O documento resume o contexto e o propósito da profecia de Amós. Aborda o nome e origem do profeta Amós, a data do livro por volta de 765 a.C., e o objetivo de soar o alarme sobre o iminente julgamento de Deus contra Israel devido à idolatria e injustiça social. Também discute o contexto religioso da época marcado pelo culto idolátrico estabelecido por Jeroboão I e a perspectiva de Deus sobre o culto formalista do povo.
2. I – QUESTÕES INTRODUTÓRIASI – QUESTÕES INTRODUTÓRIAS
1 - O Nome do Profeta:
O nome de nosso personagem evoca muito bem a sua
missão profética de forma singular. ו סֹ סמֹ֔ו עָ -’amos - o
significado de seu nome é “carregador de fardos” os
“fardos de julgamento que ele transmitiu contra Israel,
o reino do Norte” os “fardos de julgamento que ele
transmitiu contra Israel, o reino do Norte”.
Amós nasceu em Tecoa “uma pequena aldeia 8km ao
sul de Belém”(Amós 1.1).
3. ““nem filho de profeta”...nem filho de profeta”...
Ele era um criador de gado e colhedor de sicômoros e não era
da linhagem profética tradicional (Amós 7.14-15). Isso é
assegurado pelo uso da expressão “filho de profeta” [ב איאִ֖ אי נָב־ן־ֶ ],
(ben-nabi’) isto não tem “a ver com a sua filiação” isto era uma
forma de “idiomatismo hebraico para designar alguém que fosse
membro de uma corporação profética”, e com o uso do advérbio
de negação (לאֹ ס֥) - lo - indicava que Amós “não pertencia a
nenhuma “Ordem dos Profetas”.
4. 2 - Data do Livro2 - Data do Livro::
Nos parece que as referências existentes “no próprio livro apontam
para uma data próxima do final do reinado de Jeroboão II, que
ocupou o trono de Samaria como regente ao lado de seu pai, Jeoás, e
como governante único durante 41 anos (793-753 a.C)”. Vale
salientar que “Jeroboão II e Uzias reinaram simultaneamente de 767
a 752” e que o grande “terremoto de 1.1 foi evidentemente
acompanhado de um eclipse solar, conforme está sugerido em 8.8-
10”. Isto pra nós é importante porque segundo “os astrônomos, esse
eclipse ocorreu em 15 de junho de 763 a.C. A profecia sobre Israel
foi proferida dois anos antes em 765.
5. 3 – O Propósito do Livro3 – O Propósito do Livro::
A finalidade desta profecia ou da composição do livro é ser um
“exemplo da bondade de Deus para com uma nação indigna. Os
israelitas do norte haviam rejeitado o concerto davídico e,
portanto, haviam perdido o direito de qualquer reivindicação às
promessas de Jeová.” Mas de forma bem lacônica podemos dizer
que o propósito do livro também é “soar a trombeta, avisando à
liderança e à aristocracia de Israel do eminente julgamento de
Deus sobre a nação.” Israel estava deploravelmente idólatra, havia
uma crise social terrível, os ricos desprezando os pobres; então, a
profecia de Amós vem combater essas práticas de forma perene e
incisiva.
6. II – O CONTEXTO DA PROFECIA DE AMÓSII – O CONTEXTO DA PROFECIA DE AMÓS
Durante o período que engloba essa profecia havia uma
grande prosperidade para os dois reinos (Norte e Sul) conforme
parece indicar-nos o texto de Amós 6.1-6.E o mais notável que
o texto nos apresenta é que “junto com o crescimento” veio um
“grande desprezo pelos pobres”.
A mensagem que Javé ordenou que fosse transmitida por seu
profeta a Israel pode ser resumida nas seguintes palavras:
‘chegou o fim para o meu povo de Israel’ (8.1-2). Tudo o mais
não passa de interpretação e explicação deste veredito. Javé
comunica esta decisão ao profeta através de cinco visões, que
encontramos em 7.1-8; 8.1-2 e 9.1-4. O profeta se torna, pois,
co-sabedor daquilo que está por vir
7. 2.2 – O Contexto Religioso nos tempos do2.2 – O Contexto Religioso nos tempos do
ProfetaProfeta
Conforme sabemos o Reino do Norte foi
estabelecido sob a idolatria. O rei Jeroboão I
não querendo perder seus súditos para o Sul
(Judá), onde ficava o Templo de Jerusalém
“criou dois bezerros de ouro, um em Betel e
outro em Dã” (1º Reis 12.26-29) observemos
o mapa:
8. MAPA DE ISRAEL NO REINO DIVIDIDOMAPA DE ISRAEL NO REINO DIVIDIDO
9. A CRISE RELIGIOSA....A CRISE RELIGIOSA....
O redator do livro dos Reis declara que esta atitude tornou-se um canal de
grande pecado diante de Yahweh; pois, havia um grande esforço do povo para ir
adorar o ídolo (1º Reis 12.30). Dentro desse contexto, Jeroboão I, além de
estabelecer um culto idólatra também criou novos sacerdotes que não eram da
linhagem levítica (1º Reis 12.31), criou festas religiosas (1º Reis 12.32,33).
A nação estava mergulhada na idolatria por uns longos 170 anos desde o
reinado de Joreoboão I até Jeroboão II. Havia muita religiosidade neste tempo,
conforme aprendemos na passagem do capítulo 5.21-23.
Era uma religiosidade que não agradava a Deus, pois, ele não recebia esse
culto essa adoração corrompida. E o profeta é chamado a se colocar contra essa
postura de uma falsa piedade, de uma adoração de lábios não do coração.
10. UM CULTO AOS NOSSOS DESEJOS...UM CULTO AOS NOSSOS DESEJOS...
No serviço litúrgico o povo queria dar a Deus aquilo que
estava no coração deles, mas não o que Deu requeria em
Sua Palavra. Em Amós 4.5 somos lembrado dessa faceta da
adoração quando é corrompida; porque aquilo que “agrada
o povo” é odiado por Deus (Amós 5.21). O escritor Bonora
declara: “Deus afirma, com desprezo, que esses são os
‘vossos’ sacrifícios e as ‘vossas’ oferendas: ele não quer
mais tomar conhecimento deles”
11. Essa era trágica situação da religião do povo da aliança, era
peso para Yahweh tal prática religiosa:
Ainda que os grandes santuários estavam em plena atividade,
repletos de adoradores e magnificamente providos, a religião não
se conservava em sua pureza. Muitos santuários eram abertamente
pagãos, fomentando os cultos de fertilidade e a prostituição
sagrada. Outros, a maioria, ainda que se apresentassem como
santuários de Yahweh, cumpriam una função totalmente negativa:
apaziguar a divindade com ritos e sacrifícios que garantiam a
tranqüilidade de consciência e o bem-estar do país.
12. Nossa religião...Nossa religião...
Podemos perceber que Deus “investe contra uma religião
institucionalizada, fechada em sim mesma, segura de si e
confiante num culto mágico” , e as vezes somos cada um de nós
pensamos que podemos aplacar a ira de Deus cumprindo meros
rituais, vamos ao culto como se ele fosse a solução mágica pra
todas as adversidades que enfrentamos; e ignoramos
completamente que o Culto é a obrigação de um coração que
verdadeiramente adora a Yahweh. O profeta Amós expressa bem
o que Deus pensava do povo que lhe oferecia este tipo de culto e
ritual sem vida quando fala no capítulo 4.4-5.
13. Como Deus olhava o culto?Como Deus olhava o culto?
Cada culto prestado “na realidade, era um pecado contra Deus”,por isso, Deus se
pronunciava de forma imperativa contra tais demandas injustas do povo que era
resultado desta idolatria e desprezo para com Deus.
[Amós] Dirigiu uma palavra forte às mães e matronas que exigiam o melhor dos
alimentos e mobiliário, com sacrifício dos pobres (4.1). De modo semelhante, fala aos
pais que levam seus filhos à flagrante idolatria (2.7b), aos fazendeiros (4.7-9,
5.16b,17), aos soldados (5.3), aos juízes (5.7), aos homens de negócios (5.11, 8.4-6),
aos adoradores (5.2123), aos líderes de Samaria (6.1-7), a Amazias, o sacerdote em
Betel (7,14-17), a homens e mulheres jovens (8.13). A última interpelação direta é a
todo o povo de Deus, quando por sua boca Yahwéh diz: "Vós, israelitas, sois para mim
o mesmo que os cusitas...os filisteus e os arameus" (9.7 NIV). Amós torna muito claro
que a nação inteira está sob julgamento; acentua que cada dimensão de sua vida está
corruptamente afetada pelo pecado. Eles, o povo eleito (3.1,2; cf.6.8, 8.7),7 quebraram
seu pacto com Yahwéh, seu Redentor, Senhor e Protetor.
14. A mensagem de juízo de Amós...A mensagem de juízo de Amós...
O escritor Luis Alonso Schökel nos lembra que os “profetas
anteriores a Amós eram ‘reformistas’; conscientes das falhas
de seus contemporâneos, pensavam que tais erros podiam
se solucionar dentro das estruturas em vigor”
As palavras proféticas de Amós são dirigidas as nações
pagãs tais como Gaza (Amós 1.6-8), Tiro (Amós 1.9-10),
Edom (Amós 1.11-12), Amom (Amós 1.13-15) e Moabe
(Amós 2.1-3). Aqui nitidamente vemos o profeta levantar o
oráculo de juízo contra os inimigos políticos de Israel. E
certamente é aplaudido pelos seus compatriotas por uma
mensagem contra tais nações.
15. Entretanto, o problema surge quando a voz do profeta
levanta-se contra Judá, o Reino do Sul (Amós 2.4-5), e
alguns dos israelitas devem ter gostado de ouvir que o
profeta repreendera os habitantes de Judá, era como se
povo disse: “Muito bem, Profeta Amós pode lapiar as
costas de povo, esse grupo do Reino do Sul merece”.
Mas, Amós também se volta para Israel (o Reino do
Norte) conforme vemos no capítulo 2.6. E, assim a
profecia se ocupa em tratar com Israel.