O documento discute as teorias de Piaget e Kohlberg sobre o desenvolvimento moral em crianças e adolescentes. Kohlberg propôs seis estágios de raciocínio moral que passam do egocentrismo à consideração dos princípios éticos universais. A capacidade moral complexa envolve compreender perspectivas diferentes e conceitos como autonomia e igualdade.
2. Evitar infringir regras que acarretem punições, obediência em si mesma, evitar danos físicos a pessoas e
bens.
2- Estádio do objectivo instrumental individual e da troca:
Seguir as regras apenas quando se trata do interesse imediato de alguém; agir por forma a satisfazer os
próprios interesses ou necessidades e deixar os outros fazerem o mesmo.
Nível 2: Moralidade Convencional
Neste nível o indivíduo considera correcto aquilo que está conforme e que respeita as regras, as
expectativas e as convenções da sociedade.
3- Estádio das expectativas interpessoais mútuas, dos relacionamentos e da conformidade:
Corresponder às expectativas das pessoas mais próximas ou àquilo que as pessoas geralmente esperam
dos indivíduos na nossa posição. “Ser bom” é importante e significa ter boas intenções, mostrar interesse
pelos outros e estabelecer relações recíprocas como a confiança, a lealdade, o respeito e a gratidão.
4- Estádio da preservação do sistema social e da consciência:
Cumprir os deveres com os quais concordámos. As leis são para ser cumpridas , excepto em casos
extremos, em que entrem em conflito com outros deveres sociais estabelecidos.
Nível 3: Moralidade Pós-Convencional
Um indivíduo situado neste nível compreende e aceita as regras da sociedade na sua globalidade, mas
apenas porque primeiramente aceita determinados princípios morais gerais que lhes estão subjacentes. No
caso de um desses princípios entrar em conflito com as regras da sociedade, o indivíduo julgará com base
nesse princípio e não na convenção social.
5- Estádio dos direitos originários, do contrato social ou da utilidade:
Ter consciência de que as pessoas defendem diferentes valores e opiniões, de que grande parte dos
valores e das regras são específicos de determinado grupo embora devam ser normalmente respeitados a
fim de se garantir a imparcialidade ou isenção, até porque fazem parte do contrato social. Determinados
valores e direitos não específicos como a vida e a liberdade, porém, têm de ser forçosamente defendidos
em qualquer sociedade, independentemente da opinião da maioria.
6- Estádio dos princípios éticos universais:
Seguir princípios éticos por nós escolhidos. As leis particulares ou os acordos sociais são normalmente
válidos porque se baseiam nesses princípios.
Quando as leis violam esses princípios, agimos de acordo com o princípio. Os princípios são premissas
universais de justiça: igualdade dos direitos humanos e igualdade do ser humano enquanto indivíduo.
As primeiras críticas da Teoria de Kohlberg
As críticas apresentadas dão conta das limitações do modelo cognitivo/estruturalista, não colocando em
põem em causa o próprio modelo, numa tentativa de superar as respectivas falhas ao nível do modelo ,
como é o caso da falta de “ligação” entre o raciocínio moral e a própria experiência do sujeito, inscrita
numa complexidade relacional e contextual.
Revisões posteriores da teoria de Kohlberg
Kohlberg reviu a sua teoria para dar resposta a estas criticas, criando então um novo sistema de
classificação designado Avaliação, ou Índice. Este sistema avalia de forma individual, e com referentes
claros, as respostas do item seleccionado dadas por determinado indivíduo para cada dilema
Conclusão
Relembramos que o desenvolvimento da moralidade é necessário para que a vida em grupo, a vida social,
seja possível; que a conquista da autonomia moral seja desejável para que todo o ser humano possa
avaliar as regras de seu grupo e decidir se elas estão de acordo com os princípios de justiça que
promovem a dignidade inviolável da humanidade; a liberdade; a solidariedade e a igualdade.
Resumindo:
A capacidade de implicação numa acção moral é mais complexa do que o mero conhecimento em
abstracto de “valores”. Esta habilidade requer a capacidade para compreender que uma situação é
moralmente relevante, ou seja, que há diferentes opções para agir e que estas têm diferentes
2