1. CURSO INTRODUTÓRIO À SAÚDE
DA FAMÍLIA
EAD – Santa Marcelina
MÓDULO DE CONTEÚDO
Famílias
2. Neste módulo você vai estudar um pouco sobre as famílias e
abordagem familiar na Estratégia de Saúde da Família.
Esperamos que ao final deste módulo você esteja mais
familiarizado com os conceitos e principais ferramentas utilizadas
para essa finalidade.
Utilize o fórum para tirar dúvidas e compartilhar suas
experiências com o grupo.
Ao final do módulo propomos um exercício (tarefa) que
também irá ajuda-lo (a) a viver esses conceitos na prática!
Bons Estudos!
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3. Vamos iniciar nossa conversa pensando
no nosso cenário de atuação: as unidades de
Estratégia de Saúde da Família.
Todo nosso trabalho está organizado
dentro da lógica do atendimento familiar,
desde o cadastro, prontuário até os
atendimentos.
Mas como esse processo acontece no dia-dia?
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4. ...seria cuidar de um grupo ou de seus membros separadamente?
O “cuidar” da família...
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5. • Como se dá a abordagem de famílias que se
apresentam formas tão diversificadas?
• Qual deve ser o foco?
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6. 1. Da Política:
A ESF implementa nas agendas das políticas sociais
brasileiras em 1994 o atendimento as famílias,
desencadeando o refletir tanto de interesses
neoliberais como de forças sociais liberais. Sendo um
dos atributos derivados da atenção Primária
2. Da atenção e do cuidado:
Da família como primeira unidade do cuidado.
De onde partimos para pensar “famílias”?
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7. 3. Da Cidadania:
Porque o usuário é um sujeito histórico, social e
político, articulado ao seu contexto familiar, ao meio
ambiente e a sociedade na qual se insere.
4. Do pensamento sistêmico:
Porque no caminhar de nossas práticas, percebemos as
famílias como “Sistemas humanos” geradores de
significados e de redes de conversação , dinâmico de
acordo com a inserção de sua realidade.
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8. Mas afinal, qual é a definição de família?
• Grupo de pessoas que tem uma ancestralidade comum
ou que provem do mesmo tronco.
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10. Se aproximar e observar
sua estrutura,
identificando quem faz
parte dela, qual é o
vínculo afetivo entre
seus membros em
comparação com os
indivíduos de fora, e qual
o seu contexto.
A partir de então ao conhecer uma família é preciso ...
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11. Grupo de pessoas que se relacionam por laços
afetivos.
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12. Entendemos que ...
"A família é um grupo auto-identificado de dois ou mais
indivíduos, cuja associação é caracterizada por termos
especiais, que podem ou não estar relacionados a linhas
de sangue ou legais mas, que funcionam de modo a se
considerarem uma família".
(Margareth Angelo,1997)
13. Qual é papel da família?
A família é a primeira instância que referencia e
provê a proteção e a socialização dos indivíduos.
Independente das múltiplas formas e desenhos
que a família contemporânea apresente, ela é o
canal de iniciação e aprendizado dos afetos e das
relações sociais
(Carvalho, 2000).
14. O desafio de cuidar da família
“O que distingue uma prática avançada com família, é a
maneira como pensamos, a linguagem que utilizamos , as
questões que formulamos e os relacionamentos que
valorizamos” .
Ângelo, 1997
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15. Características das famílias
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• A família saudável é dinâmica, e não estática, ou seja, é um
sistema em contínuo processo de evolução e mudança;
• Suas regras servem de guia e estão a serviço do crescimento;
• As crises e conflitos provocam desenvolvimento, e não
rompimento;
• Existe espaço para expressar e compartilhar intimidade e
sentimentos, mesmo aqueles conotados como negativos;
• Seus membros sabem usufruir do intercâmbio de experiências
entre as gerações;
• Funciona como um organismo aberto que se relaciona com
outros e é capaz de incorporar novos elementos.
16. “Cada família é única e vive suas experiências
de modo particular”.
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Considere:
• Historia de Vida
• Costumes e Crenças
• Hábitos e Comportamentos
• Regras
• Meio Social
• Família Ampliada
• Doenças
17. 1 . Que família como
um todo...
é ..maior que a soma das suas partes;
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Os profissionais que atuam com família, devem considerar:
18. 2 . Que a família é um sistema ativo em constante
transformação;
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19. 3. Que a
mudança em um membro
afeta a todos na família;
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20. Que a família não é um
recipiente passivo do cuidado,
mas, sim, um agente, sujeito
do seu próprio processo de
viver.
É a partir deste olhar que entendemos
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21. E que a família é parte de uma comunidade e
o contexto ao qual ela pertence, recebe
influências e influencia este meio...
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22. • Como ela enfrenta seus “estados” de
saúde e doença;
• Sem implantar de imediato protocolos
previamente estabelecidos sem conceber
imediatamente uma análise de
processos...
• Singularize o cuidado;
• Reconheça e demonstre as
potencialidades da família;
• Ajude a família a perceber outras
possibilidades “novas visões”;
E perceber...
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23. Dessa forma os profissionais devem discutir e
planejar o cuidado com os membros da família.
Desenvolvendo uma intencionalidade, evitando desta
forma que as ações desenvolvidas se transformem
apenas em um amontoado de possibilidades.
Uma das ferramentas que podem auxiliar nesta
tarefa é o projeto terapêutico singular, PTS, uma
estratégia que estudaremos com mais detalhamento a
seguir.
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24. • Abordagem familiar deve se dar no próprio núcleo/contexto de
inserção das famílias.
• Identificar potencialidades e fragilidades.
• Tratar de maneira igual/complexa todas as famílias.
• Desenvolver uma prática profissional pautada por uma ética
direcionada ao cuidado e no reconhecimento da autonomia do
outro, como co-responsável no processo de uma construção social;
Estratégias para o trabalho com a família
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25. E por fim, construir propostas mediadas que
levem em conta tanto a complexidade dos
sistemas familiares como a singularidade dos seus
membros, elaborando e executando um plano de
cuidado que tenha a família como seu eixo
principal.
Vamos ver agora algumas ferramentas que
poderão auxiliar os profissionais na abordagem
familiar.
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27. Escala de Coelho e Savassi
Escala de Coelho é uma estratégia desenvolvida em
Minas Gerais para a ESF, por meio da qual podemos
realizar uma leitura prévia sobre as famílias do nosso
território de abrangência .
Com base nos critérios de risco identificados na
Ficha A (condições de moradia, número de entes etc),
podemos classificar as famílias entre Risco 1, Risco 2 ou
Risco 3 (risco leve, moderado ou grave).
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28. Escala de Coelho e Savassi
Com a aplicação da escala em todas as famílias, a equipe
passa a ter maior compreensão sobre a relação entre os
determinantes de saúde e as situações vividas por elas.
Além disso, a escala oferece subsídios para a equipe
destinar tempo e metodologias de intervenções diferenciadas,
conforme os riscos apresentados pelas famílias de seu território
de abrangência, buscando ter uma agenda de prioridades de
acordo com o princípio da Equidade.
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29. Escala de Coelho e Savassi
• É um instrumento de estratificação de risco familiar;
• Com ela pretende-se avaliar os riscos sociais e de
saúde , refletindo sobre o potencial de adoecimento
de cada núcleo familiar;
• A escala utiliza dos dados presentes na ficha A do
ACS, podendo ser aplicada por qualquer membro da
equipe;
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31. Genograma
• É uma representação gráfica sobre a família com o
objetivo de detalhar a estrutura, histórico familiar e
relações a partir de informações de seus membros;
• Esse recurso permite demonstrar para a família
relações antes despercebidas e que podem mudar
frequentemente;
• Durante a construção o entrevistador deve observar
a interação familiar.
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35. Ecomapa
O ecomapa, tal como o genograma, faz parte do conjunto
de instrumentos de avaliação familiar, e os dois podem
aparecer de forma complementar dentro de um prontuário
familiar.
Enquanto o genograma identifica as relações e ligações
dentro do sistema multigeracional da família, o ecomapa
identifica as relações e ligações da família e de seus membros
com o meio e a comunidade onde habitam.
Foi desenvolvido em 1975 para ajudar as assistentes sociais
do serviço público dos Estados Unidos em seu trabalho com
famílias-problema (AGOSTINHO, 2007).
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36. Ecomapa
• É um diagrama de relações entre a família e a
comunidade;
• Ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis à
família e como são utilizados por ela;
• Uma família com poucas conexões com a comunidade
necessita de maior investimento da equipe.
• Mostra relações importantes de educação ou aquelas
oprimidas por conflitos entre a família e o mundo.
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37. Como utilizar o ecomapa
• O genograma é colocado no círculo central a que dá
o nome de “família ou casa”. Os círculos externos
representam pessoas, órgãos ou instituições no
contexto familiar. O tamanho do círculo não é
importante. São desenhadas linhas entre a família e
os círculos externos para indicar a natureza dos
vínculos afetivos existentes.
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39. Projeto Terapêutico Singular
• O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um
conjunto de propostas de condutas
terapêuticas articuladas, para um sujeito
individual ou coletivo, resultado da discussão
coletiva de uma equipe interdisciplinar, com
apoio matricial, se necessário.
• Geralmente é dedicado a situações mais
complexas.
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40. Projeto Terapêutico Singular
1. Diagnóstico: Avaliação/problematização dos aspectos
orgânicos, psicológicos e sociais, buscando facilitar
uma conclusão, ainda que provisória, a respeito dos
riscos e da vulnerabilidade do usuário.
2. Definição de Metas: Sobre os problemas, a equipe
trabalha as propostas de curto, médio e longo prazo
que serão negociadas com o sujeito “doente” e as
pessoas envolvidas. A negociação deverá ser feita,
preferencialmente, pelo membro da equipe que tiver
um vínculo melhor com o usuário.
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41. Projeto Terapêutico Singular
3. Divisão de Responsabilidades:
É importante definir as tarefas de cada um com clareza.
Escolher um profissional de referência, que na Atenção
Básica pode ser qualquer membro da equipe de Saúde
da Família independentemente da formação, é uma
estratégia para favorecer a continuidade e articulação
entre formulação, ações e reavaliações.
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42. Projeto Terapêutico Singular
4. Reavaliação
Momento em que se discutirá a evolução e se
farão as devidas correções dos rumos
tomados.
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43. Referências
COELHO, F.L.G.; SAVASSI, L.C.M. Aplicação da escala de risco familiar como
instrumento de priorização das visitas domiciliares. Revista Brasileira de
Medicina de Família e Comunidade, Brasil, v.1, n.2, p.19-26, 2004.
CRUZ, H. M. Familia é quem cuida de mim. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2008.
WRIGHT, L. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliação e intervenção na
famila. São Paulo: Rocca, 2008.
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