1) O documento discute metodologias de pesquisa, incluindo definições de pesquisa, objetivos, classificações e etapas do processo de pesquisa.
2) São apresentadas várias classificações de pesquisa como quantitativa, qualitativa, exploratória, descritiva e explicativa.
3) Detalha as etapas de uma pesquisa como escolha do tema, formulação do problema, revisão bibliográfica e estrutura de um relatório científico.
Pesquisa sobre métodos e objetivos de pesquisa científica
1. URCAMP
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS - CCEA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL - EGCC
NOME DA DISCIPLINA: Metodologia de Pesquisa
Professora: M.Sc. Virginia Paiva Dreux
2. O que é pesquisa?
De forma bem simples, pode-se definir pesquisa como o
procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos (Gil,
2008).
A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos
conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de
métodos, técnicas e outros procedimentos científicos.
Porém existem vários autores que tratam do assunto e a
partir daí, surgem vários conceitos para “pesquisa”.
• Afonso (2003) argumenta que pesquisa é a indagação,
inquisição, investigação ou busca minuciosa para averiguação
da realidade. Complementa ainda dizendo que pesquisa é o
estudo sistemático de um determinado campo do
conhecimento, cuja finalidade é a descoberta de algo novo e/
ou a ampliação de dados já registrados na literatura.
3. • Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade
cotidiana, considerando-a uma atitude, ou seja, um
“questionamento sistemático, crítico e criativo, ou uma
intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico
permanente com a realidade em sentido teórico e prático”.
• Sendo assim, podemos concluir que pesquisa é um conjunto
de ações propostas para encontrar soluções para um
problema. A pesquisa é realizada quando se tem um
problema e não se tem informações para solucioná-lo.
• Resumindo pesquisa é um conjunto de investigações e
operações que objetiva descobrir novos conhecimentos ou
melhorar/aprimorar conhecimentos já existentes.
4. Quais os objetivos da pesquisa?
• Contribuir com o avanço da ciência;
• Responder a uma pergunta de interesse para a comunidade
científica ainda não respondida anteriormente de relevância
para o interesse social.
• Parte mais difícil: definir o assunto da pesquisa.
5. CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS
Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas
clássicas de classificação são:
• Do ponto vista da sua natureza, a pesquisa pode ser:
Básica (ou Fundamental): objetiva gerar conhecimentos
novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática
prevista, sem finalidades imediatas. Envolve verdades e
interesses universais. Os conhecimentos são utilizados em
pesquisas aplicadas ou tecnológicas.
Aplicada (ou Tecnológica): objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais.
6. • Quanto à forma de abordagem do problema:
Pesquisa Quantitativa – considera que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e técnicas estatísticas (percentagem, média, etc.). A
pesquisa quantitativa é mais adequada para apurar opiniões e
atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utiliza
instrumentos estruturados (questionários).
A pesquisa quantitativa permite dimensionar mercados,
conhecer perfis demográficos, sociais e econômicos de uma
população, entre outras possibilidades; realizada a partir de
entrevistas individuais, apoiada em um questionário impresso
ou eletrônico, é conduzida por um entrevistador ou através de
autopreenchimento.
7. • Pesquisa Qualitativa – considera que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas, é descritiva e os
pesquisadores tendem a analisar seus dados por indução.
8. • Quanto aos objetivos:
• Pesquisa Exploratória – visa proporcionar maior familiaridade
com o problema objetivando torná-lo explícito ou construir
hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas
com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado, análise de exemplos que estimulem a
compreensão. A pesquisa exploratória tem como principal
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
idéias, visando à formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
9. • Ao proceder a investigação inicial faz-se:
- Levantamento bibliográfico – praticamente todo
conhecimento humano pode ser encontrado nos livros ou em
outras fontes de pesquisa, revistas, internet, etc. A pesquisa
bibliográfica tem como objetivo encontrar respostas aos
problemas formulados.
- Visita ao local de pesquisa;
- Contatos pessoais com pessoas dos locais de pesquisa e
outros profissionais, bem como usuários ou clientes;
- Levantamento de problemas sob forma de perguntas.
10. • Pesquisa Descritiva – busca descrever as características de
determinada população, ou fenômeno, ou o estabelecimento
de relações entre variáveis. “A pesquisa descritiva observa,
registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis)
sem manipulá-los” (CERVO;BERVIAN, 2000, p.66). Na pesquisa
descritiva, os fatos são observados registrados, analisados,
classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira
sobre eles.
11. • Pesquisa Explicativa – é a mais complexa, porque, além de
registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos
estudados, tem como fator principal indicar seus fatores
determinantes. Esse tipo de pesquisa é o que mais aprofunda
o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o
porquê das coisas e, portanto, está mais sujeita a erros. São os
resultados das pesquisas explicativas que fundamentam o
conhecimento científico.
12. • Quanto aos procedimentos técnicos:
• Pesquisa Bibliográfica – é aquela elaborada a partir de
material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos de periódicos e atualmente com material
disponibilizado na internet. Consiste em apresentar e
comentar o que os outros autores escreveram sobre o tema,
enfatizando as diferenças ou semelhanças que existem entre
os conceitos. É comum e mesmo desejável aparecerem
citações literais de autores que falam sobre o assunto.
13. • Pesquisa Experimental – é aquela em que se determina um
objeto de estudo, selecionam-se as variáveis capazes de
influenciá-lo, definem-se as formas de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto. A pesquisa experimental
procura entender de que modo, ou por que causas, o
fenômeno é produzido. Para atingir os resultados, o
pesquisador usa aparelhos e instrumentos que a técnica
moderna coloca a seu alcance.
14. • Estudo de caso – não é uma técnica específica. Tull (1976,
p.323), afirma que “o estudo de caso refere-se a uma análise
intensiva de uma situação particular”. De acordo com Yin
(1989), a preferência pelo uso do Estudo de caso deve ser
dada quando do estudo de eventos contemporâneos, em
situações onde os comportamentos relevantes não podem ser
manipulados, mas onde é possível se fazer observações
diretas e entrevistas sistemáticas.
15. • Planejamento da pesquisa
Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo
com certas exigências científicas.
- Depende basicamente de três fases:
- fase decisória – refere-se à escolha do tema, à definição e à
delimitação do problema de pesquisa;
- fase construtiva – volta-se para a construção de um plano de
pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita;
- fase redacional – envolve-se com a análise dos dados e
informações obtidas na fase construtiva. É a organização das
idéias de forma sistematizada visando a elaboração do
relatório final.
16. Nessas etapas incluem-se desde a escolha do tema, o
planejamento da investigação, o desenvolvimento
metodológico, a coleta e a tabulação de dados, a análise dos
resultados, a elaboração das conclusões e até a divulgação de
resultados.
Os tipos de pesquisas apresentados nas diversas classificações
não são estanques, ou seja, não precisam ser únicos em um
trabalho. Uma mesma pesquisa pode estar, ao mesmo tempo,
enquadrada em várias classificações, desde que obedeça aos
requisitos inerentes a cada tipo.
17. O QUE É UM PROBLEMA DE PESQUISA?
É um questionamento que o pesquisador faz a partir de uma
idéia sobre a pesquisa que pretende executar. Deve examinar
se essa idéia pode ser transformada em problema.
Um problema é de natureza científica quando envolve
variáveis que podem ser tidas como testáveis. Por exemplo:
“Em que medida a escolaridade determina a preferência
político-partidária?” ou “ A desnutrição determina o
rebaixamento intelectual?”. Nos dois casos existem duas
variáveis que podem ser testadas.
18. Como formular um problema?
Formular um problema científico não constitui tarefa fácil.
Deve se examinar se a idéia pode ser transformada em
problema formulável através de um método simples, que é o
de redigí-lo na forma de pergunta, onde estejam claramente
explicitados os seguintes itens:
1. O problema deve ser formulado como pergunta?
De modo geral, o estudante inicia o processo da pesquisa pela
escolha de um tema, que por si só não constitui um problema.
Ao formular perguntas sobre o tema, provoca-se sua
problematização.
19. 2. O problema é relevante, pressupondo-se que a sua solução
vá contribuir para a ampliação do conhecimento científico na
área?
3. O problema relaciona, no mínimo, dois fenômenos entre si?
4. O problema deve ser claro e preciso;
5. O problema deve ser empírico, ou seja, devem se referir
diretamente a fatos empíricos e não a percepções pessoais;
6. O problema deve ser suscetível de solução;
7. O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável;
8. E se existe base teórica (bibliografia) suficiente para dar
início ao estudo?
20. ESCOLHA DO TEMA
A primeira fase no processo de elaboração de uma
monografia é a determinação do assunto a tratar. Escolher um
assunto significa:
a) preferir de acordo com as próprias inclinações e
possibilidades uma questão em meio a tantas que surgem no
âmbito de cada objeto científico;
b) descobrir um problema relevante que mereça ser
investigado cientificamente e tenha condições de ser
formulado e delimitado tecnicamente em função das
pesquisa.
21. Importância da escolha
Se o problema enfocado é o ponto de partida da
investigação e, consequentemente, da própria monografia,
torna-se importante por si mesmo: é o objeto da pesquisa.
Não menos importante é saber escolhê-lo com acerto.
Sendo assim, identificamos a escolha do assunto (ou do
problema de pesquisa) como ato de especificação e
preferência.
Especificar implica: focalizar, abranger num relance
determinado objeto ou lugar.
Estão nessas duas palavras especificação e preferência, a
síntese da importância de uma feliz escolha.
Deve ser um tema selecionado dentro das matérias que mais
lhe interessaram durante o curso e que atendam às suas
inclinações e possibilidades.
22. ESTRUTURA DE UM TRABALHO CIENTÍFICO
A diferença entre um trabalho científico e um literário é a
necessidade, no primeiro, de que haja um referencial teórico
que o oriente. Enquanto a redação literária baseia-se numa
análise subjetiva (pessoal) do conteúdo, a científica exige a
inclusão de elementos que sintetizem o conhecimento já
existente sobre o assunto. Trata-se, pois, da exigência de uma
revisão bibliográfica prévia, de cuja análise vai resultar o
trabalho final. A contribuição do autor nesse sentido significa a
capacidade de sintetizar o conhecimento existente sobre o tema,
relacionando-o ao problema que deu origem ao trabalho.
23. • A organização desse conteúdo, deve ficar clara dentro dele,
contendo uma introdução, um desenvolvimento e uma
conclusão.
• Na introdução é formulado o problema da pesquisa. Através
dela, o leitor será informado sobre a intenção do trabalho, sua
área, limites, normas, etapas, materiais e métodos (quando
for o caso).
Incluirá sempre que possível, os seguintes elementos:
- importância do assunto;
- objetivos, natureza e extensão da contribuição científica;
- outros elementos que o autor julgar pertinentes para
ampliar a primeira visão do trabalho para o leitor.
24. • O desenvolvimento é a essência, a fundamentação lógica do
trabalho de pesquisa. É onde está localizado o conteúdo do
trabalho, as idéias novas, as argumentações e as críticas. É o
desdobramento do assunto, a fim de melhor compreendê-lo e
dominá-lo, ampliando-o em sua extensão e aprofundando-o
em sua compreensão. Deve tratar suas fases como uma
seqüência lógica.
• Quando se tratar de uma pesquisa empírica, deverão ser aqui
incluídos os capítulos da metodologia e apresentação dos
resultados.
25. • A conclusão é a síntese de todo o trabalho, não deve
apresentar nenhuma idéia nova. A conclusão deve
proporcionar ao leitor um resumo sintético mas completo da
argumentação, das provas e exemplos consignados nas duas
primeiras partes da pesquisa. Deverá ressaltar os argumentos
e conseqüências dos esclarecimentos feitos pelo pesquisador,
incluindo também sugestões e recomendações do autor em
relação ao tema tratado.
• Apêndices e Anexos – são complementos do trabalho
geralmente ilustrativos que não se encaixam em nenhum
capítulo. Os apêndices geralmente constituem
desenvolvimento autônomo elaborado pelo próprio autor,
para complementar o próprio raciocínio, já os anexos são
documentos, nem sempre do próprio autor, que servem de
complemento e fundamentação do trabalho.
26. O QUE É UM PROJETO DE PESQUISA?
• O projeto de pesquisa é um documento que descreve os
planos, fases e procedimentos de um processo de
investigação científica a ser realizado, ou seja, estabelece um
caminho eficaz que conduza ao fim almejado.
• Em outras palavras, o projeto de pesquisa é o planejamento
de uma pesquisa, ou seja, a definição dos caminhos para
abordar uma certa realidade, deve oferecer respostas do tipo:
O que pesquisar?
Para que pesquisar? (Objetivos)
Por que pesquisar? (Justificativa)
Como pesquisar? (Metodologia)
Quando pesquisar? (Cronograma)
Por quanto? (Orçamento)
27. Como elaborar um projeto de pesquisa?
Existem vários padrões e normas estabelecidas orientando a
forma de fazer pesquisa, dependendo de cada realidade e de
cada instituição. Porém a estrutura básica é a mesma.
Segundo Gil (1999), o caminho recomendado na construção de
um projeto de pesquisa deve ter as seguintes partes:
1. Introdução (Tema, problema, objetivos e justificativa);
2. Revisão bibliográfica;
3. Metodologia (população, plano de amostragem, coleta
de dados, análise e interpretação de resultados);
4. Cronograma;
5. Referências bibliográficas.
28. - Introdução – onde se faz a contextualização do tema, de forma
sucinta. Significa abordar o tema de forma a identificar a
situação ou o contexto no qual o problema a seguir será
identificado. É uma introdução ao leitor do tema.
- Objetivos – indicar, de forma clara, o que se quer fazer, que
metas quer alcançar com a pesquisa, desdobrando em:
- Objetivo geral – identificar de forma genérica qual objetivos
dever ser alcançado.
- Objetivos específicos – listar o(s) objetivo(s) específico(s)
que deverão ser alcançados pela execução da proposta de
pesquisa.
29. - Relevância ou Justificativa – apresentar a relevância
técnica, ou seja, justificar técnicas, científica e socialmente
a proposta, explicitando argumentos que indiquem que a
pesquisa é significativa, importante ou relevante.
- Revisão bibliográfica (ou Revisão da Literatura) – constitui-se
na análise comentada dos trabalhos realizados na matéria de
enfoque da pesquisa escolhida.
- Metodologia – é o desenho da pesquisa, ou seja, como se
pretende executá-la. Se uma pesquisa for qualitativa, de que
maneira se pretende coletar dados e analisar esses dados. Se
for uma pesquisa quantitativa, de que maneira irá coletar os
dados. Requer, portanto, a apresentação de informações
acerca de alguns aspectos, como os que são apresentados a
seguir:
30. Tipo de pesquisa: deve-se esclarecer se a pesquisa é de natureza
exploratória, descritiva ou explicativa. Convém, ainda, esclarecer
acerca do tipo de delineamento a ser adotado (pesquisa
experimental, levantamento, estudo de caso, pesquisa
bibliográfica, etc.);
-População e amostra: envolve informações acerca do universo a
ser estudado, da extensão da amostra e da maneira como será
selecionada;
-Coleta de dados: envolve a descrição das técnicas a serem
utilizadas para a coleta de dados. Modelos de questionários,
testes, quando for o caso. Quando a pesquisa envolver técnicas
de entrevista ou de observação, deverão ser incluídos os roteiros
a serem seguidos;
-Análise de dados: envolve a descrição dos procedimentos a
serem adotados tanto para análise quantitativa, quanto
qualitativa.
31. - Cronograma – relacionar cada parte ou fase da pesquisa,
vinculando-a ao tempo necessário para executá-la.
- Referências bibliográficas – onde devem aparecer todas as
citações que são apresentadas na proposta, utilizando as
normas da ABNT.
32. O QUE É UM ARTIGO (OU PAPER)?
Artigo científico ou “Paper” vem a ser a mesma coisa, e foi
regulamentado recentemente pela ABNT. Antes de se escrever
um Artigo Científico, é preciso que se saiba a sua finalidade. A
maioria das publicações e revistas especializadas possui normas
próprias e específicas.
Portanto, antes de tudo, é preciso certificar-se da existência de
alguma exigência quanto à formatação do artigo.
A ABNT regulamentou a apresentação dos Artigos Científicos
exatamente para as ocasiões em que essas normas não são
explicitadas, geralmente aqueles exigidos como forma de
avaliação em Instituições de Ensino.
33. A própria ABNT se encarregou de dar uma definição para Artigo
Científico com o objetivo de uniformizar sua utilização com o
objetivo de uniformizar sua utilização.
Diz a norma que Artigo Científico:
“é a parte de uma publicação com autoria declarada,
que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos
e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
Dependendo da finalidade a que o autor se propõe, existem
duas modalidades básicas de Artigo Científico:
34. a) Artigo de divulgação: traz um relato sucinto de algumas
informações atualizadas sobre determinado tema de
interesse em alguma especialidade. Exige necessariamente
uma revisão bibliográfica retrospectiva. Podem ser relatos de
casos, comunicação ou notas prévias;
b) Artigo de revisão: resume, analisa e discute trabalhos já
publicados, revisões bibliográficas...
35. O Artigo Científico possui algumas características próprias:
b)são, em geral, publicados em revistas ou periódicos
especializados, não se constituindo em matérias (ou parte delas)
de livros;
c)Servem para apresentar resultados obtidos em estudos,
pesquisas ou análises;
d)Permitem ao leitor, devido a serem completos, repetir a
experiência ou a pesquisa;
e)Por serem documentos formais, possuem normas próprias
para sua confecção.
36. Em alguns casos, conforme a área de desenvolvimento e
natureza do assunto, o Artigo Científico pode servir para
divulgar:
•Resultados e procedimentos havidos em pesquisa de campo;
•Relato de casos;
•Relato de experiências;
•“review” – artigo especial que faz uma revisão bibliográfica de
um tema específico.
37. O Artigo Científico deve ser um texto integral, completo e sua
estrutura assemelha-se à dos demais trabalhos científicos:
- elementos pré-textuais
- elementos textuais
- elementos pós-textuais
Apresenta-se numa sequência única, nunca abrindo nova
página, ou seja, uma só peça. Apesar de poder, ás vezes, ser
dividido e subdividido em seções e subseções, elas são colocadas
uma imediatamente após o término da outra, separando-se
apenas por uma linha em branco.
38. Não é regra, nem há rigor, mas as partes do desenvolvimento de
um Artigo podem guardar entre si uma certa proporcionalidade:
a)introdução – algo entre 15% a 20% do texto
b)desenvolvimento – em torno de 70% da extensão do
texto
c)conclusão – entre 10% a 15% da extensão
39. ESTRUTURA RESUMIDA DO ARTIGO
- Título do artigo e subtítulo (se houver): menor número de
palavras possível que transcreva de forma adequada o
conteúdo do trabalho.
- Nome do(s) autor(es) completo(s), sem abreviaturas,
chamada para rodapé
*No rodapé: as credenciais dos autores: cargo(s) que
ocupa(m), Instituição a que se vincula(m), e-mail...
- Resumo: espaço simples de entrelinhas; Máximo 250
palavras; redigido pelo próprio autor, seguindo a NBR6028 da
ABNT.
- Palavras-chave: de duas a quatro palavras retiradas do texto
que traduzem o seu conteúdo, destinam-se a identificar e
agrupar os artigos por assuntos ou áreas, para que possam ser
localizados com mais facilidade nas bibliotecas.
40. - Texto: da introdução até a conclusão, podendo ser dividido
em seções e subseções;
- Notas explicativas, se for o caso;
- Referências bibliográficas;
- Apêndices, se houver;
- Anexos, se houver.
41. O QUE É MONOGRAFIA?
A ABNT define monografia como:
“[...]documento que apresenta a descrição exaustiva de
determinada matéria, abordando aspectos científicos, históricos,
técnicos, econômicos, artísticos, etc.”
Deve-se então, entender por monografia um trabalho
científico desenvolvido sobre um tema específico no contexto do
curso ou programa realizado.
42. Localizamos na origem histórica da monografia
aquilo que até hoje caracteriza essencialmente esse tipo
de trabalho científico:
a especificação, ou seja, a redução da abordagem a
um só assunto, a um só problema.
Mantém-se assim o sentido etimológico:
mónos (um só) e graphein (escrever); dissertação a
respeito de um assunto único.
43. Pela origem histórica, a etimologia e a evolução do uso
do termo, temos de convir que monografia possui sentido lato
e sentido estrito.
Em sentido estrito identifica-se com a tese: tratamento
escrito de um tema específico que resulte de pesquisa
científica com o escopo de apresentar uma contribuição
relevante ou original e pessoal à ciência.
Em sentido lato é todo o trabalho científico de primeira
mão, que resulte de pesquisa. Tratamento escrito
aprofundado de um só assunto, de maneira descritiva e
analítica, em que a reflexão é a tônica.
44. O PAPEL DAS CITAÇÕES NO TRABALHO CIENTÍFICO
• Um dos aspectos que caracteriza o trabalho científico deve ser
a sua integração com o conhecimento já existente na área em
que se situam o tema e o problema a ser investigado. É o que
se denomina “revisão da literatura” ou “referencial teórico”
ou “revisão bibliográfica”, etapa posterior à introdução e
anterior à conclusão do trabalho.
• Há casos em que o autor nada mais faz do que um resumo de
conteúdos que tenha lido, ligados, na forma de “colcha de
retalhos”, ao seu próprio trabalho. Sem dizer nada de novo,
essa reunião de dados, muitas vezes caótica, não leva a nada,
sem contribuir para o avanço científico. Exagero de citações
não significa que o pesquisador seja competente; no máximo,
demonstra que ele leu sobre o assunto, condição necessária
mas não suficiente para a produção de um trabalho científico.
45. • O inverso, também comum, é errado: considerando que sabe
muito sobre o assunto, não faz qualquer menção ao
conhecimento pré-existente na área do problema.
• Uma terceira situação que ocorre é a apropriação indevida de
elementos teóricos, ou plágio. Isso se dá quando o
pesquisador, sem citar a fonte, utiliza considerações que não
são próprias, mas de outra pessoa, ignorando esse aspecto,
seja propositadamente, seja por desconhecimento. Dessa
forma, poderá ser criticado, ou até mesmo processado, por
roubo de autoria.
46. NORMAS PARA UTILIZAR AS CITAÇÕES
• O uso de citações baseia-se na integração do conhecimento já
produzido sobre o assunto, como forma de conduzir à solução
do problema.
• Citar significa dar ênfase a algo importante, digno de ser
repetido ou reutilizado; significa divulgar ao autor original,
mas só é válido divulgar o que for relevante. Copiar o
irrelevante é credenciar indevidamente alguém,
referendando-o como importante no meio científico, quando
não o é.
• Há duas formas de fazer uma citação: a citação indireta ou
livre e a citação direta ou textual. Pode haver ainda, a citação
de citação. As citações podem aparecer no texto ou em nota
de rodapé; todas devem ter identificação de sua autoria.
47. • CITAÇÃO INDIRETA OU LIVRE - aquela citação na qual
expressamos o pensamento de outra pessoa com nossas
próprias palavras.
A indicação do nome do autor deve ser em letras minúsculas,
se estiver no corpo do texto, e letras maiúsculas se estiver
dentro de parênteses, juntamente com o ano da publicação
da obra em que se encontra a idéia referida. Só se indicam as
páginas quando for possível sua identificação, caso contrário
não há necessidade.
• CITAÇÃO DIRETA OU TEXTUAL - são aquelas em que se
transcrevem exatamente as palavras do autor citado. As
citações diretas podem ser breves ou longas.
48. - São consideradas breves aquelas cuja extensão não
ultrapassa três linhas. Essas citações devem integrar o texto e
devem vir entre aspas. O tamanho da fonte (letra) da citação
breve permanece o mesmo do corpo do texto.
- As citações com mais de três linhas são chamadas de longas
e devem receber um destaque especial, com recuo
(reentrada) de 4cm, ou dezesseis toques, da margem, mais
2,5cm, ou cinco toques , para o início do parágrafo.
- As citações longas , por já terem o destaque do recuo não
deverão ter aspas e o tamanho da fonte (letra) deve ser
menor que o do texto.
- A distância entre as linhas do corpo da citação deve ser de
um espaço simples. Entre o texto da citação e o restante do
trabalho, deve-se deixar dois espaços duplos, antes e depois.
49. - Havendo supressão de trechos dentro do texto citado, faz-se
a indicação com reticências entre colchetes [...]
- No início ou no fim da citação, as reticências são usadas
quando o trecho citado não é uma sentença completa.
CITAÇÃO DE CITAÇÃO - se, num trabalho, for feita uma citação de
alguma passagem já citada em outra obra, a autoria deve ser
referenciada pelo sobrenome do autor original seguido da
palavra latina apud ( que significa segundo, conforme, de
acordo com) e o sobrenome do autor da obra consultada.
Dessa última faz-se a referência completa.
50. • Resumindo e exemplificando:
- Citação breve :
De acordo com Lima (1980, p.21), pode-se caracterizar que:
“...o sentido dado ao conceito de hipótese é único,
evidenciando um elemento de uso comum entre a
comunidade científica.”
- Citação longa:
Há uma certa dificuldade quanto ao reconhecimento de
O, A, OS, AS, como pronomes demonstrativos, mas essa
dúvida é muito bem dirimida por Fernandes:
Os pronomes O, A, OS, AS passam a ser
pronome demonstrativos sempre que numa frase puderem
ser substituídos, sem alterar a estrutura dessa frase,
respectivamente, por ISTO, ISSO, AQUILO, AQUELE, AQUELES,
AQUELA, AQUELAS (1994, p.19).
51. - Citação de citação:
O sistema consiste em colocar o recém-nascido no berço,
ao lado da mãe logo após o parto ou algumas horas depois,
durante a estada de ambos na maternidade (HARUNARI apud
GUARAGNA, 1992, p.79).