O documento discute a visita domiciliar como uma forma de atenção à saúde prestada na casa dos pacientes. Ele define visita domiciliar, explica seus objetivos de fornecer vigilância, assistência e promoção à saúde, e discute como ela deve ser organizada e realizada pela equipe de saúde, incluindo agentes comunitários e profissionais como enfermeiros. O documento também fornece recomendações e atribuições para a equipe responsável pelas visitas domiciliares.
2. • A modalidade de Atenção Domiciliar, também
denominada Assistência Domiciliar(AD) é
praticada desde a antiguidade.
• Caracteriza-se pelo atendimento prestado no
domicílio, por parte de profissionais que
integram a equipe de saúde.
3. Conceito
• A visita domiciliar é uma forma de atenção em Saúde Coletiva voltada
para o atendimento ao indivíduo, à família ou à coletividade que é
prestada nos domicílios ou junto aos diversos recursos sociais
locais,visando a maior eqüidade da assistência em saúde.
• A visita domiciliar é um conjunto de ações de saúde voltadas para o
atendimento,seja ele assistencial ou educativo. É uma dinâmica
utilizada nos programas de atenção à saúde,visto que acontecem no
domicílio da família.
• A visita domiciliar é vital para a educação em saúde.
4. Resumindo
• Instrumento de intervenção fundamental da estratégia
de Saúde da Família.
• Conhecer as condições de vida e saúde das famílias sob
sua responsabilidade.
• Identificação de suas características sociais e
epidemiológicas, seus problemas de saúde e
vulnerabilidade aos agravos de saúde.
• Planejada e sistematizada.
5. E quais os objetivos?
- Proporcionar vigilância, assistência e promoção à saúde
no domicílio, dentro dos princípios do SUS, em uma área
geográfica adstrita(área da ESF).
- Eles devem ser estabelecidos considerando os motivos da
sua solicitação e estar em consonância com a finalidade
para a qual a atividade foi proposta.
6. Organização –
como deve acontecer
• Cada equipe deve priorizar e organizar
as visitas conforme a situação da
comunidade, indicação do Agente
Comunitário e recursos da equipe de
modo a dar cobertura a todos os
indivíduos e famílias que por algum
agravo, ou situação permanente ou
provisória que estejam incapacitados
de buscar a atenção à saúde na
Unidade.
7. Quanto ao responsável
pela realização:
• por um profissional da equipe local de saúde
lotado na UBS: médico, dentista, enfermeiro,
nutricionista, farmacêutico, psicólogo,
assistente social, técnico ou auxiliar de
enfermagem;
• pelo agente comunitário de saúde (ACS), sob
supervisão da equipe local de saúde.
8. PROMOÇÃO DA SAÚDE O E DE AÇÕES PREVENTIVAS:
• Visita à puérpera;
• Busca de recém-nascido;
• Busca ativa de doenças infectocontagiosas ou marcador;
• Abordagem familiar para diagnóstico e tratamento.
• Outras situações devem ser discutidas com a equipe.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Paciente portador de doença crônica que apresente dependência
física;
• Pacientes idosos com dificuldade de locomoção ou morando
sozinhos;
• Pacientes com problema de saúde que dificulte sua locomoção
até a UBS.
• Outras situações devem ser discutidas com a equipe.
9. Vantagens
• Proporcionar aos profissionais o conhecimento sobre o
indivíduo(contexto de vida, meio ambiente, condições de
habitação,relações afetivo-sociais da família),para possibilitar a
assistência integral à saúde.
• Facilitar a adaptação do planejamento da assistência de
enfermagem de acordo com os recursos que a família dispõe.
• Melhor relacionamento do grupo familiar com o profissional de
saúde,por ser sigiloso e menos formal.
• Maior liberdade para expor os mais variados problemas,tendo-se
um tempo maior do que nas dependências do serviço de saúde.
10. Limitações
• Método dispendioso, pois demanda custo de pessoal
e de locomoção.
• Ocorre um gasto de tempo maior, tanto na
locomoção como na realização da visita.
• Contratempos advindos da impossibilidade de
marcar a visita: não ter ninguém em casa, o
endereço não existir, a pessoa não residir mais
naquele endereço.
• Os afazeres domésticos das donas de casa podem
impedir ou dificultar a realização da visita domiciliar.
11. Planejamento
• O planejamento da assistência na ESF (Estratégia
Saúde da Família) deve ser centrado nas
necessidades da comunidade que ali reside e
seus objetivos devem se aproximar ao máximo
das peculiaridades e necessidades locais.
• A intervenção da ESF através da VD favorece o
exercício da integralidade junto ao indivíduo
inserido num cotidiano e pertencente a uma
família.
12. Recomendações para
a equipe de VD
• Compreender o indivíduo como sujeito do processo
de promoção, manutenção e recuperação de sua
saúde e visualizá-lo como agente co-responsável pelo
processo de equilíbrio entre a relação saúde-doença.
• Estar disponível para fornecer esclarecimentos e
orientações à família, sempre que solicitado.
• Monitorizar o estado de saúde do paciente
facilitando a comunicação entre família e equipe.
• Otimizar a realização do plano terapêutico
estabelecido para cada pessoa.
14. Agente Comunitário
de Saúde
• Desenvolver atividades de promoção da saúde, prevenção das
doenças e agravos, e de vigilância à saúde por meio de visitas
domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos
domicílios e na comunidade, mantendo a equipe informada,
principalmente à respeito daquelas em situações de risco.
• Discutir as visitas realizadas junto à equipe, apontando as
prioridades de visita da equipe, segundo o conhecimento da sua
comunidade.
• Estabelecer forma de comunicação participativa com a família;
• Servir de elo de comunicação entre a pessoa, a família e a equipe.
• Registrar os atendimentos nas fichas específicas.
15. Auxiliar e
Técnico de Enfermagem
• Auxiliar no treinamento do cuidado domiciliar.
• Acompanhar a evolução dos casos e comunicar à equipe as alterações
observadas.
• Realizar procedimentos de enfermagem dentro de suas competências
técnicas e legais.
• Orientar cuidados com o lixo originado no cuidado do usuário e do lixo
domiciliar (separação, armazenamento e coleta).
• Estabelecer via de comunicação participativa com a família.
• Identificar sinais de gravidade.
• Comunicar à enfermeira e ao médico, alterações no quadro clinico do
paciente.
• Registrar os atendimentos.
16. Enfermeira
• Avaliar de modo integral a situação da pessoa enferma;
• Avaliar as condições e infra-estrutura física do domicílio para o
planejamento da assistência domiciliar, se necessária;
• Elaborar, com base no diagnóstico de enfermagem, a prescrição dos
cuidados;
• Identificar e treinar o cuidador domiciliar;
• Supervisionar o trabalho dos auxiliares de enfermagem e dos ACS;
• Realizar procedimentos de enfermagem que requeiram maior
complexidade técnica;
• Orientar cuidados com o lixo originado no cuidado do usuário e do lixo
domiciliar (separação, armazenamento e coleta);
• Estabelecer via de comunicação participativa com a família;
• Comunicar à equipe de saúde as alterações observadas e avaliar
periodicamente o desempenho da equipe de enfermagem na prestação
do cuidado;
• Dar alta dos cuidados de enfermagem;
• Registrar os atendimentos.
18. ESCALA DE COELHO
• Escala de risco familiar baseada na ficha A do
SIAB que utiliza sentinelas de risco avaliadas na
primeira VD pelo ACS.
• Instrumento simples de análise do risco familiar,
não necessitando a criação de nenhuma nova
ficha ou escala burocrática.
• A relação morador/cômodo é importante
indicador na avaliação do risco
19. DADOS DA FICHA A ESCORE
ACAMADO 3
DEFICIÊNCIA FÍSICA 3
DEFICIÊNCIA MENTAL 3
SANEAMENTO RUIM 3
DESNUTRIÇÃO (GRAVE) 3
DROGRADIÇÃO 2
DESEMPREGO 2
ANALFABETISMO 1
MENOR DE 6 MESES 1
MAIOR DE 70 ANOS 1
HAS 1
DIABETES MELLITUS 1
RELAÇÃO > QUE 1 3
MORADOR/ igual a 1 2
CÔMODO < que 1 0
20. INTERPRETAÇÃO DA
ESCALA DE COELHO
• ESCORE 5 OU 6: R1
• ESCORE 7 OU 8: R2
• MAIOR QUE 9: R3
• R1 – risco MENOR
• R2 – risco MÉDIO
• R3 – risco MÁXIMO
21. A excelência do
atendimento
• Não transformar a visita domiciliar em um trabalho de
caridade.
• O profissional deve ter objetivos claros ao adentrar a casa do
paciente.
• Não permitir que as dificuldades inerentes ao atendimento em
domicílio prejudique a qualidade da atenção.
• Os profissionais devem ter espontaneidade.
• Atrair os problemas progressivamente.
• Valorizar as informações nos silêncios
22. Enfim,
• PRIVILÉGIO: Oportunidade de observar e analisar o
sujeito por inteiro, dentro de sua realidade, suas
nuances e particularidades, possibilitando intervenções
mais efetivas.
• A visita domiciliar tem um potencial transformador
muito grande.
• Humaniza o profissional.
• Dá bastante satisfação pessoal.
• Responsabilidade: Fazer pontes adequadas e eficazes
entre todas as esferas da assistência, para garantir a
continuidade do cuidado. A casa está na esfera central
de todas as ações, está no centro de todos os níveis.