1. Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Sociais e Educação
Campus Universitário de Jacundá
Curso de Licenciatura em Matemática
Herlan Ribeiro de Souza
Sandra Oliveira Costa
Etnomatemática e a Cubagem de Madeira no
Município de Jacundá
Jacundá – PA
2012
2. Herlan Ribeiro de Souza
Sandra Oliveira Costa
Etnomatemática e a Cubagem de Madeira no Município de
Jacundá
Pré-projeto apresentado à coordenação do
curso de Licenciatura em Matemática, como
suporte a elaboração do Trabalho de conclusão
de curso.
Jacundá
2012
3. Herlan Ribeiro de Souza
Sandra Oliveira Costa
Etnomatemática e a Cubagem de Madeira no Município de
Jacundá
Pré-projeto apresentado à coordenação do
curso de Licenciatura em Matemática, como
suporte a elaboração do projeto de pesquisa
para a construção do Trabalho de conclusão de
curso.
Data de aprovação: ___/____/_____
____________________________________ - Orientador
Prof.
Titulação.
Universidade do Estado do Pará
____________________________________-Membro Interno
Prof.
Titulação.
Universidade do Estado do Pará
____________________________________-Membro Interno
Prof.
Titulação.
Universidade do Estado do Pará
Jacundá
2012
5. 4
INTRODUÇÃO
Quando perguntamos: Porque se ensina matemática? Ou porque a
matemática aparece em todos os currículos escolares do mundo? Entre todas as
respostas, a mais provável, é que a matemática é a ciência que permite mais
rapidamente se chegar à abstração. E, por ser um componente cultural muito
importante é solicitado no desenvolvimento da inteligência humana. O excesso de
trabalho concreto acaba por desfazer a função primordial da matemática que é levar
a criança à abstração.
Para conduzir uma criança a abstrair conceitos, a forma mais adequada é
partir do saber-fazer dela, e chegar com ela na construção de conceitos abstratos.
Pois, para a criança, o concreto é o que ela sabe fazer. O abstrato é aquilo que se
configura e qualquer momento ela possa se servir. A história testemunha o quanto o
ser humano desenvolveu e ainda desenvolve, espontaneamente, determinados
métodos matemáticos para sua sobrevivencia. É o que D´Ambrósio define como
etnomatematica.
A escola está físicamente inserida num contexto social, mas nem sempre
faz parte deste contexto.
Esta proposta apresentada quer inserir de fato, a escola e o aluno num
troca recíproca de saberes, onde ambas, escola e contexto cresçam culturalmente
se apropriando dos saberes adquiridos através da modelagem utilizada aqui como
mediadora da matematica propriamente dita e a realidade do aluno, trabalhando
técnias advindas de familiares ou com o convivio no dia a dia e formas matematicas
pré fixadas..
6. 5
1 PROBLEMA
O madeireiro já adequou a cubagem de madeira à matemática
contemporânea, já que no decorrer dos anos surgem novas tecnologias que podem
contribuir neste processo ou ainda continua usando a mesma forma arcaica, de
cubagem?
2 HIPÓTESE
Analizando informações obtidas, evidenciamos que a grande maioria dos
empresários do ramo da indústria madeireira em nosso município não cursaram
nível superior ou se quer concluíram o ensino médio, e que aprenderam o processo
de cubagem de madeira através de familiares do ramo, ou através da prática do dia
a dia nas madeireiras.
Das atividades ligadas às indústrias madeireiras da região, verificamos o
emprego da matemática tradicional e como atividades complementares podem ser
estudados: volumes de figuras regulares, como cilíndros, círculos e retângulos,
sendo que nestas atividades é indispensável o uso de fita métrica, calculadora e
outros recursos para a devida medição.
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o processo da cubagem de madeira em uma determinada
serraria no município de Jacundá, fazendo as observações e comparações entre os
métodos usados pelo profissional e os que são utilizados na prática escolar.
3.2OBJETIVOS ESPECÍFICOS
7. 6
Saber como surgiu a Etnomatemática e quais os precursores dessa
corrente;
Conhecer os métodos usados pelos madeireiros para a cubagem de
madeiras;
Saber quais os cálculos matemáticos usados na cubagem de madeira;
4 JUSTIFICATIVA
Durante a nossa experiência como funcionários de uma madeireira, nos
deparamos com uma fórmula desenvolvida pelos próprios madeireiros para que os
mesmos pudessem sanar as suas dificuldades com um cálculo simples que não
levasse a complexidade da matemática. Um cálculo matemático efetuado no
trabalho que não seguia uma regra complexa, não que o mesmo não usasse as
regras básicas, mas sim uma fórmula simplificada e que atendessem as suas
necessidades para resolver seus problemas diários.
Em vista disso, propomos um trabalho de campo com a finalidade de
investigar a maneira como os madeireiros conseguiram chegar a um cálculo simples,
e que não necessitasse de usar tantos recursos matemáticos, devido os mesmos
possuírem uma baixa escolaridade. E o pouco conhecimento que possuíam de
geometria básica não permitiam o uso de um cálculo complexo, mas sim que
atendesse as suas necessidades.
5 LEVANTAMENTO DE LITERATURA
Muitas pessoas usam matemática na sua vida diária sem terem ao menos
frequentado escolas. Ás vezes, essa matemática é mais profunda do que se
suspeita. Uma pessoa semianalfabeta, por exemplo, que nunca aprendeu a ler ou
escrever, usa o teorema de Pitágoras, calcula áreas, utiliza os conceitos e
propriedades das diagonais do retângulo, etc.
8. 7
A matemática como nos é apresentada hoje deriva de uma cultura
ocidental. Que trabalhar com uma matemática imposta pelos mesmos, sendo a
mesma não contextualizada com a cultura de cada povo ou região.
Quando trabalhamos com o aluno e o meio em que ele vive, sentimos que
há gratificação, pois faz parte de suas raízes culturais, a família engloba-se,
mostrando ao mesmo um respeito à sua cultura. D’Ambrosio (1990, p.17-18) afirma
que:
Ao falar de matemática associada a formas culturais distintas, chegamos ao
conceito de etnomatemática. Etnomatemática implica uma conceituação
muito ampla do etno e da matemática. Muito mais do que simplesmente
uma associação a etnias, etno se refere a grupos culturais identificáveis,
como por exemplo sociedades nacionais – tribais, grupos sindicais e
profissionais, crianças de uma certa faixa etária etc. [...].
Dessa forma a matemática é vista por muitos, como uma matéria difícil,
ou mesmo impossível de ser aprendida. E muito tem se falado sobre a necessidade
de se trabalhar a preparação para o exercício da cidadania. Para isso é preciso e
essencial que todas as pessoas tenham o domínio da leitura, escrita e conhecimento
matemático, a fim de compreender o mundo, a natureza, sua tecnologia em que se
fundamenta a sociedade, e dela participando de forma critica.
Desse modo estamos buscando desenvolver uma linha de pesquisa
usando a modelagem matemática como base para verificar a eficácia do método de
cubagem de madeira utilizado pelos madeireiros no município de Jacundá. Onde
analisaremos as perdas os ganhos, a noção de embasamento cientifico do
profissional envolvido em questão. A realidade e a matemática propriamente dita
seguem caminhos separados e a modelagem matemática age como mediadora
entre a situação real e a matemática.
Há várias concepções sobre as delimitações culturais acerca da
etnomatemática, pois a mesma é descrita do ponto de vista cultural de um
determinado grupo, que possui determinada conceituação matemática. A
problemática envolvendo os textos voltados ao estudo dessa ciência tem como
ponto principal a universalização de suas definições, agindo assim esta tentativa de
universalizar as idéias em relação ao tema, os autores estão cometendo uma
negação da intenção do etnomatemático com relação à matemática.
9. 8
6 METODOLOGIA
Esse projeto de investigação será desenvolvido junto aos madeireiros do
município de Jacundá, onde o mesmo possui uma grande quantidade de
madeireiras que sustentam o mercado econômico da cidade. Os participantes dessa
pesquisa estarão envolvidos de modo cooperativo, satisfazendo nossas dúvidas a
respeito do assunto.
Ainda serão usados questionários abertos e fechados, assim como
situações problemas para coleta de dados.
Para sua realização, serão desenvolvidos os seguintes procedimentos:
Pesquisa bibliográfica sobre a Etnomatemática e seus estudiosos;
Entrevista com os proprietários das madeireiras para que os mesmos
possam nos contar a origem da fórmula usada na cubagem de madeiras;
Verificação junto aos professores de algumas escolas públicas se os
cálculos empregados junto à cubagem de madeira estão corretos em relação ao
padrão da matemática propriamente dita;
Relatório com as atividades desenvolvidas.
Essa pesquisa tem como objetivo descrever o trabalho do madeireiro.
10. 9
7 CRONOGRAMA
TRABALHOS A REALIZAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
ESCOLHA DO TEMA X
ELABORAÇÃO DO PROJETO X
ANÁLISE DO PROJETO X
LEVANTAMENTO
BIBLIOGRÁFICO
X X X
COLETA DOS DADOS X X
ANÁLISE DOS DADOS X
REDAÇÃO DO TCC X X
REVISÃO E REDAÇÃO FINAL X
ENTREGA DO TCC X
DEFESA DO TCC X
11. 10
REFERÊNCIAS
BIEMBENGUT, Maria Salett; HEIN, Nelson. Modelagem Matemática no Ensino. 5ª
Ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011. 127 páginas.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Da Realidade à Ação: Reflexões sobre Educação
Matemática. São Paulo: Summus, 1986.
––––. Etnomatemática: Arte ou Técnica de Explicar e Conhecer. São Paulo: Ática,
1990, 88 páginas.
POLYA, G. A Arte de Resolver Problemas: Um novo Aspecto do Método
Matemático; traduzido e adaptado por Heitor Lisboa de Araújo. 2ª reimpressão. Rio
de Janeiro: Interciência, 1995. 196 páginas.
RIBEIRO, José Pedro Machado et al. Etnomatemática: Papel, Valor e Significado.
2ª Ed. Porto Alegre, RS: Zouk, 2006. 288 páginas.
12. Centro de Ciências Sociais e da Educação
Curso de Matemática
Av. Djalma Dutra S/n
66030-010 Belém - PA