado por
quelônios (tartarugas,
iaçás e matamatás)
e peixes (tambaquis,
tucunarés, pirarucus,
entre outros), além de
inúmeras espécies de
macrófitas aquáticas,
que são plantas
características de
lagos amazônicos.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
7
ECOLOGIA E USOS DAS MACRÓFITAS
AQUÁTICAS
No contexto deste trabalho chamamos de macrófitas
aquáticas as plantas herbáceas que ocupam desde
áreas encharcadas, como os brejos e buritizais, até
aquelas completamente alagadas, como os rios, lagos,
lagoas e reservatórios, entre outros. Elas sobrevivem em
praticamente todas as regiões do planeta, ocorrendo desde
áreas quentes, onde as temperaturas podem alcançar
58°C, até regiões mais frias, como nas partes costeiras
da Antártida (Thomaz & Bini, 2003). Entre as macrófitas
aquáticas podemos encontrar plantas muito pequenas
ou surpreendentemente grandes, com porte parecido ao
de árvores, inclusive dentro da mesma família botânica.
Um bom exemplo dessa diversidade de tamanhos é
encontrado na família Araceae, onde espécies do gênero
Lemna (lentilha-d’água) chegam a medir menos que 5mm
de comprimento, enquanto que a espécie Montrichardia
linifera (aninga) pode alcançar até 8m de altura nas áreas
férteis de várzea do Rio Amazonas e seus tributários (Lopes
et al., 2016).
Pertencentes a diversas famílias botânicas, as macrófitas
aquáticas possuem representantes das plantas avasculares
(briófitas), plantas vasculares sem sementes (pteridófitas)
e também plantas que produzem flores e frutos
(angiospermas). As semelhanças entre os representantes
desses grupos estão muito mais relacionadas à sua
capacidade de sobrevivência e adaptação ao mesmo tipo de
ambiente associado à água do que ao parentesco botânico
que possa existir entre eles. Para estudar a ecologia dessas
plantas, elas são agrupadas pelas formas de vida, que
refletem as adaptações desenvolvidas para sobreviver
no ambiente aquático. As principais formas de vida das
macrófitas aquáticas são (Piedade et al., em preparação):
INTRODUÇÃO
Entre as macrófitas
aquáticas podemos
encontrar plantas
muito pequenas ou
surpreendentemente
grandes, com porte
parecido ao de árvores,
inclusive dentro da
mesma família botânica.
ANFÍBIAS Enraizadas em substratos
permanentemente ou periodicamente
encharcados. Podem completar seu
ciclo de vida no ambiente aquático,
porém, não acompanham com seu
crescimento a subida das águas.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
8
FIXAS COM
CAULES
FLUTUANTES
EMERGENTES
FLUTUANTES
LIVRES
SUBMERSAS
FIXAS COM
FOLHAS
FLUTUANTES
FLUTUANTES
LIVRES
EMERSAS
Enraizadas no solo com caules
flutuando na superfície da água e
folhas e inflorescências emersas.
Não acompanham com seu
crescimento a subida das águas
e podem se desprender do
substrato tornando-se flutuantes
livres emersas.
Enraizadas no solo,
acompanham com seu
crescimento a subida das águas.
Muitas vezes desprendem-se do
substrato tornando-se flutuantes
livres emersas.
Submersas, flutuando
livremente próximo à superfície
da água, em certos casos com a
inflorescência emersa.
Enraizadas no solo
com folhas flutuando
na superfície da
água, apresentando
também as
inflorescências
emersas.
Emersas, flutuando
livremente na
superfície da água,
apenas com as raízes
e estolões submersos.
Na Amazônia, uma grande diversidade de macrófitas
aquáticas pode ser encontrada nas várzeas, principalmente
nos lagos, onde a correnteza da água é menor. A composição
de espécies de macrófitas aquáticas pode variar ao
longo do ano e entre anos, em resposta às mudanças
no ambiente. Na seca, com a exposição do solo, ocorre
a germinação e a rebrota de diversas espécies anuais ou
perenes, principalmente de capins; já na época de cheia
dos rios, com a entrada de água nos lagos, há uma grande
proliferação das espécies flutuantes e emergentes (Junk &
Piedade, 1997). Portanto, dependendo do período do ano,
a composição de espécies em um Lago Amazônico pode
ser bastante diferente, inclusive em lagos artificiais, como
o “Lago Amazônico”, situado no Bosque da Ciência do Inpa.
As macrófitas aquáticas são extremamente importantes na
estruturação e na dinâmica dos ecossistemas aquáticos.
Elas são fontes de matéria orgânica, fornecem alimento,
abrigo e local de reprodução para fauna, entre outros
Na seca, com a exposição
do solo, ocorre a
germinação e a rebrota
de diversas espécies
anuais ou perenes,
principalmente de
capins; já na época de
cheia dos rios, com a
entrada de água nos
lagos, há uma grande
proliferação das espécies
flutuantes e emergentes
(Junk & Piedade, 1997).
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
9
(Junk & Piedade, 1997). No entanto, por apresentarem
crescimento rápido, essas plantas podem se tornar
invasivas e prejudiciais, principalmente em ambientes
com modificações humanas, como reservatórios e lagos,
onde a flutuação natural do nível das águas foi suprimida
ou é manipulada pelo homem. Por outro lado, a ampla
distribuição, a capacidade de colonizar novos ambientes e
a elevada capacidade de estocar nutrientes tornam esses
vegetais importantes do ponto de vista econômico (Piedade
et al., 2005).
Embora ainda pouco aproveitadas na Amazônia, as
macrófitas aquáticas são amplamente utilizadas no mundo
para diversas finalidades, especialmente na alimentação.
Várias espécies são consumidas na alimentação humana,
particularmente em países asiáticos (Piedade et al., 2010),
sendo o melhor exemplo entre elas o arroz (Oryza spp.),
componente da dieta de mais da metade da população
mundial. Algumas plantas aquáticas são também
importantes forrageiras para animais de criação, como
espécies do gênero Urochloa (braquiária) adaptadas ao
alagamento. Esse gênero de plantas de origem africana foi
introduzido no Brasil, onde atualmente diversas espécies
são utilizadas em pastagens no Pantanal e na Amazônia.
Além disso, outros usos dessas plantas são comuns,
como a confecção de artesanato, ornamentação, adubo e
tratamento de efluentes.
Algumas das espécies encontradas no Lago Amazônico
apresentam potencial de uso, entre outros, para a produção
de biocombustíveis (Lemna spp.), na alimentação animal
e humana (Ceratopteris pteridoides, Paspalum repens,
Urochloa mutica) e no tratamento de efluentes, tanto
urbanos quanto de criadouros de camarões (Lemna spp.,
Pistia stratiotes, Salvinia spp.).
Várias espécies
são consumidas na
alimentação humana,
particularmente em
países asiáticos (Piedade
et al., 2010), sendo o
melhor exemplo entre
elas o arroz (Oryza spp.),
componente da dieta
de mais da metade da
população mundial.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
10
Um lago pode ser definido como uma quantidade de
água permanentemente presente em uma depressão de
terreno. A origem dos lagos é variada, assim como suas
dimensões. Os lagos naturais são aqueles que provêm, por
exemplo, de falhas geológicas ou de eventos de glaciações;
os artificiais são aqueles feitos pelo homem para diferentes
propósitos, como lagos de hidrelétricas para geração de
energia, ou aqueles presentes em locais públicos e quintais.
Assim, as dimensões de um lago e a origem das águas que
o abastecem podem variar muito dentro de uma mesma
região e também entre regiões de climas distintos.
Por proporcionarem condições de lazer, embelezamento
e melhoria geral da qualidade de vida, os lagos urbanos
podem ser considerados espaços vitais. Eles podem abrigar
umagrandediversidadedeambientesedeplantaseanimais
associados, servindo também, por esse motivo, como locais
didáticos para educação ambiental e em estudos de corpos
de água. Nesse sentido foi concebido o Lago Amazônico, do
Bosque da Ciência do Inpa.
O que é um
lago?
HISTÓRICO DO LAGO AMAZÔNICO
E SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-
QUÍMICASFigura 1: Foto da escavação para o
represamento das águas e formação do
Lago Amazônico, Bosque da Ciência, Inpa
(Foto: Juan Revilla).
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
11
O Lago Amazônico, localizado no Bosque da Ciência do
Inpa, é um lago artificial, que abriga uma considerável
parcela da biodiversidade de corpos de água da região. Sua
construção foi iniciada no ano de 1993 e ocorreu por meio
do barramento e escavação de um igarapé e pequenas
nascentes existentes no local (Figura 1). Após o enchimento
do lago foram introduzidas as primeiras espécies macrófitas
aquáticas provenientes das várzeas próximas a Manaus.
Juntamente com essas espécies, outras menores que ficam
aderidas às raízes também foram introduzidas e formaram
grandes estandes ao longo do tempo.
As características das águas do Lago Amazônico vêm sendo
modificadas ao longo do tempo, principalmente devido às
diferentes fontes de água que o abastecem. Parte dessas
águas é proveniente da drenagem dos tanques dos peixes-
boi, o que aumenta a concentração de nutrientes no lago
e favorece a proliferação de algas e de plantas aquáticas,
sendo estas últimas foco central de nossa análise.
A presença de plantas aquáticas em um corpo de água
depende das características físicas e químicas das águas.
Dessa forma, essas características foram medidas no Lago
Amazônico, de forma a permitir entender a composição
de plantas aquáticas que o habitam. As principais
características do Lago Amazônico medidas foram:
PROFUNDIDADEPH
TRANSPARÊNCIACONDUTIVIDADE
Atualmente o Lago Amazônico é raso, não
ultrapassando 1,5 metro de profundidade. Essa
característica contribui para o desenvolvimento
de plantas aquáticas fixas ao substrato, mas
com as folhas fora da água (macrófitas aquáticas
emergentes), que conseguem se enraizar e crescer
vigorosamente. Um exemplo a ser citado é a
espécie braquiária-d’água (Urochloa mutica), que
forma densos aglomerados às margens do lago.
Trata-se de um índice que indica a acidez,
neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer e é
determinado pela concentração de íons de Hidrogênio
(H+
). Substâncias que possuem valores de pH entre
0 e 6 são consideradas ácidas, valores em torno de
7 são neutras e valores acima de 7 são consideradas
básicas ou alcalinas. As águas do Lago Amazônico
são ácidas e apresentam um pH em torno de 5,9;
esse valor é tolerável para o crescimento de muitas
plantas aquáticas, podendo então essas águas serem
consideradas pouco ácidas quando comparadas, por
exemplo, com as águas do Rio Negro, onde os valores
de pH são em torno de 4.
As águas do Lago Amazônico apresentam
transparência média de um metro, indicando a
presença de pouco material em suspensão na água,
o que permite que a luz possa penetrar até o fundo
do lago. Isso influencia a temperatura e outras
características das águas e favorece o crescimento
de algas, que podem proliferar de forma intensa e
comprometer o crescimento de outros organismos,
especialmente as plantas aquáticas.
Representa a capacidade de transportar a corrente
elétrica através de um determinado meio, no caso a
água; quanto mais íons a água possuir, maior será a
condutividade elétrica, e vice-versa. As águas do Lago
Amazônico apresentam condutividade elétrica entre 40
e 43µs/C, valores que podem ser considerados baixos
quando comparados a rios de água barrenta como o
Rio Solimões (valores geralmente acima de 80µs/C) e
elevados quando comparados a rios de águas pretas
como o Rio Negro (valores geralmente abaixo de
20µs/C). A condutividade elétrica pode agir de diversas
formas sobre as plantas e no geral está relacionada
com a absorção e o acúmulo de água e nutrientes.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
12
OXIGÊNIODISSOLVIDO
FLUTUANTES
LIVRES
EMERSAS
FIXAS COM
CAULES
FLUTUANTES
FLUTUANTES
LIVRES
SUBMERSAS
EMERGENTES
ANFÍBIAS
TEMPERATURA
Em ambientes aquáticos o oxigênio dissolvido na
água é de vital importância para abrigar vida. Ele
origina-se de duas fontes, o oxigênio da atmosfera
diretamente dissolvido e o oxigênio que provém
da fotossíntese de plantas aquáticas. A poluição de
rios e lagos reduz muito a concentração de oxigênio
dissolvido na água, e esse processo de desoxigenação
pode aumentar a população relativa de organismos
como as bactérias, resultando na mortandade de
peixes e da fauna aquática em geral. As águas do Lago
Amazônico apresentam entre 7 e 8mg/l de oxigênio
dissolvido, valores similares aos encontrados no Rio
Negro, que podem oscilar entre 4,5 a 9,0mg/l entre as
estações do ano, e muito superiores a cursos de água
poluídos como os igarapés urbanos de Manaus, que
possuem em média 0 a 1mg/l de oxigênio dissolvido
em suas águas.
A temperatura influencia diretamente as
características da água, além de ser importante
reguladora da produtividade do ambiente aquático.
Águas frias possuem mais oxigênio dissolvido e
são menos densas do que águas quentes, sendo
que o aumento da temperatura pode fazer com
que alguns compostos se tornem mais tóxicos
para a vida aquática, podendo também favorecer a
proliferação de microrganismos. A temperatura da
água pode variar muito ao longo do dia e ao longo
das estações do ano, como também pode variar de
acordo com a profundidade, a visibilidade da água
e com a cobertura vegetal existente. Por ser raso
e relativamente exposto ao sol, o Lago Amazônico
apresenta temperaturas médias altas, podendo
chegar a 30°C em dias quentes, com uma variação
de até 5°C ao longo do dia.
AS PLANTAS AQUÁTICAS DO LAGO
DO BOSQUE DA CIÊNCIA
Em um levantamento realizado entre os meses de fevereiro
e junho de 2016, foram catalogadas 20 plantas aquáticas,
representando 5 hábitos (flutuantes livres emersas,
flutuantes livres submersas, fixas com caules flutuantes,
emergentes e anfíbias). Tanto a composição de espécies
quanto sua abundância podem mudar ao longo do ano, em
virtude de variações climáticas, do ciclo de vida das plantas
e de manipulações humanas feitas no lago.
Águas frias possuem
mais oxigênio dissolvido
e são menos densas
do que águas quentes,
sendo que o aumento
da temperatura pode
fazer com que alguns
compostos se tornem
mais tóxicos para a
vida aquática, podendo
também favorecer
a proliferação de
microrganismos.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
13
AS
MACRÓFITAS
AQUÁTICAS
Encontradas no
Lago Amazônico
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Najas microcarpa
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
Hydrocharitaceae
Najas microcarpa K.Schum.
Lodo
Habita preferencialmente áreas
de águas calmas, às vezes
aderida a troncos e rochas.
Ocorre em regiões de clima
tropical; é nativa da América do
Sul. No Brasil ocorre nos biomas
Pantanal, Cerrado e Amazônia.
Erva aquática de hábito flutuante
livre submersa próxima à superfície.
Possui folhas alternas, com bordo
serreado, verde intercalado
com vinho. Caule com tecido
aerenquimatoso, geralmente
muito ramificado e quebradiço,
formando tufos verdes na porção
terminal. Produz flores pequenas
e submersas, dificilmente vistas a
olho nu, seus frutos são dispersos
pela água. Seu ciclo de vida é anual.
É utilizada na ornamentação de
aquários e tanques; na Amazônia
serve de alimento para animais,
como insetos, peixes e quelônios.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
15
Wolffiella welwitschii
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
Araceae
Wolffiella welwitschii (Hegelm.) Monod
Lentilha-d’água
Habita preferencialmente águas
calmas de lagos e rios, na maioria
das vezes associada a raízes de
outras plantas aquáticas. Ocorre
em regiões de clima tropical; é
nativa das Américas e da África. No
Brasil ocorre nos biomas Amazônia,
Caatinga e Pantanal.
Erva aquática de hábito flutuante
livre levemente submersa próxima
à superfície, com até 7mm de
comprimento; pode ser confundida
com folhas caídas de outras
plantas. Folhas (frondes) em forma
de lingueta; raiz ausente. Produz
duas flores por folha, dificilmente
vistas a olho nu. Seu ciclo de vida é
anual.
Serve de alimento para aves e
para a fauna aquática e possui
alto valor proteico com potencial
para alimentação bovina; pode
auxiliar na despoluição de águas
contaminadas.
0
1
0,5
1,5
2
CM
0
1
2
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
16
Lemna aequinoctialis
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Araceae
Lemna aequinoctialis Welw.
Açude, lentilha-d’água,
pasta-miúda, pesca-miúda
Habita preferencialmente águas
paradas ou pouco correntes,
levemente sombreadas. Ocorre
em regiões de clima tropical e
subtropical em todo o mundo. No
Brasil ocorre nos biomas Amazônia,
Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal.
Erva aquática de hábito flutuante livre
emersa, de 3 a 5mm de comprimento.
Folhas (frondes) flutuantes ou levemente
submersas, mais longas que largas.
Apresenta uma raiz por folha; flores
pequenas, dificilmente vistas a olho nu.
Seu crescimento é vigoroso, podendo
formar grandes adensamentos. Possui
ciclo de vida anual.
Utilizada na ornamentação de aquários,
lagos e tanques; é indicadora de
ambientes com despejo de esgoto, onde
pode dobrar sua quantidade a cada três
dias, podendo se tornar invasora nesses
ambientes; utilizada como despoluidora
de águas contaminadas; serve como
alimento de peixes, aves, moluscos e
insetos, contendo alto teor de proteínas.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
12
8
4
2
16
24
28
20
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Alface-d’água, erva-de-santa-luzia, mureru,
mureru-branquinho, mureru-pagé
Pistia stratiotes
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Araceae
Pistia stratiotes L.
Habita diversos tipos de ambientes
aquáticos, preferindo águas paradas ou
pouco correntes, ricas em nutrientes.
Ocorre em regiões de clima tropical e
subtropical em todo o mundo. No Brasil
ocorre em todos os biomas.
Erva aquática de hábito flutuante
livre emersa, podendo variar de 3 a
30cm de altura quando adulta. Suas
folhas são esponjosas e densamente
cobertas por pelos que repelem
água e as raízes são numerosas.
Possui ciclo de vida anual ou perene
conforme o ambiente que ocupa;
pode sobreviver à seca enraizada em
solo úmido, quando em águas férteis
pode formar densas populações.
Utilizada na ornamentação de lagos e tanques; alimento e abrigo para peixes,
quelônios, insetos, moluscos, entre outros; possui alto teor de proteína e cálcio,
sendo utilizada para a alimentação de peixes-boi, bovinos e porcos. A espécie é usada
na adubação verde e na produção de biogás e é indicadora de ambientes poluídos,
tendo potencial para despoluição; pode ser séria invasora de rios e lagos em todo o
mundo. Na África e Índia é usada na alimentação humana após cozimento; em todo o
mundo é utilizada na medicina popular para diversas finalidades, com propriedades
comprovadas como diurética, antifúngica, anti-inflamatória e antimicrobiana.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
12
8
4
2
16
24
28
20
CM
0
1
2
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Ricciocarpos natans
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Ricciaceae
Ricciocarpos natans (L.) Corda
Não encontrado
Habita preferencialmente águas
calmas ou pouco correntes. Ocorre
em regiões de clima tropical e
subtropical em todo o mundo. No
Brasil ocorre nos biomas Amazônia,
Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal.
Erva aquática (briófita, semelhante
aos musgos) de hábito flutuante livre
emersa, de até 1,5cm de comprimento.
Sua face superior é convexa, carnosa,
verde brilhante, e a face inferior
apresenta pequenas escamas. Possui
ciclo de vida anual ou perene conforme
o ambiente que ocupa; pode sobreviver
à seca enraizada em solo úmido;
propaga-se por esporos e por bifurcação
do ápice.
Utilizada na ornamentação de
aquários, lagos e tanques.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
1
0,5
1,5
2
CM
0
1
2
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Salvinia auriculata
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Salviniaceae
Salvinia auriculata Aubl.
Erva-de-sapo, mureru-carrapatinho,
murué, samambaia-d’água, salvínia
Habita preferencialmente águas
paradas ou pouco correntes, ricas
em nutrientes. Ocorre em regiões de
clima tropical e subtropical; é nativa
das Américas, foi introduzida na Ásia,
Austrália e África. No Brasil ocorre
em todos os biomas.
Samambaia aquática de hábito
flutuante livre emersa, em alguns
ambientes pode chegar a 30cm de
comprimento. Folhas emersas com
pelos que repelem a água, visíveis
apenas com lupa, e que lembram a
forma de um garfo de batedeira. Seu
crescimento é vigoroso, podendo
formar grandes adensamentos.
Possui ciclo de vida anual ou perene
conforme o ambiente que ocupa.
Utilizada na ornamentação de aquários,
lagos e tanques; serve de abrigo para
larvas de peixes e moluscos e alimento
de capivaras, peixes, aves, insetos,
moluscos e peixes-boi, contendo boa
porcentagem de proteína. A planta é
ainda indicada para adubação verde,
como biofertilizante e geração de biogás,
sendo utilizada para descontaminação
da água, podendo, porém, se tornar séria
invasora de cursos de água poluídos.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
1
2
CM
0
8
6
4
2
10
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
20
Ceratopteris pteridoides
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Pteridaceae
Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron
Couve-d’água, mureru, mureru-véu,
pé-de-sapo, samambaia-do-brejo
Habita preferencialmente águas calmas
e pouco correntes, ricas em nutrientes.
Ocorre em regiões de clima tropical e
subtropical; é nativa das Américas, foi
introduzida na Ásia, leste da Índia e
Austrália. No Brasil ocorre nos biomas
Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado e
principalmente na Amazônia.
Samambaia aquática de hábito flutuante
livre emersa, de 20 a 40cm de altura.
Possui caule reduzido no qual surgem
raízes adventícias; as folhas férteis
apresentam ramificações finas, e as
folhas estéreis são mais largas. A espécie
apresenta reprodução vegetativa
por meio de numerosos brotos que
surgem nas folhas e se desenvolvem
formando novas plantas. Possui também
reprodução sexual por esporos. Seu ciclo
de vida pode ser anual ou perene de
acordo com o ambiente que ocupa.
É utilizada na ornamentação de aquários e tanques; as folhas são comumente utilizadas
na culinária asiática como verdura; utilizada na medicina popular colombiana, com
comprovada ação diurética; na Amazônia serve de alimento para animais, como insetos,
peixes, peixes-boi e quelônios.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
3
2
1
4
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
21
Limnobium laevigatum
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Hydrocharitaceae
Limnobium laevigatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Heine
Camalotinho, erva-de-sapo, mureru-orelha-de-burro,
mureru-buchudinho
Habita uma grande variedade de
ambientes aquáticos, principalmente
em águas tranquilas de rios e lagos.
Ocorre em regiões de clima tropical
e subtropical; é nativa das Américas.
No Brasil ocorre em todos os biomas.
Erva aquática de hábito flutuante
livre emersa. Possui folhas estéreis
e férteis aglomeradas; as folhas
estéreis são flutuantes e as férteis são
flutuantes ou aéreas emersas, sendo
maiores que as estéreis, com um
pecíolo de até 10cm de comprimento.
Possui ciclo de vida perene e pode
apresentar uma fase em que se
enraíza na lama.
Utilizada na ornamentação de lagos e
tanques. Espécie com alto teor proteico,
servindo de abrigo para fauna aquática
e alimento de insetos, moluscos, aves,
capivaras e peixes-boi.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
3
2
1
4
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
22
Hydrocotyle ranunculoides
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Araliaceae
Hydrocotyle ranunculoides L.f.
Acariçoba, chapéu-de-sapo, erva-capitão, para-sol
Habita áreas com solo úmido ou em
água pouco profunda. Ocorre em
regiões de clima tropical e subtropical;
é nativa das Américas e foi introduzida
na Europa e Austrália. No Brasil
ocorre nos biomas Amazônia, Mata
Atlântica e Pantanal.
Erva aquática de hábito fixa com caules
flutuantes ou flutuante livre emersa.
Folhas simples que variam de acordo
com as condições do ambiente, com
a lâmina foliar podendo medir de 1 a
10cm, e o pecíolo de 2 a 20cm. Suas
raízes são abundantes e saem dos
nós. As flores são pequenas, branco-
esverdeadas e pouco visíveis. Possui
ciclo de vida perene e pode dobrar de
tamanho em uma semana.
Planta com potencial ornamental. É
consumida por insetos, aves, roedores
e peixes-boi, e seus talos e folhas
são comercializados e consumidos in
natura no México; possui potencial
medicinal, sendo muito utilizada na
medicina popular, principalmente em
doenças de pele. Na Europa e Austrália
é considerada uma séria invasora de
cursos de água.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
3
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CM
0
12
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Oxycaryum cubense
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Cyperaceae
Oxycaryum cubense (Poepp. & Kunth) Lye
Baceiro, capim-capivara, piri
Habita uma ampla variedade de
ambientes aquáticos, principalmente em
águas calmas de rios e lagos. Ocorre em
regiões de clima tropical e subtropical;
é nativa das Américas e África. No Brasil
ocorre em todos os biomas.
Erva aquática fixa com caules flutuantes
ou flutuante livre emersa, onde pode
permanecer enraizada na fase terrestre
e flutuar com a subida das águas, com
altura entre 25 e 60cm. As folhas são
agrupadas na base do caule; os talos
são flutuantes, eretos e triangulares.
Possui ciclo de vida perene e depende
de outras plantas para se estabelecer;
nessas a planta se “escora”, dominando
o ambiente.
É uma espécie importante na formação
de ilhas de vegetação flutuante
(matupás), sendo importante para
nidificação de aves e jacarés e refúgios da
fauna aquática; a planta é consumida por
capivaras e algumas aves aquáticas.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
24
Pontederia rotundifolia
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Pontederiaceae
Pontederia rotundifolia L.f.
Aguapé, mureru, mureru-de-orelha, mureru-
orelha-de-onça, mureré, rainha-dos-lagos
Habita uma ampla variedade de
ambientes aquáticos, principalmente
em águas calmas de rios e lagos.
Ocorre em regiões de clima tropical e
subtropical; é nativa das Américas. No
Brasil ocorre em todos os biomas.
Erva aquática de hábito fixa com caules
flutuantes ou flutuante livre emersa,
de 20 a 40cm de altura. Folhas eretas
com o pecíolo e o caule esverdeados;
possui tecido esponjoso para flutuação
(aerênquima). Apresenta crescimento
vigoroso, podendo formar grandes
adensamentos. Possui ciclo de vida
perene, e na fase jovem pode ser
submersa e enraizada.
Utilizada na ornamentação de lagos
e tanques; forrageira com alto teor
proteico, sendo consumida pela
fauna aquática em geral, inclusive
pelo peixe-boi; abrigo e local de
nidificação de peixes, insetos e
moluscos; em ambientes aquáticos
poluídos é considerada invasora.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
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CM
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Ludwigia helminthorrhiza
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Onagraceae
Ludwigia helminthorrhiza (Mart.) H.Hara
Escama-de-pirarucu, lombrigueira
Habita geralmente lagos e rios de
águas calmas. Ocorre em regiões
de clima tropical; é nativa das
Américas. No Brasil ocorre nos
biomas Amazônia, Caatinga e
Pantanal.
Erva aquática, de hábito fixa com caules
flutuantes ou flutuante livre emersa. Suas
folhas são suculentas; o caule é cilíndrico
e verde; dentro da água os ramos
permanecem deitados e quando fora da
água se tornam eretos. As raízes são finas
quando no solo encharcado e na água
produzem um tecido esponjoso branco
para flutuação (aerênquima). As flores
são brancas. O ciclo de vida da espécie
é perene, podendo alternar uma fase
aquática e uma fase terrestre.
A espécie é utilizada na
ornamentação de lagos e tanques;
serve de alimento para insetos,
peixes e mamíferos herbívoros
como o peixe-boi; apresenta
potencial na descontaminação de
ambientes poluídos.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
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CM
0
12
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Paspalum repens
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Poaceae
Paspalum repens P.J.Bergius
Canarana-rasteira, capim-fofo, membeca,
memeca, perimembeca
Habita uma ampla variedade de
ambientes aquáticos, principalmente
em águas calmas de lagos. Ocorre em
regiões de clima tropical e subtropical;
é nativa das Américas. No Brasil
ocorre em todos os biomas.
Erva aquática de hábito emergente
podendo se tornar flutuante livre
emersa, com folhas que podem ser
vistas fora da água de 0,6 a 1,2m
de altura. Folhas com disposição
alterna; caule (colmo) cilíndrico, oco;
bainha das folhas arroxeada; possui
muitas raízes ao longo dos colmos
flutuantes. Apresenta crescimento
intenso, podendo formar grandes
adensamentos. Possui ciclo de vida
perene.
É uma das gramíneas mais amplamente distribuídas, abundantes e de elevada produção
de biomassa das várzeas amazônicas. Essa espécie participa da formação das ilhas
flutuantes (matupás), sendo importante na alimentação de aves, peixes, moluscos,
capivaras e peixes-boi, além de refúgio da fauna aquática em geral e local para a
nidificação de aves. Embora possua pouca proteína em comparação com outras gramíneas,
apresenta grande potencial para a alimentação bovina, sendo muito utilizada para essa
finalidade pelas populações ribeirinhas; considerada invasora de ambientes poluídos.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
27
Hymenachne amplexicaulis
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Poaceae
Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees
Bico-de-pato, canarana-miúda, capim-capivara,
mangarataiarana, rabo-de-raposa
Habita uma ampla variedade de
ambientes aquáticos, tanto na calha de
rios como em lagos. Ocorre em regiões
de clima tropical e subtropical; é nativa
das Américas, foi introduzida na China
e Austrália. No Brasil ocorre nos biomas
Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica,
Cerrado e Pantanal.
Erva aquática de hábito emergente
podendo se tornar flutuante
livre emersa; a parte acima da
superfície da água mede de 1 a 2m
de comprimento. As folhas têm
disposição alterna; o caule (colmo)
é cilíndrico, com tecido esponjoso
(aerênquima); a inflorescência lembra
o rabo de um animal. Apresenta
crescimento vigoroso, podendo formar
grandes adensamentos. A espécie tem
ciclo de vida perene, crescendo na
fase aquática e terrestre (águas altas e
baixas) na várzea amazônica.
Juntamente com Paspalum repens esta é uma das espécies com alta produção de biomassa
nas várzeas amazônicas; também participa na formação das ilhas flutuantes (matupás),
sendo importante na alimentação de aves, peixes, moluscos, capivaras e peixes-boi, além de
refúgio da fauna aquática em geral e local para nidificação de aves. Tem grande potencial
para a alimentação bovina, apresentando alto teor proteico e boa digestibilidade, sendo
muito utilizada para essa finalidade pelas populações ribeirinhas; considerada invasora de
ambientes poluídos.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
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ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Urochloa mutica
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Poaceae
Urochloa mutica (Forssk.) T.Q.Nguyen
Angolinha, bengo, braquiária-d’água, capim-
angola, capim-de-cavalo, capim-de-lastro
Habita geralmente a interface
entre ambientes aquáticos e
terrestres, às margens de rios
e lagos, a pleno sol. Ocorre
em regiões de clima tropical e
subtropical; é nativa da África e
introduzida em grande parte do
mundo. No Brasil ocorre em todos
os biomas.
Erva de hábito emergente, de
1 a 2m de altura. Folhas com
disposição alterna; caule (colmo)
cilíndrico, com grande quantidade
de pelos. Apresenta crescimento
vigoroso, propagando-se
principalmente por brotamento
e pouco por sementes, podendo
formar grandes adensamentos.
Possui ciclo de vida perene.
Utilizada como forrageira para o gado, sendo muito apreciada por formar ampla
massa verde em pouco tempo; quando o gado se alimenta exclusivamente dela pode
desenvolver osteoporose devido a sua deficiência de cálcio. A espécie era utilizada na
época dos escravos para formar as “camas de palhas” nos navios negreiros, motivo que
levou à sua disseminação para grande parte do mundo; considerada invasora em áreas
úmidas em diversas regiões do mundo.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
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4
2
16
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
29
Eclipta prostrata
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Asteraceae
Eclipta prostrata (L.) L.
Agrião-do-brejo, cravo-brabo, erva-de-tago,
falsa-margarida, surucuína
Habita geralmente a interface entre
ambientes aquáticos e terrestres,
com vegetação flutuante e solos
superficialmente encharcados.
Ocorre em regiões de clima tropical
e subtropical em todo o mundo. No
Brasil ocorre em todos os biomas.
Erva anfíbia ou terrestre, bastante
ramificada, que pode atingir até
um metro de altura. Folhas com
disposição oposta e cruzada; caule
arroxeado, carnoso, com tecido
esponjoso (aerênquima) quando
alagada. Flores brancas. Possui ciclo
de vida anual ou perene conforme o
ambiente que ocupa.
A planta serve como alimento para insetos, moluscos e aves. Suas folhas são consumidas na
alimentação humana na Índia; é utilizada como corante natural para tecidos e amplamente
empregada na medicina popular em todo o mundo para diversos fins, apresenta
propriedades comprovadas como analgésica, hepatoprotetora, larvicida, antifúngica,
antibacteriana, antioxidante, anti-inflamatória e como tônico capilar contra a queda de
cabelos (Mithum et al., 2011); tem ação comprovada contra o veneno de picadas de cobras,
como a cascavel e a jararaca; é considerada invasora de culturas de arroz e de ambientes
aquáticos poluídos.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
12
8
4
2
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28
20
CM
0
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
30
Commelina erecta
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Commelinaceae
Commelina erecta L.
Maria-mole, taboquinha, trapoeraba
Habita geralmente a interface entre
ambientes aquáticos e terrestres
e também solos superficialmente
encharcados. Ocorre em regiões de
clima tropical e subtropical; é nativa
das Américas, tendo sido introduzida
em quase todo o mundo. No Brasil
ocorre em todos os biomas.
Erva anfíbia ou terrestre; bastante
ramificada, medindo de 30 a 50cm
de altura. Folhas de disposição
alterna, suculentas; caule cilíndrico,
serpenteante que se escora em outras
plantas. Flores azul-claras. Apresenta
crescimento vigoroso, podendo formar
grandes adensamentos. Possui ciclo
de vida anual ou perene conforme o
ambiente que ocupa.
Pode ser cultivada com fins
ornamentais devido a seu
florescimento vigoroso. Serve como
alimento para insetos, moluscos,
aves, capivaras e peixes-boi, sendo
eventualmente consumida por bovinos.
É utilizada para diversas finalidades na
medicina popular.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
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2
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0
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ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Costus scaber
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Costaceae
Costus scaber Ruiz & Pav.
Cana-do-brejo, cana-de-macaco, cana-do-
mato, heparena, jacuacanga, pobre-velha
Habita geralmente a interface entre
ambientes aquáticos e terrestres,
no sub-bosque de matas e margens
de rios, lagos e igarapés. Ocorre
em regiões de clima tropical e
subtropical; é nativa das Américas.
No Brasil ocorre nos biomas
Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica e Pantanal.
Erva anfíbia ou terrestre, bastante
ramificada, medindo de 0,5 a 3m de
altura. Folhas de disposição alterna,
espiraladas, suculentas; caule
cilíndrico. Inflorescência vermelha
com flores alaranjadas. Possui ciclo de
vida perene.
A espécie é utilizada na ornamentação
de jardins e praças. Suas folhas e
flores podem ser consumidas cruas
em saladas ou trituradas em refrescos.
É amplamente utilizada na medicina
popular brasileira para diversas
finalidades, constando na lista de plantas
medicinais de interesse do SUS (Renisus).
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
20
10
5
2,5
CM
0
75
50
25
100
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Ludwigia affinis
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Onagraceae
Ludwigia affinis (DC.) H.Hara
Cruz-de-malta, tintarana
Habita geralmente a interface entre
ambientes aquáticos e terrestres, às
margens de rios, lagos e igarapés.
Ocorre em regiões de clima tropical;
é nativa das Américas Central e do
Sul, foi introduzida na África. No
Brasil ocorre nos biomas Amazônia,
Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e
Pantanal.
Erva anfíbia ou terrestre, bastante
ramificada, medindo de 0,5 a 2m de
altura. Folhas de disposição alterna;
caule e folhas com grande quantidade
de pelos. Flores solitárias, vistosas,
com cinco ou seis pétalas amarelas.
Possui ciclo de vida anual ou perene de
vida curta, de acordo com o ambiente
que ocupa.
Planta com potencial ornamental,
apresentando floração vigorosa
durante grande parte do ano; pode
ser usada na produção de mel.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
10
5
CM
0
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8
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CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
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Acroceras zizanioides
FAMÍLIA
NOME
CIENTÍFICO
NOME
POPULAR
Poaceae
Acroceras zizanioides (Kunth) Dandy
Braquiária-d’água, braquiária-do-brejo
Habita geralmente a interface entre
ambientes aquáticos e terrestres, às
margens de lagos e rios, a pleno sol.
Ocorre em regiões de clima tropical
e subtropical em todo o mundo. No
Brasil ocorre em todos os biomas.
Erva anfíbia ou terrestre, serpenteante
próxima ao solo, de 20 a 80cm de
altura. Folhas com disposição alterna;
caule (colmo) cilíndrico. Apresenta
crescimento vigoroso, podendo formar
grandes adensamentos. Possui ciclo de
vida perene.
Utilizada como forrageira para
o gado, consumida por alguns
animais silvestres como a capivara;
é considerada invasora em áreas
alteradas em diversas regiões do
mundo.
HABITATE
DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS
USOSE
PROPRIEDADES
0
10
5
CM
0
20
10
5
2,5
CM
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
34
G
L
O
S
S
Á
R
I
O
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
35
AERÊNQUIMA
Tecido que concentra grande quantidade de espaços
vazios entre as células com a função de reter ar e facilitar
a flutuação e difusão de oxigênio.
BAINHA
Base da folha que se apresenta diferenciada em uma
estrutura que pode ou não envolver todo o caule,
protegendo assim brotamentos e tecidos reprodutivos.
COLMO
Tipo de caule que apresenta claramente a divisão em nós
e entrenós, comum à maioria das gramíneas e ciperáceas.
BIOMA
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), é um conjunto de vida (vegetal e
animal) constituído pelo agrupamento de tipos de
vegetação contíguos e identificáveis em escala regional,
com condições geoclimáticas similares e história
compartilhada de mudanças, o que resulta em uma
diversidade biológica própria.
ESPOROS
São a unidade de dispersão das plantas que não
produzem flores nem frutos (pteridófitas).
BRIÓFITA
São plantas de pequeno porte que não possuem vasos
condutores de seiva, nem estruturas rígidas de sustentação.
O transporte de substâncias se dá por difusão e ocorre de
forma lenta. Dependem da água para reprodução, por isso
são encontradas predominantemente em ambientes úmidos.
FLORES
Estruturas responsáveis pela reprodução sexuada
das plantas. São extremamente variáveis e refletem a
adaptação das plantas a diferentes polinizadores.
FOLHAS
Estruturas aéreas com função principal de realizar a
fotossíntese. São extremamente variáveis e refletem a
adaptação das plantas a diferentes ambientes.
FOLHAS ALTERNAS
Tipo de disposição onde apenas uma folha se origina
de cada nó, a folha seguinte normalmente surge em
uma posição diferente, evitando assim o sombreamento
completo das folhas mais antigas pelas folhas novas.
CAULE
Estrutura que é o eixo principal da planta e é dividido em
nós e entrenós, conecta o sistema fixador e absortivo
(raízes) ao sistema fotossintetizante (folhas).
CICLO DE VIDA ANUAL
São plantas que completam seu ciclo de vida
(germinação, crescimento, reprodução e senescência)
em um ano ou menos.
CICLO DE VIDA PERENE
São plantas que apresentam ciclo de vida longo,
completando seu ciclo de vida em mais de dois ciclos
sazonais.
CLIMA SUBTROPICAL
Tipo de clima que apresenta temperaturas médias que
não ultrapassam os 20°C e com alta amplitude térmica,
como exemplo temos o clima da região Sul do Brasil.
CLIMA TROPICAL
Tipo de clima que apresenta temperaturas médias
elevadas e com baixa amplitude, que abrange a região
próxima aos trópicos, como exemplo temos o clima da
região Norte do Brasil.
FOLHAS ESPIRALADAS
Tipo de disposição onde as folhas se dispõem em formato
de espiral.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
36
FRUTOS
Estruturas formadas pelo desenvolvimento do ovário após
a polinização, responsável em muitos casos pela atração
de possíveis dispersores.
REPRODUÇÃO SEXUADA
Forma de reprodução na qual ocorre a fusão de gametas
masculinos e femininos (troca de material genético).
SAMAMBAIA
São plantas vasculares que não produzem flores, frutos
nem sementes, reproduzem-se por esporos, estes dão
origem a um indivíduo de vida curta que, por sua vez,
produz gametas para dar origem a uma nova planta.
TALO
Parte das plantas em que não há diferenciação entre
caule e folhas.
INFLORESCÊNCIAS
Termo utilizado quando as flores não estão solitárias, mas
em conjunto de poucas ou muitas flores.
MATUPÁ
São ilhas flutuantes encontradas nas várzeas amazônicas,
formadas basicamente por vegetação herbácea aquática;
em matupás maiores e mais velhos pode se desenvolver
solo e abrigar espécies arbóreas. Importante ambiente
para nidificação da fauna aquática em geral.
NIDIFICAÇÃO
O termo descreve a ação de animais na fase de
construção de ninhos e postura de ovos.
NÓ
Região do caule onde surgem as folhas, em plantas
aquáticas é comum surgirem também raízes adventícias.
PECÍOLO
Estrutura que faz a ligação entre o caule (ou ramos) e as
folhas, permitindo mobilidade a elas.
PÉTALA
Termo dado a uma peça da flor, geralmente colorida. O
conjunto de pétalas chama-se corola.
RAIZ
Estrutura responsável pela fixação da planta ao substrato,
e também pela absorção de água e sais minerais.
RAÍZES ADVENTÍCIAS
Raízes que surgem do caule das plantas, geralmente como
uma adaptação ao alagamento.
REPRODUÇÃO VEGETATIVA
Forma de reprodução na qual não ocorre a fusão de
gametas (troca de material genético), sendo os indivíduos
oriundos deste tipo de reprodução clones da planta-mãe.
FORRAGEIRAS
São plantas, geralmente gramíneas e leguminosas, usadas
como fonte de alimento para os animais.
FRONDE
Termo usado para estruturas taloides, ou seja, não
diferenciáveis em caule e folha; termo utilizado para as
lentilhas-d’água ou samambaias.
FOLHAS OPOSTAS
Tipo de disposição onde as folhas surgem em pares em
cada nó, sendo uma oposta à outra.
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
37
R
E
F
E
R
Ê
N
C
I
A
S
ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO
38
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA
Av. André Araújo, 2.936, Petrópolis,
CEP 69.067-375 – Manaus – Amazonas – Brasil
http://portal.inpa.gov.br – (+55 92) 3643-3100/3266
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  • 1. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 1 AUTORES Layon Oreste Demarchi | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Aline Lopes | Universidade Nilton Lins | Inpa Aurélia Bentes Ferreira | Inpa Maria Teresa Fernandez Piedade | Inpa
  • 2.
  • 3. Identificação Ecologia e Guia de Macrófitas aquáticas do Lago Amazônico AUTORES Layon Oreste Demarchi | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Aline Lopes | Universidade Nilton Lins | Inpa Aurélia Bentes Ferreira | Inpa Maria Teresa Fernandez Piedade | Inpa
  • 4. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 4 AUTORES Layon Oreste Demarchi | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Aline Lopes | Universidade Nilton Lins | Inpa Aurélia Bentes Ferreira | Inpa Maria Teresa Fernandez Piedade | Inpa EQUIPE DE APOIO À PESQUISA Carlos Roberto Bueno Rita de Cássia G. Mesquita Denise Machado Duran Gutierrez FOTOS Layon Oreste Demarchi Aline Lopes Jefferson da Cruz Copyright © 2018, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia PRESIDENTE DA REPÚBLICA Michel Temer MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Gilberto Kassab DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA Luiz Renato de França Editora INPA - Editor: Mario Cohn-Haft. Produção editorial: Rodrigo Verçosa, Shirley Ribeiro Cavalcante, Tito Fernandes. Bolsistas: Jasmim Barbosa, Júlia Figueiredo, Lucas Souza e Natália Nakashima. Projeto gráfico e editoração eletrônica: DeBrito Propaganda E17 Ecologia e guia de identificação: macrófitas aquáticas do Lago Amazônico / Layon Oreste Demarchi... [et.al.]. -- Manaus: Editora INPA, 2018. 44 p.: il. color. ISBN 978-85-211-0173-4 1. Plantas aquáticas. 2. Guia de identificação . I. Demarchi, Layon Oreste. CDD 581.76
  • 5. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 5 AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) pelo financiamento do PELD MAUA, aos técnicos Elizabeth Rodrigues Rebouças, Valdeney de Araújo Azevedo, Celso Rabelo Costa e Mario Picanço Marinho e ao Grupo de Pesquisas “Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas – MAUA” pelo suporte logístico.
  • 6. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 6 O Bosque da Ciência é uma área de aproximadamente 13 (treze) hectares, contíguo à sede principal do Inpa, localizado no perímetro urbano da cidade de Manaus. O Bosque oferece à população uma opção de lazer científico e educacional, propiciando aos visitantes ter contato direto com o meio ambiente, além de oferecer atrativos culturais e entretenimento. Um dos atrativos de fácil acesso ao público é o Lago Amazônico, um ambiente seminatural onde podem ser observados tartarugas, pássaros, peixes e espécies residentes da fauna aquática (insetos aquáticos, anfíbios, moluscos, etc.). O Lago Amazônico oferece ao visitante um ambiente aberto, um espelho d’água habitado por quelônios (tartarugas, iaçás e matamatás) e peixes (tambaquis, tucunarés, pirarucus, entre outros), além de inúmeras espécies de macrófitas aquáticas, que são plantas características de lagos amazônicos. Além de ter uma oportunidade de descanso e contemplação, que permite ao visitante absorver os benefícios do contato direto com a natureza, também é possível o aprendizado pela observação atenta das espécies ali presentes. Na floresta secundária em avançado estágio de sucessão que circunda o Lago Amazônico, e nas ilhas de bambus e palmeiras que se formaram em seu entorno, não é raro ao observador atento vislumbrar macacos, pássaros, borboletas, ou representantes especiais da flora do Bosque, como trepadeiras, orquídeas e bromélias. Este “Guia de Identificação das Macrófitas Aquáticas do Lago Amazônico” vai permitir ao visitante a construção de novos conhecimentos e esperamos que estimule em todos a curiosidade por conhecer melhor este grupo de plantas tão diverso e com adaptações únicas que as permitem ter sucesso na colonização das águas na Amazônia. Associadas a elas existem comunidades inteiras de pequenos animais, e, assim, este é um ótimo e didático exemplo da intricada teia de relações que existe nos ecossistemas amazônicos. Que o ambiente reflexivo do Lago Amazônico e a diversidade de espécies apresentada neste guia despertem nossa responsabilidade e compromisso cidadão com o uso e cuidado com a natureza, que permite melhor qualidade de vida para quem sabe apreciá-la. APRESENTAÇÃO O Lago Amazônico oferece ao visitante um ambiente aberto, um espelho d’água habitado por quelônios (tartarugas, iaçás e matamatás) e peixes (tambaquis, tucunarés, pirarucus, entre outros), além de inúmeras espécies de macrófitas aquáticas, que são plantas características de lagos amazônicos.
  • 7. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 7 ECOLOGIA E USOS DAS MACRÓFITAS AQUÁTICAS No contexto deste trabalho chamamos de macrófitas aquáticas as plantas herbáceas que ocupam desde áreas encharcadas, como os brejos e buritizais, até aquelas completamente alagadas, como os rios, lagos, lagoas e reservatórios, entre outros. Elas sobrevivem em praticamente todas as regiões do planeta, ocorrendo desde áreas quentes, onde as temperaturas podem alcançar 58°C, até regiões mais frias, como nas partes costeiras da Antártida (Thomaz & Bini, 2003). Entre as macrófitas aquáticas podemos encontrar plantas muito pequenas ou surpreendentemente grandes, com porte parecido ao de árvores, inclusive dentro da mesma família botânica. Um bom exemplo dessa diversidade de tamanhos é encontrado na família Araceae, onde espécies do gênero Lemna (lentilha-d’água) chegam a medir menos que 5mm de comprimento, enquanto que a espécie Montrichardia linifera (aninga) pode alcançar até 8m de altura nas áreas férteis de várzea do Rio Amazonas e seus tributários (Lopes et al., 2016). Pertencentes a diversas famílias botânicas, as macrófitas aquáticas possuem representantes das plantas avasculares (briófitas), plantas vasculares sem sementes (pteridófitas) e também plantas que produzem flores e frutos (angiospermas). As semelhanças entre os representantes desses grupos estão muito mais relacionadas à sua capacidade de sobrevivência e adaptação ao mesmo tipo de ambiente associado à água do que ao parentesco botânico que possa existir entre eles. Para estudar a ecologia dessas plantas, elas são agrupadas pelas formas de vida, que refletem as adaptações desenvolvidas para sobreviver no ambiente aquático. As principais formas de vida das macrófitas aquáticas são (Piedade et al., em preparação): INTRODUÇÃO Entre as macrófitas aquáticas podemos encontrar plantas muito pequenas ou surpreendentemente grandes, com porte parecido ao de árvores, inclusive dentro da mesma família botânica. ANFÍBIAS Enraizadas em substratos permanentemente ou periodicamente encharcados. Podem completar seu ciclo de vida no ambiente aquático, porém, não acompanham com seu crescimento a subida das águas.
  • 8. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 8 FIXAS COM CAULES FLUTUANTES EMERGENTES FLUTUANTES LIVRES SUBMERSAS FIXAS COM FOLHAS FLUTUANTES FLUTUANTES LIVRES EMERSAS Enraizadas no solo com caules flutuando na superfície da água e folhas e inflorescências emersas. Não acompanham com seu crescimento a subida das águas e podem se desprender do substrato tornando-se flutuantes livres emersas. Enraizadas no solo, acompanham com seu crescimento a subida das águas. Muitas vezes desprendem-se do substrato tornando-se flutuantes livres emersas. Submersas, flutuando livremente próximo à superfície da água, em certos casos com a inflorescência emersa. Enraizadas no solo com folhas flutuando na superfície da água, apresentando também as inflorescências emersas. Emersas, flutuando livremente na superfície da água, apenas com as raízes e estolões submersos. Na Amazônia, uma grande diversidade de macrófitas aquáticas pode ser encontrada nas várzeas, principalmente nos lagos, onde a correnteza da água é menor. A composição de espécies de macrófitas aquáticas pode variar ao longo do ano e entre anos, em resposta às mudanças no ambiente. Na seca, com a exposição do solo, ocorre a germinação e a rebrota de diversas espécies anuais ou perenes, principalmente de capins; já na época de cheia dos rios, com a entrada de água nos lagos, há uma grande proliferação das espécies flutuantes e emergentes (Junk & Piedade, 1997). Portanto, dependendo do período do ano, a composição de espécies em um Lago Amazônico pode ser bastante diferente, inclusive em lagos artificiais, como o “Lago Amazônico”, situado no Bosque da Ciência do Inpa. As macrófitas aquáticas são extremamente importantes na estruturação e na dinâmica dos ecossistemas aquáticos. Elas são fontes de matéria orgânica, fornecem alimento, abrigo e local de reprodução para fauna, entre outros Na seca, com a exposição do solo, ocorre a germinação e a rebrota de diversas espécies anuais ou perenes, principalmente de capins; já na época de cheia dos rios, com a entrada de água nos lagos, há uma grande proliferação das espécies flutuantes e emergentes (Junk & Piedade, 1997).
  • 9. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 9 (Junk & Piedade, 1997). No entanto, por apresentarem crescimento rápido, essas plantas podem se tornar invasivas e prejudiciais, principalmente em ambientes com modificações humanas, como reservatórios e lagos, onde a flutuação natural do nível das águas foi suprimida ou é manipulada pelo homem. Por outro lado, a ampla distribuição, a capacidade de colonizar novos ambientes e a elevada capacidade de estocar nutrientes tornam esses vegetais importantes do ponto de vista econômico (Piedade et al., 2005). Embora ainda pouco aproveitadas na Amazônia, as macrófitas aquáticas são amplamente utilizadas no mundo para diversas finalidades, especialmente na alimentação. Várias espécies são consumidas na alimentação humana, particularmente em países asiáticos (Piedade et al., 2010), sendo o melhor exemplo entre elas o arroz (Oryza spp.), componente da dieta de mais da metade da população mundial. Algumas plantas aquáticas são também importantes forrageiras para animais de criação, como espécies do gênero Urochloa (braquiária) adaptadas ao alagamento. Esse gênero de plantas de origem africana foi introduzido no Brasil, onde atualmente diversas espécies são utilizadas em pastagens no Pantanal e na Amazônia. Além disso, outros usos dessas plantas são comuns, como a confecção de artesanato, ornamentação, adubo e tratamento de efluentes. Algumas das espécies encontradas no Lago Amazônico apresentam potencial de uso, entre outros, para a produção de biocombustíveis (Lemna spp.), na alimentação animal e humana (Ceratopteris pteridoides, Paspalum repens, Urochloa mutica) e no tratamento de efluentes, tanto urbanos quanto de criadouros de camarões (Lemna spp., Pistia stratiotes, Salvinia spp.). Várias espécies são consumidas na alimentação humana, particularmente em países asiáticos (Piedade et al., 2010), sendo o melhor exemplo entre elas o arroz (Oryza spp.), componente da dieta de mais da metade da população mundial.
  • 10. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 10 Um lago pode ser definido como uma quantidade de água permanentemente presente em uma depressão de terreno. A origem dos lagos é variada, assim como suas dimensões. Os lagos naturais são aqueles que provêm, por exemplo, de falhas geológicas ou de eventos de glaciações; os artificiais são aqueles feitos pelo homem para diferentes propósitos, como lagos de hidrelétricas para geração de energia, ou aqueles presentes em locais públicos e quintais. Assim, as dimensões de um lago e a origem das águas que o abastecem podem variar muito dentro de uma mesma região e também entre regiões de climas distintos. Por proporcionarem condições de lazer, embelezamento e melhoria geral da qualidade de vida, os lagos urbanos podem ser considerados espaços vitais. Eles podem abrigar umagrandediversidadedeambientesedeplantaseanimais associados, servindo também, por esse motivo, como locais didáticos para educação ambiental e em estudos de corpos de água. Nesse sentido foi concebido o Lago Amazônico, do Bosque da Ciência do Inpa. O que é um lago? HISTÓRICO DO LAGO AMAZÔNICO E SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO- QUÍMICASFigura 1: Foto da escavação para o represamento das águas e formação do Lago Amazônico, Bosque da Ciência, Inpa (Foto: Juan Revilla).
  • 11. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 11 O Lago Amazônico, localizado no Bosque da Ciência do Inpa, é um lago artificial, que abriga uma considerável parcela da biodiversidade de corpos de água da região. Sua construção foi iniciada no ano de 1993 e ocorreu por meio do barramento e escavação de um igarapé e pequenas nascentes existentes no local (Figura 1). Após o enchimento do lago foram introduzidas as primeiras espécies macrófitas aquáticas provenientes das várzeas próximas a Manaus. Juntamente com essas espécies, outras menores que ficam aderidas às raízes também foram introduzidas e formaram grandes estandes ao longo do tempo. As características das águas do Lago Amazônico vêm sendo modificadas ao longo do tempo, principalmente devido às diferentes fontes de água que o abastecem. Parte dessas águas é proveniente da drenagem dos tanques dos peixes- boi, o que aumenta a concentração de nutrientes no lago e favorece a proliferação de algas e de plantas aquáticas, sendo estas últimas foco central de nossa análise. A presença de plantas aquáticas em um corpo de água depende das características físicas e químicas das águas. Dessa forma, essas características foram medidas no Lago Amazônico, de forma a permitir entender a composição de plantas aquáticas que o habitam. As principais características do Lago Amazônico medidas foram: PROFUNDIDADEPH TRANSPARÊNCIACONDUTIVIDADE Atualmente o Lago Amazônico é raso, não ultrapassando 1,5 metro de profundidade. Essa característica contribui para o desenvolvimento de plantas aquáticas fixas ao substrato, mas com as folhas fora da água (macrófitas aquáticas emergentes), que conseguem se enraizar e crescer vigorosamente. Um exemplo a ser citado é a espécie braquiária-d’água (Urochloa mutica), que forma densos aglomerados às margens do lago. Trata-se de um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer e é determinado pela concentração de íons de Hidrogênio (H+ ). Substâncias que possuem valores de pH entre 0 e 6 são consideradas ácidas, valores em torno de 7 são neutras e valores acima de 7 são consideradas básicas ou alcalinas. As águas do Lago Amazônico são ácidas e apresentam um pH em torno de 5,9; esse valor é tolerável para o crescimento de muitas plantas aquáticas, podendo então essas águas serem consideradas pouco ácidas quando comparadas, por exemplo, com as águas do Rio Negro, onde os valores de pH são em torno de 4. As águas do Lago Amazônico apresentam transparência média de um metro, indicando a presença de pouco material em suspensão na água, o que permite que a luz possa penetrar até o fundo do lago. Isso influencia a temperatura e outras características das águas e favorece o crescimento de algas, que podem proliferar de forma intensa e comprometer o crescimento de outros organismos, especialmente as plantas aquáticas. Representa a capacidade de transportar a corrente elétrica através de um determinado meio, no caso a água; quanto mais íons a água possuir, maior será a condutividade elétrica, e vice-versa. As águas do Lago Amazônico apresentam condutividade elétrica entre 40 e 43µs/C, valores que podem ser considerados baixos quando comparados a rios de água barrenta como o Rio Solimões (valores geralmente acima de 80µs/C) e elevados quando comparados a rios de águas pretas como o Rio Negro (valores geralmente abaixo de 20µs/C). A condutividade elétrica pode agir de diversas formas sobre as plantas e no geral está relacionada com a absorção e o acúmulo de água e nutrientes.
  • 12. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 12 OXIGÊNIODISSOLVIDO FLUTUANTES LIVRES EMERSAS FIXAS COM CAULES FLUTUANTES FLUTUANTES LIVRES SUBMERSAS EMERGENTES ANFÍBIAS TEMPERATURA Em ambientes aquáticos o oxigênio dissolvido na água é de vital importância para abrigar vida. Ele origina-se de duas fontes, o oxigênio da atmosfera diretamente dissolvido e o oxigênio que provém da fotossíntese de plantas aquáticas. A poluição de rios e lagos reduz muito a concentração de oxigênio dissolvido na água, e esse processo de desoxigenação pode aumentar a população relativa de organismos como as bactérias, resultando na mortandade de peixes e da fauna aquática em geral. As águas do Lago Amazônico apresentam entre 7 e 8mg/l de oxigênio dissolvido, valores similares aos encontrados no Rio Negro, que podem oscilar entre 4,5 a 9,0mg/l entre as estações do ano, e muito superiores a cursos de água poluídos como os igarapés urbanos de Manaus, que possuem em média 0 a 1mg/l de oxigênio dissolvido em suas águas. A temperatura influencia diretamente as características da água, além de ser importante reguladora da produtividade do ambiente aquático. Águas frias possuem mais oxigênio dissolvido e são menos densas do que águas quentes, sendo que o aumento da temperatura pode fazer com que alguns compostos se tornem mais tóxicos para a vida aquática, podendo também favorecer a proliferação de microrganismos. A temperatura da água pode variar muito ao longo do dia e ao longo das estações do ano, como também pode variar de acordo com a profundidade, a visibilidade da água e com a cobertura vegetal existente. Por ser raso e relativamente exposto ao sol, o Lago Amazônico apresenta temperaturas médias altas, podendo chegar a 30°C em dias quentes, com uma variação de até 5°C ao longo do dia. AS PLANTAS AQUÁTICAS DO LAGO DO BOSQUE DA CIÊNCIA Em um levantamento realizado entre os meses de fevereiro e junho de 2016, foram catalogadas 20 plantas aquáticas, representando 5 hábitos (flutuantes livres emersas, flutuantes livres submersas, fixas com caules flutuantes, emergentes e anfíbias). Tanto a composição de espécies quanto sua abundância podem mudar ao longo do ano, em virtude de variações climáticas, do ciclo de vida das plantas e de manipulações humanas feitas no lago. Águas frias possuem mais oxigênio dissolvido e são menos densas do que águas quentes, sendo que o aumento da temperatura pode fazer com que alguns compostos se tornem mais tóxicos para a vida aquática, podendo também favorecer a proliferação de microrganismos.
  • 13. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 13 AS MACRÓFITAS AQUÁTICAS Encontradas no Lago Amazônico
  • 14. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 14 Najas microcarpa FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES Hydrocharitaceae Najas microcarpa K.Schum. Lodo Habita preferencialmente áreas de águas calmas, às vezes aderida a troncos e rochas. Ocorre em regiões de clima tropical; é nativa da América do Sul. No Brasil ocorre nos biomas Pantanal, Cerrado e Amazônia. Erva aquática de hábito flutuante livre submersa próxima à superfície. Possui folhas alternas, com bordo serreado, verde intercalado com vinho. Caule com tecido aerenquimatoso, geralmente muito ramificado e quebradiço, formando tufos verdes na porção terminal. Produz flores pequenas e submersas, dificilmente vistas a olho nu, seus frutos são dispersos pela água. Seu ciclo de vida é anual. É utilizada na ornamentação de aquários e tanques; na Amazônia serve de alimento para animais, como insetos, peixes e quelônios.
  • 15. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 15 Wolffiella welwitschii FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES Araceae Wolffiella welwitschii (Hegelm.) Monod Lentilha-d’água Habita preferencialmente águas calmas de lagos e rios, na maioria das vezes associada a raízes de outras plantas aquáticas. Ocorre em regiões de clima tropical; é nativa das Américas e da África. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga e Pantanal. Erva aquática de hábito flutuante livre levemente submersa próxima à superfície, com até 7mm de comprimento; pode ser confundida com folhas caídas de outras plantas. Folhas (frondes) em forma de lingueta; raiz ausente. Produz duas flores por folha, dificilmente vistas a olho nu. Seu ciclo de vida é anual. Serve de alimento para aves e para a fauna aquática e possui alto valor proteico com potencial para alimentação bovina; pode auxiliar na despoluição de águas contaminadas. 0 1 0,5 1,5 2 CM 0 1 2 CM
  • 16. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 16 Lemna aequinoctialis FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Araceae Lemna aequinoctialis Welw. Açude, lentilha-d’água, pasta-miúda, pesca-miúda Habita preferencialmente águas paradas ou pouco correntes, levemente sombreadas. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical em todo o mundo. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal. Erva aquática de hábito flutuante livre emersa, de 3 a 5mm de comprimento. Folhas (frondes) flutuantes ou levemente submersas, mais longas que largas. Apresenta uma raiz por folha; flores pequenas, dificilmente vistas a olho nu. Seu crescimento é vigoroso, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida anual. Utilizada na ornamentação de aquários, lagos e tanques; é indicadora de ambientes com despejo de esgoto, onde pode dobrar sua quantidade a cada três dias, podendo se tornar invasora nesses ambientes; utilizada como despoluidora de águas contaminadas; serve como alimento de peixes, aves, moluscos e insetos, contendo alto teor de proteínas. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM
  • 17. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 17 Alface-d’água, erva-de-santa-luzia, mureru, mureru-branquinho, mureru-pagé Pistia stratiotes FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Araceae Pistia stratiotes L. Habita diversos tipos de ambientes aquáticos, preferindo águas paradas ou pouco correntes, ricas em nutrientes. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical em todo o mundo. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva aquática de hábito flutuante livre emersa, podendo variar de 3 a 30cm de altura quando adulta. Suas folhas são esponjosas e densamente cobertas por pelos que repelem água e as raízes são numerosas. Possui ciclo de vida anual ou perene conforme o ambiente que ocupa; pode sobreviver à seca enraizada em solo úmido, quando em águas férteis pode formar densas populações. Utilizada na ornamentação de lagos e tanques; alimento e abrigo para peixes, quelônios, insetos, moluscos, entre outros; possui alto teor de proteína e cálcio, sendo utilizada para a alimentação de peixes-boi, bovinos e porcos. A espécie é usada na adubação verde e na produção de biogás e é indicadora de ambientes poluídos, tendo potencial para despoluição; pode ser séria invasora de rios e lagos em todo o mundo. Na África e Índia é usada na alimentação humana após cozimento; em todo o mundo é utilizada na medicina popular para diversas finalidades, com propriedades comprovadas como diurética, antifúngica, anti-inflamatória e antimicrobiana. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM 0 1 2 CM
  • 18. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 18 Ricciocarpos natans FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Ricciaceae Ricciocarpos natans (L.) Corda Não encontrado Habita preferencialmente águas calmas ou pouco correntes. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical em todo o mundo. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal. Erva aquática (briófita, semelhante aos musgos) de hábito flutuante livre emersa, de até 1,5cm de comprimento. Sua face superior é convexa, carnosa, verde brilhante, e a face inferior apresenta pequenas escamas. Possui ciclo de vida anual ou perene conforme o ambiente que ocupa; pode sobreviver à seca enraizada em solo úmido; propaga-se por esporos e por bifurcação do ápice. Utilizada na ornamentação de aquários, lagos e tanques. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 1 0,5 1,5 2 CM 0 1 2 CM
  • 19. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 19 Salvinia auriculata FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Salviniaceae Salvinia auriculata Aubl. Erva-de-sapo, mureru-carrapatinho, murué, samambaia-d’água, salvínia Habita preferencialmente águas paradas ou pouco correntes, ricas em nutrientes. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas, foi introduzida na Ásia, Austrália e África. No Brasil ocorre em todos os biomas. Samambaia aquática de hábito flutuante livre emersa, em alguns ambientes pode chegar a 30cm de comprimento. Folhas emersas com pelos que repelem a água, visíveis apenas com lupa, e que lembram a forma de um garfo de batedeira. Seu crescimento é vigoroso, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida anual ou perene conforme o ambiente que ocupa. Utilizada na ornamentação de aquários, lagos e tanques; serve de abrigo para larvas de peixes e moluscos e alimento de capivaras, peixes, aves, insetos, moluscos e peixes-boi, contendo boa porcentagem de proteína. A planta é ainda indicada para adubação verde, como biofertilizante e geração de biogás, sendo utilizada para descontaminação da água, podendo, porém, se tornar séria invasora de cursos de água poluídos. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 1 2 CM 0 8 6 4 2 10 CM
  • 20. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 20 Ceratopteris pteridoides FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Pteridaceae Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron Couve-d’água, mureru, mureru-véu, pé-de-sapo, samambaia-do-brejo Habita preferencialmente águas calmas e pouco correntes, ricas em nutrientes. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas, foi introduzida na Ásia, leste da Índia e Austrália. No Brasil ocorre nos biomas Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado e principalmente na Amazônia. Samambaia aquática de hábito flutuante livre emersa, de 20 a 40cm de altura. Possui caule reduzido no qual surgem raízes adventícias; as folhas férteis apresentam ramificações finas, e as folhas estéreis são mais largas. A espécie apresenta reprodução vegetativa por meio de numerosos brotos que surgem nas folhas e se desenvolvem formando novas plantas. Possui também reprodução sexual por esporos. Seu ciclo de vida pode ser anual ou perene de acordo com o ambiente que ocupa. É utilizada na ornamentação de aquários e tanques; as folhas são comumente utilizadas na culinária asiática como verdura; utilizada na medicina popular colombiana, com comprovada ação diurética; na Amazônia serve de alimento para animais, como insetos, peixes, peixes-boi e quelônios. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 3 2 1 4 CM
  • 21. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 21 Limnobium laevigatum FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Hydrocharitaceae Limnobium laevigatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Heine Camalotinho, erva-de-sapo, mureru-orelha-de-burro, mureru-buchudinho Habita uma grande variedade de ambientes aquáticos, principalmente em águas tranquilas de rios e lagos. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva aquática de hábito flutuante livre emersa. Possui folhas estéreis e férteis aglomeradas; as folhas estéreis são flutuantes e as férteis são flutuantes ou aéreas emersas, sendo maiores que as estéreis, com um pecíolo de até 10cm de comprimento. Possui ciclo de vida perene e pode apresentar uma fase em que se enraíza na lama. Utilizada na ornamentação de lagos e tanques. Espécie com alto teor proteico, servindo de abrigo para fauna aquática e alimento de insetos, moluscos, aves, capivaras e peixes-boi. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 3 2 1 4 CM
  • 22. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 22 Hydrocotyle ranunculoides FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Araliaceae Hydrocotyle ranunculoides L.f. Acariçoba, chapéu-de-sapo, erva-capitão, para-sol Habita áreas com solo úmido ou em água pouco profunda. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas e foi introduzida na Europa e Austrália. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal. Erva aquática de hábito fixa com caules flutuantes ou flutuante livre emersa. Folhas simples que variam de acordo com as condições do ambiente, com a lâmina foliar podendo medir de 1 a 10cm, e o pecíolo de 2 a 20cm. Suas raízes são abundantes e saem dos nós. As flores são pequenas, branco- esverdeadas e pouco visíveis. Possui ciclo de vida perene e pode dobrar de tamanho em uma semana. Planta com potencial ornamental. É consumida por insetos, aves, roedores e peixes-boi, e seus talos e folhas são comercializados e consumidos in natura no México; possui potencial medicinal, sendo muito utilizada na medicina popular, principalmente em doenças de pele. Na Europa e Austrália é considerada uma séria invasora de cursos de água. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 3 2 1 4 CM 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM
  • 23. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 23 Oxycaryum cubense FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Cyperaceae Oxycaryum cubense (Poepp. & Kunth) Lye Baceiro, capim-capivara, piri Habita uma ampla variedade de ambientes aquáticos, principalmente em águas calmas de rios e lagos. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas e África. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva aquática fixa com caules flutuantes ou flutuante livre emersa, onde pode permanecer enraizada na fase terrestre e flutuar com a subida das águas, com altura entre 25 e 60cm. As folhas são agrupadas na base do caule; os talos são flutuantes, eretos e triangulares. Possui ciclo de vida perene e depende de outras plantas para se estabelecer; nessas a planta se “escora”, dominando o ambiente. É uma espécie importante na formação de ilhas de vegetação flutuante (matupás), sendo importante para nidificação de aves e jacarés e refúgios da fauna aquática; a planta é consumida por capivaras e algumas aves aquáticas. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 3 2 1 4 CM
  • 24. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 24 Pontederia rotundifolia FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Pontederiaceae Pontederia rotundifolia L.f. Aguapé, mureru, mureru-de-orelha, mureru- orelha-de-onça, mureré, rainha-dos-lagos Habita uma ampla variedade de ambientes aquáticos, principalmente em águas calmas de rios e lagos. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva aquática de hábito fixa com caules flutuantes ou flutuante livre emersa, de 20 a 40cm de altura. Folhas eretas com o pecíolo e o caule esverdeados; possui tecido esponjoso para flutuação (aerênquima). Apresenta crescimento vigoroso, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida perene, e na fase jovem pode ser submersa e enraizada. Utilizada na ornamentação de lagos e tanques; forrageira com alto teor proteico, sendo consumida pela fauna aquática em geral, inclusive pelo peixe-boi; abrigo e local de nidificação de peixes, insetos e moluscos; em ambientes aquáticos poluídos é considerada invasora. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 10 5 CM 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM
  • 25. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 25 Ludwigia helminthorrhiza FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Onagraceae Ludwigia helminthorrhiza (Mart.) H.Hara Escama-de-pirarucu, lombrigueira Habita geralmente lagos e rios de águas calmas. Ocorre em regiões de clima tropical; é nativa das Américas. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga e Pantanal. Erva aquática, de hábito fixa com caules flutuantes ou flutuante livre emersa. Suas folhas são suculentas; o caule é cilíndrico e verde; dentro da água os ramos permanecem deitados e quando fora da água se tornam eretos. As raízes são finas quando no solo encharcado e na água produzem um tecido esponjoso branco para flutuação (aerênquima). As flores são brancas. O ciclo de vida da espécie é perene, podendo alternar uma fase aquática e uma fase terrestre. A espécie é utilizada na ornamentação de lagos e tanques; serve de alimento para insetos, peixes e mamíferos herbívoros como o peixe-boi; apresenta potencial na descontaminação de ambientes poluídos. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 10 5 CM 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM
  • 26. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 26 Paspalum repens FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Poaceae Paspalum repens P.J.Bergius Canarana-rasteira, capim-fofo, membeca, memeca, perimembeca Habita uma ampla variedade de ambientes aquáticos, principalmente em águas calmas de lagos. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva aquática de hábito emergente podendo se tornar flutuante livre emersa, com folhas que podem ser vistas fora da água de 0,6 a 1,2m de altura. Folhas com disposição alterna; caule (colmo) cilíndrico, oco; bainha das folhas arroxeada; possui muitas raízes ao longo dos colmos flutuantes. Apresenta crescimento intenso, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida perene. É uma das gramíneas mais amplamente distribuídas, abundantes e de elevada produção de biomassa das várzeas amazônicas. Essa espécie participa da formação das ilhas flutuantes (matupás), sendo importante na alimentação de aves, peixes, moluscos, capivaras e peixes-boi, além de refúgio da fauna aquática em geral e local para a nidificação de aves. Embora possua pouca proteína em comparação com outras gramíneas, apresenta grande potencial para a alimentação bovina, sendo muito utilizada para essa finalidade pelas populações ribeirinhas; considerada invasora de ambientes poluídos. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 10 5 CM
  • 27. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 27 Hymenachne amplexicaulis FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Poaceae Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees Bico-de-pato, canarana-miúda, capim-capivara, mangarataiarana, rabo-de-raposa Habita uma ampla variedade de ambientes aquáticos, tanto na calha de rios como em lagos. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas, foi introduzida na China e Austrália. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal. Erva aquática de hábito emergente podendo se tornar flutuante livre emersa; a parte acima da superfície da água mede de 1 a 2m de comprimento. As folhas têm disposição alterna; o caule (colmo) é cilíndrico, com tecido esponjoso (aerênquima); a inflorescência lembra o rabo de um animal. Apresenta crescimento vigoroso, podendo formar grandes adensamentos. A espécie tem ciclo de vida perene, crescendo na fase aquática e terrestre (águas altas e baixas) na várzea amazônica. Juntamente com Paspalum repens esta é uma das espécies com alta produção de biomassa nas várzeas amazônicas; também participa na formação das ilhas flutuantes (matupás), sendo importante na alimentação de aves, peixes, moluscos, capivaras e peixes-boi, além de refúgio da fauna aquática em geral e local para nidificação de aves. Tem grande potencial para a alimentação bovina, apresentando alto teor proteico e boa digestibilidade, sendo muito utilizada para essa finalidade pelas populações ribeirinhas; considerada invasora de ambientes poluídos. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM
  • 28. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 28 Urochloa mutica FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Poaceae Urochloa mutica (Forssk.) T.Q.Nguyen Angolinha, bengo, braquiária-d’água, capim- angola, capim-de-cavalo, capim-de-lastro Habita geralmente a interface entre ambientes aquáticos e terrestres, às margens de rios e lagos, a pleno sol. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa da África e introduzida em grande parte do mundo. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva de hábito emergente, de 1 a 2m de altura. Folhas com disposição alterna; caule (colmo) cilíndrico, com grande quantidade de pelos. Apresenta crescimento vigoroso, propagando-se principalmente por brotamento e pouco por sementes, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida perene. Utilizada como forrageira para o gado, sendo muito apreciada por formar ampla massa verde em pouco tempo; quando o gado se alimenta exclusivamente dela pode desenvolver osteoporose devido a sua deficiência de cálcio. A espécie era utilizada na época dos escravos para formar as “camas de palhas” nos navios negreiros, motivo que levou à sua disseminação para grande parte do mundo; considerada invasora em áreas úmidas em diversas regiões do mundo. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 12 8 4 2 16 CM
  • 29. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 29 Eclipta prostrata FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Asteraceae Eclipta prostrata (L.) L. Agrião-do-brejo, cravo-brabo, erva-de-tago, falsa-margarida, surucuína Habita geralmente a interface entre ambientes aquáticos e terrestres, com vegetação flutuante e solos superficialmente encharcados. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical em todo o mundo. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva anfíbia ou terrestre, bastante ramificada, que pode atingir até um metro de altura. Folhas com disposição oposta e cruzada; caule arroxeado, carnoso, com tecido esponjoso (aerênquima) quando alagada. Flores brancas. Possui ciclo de vida anual ou perene conforme o ambiente que ocupa. A planta serve como alimento para insetos, moluscos e aves. Suas folhas são consumidas na alimentação humana na Índia; é utilizada como corante natural para tecidos e amplamente empregada na medicina popular em todo o mundo para diversos fins, apresenta propriedades comprovadas como analgésica, hepatoprotetora, larvicida, antifúngica, antibacteriana, antioxidante, anti-inflamatória e como tônico capilar contra a queda de cabelos (Mithum et al., 2011); tem ação comprovada contra o veneno de picadas de cobras, como a cascavel e a jararaca; é considerada invasora de culturas de arroz e de ambientes aquáticos poluídos. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM 0 2 4 CM
  • 30. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 30 Commelina erecta FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Commelinaceae Commelina erecta L. Maria-mole, taboquinha, trapoeraba Habita geralmente a interface entre ambientes aquáticos e terrestres e também solos superficialmente encharcados. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas, tendo sido introduzida em quase todo o mundo. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva anfíbia ou terrestre; bastante ramificada, medindo de 30 a 50cm de altura. Folhas de disposição alterna, suculentas; caule cilíndrico, serpenteante que se escora em outras plantas. Flores azul-claras. Apresenta crescimento vigoroso, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida anual ou perene conforme o ambiente que ocupa. Pode ser cultivada com fins ornamentais devido a seu florescimento vigoroso. Serve como alimento para insetos, moluscos, aves, capivaras e peixes-boi, sendo eventualmente consumida por bovinos. É utilizada para diversas finalidades na medicina popular. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 12 8 4 2 16 24 28 20 CM 0 2 4 CM
  • 31. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 31 Costus scaber FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Costaceae Costus scaber Ruiz & Pav. Cana-do-brejo, cana-de-macaco, cana-do- mato, heparena, jacuacanga, pobre-velha Habita geralmente a interface entre ambientes aquáticos e terrestres, no sub-bosque de matas e margens de rios, lagos e igarapés. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical; é nativa das Américas. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Erva anfíbia ou terrestre, bastante ramificada, medindo de 0,5 a 3m de altura. Folhas de disposição alterna, espiraladas, suculentas; caule cilíndrico. Inflorescência vermelha com flores alaranjadas. Possui ciclo de vida perene. A espécie é utilizada na ornamentação de jardins e praças. Suas folhas e flores podem ser consumidas cruas em saladas ou trituradas em refrescos. É amplamente utilizada na medicina popular brasileira para diversas finalidades, constando na lista de plantas medicinais de interesse do SUS (Renisus). HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 20 10 5 2,5 CM 0 75 50 25 100 CM
  • 32. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 32 Ludwigia affinis FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Onagraceae Ludwigia affinis (DC.) H.Hara Cruz-de-malta, tintarana Habita geralmente a interface entre ambientes aquáticos e terrestres, às margens de rios, lagos e igarapés. Ocorre em regiões de clima tropical; é nativa das Américas Central e do Sul, foi introduzida na África. No Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Erva anfíbia ou terrestre, bastante ramificada, medindo de 0,5 a 2m de altura. Folhas de disposição alterna; caule e folhas com grande quantidade de pelos. Flores solitárias, vistosas, com cinco ou seis pétalas amarelas. Possui ciclo de vida anual ou perene de vida curta, de acordo com o ambiente que ocupa. Planta com potencial ornamental, apresentando floração vigorosa durante grande parte do ano; pode ser usada na produção de mel. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 10 5 CM 0 12 8 4 2 16 CM
  • 33. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 33 Acroceras zizanioides FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Poaceae Acroceras zizanioides (Kunth) Dandy Braquiária-d’água, braquiária-do-brejo Habita geralmente a interface entre ambientes aquáticos e terrestres, às margens de lagos e rios, a pleno sol. Ocorre em regiões de clima tropical e subtropical em todo o mundo. No Brasil ocorre em todos os biomas. Erva anfíbia ou terrestre, serpenteante próxima ao solo, de 20 a 80cm de altura. Folhas com disposição alterna; caule (colmo) cilíndrico. Apresenta crescimento vigoroso, podendo formar grandes adensamentos. Possui ciclo de vida perene. Utilizada como forrageira para o gado, consumida por alguns animais silvestres como a capivara; é considerada invasora em áreas alteradas em diversas regiões do mundo. HABITATE DISTRIBUIÇÃOCARACTERÍSTICAS USOSE PROPRIEDADES 0 10 5 CM 0 20 10 5 2,5 CM
  • 34. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 34 G L O S S Á R I O
  • 35. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 35 AERÊNQUIMA Tecido que concentra grande quantidade de espaços vazios entre as células com a função de reter ar e facilitar a flutuação e difusão de oxigênio. BAINHA Base da folha que se apresenta diferenciada em uma estrutura que pode ou não envolver todo o caule, protegendo assim brotamentos e tecidos reprodutivos. COLMO Tipo de caule que apresenta claramente a divisão em nós e entrenós, comum à maioria das gramíneas e ciperáceas. BIOMA Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria. ESPOROS São a unidade de dispersão das plantas que não produzem flores nem frutos (pteridófitas). BRIÓFITA São plantas de pequeno porte que não possuem vasos condutores de seiva, nem estruturas rígidas de sustentação. O transporte de substâncias se dá por difusão e ocorre de forma lenta. Dependem da água para reprodução, por isso são encontradas predominantemente em ambientes úmidos. FLORES Estruturas responsáveis pela reprodução sexuada das plantas. São extremamente variáveis e refletem a adaptação das plantas a diferentes polinizadores. FOLHAS Estruturas aéreas com função principal de realizar a fotossíntese. São extremamente variáveis e refletem a adaptação das plantas a diferentes ambientes. FOLHAS ALTERNAS Tipo de disposição onde apenas uma folha se origina de cada nó, a folha seguinte normalmente surge em uma posição diferente, evitando assim o sombreamento completo das folhas mais antigas pelas folhas novas. CAULE Estrutura que é o eixo principal da planta e é dividido em nós e entrenós, conecta o sistema fixador e absortivo (raízes) ao sistema fotossintetizante (folhas). CICLO DE VIDA ANUAL São plantas que completam seu ciclo de vida (germinação, crescimento, reprodução e senescência) em um ano ou menos. CICLO DE VIDA PERENE São plantas que apresentam ciclo de vida longo, completando seu ciclo de vida em mais de dois ciclos sazonais. CLIMA SUBTROPICAL Tipo de clima que apresenta temperaturas médias que não ultrapassam os 20°C e com alta amplitude térmica, como exemplo temos o clima da região Sul do Brasil. CLIMA TROPICAL Tipo de clima que apresenta temperaturas médias elevadas e com baixa amplitude, que abrange a região próxima aos trópicos, como exemplo temos o clima da região Norte do Brasil. FOLHAS ESPIRALADAS Tipo de disposição onde as folhas se dispõem em formato de espiral.
  • 36. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 36 FRUTOS Estruturas formadas pelo desenvolvimento do ovário após a polinização, responsável em muitos casos pela atração de possíveis dispersores. REPRODUÇÃO SEXUADA Forma de reprodução na qual ocorre a fusão de gametas masculinos e femininos (troca de material genético). SAMAMBAIA São plantas vasculares que não produzem flores, frutos nem sementes, reproduzem-se por esporos, estes dão origem a um indivíduo de vida curta que, por sua vez, produz gametas para dar origem a uma nova planta. TALO Parte das plantas em que não há diferenciação entre caule e folhas. INFLORESCÊNCIAS Termo utilizado quando as flores não estão solitárias, mas em conjunto de poucas ou muitas flores. MATUPÁ São ilhas flutuantes encontradas nas várzeas amazônicas, formadas basicamente por vegetação herbácea aquática; em matupás maiores e mais velhos pode se desenvolver solo e abrigar espécies arbóreas. Importante ambiente para nidificação da fauna aquática em geral. NIDIFICAÇÃO O termo descreve a ação de animais na fase de construção de ninhos e postura de ovos. NÓ Região do caule onde surgem as folhas, em plantas aquáticas é comum surgirem também raízes adventícias. PECÍOLO Estrutura que faz a ligação entre o caule (ou ramos) e as folhas, permitindo mobilidade a elas. PÉTALA Termo dado a uma peça da flor, geralmente colorida. O conjunto de pétalas chama-se corola. RAIZ Estrutura responsável pela fixação da planta ao substrato, e também pela absorção de água e sais minerais. RAÍZES ADVENTÍCIAS Raízes que surgem do caule das plantas, geralmente como uma adaptação ao alagamento. REPRODUÇÃO VEGETATIVA Forma de reprodução na qual não ocorre a fusão de gametas (troca de material genético), sendo os indivíduos oriundos deste tipo de reprodução clones da planta-mãe. FORRAGEIRAS São plantas, geralmente gramíneas e leguminosas, usadas como fonte de alimento para os animais. FRONDE Termo usado para estruturas taloides, ou seja, não diferenciáveis em caule e folha; termo utilizado para as lentilhas-d’água ou samambaias. FOLHAS OPOSTAS Tipo de disposição onde as folhas surgem em pares em cada nó, sendo uma oposta à outra.
  • 37. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 37 R E F E R Ê N C I A S
  • 38. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 38 Alviz, A.A., Salas, R.D. & Franco, L.A. 2013. Efecto diurético agudo de los extractos etanólico y acuoso de Ceratopteris pteridoides (Hook) en ratas normales. Biomédica, 33: 115-121. Brasil. Ministério da Saúde. 2009. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Recuperado em Julho de 2016, de http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/janeiro/05/programa-nacional plantas- medicinaisfitoter--picos-pnpmf.pdf Cook, C.D.K., Gut, B.J., Rix, E.M., Schneller, J. & Seitz, M. 1974. Water plants of the world: a manual for the identification of the genera of freshwater macrophytes. The Hargue, W. Junk Publlishers, The Hague, 561p. Fao, 1979. Handbook of utilization of aquatic plants. FAO Fisheries Technical Paper, N.187, 176p. Garber, J.F. 1904. The Life History of Ricciocarpus natans. Botanical Gazette, 37(3): 161-177. Gonçalves, E.G. & Lorenzi, H. 2011. Morfologia Vegetal. Organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2ª ed. Nova Odessa, São Paulo, Brasil, 544p. Guterres, M.G., Marmontel, M., Ayub, D.M., Singer, R.F. & Singer, R.B. 2008. Anatomia e Morfologia de plantas aquáticas da Amazônia utilizadas como potencial alimento por Peixe-boi Amazônico. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazonas, Brasil. 187p. Hussner, A. & Lösch, R. 2007. Growth and photosynthesis of Hydrocotyle ranunculoides L. fil. in Central Europe. Flora, 202: 653-660. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recuperado em Agosto de 2016, de http://7a12.ibge.gov.br/ vamos-conhecer-obrasil/nosso-territorio/biomas.html Junk, W.J. 1986. Aquatic plants of the Amazon system. In: The Ecology of River Systems. Davies, W. B. (Ed.). Dr. W. Junk Publishers, Dordrecht, The Netherlands, pp. 319-337. Junk, W.J. & Piedade, M.T.F. 1993a. Herbaceous Plants of the Amazon Floodplain Near Manaus - Species-Diversity and Adaptations to the Flood Pulse. Amazoniana, 12: 467-484. Junk, W.J. & Piedade, M.T.F. 1993b. Biomass and primary-production of herbaceous plant communities in the Amazon floodplain. Hydrobiologia, 263: 155-162. Junk, W.J. & Piedade, M.T.F. 1997. Plant life in the floodplain with special reference to herbaceous plants. In: Junk, W.J. (Ed.). The Central Amazon floodplain: Ecological Studies. Berlin, Springer, pp. 147-185. Khan, M.A., Marwat, K.B., Gul, B., Wahid, F., Khan, H. & Hashim, S. 2014. Pistia stratiotes L. (Araceae): phytochemistry, use in medicines, phytoremediation, biogas and management options. Pakistan Journal of Botany, 46(3): 851-860.
  • 39. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 39 Kinupp, V.F. & Lorenzi, H. 2014. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, São Paulo, Brasil, 768p. Kissmann, K.G. 1991. Plantas Infestantes e Nocivas (TOMO I). BASF, São Paulo, 603p. Kissmann, K.G. & Groth, D. 1992. Plantas Infestantes e Nocivas (TOMO II). BASF, São Paulo, 798p. Landolt, E. 1986. Biosystematic investigations in the family of duckweeds (Lemnaceae) - The family of Lemnaceae – a monographic study. v.1. Veröffentlichungen des Geobotanischen Institutes der Eidgenössischen Technischen Hochschule, Stiftung Rubel, 71: 1-566. León, B. & Young, K.R. 1996. Aquatic plants of Peru: diversity, distribution and conservation. Biodiversity and Conservation, 5: 1169-1190. Lopes, A., Parolin, P. & Piedade, M.T.F. 2016. Morphological and physiological traits of aquatic macrophytes respond to water chemistry in the Amazon Basin: an example of the genus Montrichardia Crueg (Araceae). Hydrobiologia, 766(1): 1-15. Lorenzi, H. 2008. Plantas Daninhas do Brasil, terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 4ª ed. Nova Odessa, São Paulo, Brasil, 672p. Lorenzi, H. & Matos, F.J.B. 2008. Plantas Medicinais no Brasil. Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2ª ed. Nova Odessa, São Paulo, Brasil, 576p. Lot, A., Lemos, R.M. & Chiang, F. 2013. Plantas acuáticas mexicanas, una contribución a la Flora de México. V. 1. Monocotiledóneas. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Biología, 398p. Lowden, R.M. 1973. Revision of the genus Pontederia L. Rhodora, 75(803): 426-487. Lowden, R.M. 1986. Taxonomy of the genus Najas L. (Najadaceae) in the Neotropics. Aquatic Botany, 24: 147-184. Lowden, R.M. 1992. Floral variation and taxonomy of Limnobium L. C. Richard (Hydrocharitaceae). Rhodora, 94(878): 111-134. Mithum, N.M., Shashidhara, S. & Vivek Kumar, R. 2011. Eclipta alba (L.) A review on its phytochemical and pharmacological profile. Pharmacology on-line, 1: 345-357. Morton, J.F. 1990. Mucilaginous plants and their uses in medicine. Journal of Ethnopharmacology, 29: 245-266. National Academy of Sciences, 1976. Making Aquatic Weeds Useful: Some perspectives for developing countries. Panel of Utilization of Aquatic Weeds, 173p.
  • 40. ECOLOGIA E GUIA DE IDENTIFICAÇÃO | MACRÓFITAS AQUÁTICAS DO LAGO AMAZÔNICO 40 Núñez, S.E.R., Negrete, J.L.M., Rios, J.E.A., Haddad, H.R. & Maine, M.A. 2011. Hg, Cu, Pb, Cd, and Zn accumulation in macrophytes growing in tropical wetlands. Water, Air, & Soil Pollution, 216: 361–373. Piedade, M.T.F., Schöngart, J. & Junk, W.J. 2005. O manejo sustentável das áreas alagáveis da Amazônia e as comunidades de herbáceas aquáticas. Uakari, 1(1): 29-38. Piedade, M.T.F., Junk, W.J., D’Angelo, S.A., Wittmann, F., Schöngart, J., Barbosa, K.M.N. & Lopes. A. 2010. Aquatic herbaceous plants of the Amazon floodplains: state of the art and research needed. Acta Limnologica Brasiliensia, 22(2): 165-178. Pott, V.J. & Cervi, A.C. 1999. A família Lemnaceae Gray no Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 22(2): 153-174. Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas Aquáticas do Pantanal. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Brasília, 404p. Reflora - Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Recuperado em Julho de 2016, de http://floradobrasil.jbrj.gov.br Ritter, N.P. 2013. Neoaquatica. A Database of Vascular Plant Species Associated With Neotropical Wetlands. Version 1.7 (January 8, 2013). Recuperado em Janeiro de 2016, de http://www.botanize.com Sculthorpe, C.D. 1985. The Biology of Aquatic Vascular Plants. Koeltz Scientific Books, Königstein, 610p. Sota, E.R. de la, 1962. Contribución al conocimiento de las Salviniaceae neotropicales. V. Salvinia auriculata Aublet. Darwiniana, 12(3): 499-513. Thomaz, S.M. & Bini, L.M. 2003. Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas. Eduem, Maringá, 341p. Tropicos - Tropicos.org - Missouri Botanical Garden. Recuperado em Julho de 2016, de http://www.tropicos.org/ Zenni, R.D. & Ziller, S.R. 2011. An overview of invasive plants in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, 34(3): 431-446.
  • 41.
  • 42. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA Av. André Araújo, 2.936, Petrópolis, CEP 69.067-375 – Manaus – Amazonas – Brasil http://portal.inpa.gov.br – (+55 92) 3643-3100/3266